philippecoutinho – Blog do André Rocha http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br O blog se propõe a trazer análises e informações sobre futebol brasileiro e internacional, com enfoque na essência do jogo, mas também abrindo o leque para todas as abordagens possíveis sobre o esporte. Mon, 13 Jul 2020 13:46:43 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Na última lista de um ano complicado, Tite opta por renovação sem polêmica http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/10/25/na-ultima-lista-de-um-ano-complicado-tite-opta-por-renovacao-sem-polemica/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/10/25/na-ultima-lista-de-um-ano-complicado-tite-opta-por-renovacao-sem-polemica/#respond Fri, 25 Oct 2019 15:21:59 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=7490 Enfim, o óbvio. Em uma reta final de temporada, se o calendário brasileiro não pára, qual a razão de convocar jogadores atuando aqui, muitas vezes apenas para treinar e sentar no banco, nenhum minuto em campo? É só para criar polêmica e teorias da conspiração. E tomar pancada, claro.

Tite parece ter entendido quando respondeu a uma pergunta sobre Gerson, do Flamengo. Na linha: “vocês pedem, aí eu convoco e depois querem me pegar”. Tão claro, não? Para que se expor por tão pouco?

Por isso a lista “estrangeira”, a última do ano, para os amistosos contra Argentina e Coreia do Sul. Sem Neymar e com o necessário toque de renovação para uma seleção estagnada e que precisa competir logo depois da “ressaca” da Copa América. Daniel Fuzato, da Roma, para treinar e se ambientar com Alisson, de volta, e Ederson.

Emerson, do Betis, para ganhar vivência e olhar, do lado oposto, o exemplo de Renan Lodi, um dos poucos que se salvaram da última data FIFA e que deve se tornar titular, mesmo jovem e com pouco tempo na Europa. Até por necessidade da equipe, que precisa de opção de ultrapassagem pela esquerda. Douglas Luiz do Aston Villa pode até ganhar alguns minutos no meio-campo. É mais um que joga de área a área para ser testado na missão de entregar dinâmica ao trabalho entre as intermediárias.

E Rodrygo na frente, além do retorno de David Neres. Ganhou chances com Zidane, por que não de Tite em um ataque também precisando de um “fato novo”? Pode contribuir com boas infiltrações em diagonal e técnica nas finalizações – melhor que Vinicius Júnior, inclusive.

O restante mantém a base, importante em qualquer processo, mesmo em momentos complicados. Sem Daniel Alves, vai Danilo. O “buraco” pela direita segue. Assim como na criação, com Philippe Coutinho já sendo questionado no Bayern de Munique. Eis o gargalo. Por que não experimentar um 4-3-3 à la Liverpool, com um volante, dois “box-to-box” alinhados, Firmino recuando para pensar e dois ponteiros se movimentando e buscando as diagonais?

É tentar melhorar o desempenho, conseguir os resultados para aliviar a pressão, especialmente contra os argentinos em ascensão e também renovando, e fechar 2019 com serenidade para, enfim, competir no ano que vem com as Eliminatórias. Ninguém aguenta mais esses jogos valendo nada em sedes “alternativas”.

Simplificar para minimizar erros e depois buscar soluções mais complexas. Para Tite respirar e seguir. Porque ele é mais um pressionado pelo sucesso de Jorge Jesus e um olhar geral mais simpático a treinadores estrangeiros. O (ainda) melhor brasileiro no ofício precisa dar respostas. E rápido.

 

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Bayern atropela Tottenham sem precisar do brilho de Philippe Coutinho http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/10/01/bayern-atropela-tottenham-sem-precisar-do-brilho-de-philippe-coutinho/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/10/01/bayern-atropela-tottenham-sem-precisar-do-brilho-de-philippe-coutinho/#respond Tue, 01 Oct 2019 21:24:44 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=7364 Golear o vice-campeão da última edição da Liga dos Campeões é uma indiscutível demonstração de força para o heptacampeão alemão que domina a Bundesliga, mas vem falhando no torneio continental. Embora nas últimas seis edições desde o título de 2012/13 o time bávaro tenha caído cinco vezes para o campeão e em 2015/16, última temporada de Pep Guardiola, foi eliminado na semifinal pelo vice Atlético de Madrid.

Os 7 a 2 em Londres carrega um simbolismo que pode transferir a confiança que vem faltando à equipe de Niko Kovac, embora a virada da fase de grupos para o mata-mata signifique uma mudança profunda competição. Uma atuação brilhante, com volume de jogo quando necessário, no ritmo de Kimmich, autor do primeiro gol, e Tolisso no meio-campo, depois Thiago Alcântara e Kimmich na lateral direita com a saída por lesão de Alaba – Pavard inverteu de lado na defesa. Terminou com 58% de posse e 84% de acerto nos passes.

Mas principalmente com a incrível velocidade nas transições ofensivas do trio formado por Coman, Lewandowski e Gnabry, este o grande destaque marcando quatro gols no segundo tempo, deitando e rolando nas infiltrações em diagonal. Mas Aurier e Alderweireld não acharam o atacante pela esquerda desde o primeiro minuto de um jogo aberto e eletrizante na maior parte do tempo, especialmente na primeira etapa.

Com Son abrindo o placar para os Spurs, aproveitando falha de Tolisso na saída de bola. Mas o time de Mauricio Pochettino foi perdendo intensidade e rapidez na transição defensiva. Nem pressão pós-perda, nem recomposição veloz. Com atuação catastrófica de Ndombélé, que colocou Eriksen no banco na função pela esquerda no trio do meio do 4-3-1-2 do time inglês. Erro só corrigido na segunda etapa, mas já era tarde para evitar o atropelamento.

Porque o Bayern sobrou e deu espetáculo. Finalizou 20 vezes, 11 no alvo. Mas só contou com participação mais efetiva de Philippe Coutinho no final, com o jogo decidido. Não pela omissão do meia brasileiro, mas porque na execução do 4-2-3-1 armado por Kovac a bola passou pouco pelo camisa dez. Circulação quase sempre dos defensores para os volantes com qualidade no passe e desses para os ponteiros ou diretamente para Lewandowski.

O quinto gol foi simbólico: lançamento primoroso de trinta metros de Thiago para Gnabry disparar e tocar na saída de Lloris.  Com espaços à vontade, Coutinho só apareceu em uma finalização e no passe para Lewandowski fazer o sexto. Atuação correta, não exatamente destoando dos demais. Mas inegavelmente sem brilho.

Um problema minúsculo perto da hecatombe no Tottenham. Apesar das 15 finalizações, oito no alvo, o segundo gol saiu em um pênalti bastante discutível de Coman em Rose que Harry Kane converteu. Fez Neuer trabalhar do outro lado, mas defensivamente não existiu. Com deficiências que vêm da temporada passada e foram compensadas pelo ataque. Erros individuais, setores espaçados e a última linha lenta e desorganizada.

Só podia dar muito errado diante de um Bayern inspirado, com qualidade em todos os setores e sem precisar do protagonismo da grande contratação da temporada para construir um placar histórico.

(Estatísticas: UEFA)

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Agora no Bayern, dilema segue o mesmo: onde encaixar Philippe Coutinho? http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/08/26/agora-no-bayern-dilema-segue-o-mesmo-onde-encaixar-philippe-coutinho/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/08/26/agora-no-bayern-dilema-segue-o-mesmo-onde-encaixar-philippe-coutinho/#respond Mon, 26 Aug 2019 09:14:30 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=7120

Foto: Guido Kirchner/AFP

Em duas rodadas de Bundesliga, o líder é o Borussia Dortmund com 100% de aproveitamento, não o heptacampeão Bayern de Munique, que empatou em casa na estreia por 2 a 2 com o Hertha Berlin. Mas se recuperou fora com os 3 a 0 sobre o Schalke O4. Robert Lewandowski marcou os cinco gols da equipe e já é o artilheiro da competição.

Mas a atração na Veltins-Arena em Gelsenkirchen foi a estreia de Philippe Coutinho. Saindo do banco de reservas para entrar aos 12 minutos do segundo tempo na vaga de Thomas Muller. Tranquilo pela vantagem conquistada, teve relativa liberdade para tentar articular as jogadas. Sofreu com o natural desentrosamento, mas participou bem. Segundo o site Whoscored, só errou três dos 28 passes que tentou. Mais três dribles corretos e um desarme.

Com a camisa dez que herdou de Arjen Robben – e teve a “benção” do holandês, já que o clube pretendia não utilizar o número em homenagem ao craque aposentado -, Coutinho chega para o empréstimo de uma temporada como a esperança de ser a reposição a James Rodríguez, que voltou para o Real Madrid.

A questão continua sendo a mesma do Barcelona e, de certa forma, também da seleção brasileira: em qual função o brasileiro se encaixa melhor?

No time catalão chegou como a esperança de ser um sucessor mais intenso e vertical de Andrés Iniesta, que na época da chegada de Coutinho, meio da temporada 2017/18, atuava como uma espécie de “ponta articulador” partindo da esquerda para organizar e abrir o corredor para Jordi Alba. Não teve sucesso pelo já conhecido problema de posicionamento e intensidade no trabalho sem bola.

O Barça contratou Arthur e Vidal na virada para 2018/19 e Coutinho virou ponta pela esquerda. Mas com a função de dar profundidade, infiltrando em diagonal, já que Messi faz a função de armador partindo do flanco pela direita. Nem mesmo o entendimento com Suárez dos tempos de Liverpool ajudou. Para piorar, provocou a torcida e, com a eliminação na Liga dos Campeões justamente para o ex-time com uma atuação patética em Anfield, decretou a sua saída pela porta dos fundos, ainda que não em definitivo.

Na seleção com Tite, o início foi até bom pela direita, já que Neymar é absoluto do lado oposto. Mas a necessidade de ter um jogador mais intenso e capaz de abrir o jogo, com Daniel Alves atacando mais por dentro, acabou puxando Coutinho para o centro na linha de meias. Não extrai o melhor dele no 4-1-4-1, nem no 4-2-3-1. Não fez uma Copa do Mundo ruim, nem decepcionou na campanha do título da Copa América, mas sempre deixa a impressão de que seu talento é subaproveitado.

A melhor opção continua sendo a ponta esquerda. De preferência com um lateral forte no apoio ao lado, um centroavante técnico para tabelar e um ponteiro de velocidade do lado oposto. Mais ou menos como funcionava com Mané e Firmino no Liverpool. Depois recuou como meia para Salah entrar no ataque, mas sempre com espaço para tocar curto ou cortar para dentro e finalizar.

No time bávaro é possível formar um trio interessante com Lewandowski no centro e Coman ou Gnabry pela direita. Mas o treinador Niko Kovac sinaliza com a possibilidade de trabalhar com Coutinho na linha de meias mesmo, alternando com Muller, ídolo do clube. Até porque o elenco ainda conta com Perisic, croata vice-campeão mundial e contratado à Internazionale por empréstimo que também joga pelas pontas.

Coutinho precisa amadurecer e buscar afirmação, independentemente do posicionamento em campo. Evoluir defensivamente e no trabalho de articulação, com mais pausas e menos pressa de decidir as jogadas. Atuando no gigante alemão pode encontrar na liga intensa, mas nem tão competitiva, o estágio para se afirmar e colaborar com o clube no grande objetivo da temporada: voltar a ser competitivo em alto nível na Champions. Ainda que desde a conquista de 2012/13 o Bayern tenha caído para o campeão em cinco das seis disputas, na maioria em disputas parelhas – algumas com polêmicas de arbitragem.

É o desafio do brasileiro na Alemanha. Tite certamente está atento, o Barcelona também. Chegou a hora de se consolidar de vez na Europa.

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Coutinho ainda tem vaga no Barça ou a camisa sete logo será de Griezmann? http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/07/16/coutinho-ainda-tem-vaga-no-barca-ou-a-camisa-sete-logo-sera-de-griezmann/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/07/16/coutinho-ainda-tem-vaga-no-barca-ou-a-camisa-sete-logo-sera-de-griezmann/#respond Tue, 16 Jul 2019 11:16:20 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=6876

Foto: Getty Images

Antoine Griezmann enfim foi anunciado oficialmente pelo Barcelona. Operação demorada, intrincada e polêmica, com o Atlético de Madrid protestando contra o valor pago pela multa e ameaçando recorrer à FIFA por seus direitos. A negociação deve virar novela, mas é difícil imaginar um desfecho diferente da mudança do craque francês da capital espanhola para a Catalunha.

No anúncio, a imagem da camisa 17 que será destinada à mais recente contratação. A sete, que acompanha Griezmann na seleção e era dele no Atlético, ainda pertence a Philippe Coutinho. Mas por quanto tempo?

Difícil vislumbrar um quarteto ofensivo com Messi e Suárez. Até podemos pensar em Griezmann pela direita, Messi por dentro em função parecida com a que exerceu na seleção argentina na reta final da Copa América e Coutinho à esquerda formando um trio atrás do centroavante uruguaio em um 4-2-3-1.

A questão é que parece consenso entre o treinador Ernesto Valverde e direção do Barça que o meio-campo precisa de um trio que entregue organização e também proteção à defesa. Com Busquets, Rakitic, Arthur, Vidal e agora Frenkie De Jong, contratado ao Ajax. Pensando na baixa intensidade sem bola do provável trio de ataque com a entrada de Griezmann, o meio dá a impressão de que ainda precisa de um jogador de área a área com mais força e velocidade.

E Coutinho? A temporada no Barcelona e a Copa América pela seleção deixam claro que está cada vez mais difícil encontrar um lugar para o meia atacante. No 4-2-3-1 tem dificuldades para jogar como meia central, de costas para a marcação pressionada. Na função de meia por dentro um 4-1-4-1/4-3-3 o problema é a capacidade de colaborar sem bola quando o time recua as linhas. Baixa concentração e muitos espaços às costas que, na seleção, acabam sempre bem cobertos por Casemiro.

O melhor cenário seria executando a função de ponta articulador partindo da esquerda para tabelar, inverter o jogo para um ponteiro mais infiltrador do lado oposto ou finalizando com o pé direito em sua jogada característica. Se o Chelsea de Frank Lampard não estivesse punido pela FIFA nesta janela por acordos com menores de idade – o clube teve o recurso negado e apelou ao TAS (Tribunal Arbitral do Esporte), mas não deve ser julgado até o fechamento da janela de verão europeu – o brasileiro seria a reposição ideal à saída de Eden Hazard para o Real Madrid.

A ida para o PSG viabilizando a volta de Neymar ao Barcelona ainda está no horizonte e também seria interessante, sucedendo o craque brasileiro na mesma função e se juntando a Mbappé e Cavani no ataque. Mas o clube francês joga duro para permitir a saída da maior contratação da história do esporte e a negociação não será tão simples. O Manchester United seria outra possibilidade, mas não parece empolgar muito o jogador e seu agente Kia Joorabchian.

A luz parece vir de Liverpool. Para reviver o “quarteto fantástico” com Mané, Salah e Firmino que vinha encantando a Europa até Coutinho forçar a barra para realizar o sonho de jogar no Barça em janeiro de 2018. O problema é que a saída gerou desgaste com a torcida e a equipe se equilibrou no 4-3-3 com um meio-campo mais forte e intenso na conquista da Liga dos Campeões e na campanha histórica na Premier League. Mas Jurgen Klopp sempre se referiu ao brasileiro com carinho e admiração.

O fato é que o Barcelona precisa definir logo o que fazer com a contratação mais cara de sua história. A relação com a torcida é tensa, o meia foi considerado um dos “vilões” da eliminação na semifinal da Champions para o Liverpool e o resgate da imagem sem espaço entre os titulares fica mais difícil.

O futuro é duvidoso e a camisa sete do time catalão parece mesmo mais próxima de Griezmann, mesmo com toda diplomacia do clube e do craque que chega para ajudar o Barça a reconquistar a Champions. Coutinho falhou em sua única tentativa e deve pagar com a saída pela porta dos fundos.

 

 

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Por que Tite não resgata o futebol das Eliminatórias? http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/07/01/por-que-tite-nao-resgata-o-futebol-das-eliminatorias/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/07/01/por-que-tite-nao-resgata-o-futebol-das-eliminatorias/#respond Mon, 01 Jul 2019 09:32:04 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=6785

Foto: Thomás Santos/Mowa Press

A queda de produção na Copa do Mundo na Rússia e a sequência de trabalho pouco consistente de Tite na seleção brasileira provocam com relativa frequência um questionamento: por que o Brasil não consegue resgatar o futebol das Eliminatórias, quando partiu da sexta colocação para a liderança absoluta e a vaga antecipada no Mundial?

A resposta é simples, mas considerando a complexidade do futebol: não há como reproduzir aquele modelo de jogo dentro do que treinador e jogadores já viveram desde meados de 2016. O tempo passou, novas necessidades surgiram. Alguns atletas caíram de produção e saíram do radar, outros precisam entrar por conta da necessária renovação.

O 4-1-4-1 inicial tinha Neymar como atacante no Barcelona, partindo para o drible, buscando as infiltrações em diagonal e fazendo parceria desequilibrante com Marcelo pela esquerda. Philippe Coutinho era o ponta articulador partindo da direita, com Gabriel Jesus entrando nas costas da defesa adversária e Paulinho pisando na área. Renato Augusto era o contraponto de raciocínio no meio, ajudando na saída de bola e compensando os problemas de Casemiro no início da construção dos ataques.

Inspirado no Corinthians campeão brasileiro de 2015, depois do ano “sabático” de Tite viajando, estudando e se espelhando no Real Madrid de Carlo Ancelotti que conquistou “La Décima”. Adicionando criatividade e conceitos atuais nas ações ofensivas, especialmente as triangulações, e mantendo a organização defensiva com marcação por zona.

O 4-1-4-1 das Eliminatórias, com Philippe Coutinho saindo da direita como ponta articulador para circular às costas dos volantes adversários, Gabriel Jesus abrindo espaços, Paulinho infiltrando, Renato Augusto organizando e liberando Marcelo e Neymar mais atacante, buscando as diagonais (Tactical Pad).

Características bem casadas, encaixe rápido e confiança pelas nove vitórias consecutivas. O ponto de corte foi o empate sem gols com a Inglaterra repleta de reservas em Wembley no final de 2017. Porque Renato Augusto estava em queda técnica e física e Neymar, já no PSG, mudou a maneira de jogar, buscando a bola e mais conduzindo e afunilando que atacando espaços. O Brasil tentou um jogo mais intuitivo, conduzindo e driblando, e bateu no muro inglês com cinco na defesa.

Com o sorteio colocando Suíça, Costa Rica e Sérvia no caminho do Brasil na fase de grupos da Copa e a possibilidade de encarar pelo menos duas retrancas com linha de cinco atrás, o que acabou não se confirmando pelas circunstâncias, Tite percebeu a necessidade de acrescentar soluções ao repertório ofensivo. Se não o jogo de posição, ou localização, que se popularizou com Pep Guardiola, ao menos elementos de um ataque posicional.

Nas viagens para monitorar os atletas, viu o Manchester City e também o Napoli de Sarri. Trabalhando amplitude, profundidade, apoio, busca do homem livre. Mais a rápida pressão depois da perda da bola. Era uma necessidade urgente se organizar para atacar e criar espaços nas retrancas com linhas de handebol. Ideias novas. A pouco mais de seis meses da Copa, Tite precisava trocar o pneu do carro da seleção e o seu também, com ambos em movimento.

O resultado prático foi um 2-3-5 na fase ofensiva com Daniel Alves e Marcelo apoiando mais por dentro, Willian herdando a vaga do então lesionado Renato Augusto, mas aberto pela direita, trazendo Coutinho para o centro da linha de meio-campistas com Paulinho. E Neymar recebendo a bola na ponta, mas com liberdade de movimentação.

O desempenho não foi o mesmo na Rússia, apesar do bom segundo tempo na eliminação para a Bélgica. Não por acaso com Renato Augusto em campo – autor do gol único, porém desperdiçando chance cristalina à frente de Courtois entre as muitas finalizações brasileiros.

O novo ciclo exige renovação, que  parte da presença de Arthur no meio-campo. Titular do Barcelona e, em tese, a peça que daria um norte à maneira de jogar baseada em posse de bola e trabalho de criar espaços no campo de ataque. Ditando o ritmo e qualificando o passe em todas as etapas de construção. Porque apesar dos 17 anos sem títulos mundiais, a camisa verde e amarela ainda é respeitada e poucos adversários saem de peito aberto para encarar.

Ainda não deu liga, também porque Arthur dá opção e faz a bola girar, mas cria e finaliza pouco no último terço. E Casemiro segue com seu paradoxo: é pilar defensivo, porém contribui pouco com a bola. Mas é a escolha de Tite dentro do contexto, pensando em um projeto a longo prazo, no ciclo completo até o Catar.

Questionável pelo que não jogou até agora, com o time estático, confundindo organização com previsibilidade. Encontrando dificuldades para a leitura dos espaços deixados pela movimentação de Firmino no centro do ataque. Mas é um caminho que pode entregar resultados ainda na Copa América, em caso de título. E desempenho mais tarde, ajustando a proposta às características dos jogadores. Também contando com a sorte de reunir atletas em melhores momentos – a queda de Coutinho foi brusca, Marcelo virou reserva no Real Madrid e a nova lesão de Neymar um problema grave.

Mas há avanços. Por incrível que pareça, no “abafa” final contra o Paraguai com dez homens, a melhor alternativa para atacar era a mais posicional: Willian bem aberto pela direita, dando amplitude aos ataques, mas também fechando em diagonal para finalizar na trave. A ponto de Tite abrir mão de Daniel Alves e colocar Paquetá para se juntar a Coutinho, Gabriel Jesus e Firmino por dentro.

Nos dois cenários, a melhor solução continua a mesma. Aliás, desde a equipe de Luiz Felipe Scolari em 2013 na Copa das Confederações ou mesmo antes, nos tempos de Dunga e Mano Menezes: com jogadores acostumados a ter espaços para acelerar, o gol no início das partidas descomplica tudo abrindo o campo rival. Por isso a necessidade da pressão nos primeiros minutos e jogadas de bola parada bem ensaiadas. Os 5 a 0 no Peru escancararam esta necessidade.

O que passou não volta mais. O “arrasa-quarteirão” de 2016/17 faz parte da história. Agora é virar a página e escrever outras. A mais importante até aqui, neste segundo ciclo de Tite, será na terça, contra a Argentina no Mineirão.

A seleção na Copa América, com laterais construtores, Arthur organizando, pontas abertos, Firmino abrindo espaços e Casemiro fundamental defensivamente, mas contribuindo pouco na construção das jogadas. O pecado até aqui é a previsibilidade (Tactical Pad).

 

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Brasil e Argentina precisam de gols no início porque já entram “perdendo” http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/06/26/brasil-e-argentina-precisam-de-gols-no-inicio-porque-ja-entram-perdendo/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/06/26/brasil-e-argentina-precisam-de-gols-no-inicio-porque-ja-entram-perdendo/#respond Wed, 26 Jun 2019 08:22:23 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=6759

Foto: Evaristo Sá/AFP

Ser favorito no futebol atual é incômodo, mesmo para os grandes clubes do planeta. Liverpool, Manchester City, Barcelona, Real Madrid, Bayern de Munique e outros que já começam a grande maioria das partidas como os times que serão os protagonistas.

Ainda que haja superioridade tática, técnica, física, financeira, de estrutura e confiança, a responsabilidade de adiantar linhas, se instalar no campo de ataque, trocar passes, inverter o lado da jogada ou tentar o drible, infiltrar e finalizar com precisão diante de linhas muito próximas e intensidade e concentração máximas na marcação do adversário, que sabe que vai jogar sem bola, é desgastante.

Imagine esse cenário no universo de seleções, sem o mesmo entrosamento e qualidade individual similar, porém com a pressão de uma camisa pesada que absorve todo o favoritismo. Mesmo quando não há desempenho recente que justifique tantos holofotes. Não é absurdo dizer que já começam “perdendo”, no fio da navalha em termos  psicológicos e com qualquer adversidade podendo desencadear uma “pane” mental.

É o que podem sofrer Brasil e Argentina nas quartas de final da Copa América contra Paraguai, quinta-feira na Arena do Grêmio, e Venezuela no Maracanã na sexta, respectivamente. Típicos jogos de ataques contra defesas. Cenário habitual no continente, com os dois gigantes liderando a posse de bola no torneio. A postura do anfitrião deve ser ainda mais agressiva diante do pior classificado, principalmente depois dos 5 a 0 da equipe de Tite sobre o Peru.

O Paraguai de Eduardo Berizzo tende a repetir o 4-4-2 do empate com a Argentina. Duas linhas de quatro compactas, com Gustavo Gómez, do Palmeiras, liderando a defesa, Derlis González do Santos voltando pela direita na linha de meias para dar liberdade a Almirón atrás de um centroavante, que pode ser Cardozo ou Santander. Bola roubada, transição ofensiva em velocidade com bolas longas para as pontas ou buscando a referência.

A seleção brasileira vai precisar rodar a bola, aproveitar o passe qualificado de Fernandinho, substituto do suspenso Casemiro, na construção das jogadas e melhorar a produção por dentro com Arthur, Philippe Coutinho e Roberto Firmino. Além do suporte de Daniel Alves e Filipe Luís, os laterais construtores que, eventualmente atacam abertos fazendo duplas com Gabriel Jesus e Everton.

Já a Argentina é uma grande incógnita. Lionel Scaloni deve repetir a formação ofensiva, porém descoordenada, da vitória sobre o Catar. Messi por trás de Aguero e Lautaro Martínez, que volta mais para ajudar o trio de meio-campistas. Sem tanta força pelas laterais é uma equipe que trabalha muito por dentro. Fundamentalmente vai precisar de uma tarde desequilibrante de seu camisa dez e de sorte.

Porque a invicta Venezuela deve repetir o 4-1-4-1 das últimas partidas, com Rondón dando trabalho como pivô e finalizador. A referência dos muitos lançamentos (média de 41 por partida). Organização defensiva sem abdicar do jogo, como prega o treinador Dudamel. Machís marcou dois gols nos 3 a 1 sobre a Bolívia e pode ser a o escape pelos flancos. Mas a “Vinotinto” também deve arriscar uma pressão no campo de ataque para dificultar a já caótica saída de bola da albiceleste.

Os jogos da última rodada das fases de grupos foram descomplicados por gols no início das partidas. De Casemiro para o Brasil e Lautaro a favor da Argentina. Serão fundamentais também nas disputas eliminatórias. Para o passar do tempo não lembrar que Messi e companhia ainda não conquistaram um título pela seleção principal e o jejum de conquistas da bicampeão mundial já vai completar 26 anos.

Ou recordar que o Paraguai, mesmo com apenas uma vitória nos últimos 18 jogos na competição, eliminou nos pênaltis os brasileiros em 2011 e 2015. E, assim como na traumática eliminação para a Bélgica nas quartas da Copa do Mundo no ano passado, Fernandinho está em campo e não Casemiro. Antes das partidas podem não parecer “fantasmas”, mas o contexto não é simples.

O continente espera um duelo entre os grandes rivais na semifinal, porém a missão não é “carne assada”. O relógio é um adversário em potencial, assim como a responsabilidade de comandar as ações em campo. Nas disputas parelhas do futebol atual pode ser armadilha bem perigosa. Quase uma desvantagem no placar.

(Estatísticas: Footstats)

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Empate com Venezuela é a última prova de que acabou a moleza, VAR incluso http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/06/18/empate-com-venezuela-e-a-ultima-prova-de-que-acabou-a-moleza-var-incluso/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/06/18/empate-com-venezuela-e-a-ultima-prova-de-que-acabou-a-moleza-var-incluso/#respond Wed, 19 Jun 2019 02:57:22 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=6719 Faltou precisão nos ótimos primeiros vinte minutos brasileiros na Fonte Nova. Com a proposta melhor executada de laterais Daniel Alves e Filipe Luís atacando por dentro, Arthur dando a liga na articulação e acionando os pontas Richarlison e David Neres em diagonal. Não por acaso as duas finalizações mais perigosas da seleção no período.

Depois a Venezuela ajustou a marcação no 4-1-4-1 e ainda ameaçou em cabeçada perigosa de Rondón. Com os ponteiros Machis e Murillo marcando na linha dos laterais brasileiros e a última linha fechando o “funil” pouco explorado por Roberto Firmino e Philippe Coutinho por dentro.

Na segunda etapa, um cenário ainda mais complexo. Com Tite não arriscando alterar a estrutura da equipe ao trocar Casemiro, Richarlison e David Neres por Fernandinho, Gabriel Jesus e Everton. Mas a equipe produziu: 68% de posse e 17 finalizações. Mas só uma no alvo e dois gols anulados, de Gabriel Jesus e Coutinho. Por impedimentos de Firmino.

É possível falar em “azar”. Mas o fato é que acabou a moleza. Porque compactar linhas e se defender bem é uma questão de posicionamento, leitura de espaços e condicionamento físico. Com a informação acessível, uma seleção limitada pode emular os movimentos dos times que melhor executam o trabalho defensivo no mundo. Sem contar a experiência internacional de muitos dos venezuelanos e o estudo de todas as ações dos atacantes adversários.

E agora o VAR. Em outros tempos o gol de Jesus seria validado e descomplicaria o jogo, calando as vaias e acalmando o torcedor. Mas há mais olhos hoje para dissecar cada lance e fazer justiça. Ou o mais próximo disto.

Não invalida as críticas à equipe de Tite com dificuldades para criar espaços e muitas vezes abrindo um buraco por dentro entre Casemiro e Arthur e Coutinho e Firmino. É preciso aproximar as peças e acelerar a circulação da bola como no início da partida. Impossível negar também que os lampejos de Neymar também fizeram falta.

A necessidade de evolução agora condiciona inclusive a classificação. Uma derrota para o Peru e o anfitrião pode repetir a eliminação na fase de grupos da Copa América Centenário há três anos. Um cenário que parecia improvável. Não mais impossível, porque os tempos da “carne assada” acabaram. Se alguém ainda tinha alguma dúvida…

(Estatísticas: Footstats)

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Pênalti descomplica estreia porque seleção ganhou espaços e confiança http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/06/14/penalti-descomplica-estreia-porque-selecao-ganhou-espacos-e-confianca/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/06/14/penalti-descomplica-estreia-porque-selecao-ganhou-espacos-e-confianca/#respond Sat, 15 Jun 2019 02:34:10 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=6703 Este que escreve não teria sequer convocado Fernandinho para a Copa América. Muito menos escalado de início na estreia contra a Bolívia no Morumbi. Com Arthur no banco, Allan seria a opção natural do blogueiro.

Mas atribuir as dificuldades brasileiras no primeiro tempo à presença do meio-campista do Manchester City pela escalação de dois volantes contra um adversário frágil na prática não faz muito sentido. A velha confusão entre posição e função. Porque Arthur, o titular, não é um meia com instinto de se juntar a Philippe Coutinho e ao trio de ataque. A rigor, ultrapassa a linha da bola e procura espaços entre a defesa e o meio-campo adversário menos que Fernandinho.

Além da tensão pelo jogo de abertura em um torneio disputado em casa e com obrigação de título ou boa campanha, o que atrapalhou a equipe de Tite foi a execução ruim de uma proposta complexa: laterais Daniel Alves e Filipe Luís atacando mais por dentro, os pontas Richarlison e David Neres abertos, mas atentos aos espaços deixados pela movimentação de Roberto Firmino para as infiltrações em diagonal.

Sem espaços contra uma Bolívia fechada que deixava apenas Marcelo Moreno isolado e perdido entre Marquinhos e Thiago Silva, a seleção pecava por afunilar os ataques e/ou esvaziar a área adversária quando os pontas – destro pela direita e canhoto à esquerda – conseguiam chegar ao fundo.

Só ameaçou em bolas paradas com Marquinhos e Thiago Silva na “blitz” brasileira nos primeiros minutos, aproveitando a forte pressão depois da perda da bola e a torcida ainda quente. Apesar do estádio com pouco mais de 46 mil presentes – decepção em jogo oficial da seleção, mas compreensível pelo preço médio acima de 400 reais.

Depois esfriou e no intervalo vaiou. Na volta nem deu tempo de amornar, porque o pênalti marcado por Nestor Pitana no chute de Richarlison no braço aberto de Jusino, com auxílio do VAR e convertido por Coutinho, descomplicou tudo. Deu espaços e confiança para Firmino aparecer pela direita e colocar na cabeça do mesmo Coutinho, enfim pisando na área no tempo certo, para encaminhar a vitória.

Depois foi controle pela posse, que terminou em 70%, e mais intensidade e oxigênio na frente com Willian, Gabriel Jesus e Everton Cebolinha, que aproveitou a defesa aberta para marcar o terceiro em sua jogada característica: corte para dentro e finalização forte. 3 a 0 com 19 finalizações a quatro, mas só cinco no alvo. Pode melhorar.

Serenidade e alívio no apito final. Agora é buscar soluções para sofrer menos diante de linhas compactas na frente da área adversária. O primeiro tempo preocupou, mas não por causa de Fernandinho.

(Estatísticas: Footstats)

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O melhor Brasil possível sem Neymar “cai no colo” de Tite para Copa América http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/06/10/o-melhor-brasil-possivel-cai-no-colo-de-tite-para-copa-america/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/06/10/o-melhor-brasil-possivel-cai-no-colo-de-tite-para-copa-america/#respond Mon, 10 Jun 2019 09:42:42 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=6678

Foto: Pedro Tesch/AGIF

Alisson; Daniel Alves, Marquinhos, Thiago Silva e Filipe Luís; Casemiro; Richarlison, Arthur, Philippe Coutinho e David Neres; Roberto Firmino.

Deve ser a formação inicial da seleção brasileira na estreia da Copa América contra a Bolívia na sexta-feira. É também a melhor possível dentro do grupo que Tite convocou, sem juízo de valor sobre a lista de escolhidos pelo treinador.

Porque combina melhor as características dos jogadores em todas as etapas do jogo. Na saída de bola qualificando o passe com Daniel Alves e Filipe Luís, laterais construtores e mais veteranos, uma dupla de zaga entrosada e ainda Arthur se apresentando como opção, passando curto e fazendo a bola circular com rapidez.

Na etapa da criação há o movimento de Roberto Firmino por dentro recuando às costas dos volantes procurando as combinações com Coutinho, revivendo a dupla no Liverpool, e abrindo espaços para as infiltrações em diagonal dos pontas rápidos e intensos: Richarlison partindo da direita e David Neres, o substituto de Neymar, do lado oposto.

O jovem ponteiro está habituado a atuar no Ajax com Tadic, um “falso nove” com movimentos parecidos com os de Firmino. Ainda supre outra necessidade da equipe: canhoto, dribla e acelera buscando também a linha de fundo. Algo que faltava com Neymar cortando para dentro e sem um lateral rápido e intenso para fazer a ultrapassagem. O jogo fica mais coletivo e menos centralizado no talento, mas também no individualismo, do camisa dez cortado por lesão no tornozelo direito.

Os 7 a 0 sobre Honduras que teve um jogador expulso ainda no primeiro tempo não são parâmetro para uma avaliação real sobre as possibilidades do Brasil na Copa América. O Beira-Rio vazio para os padrões da seleção brasileira viu um treino de intensidade média, mas que serviu para alguns exercícios interessantes, como a pressão no campo de ataque que gerou alguns desarmes. O perde-pressiona na transição defensiva parece ajustado.

A recomposição no 4-1-4-1, com Casemiro entre as linhas de quatro protegendo a retaguarda, ainda precisa ser testada de fato, principalmente a sempre complicada participação de Coutinho sem bola. A estreia contra a Bolívia no Morumbi não deve oferecer maiores resistências. Mas a vitória será importante para aumentar a confiança, tirar as questões de Neymar definitivamente da pauta e reforçar o foco na competição. Importante para quem precisa do título ou de uma boa campanha para ter paz até a Copa do Mundo de 2022.

Tite tinha poucas certezas quando divulgou os 23 convocados no dia 17 de maio. Agora, por força das circunstâncias, um time forte praticamente “cai no colo” do técnico junto com boas opções como Allan, Gabriel Jesus e Everton. Com mais sorte que juízo, a seleção segue como a grande favorita à conquista da Copa América que não vem desde 2007.

O 4-1-4-1 de Tite com a formação que deve estar em campo na estreia da Copa América: laterais construtores, Casemiro na proteção da defesa, Arthur fazendo a bola circular, Coutinho procurando Firmino por dentro e pontas abrindo o campo, mas também infiltrando em diagonal (Tactical Pad).

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Griezmann joga na “função Messi”. O que fará em Barcelona? http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/05/18/griezmann-joga-na-funcao-messi-o-que-fara-em-barcelona/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/05/18/griezmann-joga-na-funcao-messi-o-que-fara-em-barcelona/#respond Sat, 18 May 2019 10:44:54 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=6547

Foto: FIFA.com

O PSG e o Manchester City, na voz do próprio Pep Guardiola, já se posicionaram sobre Antoine Griezmann: não têm interesse no alto investimento para contratar o craque que se despediu do Atlético de Madrid. E o próprio Diego Simeone, ex-treinador do francês, já sinalizou o provável destino: Barcelona.

Mesmo com as informações controversas vindas da Catalunha sobre a provável recepção do atacante no vestiário blaugrana, o anúncio oficial parece questão de tempo. Talvez depois do encerramento da liga espanhola. Mas já vislumbrando a armação do ataque do bicampeão espanhol e finalista da Copa do Rei com a nova peça é difícil imaginar um encaixe perfeito.

Porque Griezmann rende mais justamente na função que não deixa brecha para outro jogador: o atacante que joga com liberdade de movimentação atrás do centroavante, buscando os espaços às costas do meio-campo adversário para partir para cima da última linha defensiva com a bola dominada. Sim, na “função Messi”.

Griezmann na “função Messi”: recebe às costas do meio-campo adversário e parte para cima da defesa adversária com a bola no pé canhoto e um centroavante (Diego Costa) se movimentando no ataque (reprodução Fox Sports).

É assim que atua também na França campeã mundial, atrás de Giroud e acionando a velocidade de Mbappé. Ele precisa de uma referência na frente justamente para puxar a zaga para trás e criar os espaços por onde circula. De preferência partindo da meia direita para dentro conduzindo a bola com o pé esquerdo. Outra semelhança com o gênio argentino, além de ser o homem das bolas paradas.

Griezmann é ponta de origem e pode render aberto pela esquerda, buscando a linha de fundo com rapidez e habilidade. A dúvida é se teria a intensidade para “sprints” seguidos e fazer a recomposição no auxílio a Jordi Alba. Para uma negociação que deve ultrapassar os 100 milhões de euros, o ideal seria que o jogador fosse contratado para atuar onde entrega o melhor desempenho.

Não parece o caso. Seria mais um que se destaca em outro contexto, vai para o Barça ser coadjuvante de Messi e acaba eclipsado. Como Philippe Coutinho e Dembelé. A busca pelo “novo Neymar”, em talento e características, pode ser mais um tiro na água.

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