rene – Blog do André Rocha http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br O blog se propõe a trazer análises e informações sobre futebol brasileiro e internacional, com enfoque na essência do jogo, mas também abrindo o leque para todas as abordagens possíveis sobre o esporte. Mon, 13 Jul 2020 13:46:43 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Joelho de Filipe Luís é o problema “silencioso” do Flamengo para o Mundial http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/12/12/joelho-de-filipe-luis-e-o-problema-silencioso-do-flamengo-para-o-mundial/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/12/12/joelho-de-filipe-luis-e-o-problema-silencioso-do-flamengo-para-o-mundial/#respond Thu, 12 Dec 2019 10:04:34 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=7714

Foto: Mauro Schaefer / Correio do Povo

Dia 2 de outubro, jogo de ida das semifinais da Libertadores em Porto Alegre. Filipe Luís sente o joelho esquerdo em um lance de ataque do Flamengo e, na volta, o Grêmio empata com Pepê no 1 a 1 que seria o placar final. Diagnóstico após a partida: lesão no ligamento colateral lateral.

A decisão foi pelo tratamento conservador com fisioterapia, não cirurgia, como no caso do uruguaio De Arrascaeta, também com entorse na mesma partida, porém afetando o ligamento colateral medial e o menisco. O objetivo do departamento médico era claro: colocar os dois jogadores à disposição de Jorge Jesus para o jogo da volta contra o tricolor gaúcho, no Maracanã.

O trabalho foi acelerado e queimou etapas, mas dentro de uma margem responsável. Filipe Luís acabou retornando antes do previsto, no Fla-Flu três dias antes do confronto com os gremistas. Respondeu bem nos dois jogos, inclusive salvando o que poderia ter sido o gol gremista no início da partida. A história da semifinal poderia ter sido bem diferente. Ali, Filipe foi herói.

Heroica também foi sua coragem para enfrentar a sequência de partidas: suportou relativamente bem na vitória por 1 a 0 sobre o CSA no Maracanã, mas no empate por 2 a 2 contra o Goiás veio a dor. Também uma certa instabilidade nos movimentos por causa do joelho. A intensidade da partida e a grama fofa do Serra Dourada fizeram estragos.

Não por acaso, Filipe Luís ficou de fora das partidas contra Corinthians e Botafogo no Rio de Janeiro. Para voltar só contra o Bahia, o adversário da estreia precipitada e infeliz no turno com a derrota por 3 a 0 na Fonte Nova e a contratação mais badalada do segundo semestre do time rubro-negro virando meme por correr atrás dos adversários mais rápidos e preparados naquele momento.

Grande atuação no Maracanã de um Filipe “mordido”, apesar da falta de sorte na origem do gol de Elber que abriu o placar no primeiro tempo. Segunda etapa primorosa do camisa 16, com direito a passe de três dedos para Gabriel Barbosa servir Bruno Henrique no gol da virada que terminaria em 3 a 1. O último grande momento do jogador na temporada.

Irregular nos 4 a 4 contra o Vasco, poupado contra o Grêmio em Porto Alegre, atuação muito abaixo na final da Libertadores contra o River Plate em Lima. Alguns problemas contra Dudu e Marcos Rocha nos 3 a 1 sobre o Palmeiras no Allianz Parque e a tragédia contra o Santos na Vila Belmiro, com falha grotesca no segundo gol, de Sánchez. O uruguaio, junto com Marinho e Victor Ferraz, deitaram e rolaram no setor de Filipe.

Não é só o joelho esquerdo que está dificultando a vida do atleta. As temperaturas cada vez mais altas em uma primavera já se aproximando do verão também têm pesado para quem viveu mais de uma década na Europa e já tem 34 anos.

Assim como o desgaste natural da equipe de Jorge Jesus na temporada que diminuiu a intensidade da marcação pressionada desde o campo de ataque, o que acaba sacrificando a última linha defensiva que joga adiantada. Exposto e acostumado no Atlético de Madrid do técnico Diego Simeone a recuar e proteger mais a própria área, as dificuldades ficam bem nítidas.

Eis o problema “silencioso” do Flamengo para o Mundial de Clubes. Com os títulos da Libertadores e do Brasileiro, qualquer pauta que pode ser considerada negativa acaba soterrada pelos justos elogios e premiações individuais – não há como contestar, por exemplo, o prêmio de melhor lateral-esquerdo do Brasileiro no evento da CBF.

Mas o blog apurou que é consenso no clube que os nove dias entre o fim do Brasileiro e a semifinal do Mundial em Doha serão fundamentais para Filipe Luís. Sair do país também. A esperança é de que uma temperatura mais amena no Catar e o gramado de melhor qualidade minimizem os problemas, assim como um Flamengo mais concentrado e intenso, protegendo sua retaguarda.

Jorge Jesus não considera a hipótese de utilizar Renê nas duas últimas partidas de 2019, mas é fato que o lateral reserva tem alcançado um desempenho melhor, principalmente no aspecto defensivo. A confiança em Filipe Luís está intacta, porém o contexto preocupa. O setor esquerdo não pode continuar sendo o “mapa da mina” contra Al-Hilal ou Esperánce na semifinal, muito menos em uma hipotética decisão contra o Liverpool de Salah e Alexander-Arnold.

Mais um desafio para o lateral experiente e vencedor em sua volta ao Brasil.

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Filipe Luís é ótima contratação, mas não o lateral que o Flamengo precisa http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/07/23/filipe-luis-e-otima-contratacao-mas-nao-o-lateral-que-o-flamengo-precisa/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/07/23/filipe-luis-e-otima-contratacao-mas-nao-o-lateral-que-o-flamengo-precisa/#respond Tue, 23 Jul 2019 14:04:51 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=6926

Foto: Heino Kalis/Reuters

Depois de um longo processo conduzido por Filipe Luís com coerência na abordagem do mercado e lealdade ao Atlético de Madrid, o lateral esquerdo se acertou com o Flamengo. O clube brasileiro o seduziu aos poucos e, principalmente, ofereceu o desejado contrato de dois anos, até o fim de 2021.

O anúncio oficial saiu nesta manhã e o jogador já é esperado para iniciar os treinamentos. Assim como Pablo Marí e Gerson, além do centroavante solicitado pelo treinador Jorge Jesus, Filipe Luís é mais um jogador que o Flamengo traz no segundo semestre, sem participar da intertemporada na pausa para a Copa América e que entra meio à forceps no time para ganhar entrosamento durante a disputa de jogos importantes.

Jesus foi eliminado da Copa do Brasil em sua terceira partida oficial. Rafinha errou no bote sobre Rony no gol do empate do Athletico que levou a disputa pelas quartas do mata-mata nacional em seu segundo jogo. Gerson estreou domingo, contra o Corinthians. A rigor, Filipe Luís pode nem atuar pela Libertadores, caso os rubro-negros não passem pelo Emelec. Planejamento bastante questionável, mas o possível na busca de jogadores atuando na Europa.

De qualquer forma, a contratação é ótima, mesmo aos 33 anos. Jogador inteligente, articulado, com vivência de 14 temporadas no Velho Continente, seis e meia sob o comando de Simeone no Atlético. Acrescenta prestígio por ser titular da seleção brasileira, impõe respeito aos adversários e é um “upgrade” em relação a Renê, laterais com características muito semelhantes, especialmente na responsabilidade defensiva.

Mas aí está o paradoxo: o Flamengo precisava qualificar o setor esquerdo depois da chegada de Rafinha para resolver o problema pela direita e Filipe Luís era o melhor nome disponível e viável no mercado. Só que não é exatamente o jogador que a equipe precisa.

O Fla é time de posse de bola, que busca o protagonismo nos jogos. Se instala no campo de ataque e trabalha para criar espaços e furar as linhas defensivas dos adversários. Filipe Luís tem força no apoio, por dentro ou abrindo o campo, mas não é o lateral que ataca espaço e chega rápido ao fundo, surpreendendo a marcação. É mais um que progride tocando.

Vale lembrar o segundo gol sobre o Goiás, que pavimentou o caminho para os 6 a 1 no Maracanã: De Arrascaeta achou um belo passe entre as pernas do defensor para Trauco, em um raro momento de intensidade e rapidez chegando ao fundo. Assistência do lateral e gol de Bruno Henrique em lance confuso. O toque genial do uruguaio clareou tudo, mas sem o peruano se projetando talvez a jogada não se concretizasse.

O ideal seria que o lateral da profundidade atuasse pela direita, aproveitando o corredor deixado por Everton Ribeiro, o ponta articulador canhoto que corta para dentro e procura os espaços às costas dos volantes do oponente. Foi o que os treinadores anteriores tentaram com Rodinei, mas o que sobra em força e velocidade falta em leitura de jogo e posicionamento defensivo.

Mas à esquerda seria possível adequar um lateral mais intenso à movimentação de Arrascaeta na mesma dinâmica: um procura o centro do campo e outro faz a ultrapassagem rápida. Com Filipe Luís é possível criar boas combinações pela qualidade técnica, mas sem a chegada forte para servir os companheiros na área. Ou o drible que descoordena a marcação.

Segundo o site Whoscored.com, Filipe entregou duas assistências para gol em 27 partidas na última liga espanhola, três saindo do banco de reservas. Tem média inferior a um drible certo e um “key pass” – passe decisivo que cria a chance de gol e viabiliza a finalização- por jogo. Não é acaso que o clube espanhol tenha ido atrás de Renan Lodi.

Fica a dúvida também quanto à resistência do atleta veterano ao contexto brasileiro: temperatura que aumenta a partir de setembro, desgaste pelas viagens longas em país continental, um jogo de mais bate-volta. Cenário ainda mais complexo no ano que vem, incluindo os jogos do estadual.

O Flamengo investe alto em 2019 e torna o elenco mais equilibrado, mas ainda dá a impressão de que contrata olhando mais a “grife” que as necessidades do time, combinando características. Cabe a Jorge Jesus encontrar a maneira de dar o “click” e encaixar as peças na formação de uma equipe forte e, o mais importante, vencedora.

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Com ou sem Rafinha, Flamengo precisa resgatar força histórica nas laterais http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/05/22/com-ou-sem-rafinha-flamengo-precisa-resgatar-forca-historica-nas-laterais/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/05/22/com-ou-sem-rafinha-flamengo-precisa-resgatar-forca-historica-nas-laterais/#respond Wed, 22 May 2019 09:32:27 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=6573

O presidente Rodolfo Landim afirmou em redes sociais que a torcida terá boas notícias muito em breve quanto ao anúncio oficial da contratação de Rafinha, que se despediu do Bayern de Munique com o heptacampeonato alemão. O lateral está apalavrado com o Flamengo desde o início de 2019 para um contrato de dois anos, mas nos seguintes termos: se voltar ao Brasil será para atuar pelo rubro-negro. A questão é que, apesar dos 33 anos, o brasileiro tem mercado na Europa. Ainda assim, o negócio parece mesmo muito bem encaminhado.

O Fla ainda tenta convencer Filipe Luís a retornar ao Brasil, mas neste caso parece menos viável pelo mercado ainda mais amplo do lateral esquerdo do Atlético de Madrid e a vontade da família de permanecer no Velho Continente. Mesmo com a solidez financeira do clube carioca, a crise do país em todas as instâncias não encoraja muito o retorno às origens.

Seja como for, o Flamengo precisa qualificar o trabalho pelos lados do campo. Pela direita, Pará e Rodinei são alvos da torcida por atuações fracas em jogos decisivos. À esquerda, Renê apresenta regularidade, a ponto de ter sido eleito o melhor da posição na última edição do Brasileiro, mas não é brilhante no apoio. O reserva, Trauco, é o contrário: ataca bem, mas tem dificuldades no trabalho defensivo.

A história mostra que o time costuma ser bem sucedido quando conta com bons laterais. Ou craques, como foram Leandro e Júnior no maior time da história do clube com o auge em 1981. No ano anterior campeão brasileiro com Toninho Baiano, que fez parte do grupo da seleção na Copa do Mundo de 1978, pela direita. Em 1984, quando Leandro virou zagueiro por problemas nos joelhos e Júnior foi ser meio-campista na Itália, o Fla contratou Jorginho ao América e promoveu Adalberto da base, ambos campeões mundiais sub-20 no ano anterior.

Adalberto – pai do atacante Rodrigo Moreno, naturalizado espanhol e atuando pelo Valencia – foi destaque até uma fratura na perna comprometer sua carreira. Sucedido por Leonardo na equipe campeão da Copa União de 1987. No time que venceu o Carioca de 1991 e o Brasileiro no ano seguinte, Charles Guerreiro e Piá não eram talentosos, mas contribuíam com velocidade na parceria com os ponteiros Paulo Nunes e Nélio e precisão nos cruzamentos.

No tricampeonato estadual iniciado em 1999 e na conquista da Copa Mercosul no mesmo ano, destaque para Athirson pela esquerda e mais a contribuição de Fabio Baiano, Maurinho ou Pimentel do lado oposto. Até chegar ao domínio de Leonardo Moura e Juan, titulares absolutos em outro tri carioca (2007/2009), mais a Copa do Brasil 2006 e o Brasileiro de 2009, além da incrível campanha de recuperação com Joel Santana que levou o time da zona de rebaixamento à vaga na Libertadores com o terceiro lugar em 2007. Com o jogo baseado na qualidade dos seus alas.

Agora o Fla se ressente da ausência de jogadores mais técnicos para servir os atacantes e/ou com velocidade para chegar ao fundo. O jogo não flui, especialmente pela direita. Com Everton Ribeiro, um ponta articulador canhoto que costuma trabalhar por dentro, o setor precisa de alguém abrindo o campo e chegando de trás com rapidez e inteligência. Pará não é tão ágil e falta leitura de jogo a Rodinei. Mesmo veterano e sem o vigor de outros tempos, Rafinha já seria um enorme “upgrade”. João Lucas, jovem contratado ao Bangu depois de boas atuações no estadual, pode ser útil pela intensidade. Mapear o mercado sul-americano também ajuda.

Pela esquerda, mesmo sem reforços é possível compor com Bruno Henrique aberto ou buscando as infiltrações em diagonal e Renê apoiando por dentro, como nos melhores momentos da formação que chegou à liderança do Brasileiro do ano passado sob o comando de Maurício Barbieri. A solução criava superioridade no meio e Vinícius Júnior garantia amplitude e possibilidade de jogadas individuais para desarticular a marcação.

Na verdade do campo, porém, a carência nas laterais salta aos olhos. No Flamengo isto causa ainda mais estranheza. É preciso resgatar uma das grandes virtudes dos times mais vencedores da história do clube. Com urgência para não amargar mais uma temporada sem títulos relevantes.

 

 

 

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A inteligência por trás da liderança do Flamengo no Brasileirão http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2018/06/03/a-inteligencia-por-tras-da-lideranca-do-flamengo-no-brasileirao/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2018/06/03/a-inteligencia-por-tras-da-lideranca-do-flamengo-no-brasileirao/#respond Mon, 04 Jun 2018 01:37:10 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=4669

Na coletiva depois da vitória por 1 a 0 sobre o Corinthians no Maracanã, o treinador (ainda) interino Maurício Barbieri dividiu os méritos do triunfo e da manutenção da liderança do Brasileiro com os jogadores pela mudança de atitude, com a torcida pela comunhão com a equipe, com o CEP Fla (Centro de Excelência em Performance) pelo trabalho de recuperação dos atletas para jogos em sequência em um elenco que tem rodado pouco.

Um relato de Barbieri, porém, chamou atenção: “ontem, na véspera do jogo, nós fomos para o campo, mas só marcamos espaços. Os que o Corinthians oferecia, por onde a gente devia jogar. Onde devíamos ter atenção e quais movimentos o adversário fazia. Foi um ensaio sem bola e depois fomos para a sala de vídeo. Fico muito satisfeito e até surpreso com o grau de entendimento deles”.

O Flamengo em vários momentos demonstrou apatia e um certo conformismo nas derrotas. Mas sempre passou a impressão de ser uma equipe que não sabia bem o que fazer em campo para explorar o máximo de seu potencial. Faltava inteligência na montagem do time e, consequentemente, na execução em campo.

Não falta mais. Barbieri conseguiu encontrar o equilíbrio e a melhor combinação das características dos jogadores. Léo Duarte foi um dos destaques do triunfo sobre o atual campeão brasileiro porque é o zagueiro mais rápido do elenco e tem sido preciso na cobertura de Rodinei. O lateral que tem liberdade para descer bem aberto, aproveitando o corredor deixado por Everton Ribeiro que, agora sim, atua como um autêntico ponta armador.

Do lado oposto, a lógica inversa. Vinícius Júnior com sua habilidade fica bem aberto para manter no mínimo um defensor preocupado e espaçando a última linha da retaguarda. Renê então ataca por dentro, muitas vezes criando com Everton Ribeiro, Diego e Paquetá uma superioridade numérica pelo centro dificultando a marcação dos volantes adversários.

Para evitar os espaços às costas dos volantes que costumam ser bem explorados por Jadson e Rodriguinho, Barbieri fixou Jonas à frente da defesa num 4-1-4-1 e negou as brechas aos “falsos noves” corintianos. O sistema defensivo do Fla novamente deixou o campo sem ser vazado. No duelo com o time que tem em sua identidade vencedora nos últimos anos a concentração minimizando erros atrás, os rubro-negros conseguiram se sair melhor. Foram 29 desarmes corretos, quase o dobro em relação ao oponente.

Também pela excelente atuação de Diego. Não fosse um certo destempero exagerando nas reclamações com a arbitragem de Anderson Daronco que podia ter rendido um cartão vermelho além do amarelo que tira o meia do Fla-Flu, o desempenho mereceria até uma nota dez. Liderança, entrega, fibra, disciplina tática. Tudo que demonstrou na maioria das partidas que disputou pelo clube. Mas agora adicionando o essencial para um jogador com a sua função em campo: leitura de jogo e tomada de decisão corretas. Soltando mais rapidamente a bola o rendimento cresceu naturalmente. Foi o melhor em campo. Também o que mais finalizou, comprovando seu futebol mais objetivo.

Mais uma vez, Henrique Dourado destoou. E muito. Acabou deixando o campo no segundo tempo depois de errar um passe simples para Vinicius Júnior em um contragolpe que podia ter sido muito perigoso. Entrou Filipe Vizeu, o autor do gol único. Aproveitando o rebote estranho do goleiro Walter e o vacilo de Mantuan, que deixou o atacante adversário finalizar livre no seu setor. Quem diria…o Fla concentrado aproveitando um erro do Corinthians, o outrora campeão da atenção aos detalhes.

O equilíbrio está também nas estatísticas do campeonato. É o time que mais acerta desarmes e a terceira defesa menos vazada, com apenas seis gols – três contra a Chapecoense, na última derrota quando utilizou mais reservas. Ao mesmo tempo é o quarto em posse de bola e finalizações e o ataque mais positivo, com 16 gols. Defende e ataca.

O Flamengo está no topo da tabela, mas é difícil fazer qualquer projeção. Há muitas incógnitas, como o comportamento de jogadores e do inexperiente treinador em momentos mais complicados na temporada, ainda mais em ano de eleição no clube. Assim como as soluções dentro de um elenco que se mostra curto e não entrega a qualidade que promete, obrigando o treinador a mexer pouco nas peças. E ainda há as dúvidas quanto ao futuro de Vinicius Júnior e também de Paquetá, que já chama atenção de clubes europeus.

Só há uma certeza: se o time está mais intenso e ligado e a torcida está apoiando, toda esta transformação passa pela inteligência. De treinador, comissão e dos jogadores. Um time sem rumo cansa e desiste mais rapidamente. Quando se sabe o que fazer a motivação é natural para executar o planejado. Como Barbieri ensaiou na véspera e os atletas compreenderam. O resto foi consequência no Maracanã.

(Estatisticas: Footstats)

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Vitória do Flamengo com consistência para reconhecer os méritos de Barbieri http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2018/05/31/vitoria-do-flamengo-com-consistencia-para-reconhecer-os-meritos-de-barbieri/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2018/05/31/vitoria-do-flamengo-com-consistencia-para-reconhecer-os-meritos-de-barbieri/#respond Thu, 31 May 2018 21:11:40 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=4659 A vitória por 2 a 0 do Flamengo sobre o Bahia no Maracanã cheio foi construída em um primeiro tempo desorganizado e sem intensidade da equipe de Guto Ferreira. Mais uma atuação fraca como visitante nos 45 minutos iniciais que ao menos encontrou fibra e entrega na segunda etapa.

Mas o triunfo que mantém o time rubro-negro na liderança do Brasileiro tem muito mérito da equipe de Mauricio Barbieri. E é preciso reconhecer a importância do jovem treinador na transformação do time.

Os resultados são consequência da melhora significativa do desempenho coletivo que faz as individualidades aparecerem. Até do lateral Renê, outrora contestado e o melhor em campo com atuação precisa na defesa e duas assistências. Apoiando por dentro e deixando Vinicius Júnior aberto pela esquerda. Do lado oposto, a lógica inversa: Everton Ribeiro corta da direita para dentro e Rodinei ataca no corredor.

A última linha de defesa está cada vez melhor posicionada, o que acaba compensando as constantes mudanças no miolo da zaga. Até os jovens Thuler e Léo Duarte, que participaram da tragédia defensiva dos reservas na derrota por 4 a 0 para o Fluminense no Carioca, jogaram com simplicidade e precisão na vitória sobre o Atlético Mineiro no Independência. Não por acaso os três gols sofridos com o time titular. Também pelo crescimento de Diego Alves na meta.

No meio-campo, a grande transformação. Inicialmente com o recuo de Lucas Paquetá para a mudança do 4-1-4-1 para o 4-2-3-1. O garoto fecha a linha de quatro por dentro, auxilia na saída de bola, organiza e pisa na área. Como no lindo toque por cima do goleiro Anderson no segundo gol.

O primeiro foi de Diego, que parece, enfim, ter compreendido que o jogo flui muito melhor quando não prende a bola facilitando a marcação. Também que o camisa dez é muito mais importante e decisivo aparecendo na área adversária para finalizar.

Ou seja, o que parecia uma missão impossível vai acontecendo. As características dos jogadores agora se combinam em campo. Quem é de velocidade tem espaço para correr, quem é de passe participa da organização e quem finaliza melhor está mais perto da zona de decisão. Só Henrique Dourado vem destoando pela dificuldade de contribuir no trabalho coletivo que só evolui. Cada vez mais consistente.

O time “arame liso” e que abusava dos cruzamentos levantou apenas oito bolas na área e venceu mesmo finalizando menos que o oponente (13 contra 17). Primeiro tempo de 61% de posse, terminando com 58%. O número mais impressionante, porém, é o de desarmes. 15 corretos e nenhum errado. Fruto de um time bem posicionado, mesmo com a reação do Bahia no segundo tempo.

Os experientes Muricy Ramalho, Reinaldo Rueda e Paulo Cesar Carpegiani não conseguiram extrair tanto do elenco do Fla. Nem o jovem Zé Ricardo, respaldado pela conquista da Copa São Paulo. Coube ao treinador sem grife, mas com conteúdo, alcançar o melhor desempenho. Talvez não termine em título, pode ser que sua falta de rodagem cobre o preço mais à frente, principalmente nos jogos grandes eliminatórios em Copa do Brasil e Libertadores.

Mas hoje é obrigatório reconhecer o trabalho de Mauricio Barbieri. A liderança do Flamengo passa fundamentalmente por sua mão na equipe.

(Estatísticas: Footstats)

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Laterais são a incógnita no Flamengo para o primeiro grande teste do ano http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2018/02/24/laterais-sao-a-incognita-no-flamengo-para-o-primeiro-grande-teste-do-ano/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2018/02/24/laterais-sao-a-incognita-no-flamengo-para-o-primeiro-grande-teste-do-ano/#respond Sat, 24 Feb 2018 04:39:37 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=4173 Para a estreia na Libertadores contra o River Plate, Paulo César Carpegiani deve manter o 4-1-4-1 utilizado desde o retorno dos titulares ao Flamengo em 2018. Também a base que vem jogando. As dúvidas ficam nas laterais, com jogadores que ainda não se firmaram, nem contam com a confiança do treinador e da torcida. E ainda tem um Fla-Flu com reservas no meio do caminho. Quem deve jogar? Confira o comentário completo no vídeo abaixo:

 

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