roger – Blog do André Rocha http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br O blog se propõe a trazer análises e informações sobre futebol brasileiro e internacional, com enfoque na essência do jogo, mas também abrindo o leque para todas as abordagens possíveis sobre o esporte. Mon, 13 Jul 2020 13:46:43 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Ceará vence Corinthians e Fla porque trabalho de Lisca não é só folclore http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2018/09/05/ceara-vence-corinthians-e-fla-porque-trabalho-de-lisca-nao-e-so-folclore/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2018/09/05/ceara-vence-corinthians-e-fla-porque-trabalho-de-lisca-nao-e-so-folclore/#respond Thu, 06 Sep 2018 01:28:54 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=5173 No Maracanã, abnegação sem bola das duas linhas de quatro, rapidez nas transições ofensivas e vitória sobre o Flamengo no chute de longe de Leandro Carvalho que quicou no péssimo gramado e surpreendeu Diego Alves.

Dentro do Castelão diante de um Corinthians fragilizado com desfalques em um elenco já muito mexido, postura ofensiva, marcação no campo de ataque, mobilidade do trio Calyson, Juninho Quixadá e Leandro Carvalho atrás de Arthur Cabral. Centroavante que ora faz o pivô, ora abre espaços para as infiltrações dos companheiros ou se posiciona para a finalização como um típico camisa nove. Mais a aproximação de Richardson e o apoio alternado dos laterais Samuel Xavier e Felipe Jonatan.

Gol de falta do goleiro Éverson para descomplicar a partida no primeiro tempo e compensar um velho problema da equipe: desperdiça chances cristalinas. Algo ainda mais complexo para uma equipe de menor investimento que em algumas partidas tem uma ou duas e precisa aproveitá-las. Na segunda etapa, Leandro Carvalho passou como quis por Mantuan, substituto de Fagner na lateral direita, e serviu Calyson, que desviou e a bola bateu em Danilo Avelar antes de entrar.

O gol de Roger na única jogada bem coordenada com assistência de Jadson e a pressão final do Corinthians com Mateus Vital e Araos dando mais dinâmica ao meio-campo e Matheus Matias se juntando a Roger no ataque fizeram o time da casa recuar, Lisca trocar Arthur pelo zagueiro Eduardo Brock e administrar a vantagem com algum sofrimento.

Mas não dá para dizer que o jogo foi igual. Ainda que a equipe de Osmar Loss tenha encerrado o jogo com 63% de posse. Foram 16 finalizações do Ceará, metade no alvo, contra 11 dos visitantes, quatro na direção da meta de Éverson. Estrategicamente, o jogo foi de Lisca. E custou a vaga de treinador de Loss, que volta a ser auxiliar técnico na comissão permanente.

Lisca entrega mais uma vez trabalho que é bem mais que o folclore que acompanha o treinador carismático. O “hospício” fica só na torcida. Em campo há uma equipe que ganha consistência, confiança com as vitórias sobre os times mais populares do país e fica bem mais próxima de fugir do Z-4.

Com 23 pontos, a distância para o Botafogo, que é o 14º colocado e também tem 23 jogos, é de apenas três pontos. Convém olhar com atenção e respeito o que Lisca consegue novamente no “Vozão”.

(Estatísticas: Footstats)

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O “fator Renato Gaúcho” http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2017/12/02/o-fator-renato-gaucho/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2017/12/02/o-fator-renato-gaucho/#respond Sat, 02 Dec 2017 11:22:45 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=3786

Independentemente do que acontecer no Mundial Interclubes, o único brasileiro campeão da Libertadores como jogador e treinador merece a tão sonhada estátua do clube que o tem como maior ídolo da história. Inclusive ele nem precisava pedir tanto. É algo que não se exige. Conquista. E ele já fez jus.

Mesmo antes do tricampeonato continental. Pelas digitais, pelo sangue e suor na primeira conquista da América, na única do Mundial e nos bons trabalhos em 2010 e 2013 como treinador. Ainda que o jeitão carioca cultivado ao longo dos anos fuja do estereótipo do clube e da cidade.

Renato Portaluppi merece todas as homenagens do Grêmio e do futebol brasileiro. Mais que isso, deveria a partir de agora dar nome ao fator da imprevisibilidade no esporte. Exatamente o que o torna mais apaixonante.

Porque era difícil, quase impossível, imaginar o sucesso nesse retorno ao tricolor gaúcho. Dois anos sem comandar uma equipe, vindo de um trabalho muito ruim no Fluminense em 2014. Desconectado do futebol atual. Contrato de apenas três meses por conta das incertezas do futuro após a eleição. A impressão era de que o próprio clube não botava muita fé na escolha.

Principalmente porque pela personalidade do novo comandante, a tendência seria desmontar o bom trabalho de consolidação de uma maneira de jogar construído por Roger Machado. Herdeiro de uma passagem frustrante de Luiz Felipe Scolari. Ou seja, trazer Renato soava como uma nova volta ao passado. Um retrocesso.

Mas Renato não incorreu no equívoco de Felipão, que colocou demais a mão no esforço do Grêmio, desde Enderson Moreira em 2014, de criar uma identidade de jogo. Inteligente, manteve os alicerces e mirou no acabamento da obra dentro do campo: time mais contundente e rápido no ataque, concentrado defensivamente e atento nas jogadas aéreas com bola parada. Os problemas minaram a gestão do antecessor.

O vestiário não era problema. Sempre foi mestre em chamar os jogadores para perto, motivá-los com carinho ou provocação. Conhece o cheiro, tem sensibilidade. Foi sempre seu maior trunfo como treinador. Preenchida outra lacuna de Roger, que reconheceu internamente que havia perdido o grupo. Sempre um erro letal.

Conquista da Copa do Brasil com autoridade. Primeiro título nacional depois de 15 anos. Manutenção para o ano seguinte, com moral para, agora sim, fazer do seu jeito.

No estadual, a busca de um time mais com a sua cara: menos posse de bola, ainda mais vertical. Buscando diretamente uma referência no ataque para ganhar a segunda bola e definir mais rapidamente as ações de ataque. As primeiras tentativas não foram muito felizes e ele foi convencido a retornar ao plano original.

Talvez por isso a resistência e os atritos com o departamento de análise de desempenho que ficaram escancaradas após o “caso drone” e, em seguida, a saída de Eduardo Cecconi, responsável pelo setor e alçado à condição de chefe por Roger. O treinador que trouxe a análise para o processo decisório da comissão técnica. Com o departamento forte a assinatura do estilo de jogo não podia, nem pode ser só do Portaluppi.

Não, Roger não é campeão da Copa do Brasil, muito menos da Libertadores. Os méritos são de Renato, porque o futebol não se resume ao modelo de jogo. Renato acertou um carro com boa estrutura, mas precisando de ajustes para ganhar estabilidade e força. Mas é dever reconhecer que sem a ideia assimilada pela base do elenco de jogo apoiado, triangulações e Luan circulando entre a defesa e o meio-campo adversário a missão seria bem mais complicada.

No país do Fla-Flu, da intolerância e do pensamento binário, que despreza os vários tons de cinza entre o preto e o branco, não existem as nuances, as interseções. Ou Renato é Deus, ou você é apenas uma “viúva do Roger”. Não é, nem pode ser assim.

Agora surgem os “profetas do acontecido”, os que sempre acreditaram. É claro que eles existiam em setembro de 2016, mas movidos por uma fé no messias. No maior ídolo. Ou por ser fã do personagem Renato Gaúcho, o fanfarrão, homem das mais de mil mulheres, das tiradas geniais, das bravatas. Que para a imprensa troca o estudo pela praia, mas manda espionar os adversários.

A razão não sugeria uma empreitada tão feliz. O contexto ajudou a virar do avesso e reescrever a história.

Por isso fica a lição. Dentro de qualquer análise sempre terá que ser incluído o “fator Renato Gaúcho” de imprevisibilidade. Do “errado”, em tese, que na prática pode dar muito certo. Algo que existe em qualquer setor. É da vida. Mas só o futebol é capaz de proporcionar com tamanha intensidade. Ainda bem.

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Carvajal e Roger: porque o futebol é gigante, mas há coisas maiores na vida http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2017/10/01/carvajal-e-roger-porque-o-futebol-e-gigante-mas-ha-coisas-maiores-na-vida/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2017/10/01/carvajal-e-roger-porque-o-futebol-e-gigante-mas-ha-coisas-maiores-na-vida/#respond Sun, 01 Oct 2017 11:06:14 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=3417 Roger é o artilheiro do Botafogo no Brasileiro com 10 gols. Referência do ataque, liderança positiva, exemplo de superação. Carvajal é a válvula de escape pela direita do Real Madrid bicampeão europeu e da seleção espanhola tentando recuperar protagonismo no cenário mundial. Jogadores fundamentais, cada um em seu contexto. Talvez vivendo o ápice de suas carreiras.

O brasileiro foi diagnosticado com tumor renal, o espanhol com um vírus que afetou seu sistema cardíaco. Saem de cena para se cuidar e é bem provável que só voltem aos campos em 2018. Ausências que certamente serão sentidas por suas equipes. Talvez o Botafogo sofra para se manter no G-6 e o Real Madrid perca mais pontos e veja o Barcelona se distanciar na liderança do Espanhol para não mais perdê-la.

Ou quem sabe todos se agigantem, lutem e corram pelos companheiros afastados por força maior das batalhas nos campos e as metas coletivas sejam alcançadas, até superadas.

E daí? Os dois, em continentes distantes, são humanos, essencialmente. Sentem medo, frustração por deixar de fazer, ainda que temporariamente, o que mais amam. A insegurança natural da dúvida: será que volto? Como retornarei aos gramados? E se perder o status que tenho hoje e construí com sacrifício?

Por isso precisam de força, das melhores energias. Ainda que Roger vença o jogo todo dia com sua filha Giulia, 11 anos e deficiente visual. Dupla que emocionou o país pelo amor e por ver o lado bom das coisas. Atacante que pensou em abandonar a carreira e o fundo do poço fez nascer um profissional e um homem melhores. Na nossa inesgotável capacidade de nos reinventar.

Já a vitória de Carvajal é outra: no Real que sempre foi clube comprador e só agora, com Zidane, olha um pouco mais para suas divisões de base, o lateral amassou barro, penou com poucas oportunidades e acabou negociado com o Bayer Leverkusen em 2012 para um ano depois ser recontratado por quem o revelou, não aproveitou e se arrependeu. Certamente aprendeu com as idas e vindas.

Porque o futebol é gigante, mas há coisas maiores na vida. Ainda que sejamos tão pequenos tantas vezes. Nos sensibilizamos com a tragédia da Chapecoense que vai completar um ano, mas hoje o time está aí na roda viva do Brasileiro, ainda com risco de rebaixamento, e não dimensionamos mais a perda esportiva como antes. No aspecto humano, a guerra de familiares com a direção exigindo tratamento mais justo. Seguimos aos trancos e barrancos.

Todos os times brasileiros demonstraram nas redes sociais solidariedade a Roger. Mas por que tem que ser sempre na hora da dor, do sofrimento? Por que não somos mais sensíveis e menos pragmáticos e competitivos no cotidiano, ainda que o objetivo do jogo seja fundamentalmente vencer o adversário?

Vencer, não odiar. Só nesta hora o Flamengo estende a mão ao rival Botafogo depois de tantas provocações e mortes de torcedores? Só assim para muitos na Espanha deixarem o ressentimento histórico do Real Madrid e direcionarem um olhar piedoso para um de seus atletas? Só Só aprendemos apanhando e derramando lágrimas?

Só na dor extrema respeitamos minuto de silêncio, não brigamos em estádios, deixamos de lado os preconceitos, os tabus, as rivalidades que passam do ponto, ficamos menos intolerantes e violentos física e verbalmente?

Ou ainda, só nos sensibilizamos pelo atleta famoso, que está na mídia? E os jogadores subempregados ou desempregados no país e no planeta bola? Ou os anônimos sofrendo em hospitais públicos sucateados, talvez com as mesmas enfermidades desses dois atletas? Não merecem o mesmo olhar nosso? Não fazem jus a um texto como este?

Que Roger e Carvajal encontrem paz e força para superarem a adversidade. Que o futebol sirva para aumentar a corrente positiva por eles, seus familiares e amigos que estarão juntos na batalha. Que seus corpos, instrumentos de trabalho, voltem ativos e perfeitos. Que as mentes e os espíritos fiquem mais fortes.

Mas, principalmente, que todos reflitamos sobre a capacidade de dar o tamanho devido às coisas e pessoas sem precisar do sofrimento como choque de realidade. No fim das contas é o que mais precisamos. Para ontem.

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Botafogo x Flamengo: caminhos opostos que se cruzam na semifinal nacional http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2017/07/27/botafogo-x-flamengo-caminhos-opostos-que-se-cruzam-na-semifinal-nacional/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2017/07/27/botafogo-x-flamengo-caminhos-opostos-que-se-cruzam-na-semifinal-nacional/#respond Thu, 27 Jul 2017 05:50:39 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=3006 Um time que, ao menos em tese, pode tudo no futebol brasileiro. Mas que parece não fazer muita questão, ou não saber muito bem como chegar ao topo. Outro que constrói suas vitórias e só tem chance de ir longe exatamente por querer muito.

O Flamengo do elenco milionário, ainda que não possa escalar as contratações mais recentes na Copa do Brasil. O Botafogo dos recursos limitados, perdendo peças e se virando com o que tem. Os rubro-negros que venceram o Carioca e estão fora da Libertadores. Alvinegros que pelejaram no torneio continental desde as fases preliminares e, por isso, foram obrigados a priorizá-lo, deixando o estadual um pouco de lado.

A equipe de Jair Ventura achou no gol de Joel Carli logo aos quatro minutos de jogo no Nilton Santos a solução para não ser obrigado a propor o jogo e fugir da maneira de atuar com a qual se sente mais confortável. Início com intensidade, marcação no campo de ataque e apoio da torcida para sair na frente o mais rápido possível.

Deu certo. Ainda mais contra um Atlético Mineiro exposto, que adiantou as linhas, teve 62% de posse e efetuou 34 cruzamentos. Mas de 11 finalizações apenas duas foram na direção da meta de Jefferson. Já o Botafogo teve 22 desarmes corretos contra apenas oito do oponente e acertou quatro finalizações no alvo, num total de dez.

Assim construiu os 3 a 0 com gols de Roger e Gilson, um em cada tempo, já perto do final para não dar chances de reação ao adversário. Até quando vai às redes o time parece fazer na hora certa, sabendo o que quer.

O Flamengo também deu essa impressão, ao abrir o placar cedo na Vila Belmiro com o gol de Berrío completando belo passe de Diego – mais um que ele encaixa com precisão em contragolpe, com espaço. Mas, ao contrário de Jair Ventura, Zè Ricardo não consegue compensar coletivamente as limitações de seus comandados.

Ou dos que escolhe, como a inexplicável opção pelo retorno de Alex Muralha no gol, deixando Thiago no banco. Como se os 2 a 0 da Arena da Ilha não fossem reversíveis. Ou a Copa do Brasil, já nas quartas de final, fosse um torneio menos importante para um time que está 12 pontos atrás do líder Corinthians no Brasileiro.

Mesmo fazendo o segundo gol com Guerreiro no início da segunda etapa, após sofrer o empate com Bruno Henrique e ter corrido o risco de levar a virada no pênalti assinalado por Leandro Vuaden e depois invalidado com a ajuda do quarto árbitro, que observou que Rever tocou na bola na disputa com Bruno Henrique, o Flamengo conseguiu se complicar.

Porque a reunião de elos fracos sempre pode comprometer, ou ao menos complicar. Rafael Vaz vacilou e cedeu escanteio bobo, empate com Copete. Márcio Araújo perdeu duas disputas na proteção da retaguarda, a bola sobrou para Victor Ferraz marcar 3 a 2 e fazer a remontada parecer possível no modo “briga de rua” do time de Levir Culpi. Jogo aberto com 29 finalizações – 16 do Santos e 13 do Fla.

A noite na Vila Belmiro só não foi histórica para o alvinegro praiano pelo cansaço de quem sempre teve que subir a ladeira na partida e porque o gol de Copete, em nova hesitação de Muralha, saiu no último minuto dos quatro de acréscimo. No 39º cruzamento na área do time carioca, que perdeu força nos contragolpes com a entrada de mais um elo fraco: Gabriel. Com Mancuello e Vinicius Júnior no banco. A vaga veio mesmo no gol “qualificado”. Ou por não ter sido vazado no Rio de Janeiro. Com Thiago na meta.

Mesmo classificado, o Flamengo novamente deixou o campo num jogo eliminatório exalando fragilidade, sem transmitir a mínima confiança. O que os argentinos chamam de “pecho frio”. Exatamente o contrário do “cascudo” Botafogo. De Jefferson que voltou com autoridade à meta, de Matheus Fernandes, 19 anos com a serenidade de um veterano no meio-campo. Do Roger da bela história de vida com Giulia, sua filha deficiente visual. Do incansável Pimpão.

De uma força mental que parece inabalável no mata-mata. Na semifinal da Copa do Brasil e com classificação encaminhada para as quartas da Libertadores. Subindo e descendo no Brasileiro, mas com campanha digna, na disputa do G-6. Sem recursos generosos, sem holofotes. Mas com aquilo que é difícil definir e, na falta de um nome, chamam de alma.

O que o Flamengo vai precisar tirar de onde até agora não se viu para chegar à sua sétima final de Copa do Brasil. Porque, até pela rivalidade fortalecida recentemente nos bastidores, o Botafogo vai deixar tudo em campo nas duas partidas. E não é pouco.

Os caminhos opostos vão se cruzar no clássico carioca que vale vaga numa decisão nacional. No papel há um favorito. No espírito, outro. Como balanços e relatórios de finanças não entram em campo, o Bota hoje parece mais forte.

(Estatísticas: Footstats)

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Empate é o retrato do Atlético Mineiro na temporada. Na hora de decolar… http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2017/07/09/empate-e-o-retrato-do-atletico-mineiro-na-temporada-na-hora-de-decolar/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2017/07/09/empate-e-o-retrato-do-atletico-mineiro-na-temporada-na-hora-de-decolar/#respond Mon, 10 Jul 2017 01:08:04 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=2941 Roger Machado seguiu o planejamento traçado para o jogo contra o Botafogo no Nílton Santos: deixou Cazares e Fred, desgastados pela viagem a Cochabamba, no banco de reservas. Também Alex Silva, titular na Libertadores, mas permitindo o retorno do titular Marcos Rocha.

No entanto, com a rodada favorável que poderia dar oportunidade de subir da oitava para a quinta posição, com a mesma pontuação do Palmeiras, e a proposta do Botafogo de, mesmo em casa e com a maioria dos titulares, manter a ideia de jogar reagindo à iniciativa do adversário, tomou conta da partida.

Com Elias ao lado de Rafael Carioca à frente da defesa, Yago e Marlone nas pontas e Robinho solto como atacante circulando pelos flancos e se aproximando de Rafael Moura, o Atlético Mineiro teve a chance de definir o jogo no primeiro tempo com o gol de Marlone em chute que desviou em Emerson Silva e no pênalti desperdiçado por Rafael Moura.

Ou defendido por Jefferson, ídolo alvinegro vindo de inatividade de 14 meses substituindo Gatito Fernández. Melhor em campo e protagonista de um Botafogo sem ideias quando ficou em desvantagem no placar. Ficou com a posse de bola, teve Camilo no início do segundo tempo e depois Guilherme na vaga do extenuado Pimpão e Marcos Vinicius no lugar de Lindoso, mantendo a estrutura tática, porém com jogadores mais ofensivos que se aproximavam de Roger.

Mas criou muito pouco. Se limitou ao abafa com lançamentos e cruzamentos a esmo, rebatidos pela defesa atleticana, que ganhou consistência com Adilson no lugar de Yago – Elias voltou para o lado direito – e desafogo com a dupla Cazares e Fred saindo do banco para qualificar os contragolpes. Só que desta vez o equatoriano entrou descansado fechando o setor esquerdo e mantendo Robinho livre na frente.

Exatamente os dois que desperdiçaram contragolpes no final e consagraram o nome de Jefferson. Também deram a sensação de que o Galo havia dado chances demais ao time da casa, que não costuma desistir. No pênalti sobre Marcos Vinicius, Victor ainda fez a defesa na cobrança de Roger, mas nada pôde fazer no rebote que sua retaguarda não conseguiu afastar. Outro vacilo. Nos acréscimos.

Foi a terceira finalização no alvo do Bota em dez tentativas. O Galo chutou seis que fizeram Jefferson brilhar, num total de nove. Claro que houve muitos méritos do arqueiro veterano, ainda mais retornando depois de tanto tempo. Mas é impressionante como o Galo de Roger perde oportunidades de se afirmar na temporada.

Mesmo com título estadual, melhor campanha na fase de grupos da Libertadores e com vantagem para a volta das quartas da Copa do Brasil contra o próprio Botafogo (se repetir o 1 a 1 estará classificado), não desperta confiança no desempenho. É capaz de oscilar dentro das partidas. A combinação técnico promissor + elenco qualificado ainda não conseguiu dar a liga que prometia.

O Atlético podia entrar no G-6 – o Santos venceu o São Paulo na Vila Belmiro e subiu para quarto. Ficou em oitavo com o gosto amargo de dois pontos perdidos pelas circunstâncias da disputa em Engenho de Dentro. Um retrato da equipe em 2017.

(Estatísticas: Footstats)

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Botafogo: a eficiência volta ao G-6 do Brasileiro. Emblemático http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2017/06/21/botafogo-a-eficiencia-volta-ao-g-6-do-brasileiro-emblematico/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2017/06/21/botafogo-a-eficiencia-volta-ao-g-6-do-brasileiro-emblematico/#respond Thu, 22 Jun 2017 01:59:18 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=2850 O Botafogo saiu do “favoritismo” ao rebaixamento para a vaga na Libertadores em 2016 com as alterações no torneio sul-americano. Um marco de mudança de patamar com Jair Ventura.

Em 2017, por necessidade, teve que praticamente descartar o estadual para se dedicar às fases preliminares da Libertadores contra Colo Colo e Olimpia e depois a uma disputa duríssima no Grupo 1 com o campeão Atlético Nacional, mais Barcelona de Guayaquil e Estudiantes. Sem refresco.

Em junho ainda não comemorou títulos, mas segue vivo na competição continental, na Copa do Brasil e agora volta ao G-6 da Série A, onde tudo começou.

Com 3 a 1 sobre o Vasco no Nilton Santos. Construído no primeiro tempo com 44% de posse de bola, três finalizações contra dez do adversário. Duas no alvo. As de Roger e Victor Luis que venceram Martín Silva. No primeiro, passe precioso de canhota do destro Bruno Silva. De novo o volante-meia pela direita, chave tática do modelo de jogo que vai se afirmando sem maiores variações.

Explorando com o lateral Arnaldo o setor esquerdo vascaíno que ficou mais frágil sem a bola com a entrada de Nenê. Mas com o camisa dez também criou problemas para a retaguarda alvinegra, que cedeu apenas uma chance clara a Luis Fabiano.

Botafogo forte pela direita com Bruno Silva ocupando o setor e contando com auxílio do lateral Arnaldo para cima de Henrique que não teve o devido suporte de Nenê. Time de Jair Ventura novamente foi eficiente (Tactical Pad).

No segundo tempo, Milton Mendes trocou Pikachu pelo jovem Paulo Vítor e inverteu o lado de Nenê para melhorar a dinâmica da equipe com e sem a bola. O Botafogo respondeu invertendo o lado forte. Aproximou Victor Luis, Pimpão e João Paulo e seguiu explorando o setor vascaíno em que Nenê colabora menos na recomposição.

Mas foi novamente pela direita que o Botafogo criou uma jogada de gol: passe por cima de João Paulo, Bruno Silva infiltrou, a zaga rebateu e Roger marcou o seu segundo batendo de primeira. Na sequência, bastou administrar controlando os espaços sem a bola, com um ou outro susto e o gol de Caio Monteiro, que entrou na vaga de Mateus Vital.

Sem sofrimento, porém. Mesmo terminando com 40% de posse, seis finalizações contra 16. Três no alvo, mantendo o aproveitamento da primeira etapa. Nada menos que 26 desarmes certos do alvinegro e 11 do Vasco. Uma típica vitória da equipe de Jair Ventura.

Depois de quatro anos sem enfrentar o Vasco pelo sobe e desce dos clubes, mais do cruzmaltino, o Botafogo vai mostrando que trabalhou certo para transformar suas aspirações. Com gestão no clube, no futebol e em seu estádio. Lembrando as glórias do passado, como na homenagem aos campeões cariocas de 1989, encerrando um jejum de 21 anos sem conquistas.

No presente, um time eficiente que de novo está na zona de classificação para a Libertadores. Mais emblemático impossível.

(Estatísticas: Footstats)

 

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Pelas circunstâncias, Botafogo ganha um ponto contra Flamengo “arame liso” http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2017/06/04/pelas-circunstancias-botafogo-ganha-um-ponto-contra-flamengo-arame-liso/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2017/06/04/pelas-circunstancias-botafogo-ganha-um-ponto-contra-flamengo-arame-liso/#respond Sun, 04 Jun 2017 17:14:33 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=2776 A intensidade do Botafogo no primeiro tempo em Volta Redonda parecia uma clara tentativa de buscar o gol no início, aproveitando um Flamengo improvisado e com mais qualidade no banco que em campo, para depois administrar a vantagem dosando as energias e compensando o desgaste de viagem e jogo eliminatório no meio de semana pela Copa do Brasil.

Mesmo sem Camilo, Jair Ventura manteve a estrutura tática e a ideia de jogo com João Paulo mais adiantado e Matheus Fernandes no meio-campo. A equipe dobrava e pressionava a marcação pelos flancos e saía em velocidade.

O Flamengo sofria com Willian Arão totalmente perdido atuando aberto pela direita e Cuéllar responsável pela saída de bola com os zagueiros – Juan na vaga de Rafael Vaz – errando passes. Só melhorou um pouco a fluência quando Ederson, o meia central do 4-2-3-1, procurou o lado direito e deu opções de passe.

Muito pouco em um primeiro tempo muito fraco e contaminado pela rivalidade nada saudável fora de campo entre os clubes. O time alvinegro foi recuando as linhas, até por conta das lesões de Victor Luís e Aírton em lances com Arão, mas sem maldade do rubro-negro na do volante, bem mais séria. Entraram Gilson e Dudu Cearense, atrapalhando os planos do treinador.

Estava claro que o segundo tempo seria complicado para o Bota. E foi. O time foi definhando fisicamente com o calor e um Flamengo que ganhou qualidade e intensidade com Diego e Vinicius Jr. nas vagas de Cuéllar e Ederson. Arão, o pior do primeiro tempo, melhorou um pouco voltando à sua função no meio.

No entanto, os comandados de Zé Ricardo esbarraram em um velho problema: a dificuldade em transformar oportunidades em gols. Guerrero duas vezes e Everton perderam chances cristalinas. Vinicius Júnior acertou o travessão em bela conclusão. Foram 17 finalizações rubro-negras, mas apenas três no alvo.

O Bota concluiu quatro, uma na direção da meta de Muralha. E podia ter saído com a vitória se Roger não perdesse gol feito. No final, o time “cascudo” fez tudo para ganhar tempo e conter a pressão do rival que foi para o abafa no final com Leandro Damião na vaga de Arão. Pelas circunstâncias, ponto ganho no Raulino de Oliveira.

O Flamengo tem lastro de evolução com Diego recuperando ritmo de competição e Vinicius Júnior ainda mais confiante – teve sua melhor atuação entre os profissionais. Ainda tem Conca para estrear e as peças que podem chegar. Mas é urgente ser mais eficiente e contundente no ataque.

Porque time “arame liso”, que cerca mas não fura, não pontua. Uma invencibilidade de três empates em quatro partidas é prejuízo.

(Estatísticas: Footstats)

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Na estreia de Luxemburgo, a clara divisão entre jogo tático e o aleatório http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2017/06/01/na-estreia-de-luxemburgo-a-clara-divisao-entre-jogo-tatico-e-o-aleatorio/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2017/06/01/na-estreia-de-luxemburgo-a-clara-divisao-entre-jogo-tatico-e-o-aleatorio/#respond Thu, 01 Jun 2017 03:30:12 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=2763 Vanderlei Luxemburgo comandou um treino no Sport para o jogo de volta, em casa, pela Copa do Brasil. Na prática, a única contribuição seria na motivação natural pela mudança no comando técnico. Não há como alterar o modelo de jogo em dois dias.

Por isso a nítida superioridade do Botafogo enquanto o jogo se desenvolveu mais no aspecto tático e estratégico que no psicológico. Mesmo com o sentido desfalque do suspenso Bruno Silva no meio-campo, Jair Ventura manteve a estrutura tática com João Paulo no lado direito e Aírton e Lindoso no centro da segunda linha.

Velocidade nos contragolpes. Até com Roger mais rápido que a lenta dupla Matheus Ferraz e Durval. Assim marcou o golaço no toque por cobertura. Também acelerou e passou para Pimpão marcar o gol absurdamente mal anulado, que podia ter definido a partida e o confronto. Nitidamente atrás da linha da bola.

O Sport adiantava as linhas num 4-2-3-1 que sofreu com um problema que vem desde os tempos de Eduardo Baptista: os ponteiros, no caso Everton Felipe e Rogério, recuam muito para fechar os flancos e deixam Diego Souza e André na frente, que não conseguem fazer a transição ofensiva ganhar velocidade. O time rubro-negro não tem fluência.

Piorou com a tola expulsão de Rogerio, repetindo a final da Copa do Nordeste. Luxemburgo, que tirou Everton Felipe e colocou Lenis ainda no primeiro tempo, preparava Marquinhos para a vaga do ponteiro e precisou esperar e mudar a substituição, tirando Fabricio, improvisado na lateral direita.

E aí veio o erro do Botafogo. Com vantagem no placar e um homem a mais, desconcentrou. Perdeu intensidade e vontade de contra-atacar. O Sport tentava pela obrigação, mas sem nenhuma coordenação. Até achar o gol com Durval na jogada aérea.

O jogo resolvido virou drama por entrar na aleatoriedade. O time visitante recuou demais, trocou Roger por Guilherme, que pecou pelo individualismo em dois contragolpes. O Sport, no grito da torcida, despejou bolas na área – foram 34 cruzamentos no total. Fez o goleiro Gatito Fernández trabalhar.

O Botafogo viveu no fio da navalha e só respirou nos acréscimos, com o nítido cansaço no gramado encharcado da equipe de Luxemburgo, que já notou que vai precisar subir a ladeira para tornar o Sport competitivo. Na disputa tática, o Botafogo sobrou. Mas deixou o jogo ser arrastado para a “loucura” e quase volta para casa sem a vaga nas quartas da Copa do Brasil.

Impressionante como acontece em todo mundo essa virada de chave na reta final das partidas. No Manchester United era chamado de “Fergie Time”. Quando a organização vai para o espaço e tudo fica na base da emoção. E aí não basta ser bem treinado.

Jogo dividido. Um a um. Obra do futebol tão plural e imprevisível.

(Estatísticas: Footstats)

 

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