romero – Blog do André Rocha http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br O blog se propõe a trazer análises e informações sobre futebol brasileiro e internacional, com enfoque na essência do jogo, mas também abrindo o leque para todas as abordagens possíveis sobre o esporte. Mon, 13 Jul 2020 13:46:43 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Carille depende de Romero para buscar a profundidade perdida no Corinthians http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/02/12/carille-depende-de-romero-para-buscar-a-profundidade-perdida-no-corinthians/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/02/12/carille-depende-de-romero-para-buscar-a-profundidade-perdida-no-corinthians/#respond Tue, 12 Feb 2019 08:38:53 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=5897

A campanha do Corinthians neste início de 2019 decepciona, mesmo considerando as mudanças no elenco e o curto período de pré-temporada. Duas vitórias, um empate e três derrotas no Paulistão. Números que não diriam muita coisa se houvesse a percepção de que o desempenho está em evolução.

Não é o caso. Fabio Carille voltou ao clube com a missão de resgatar a identidade que tem como marca a solidez defensiva, mas também fazer a equipe trabalhar a bola com mais qualidade até a infiltração. A volta de Vágner Love jogando um pouco atrás do centroavante, Gustavo ou Boselli, não melhorou o poder de fogo da equipe.

Porque falta profundidade às ações ofensivas do Corinthians. A busca do espaço às costas da defesa adversária para finalizar ou chegar ao fundo e servir o companheiro. O objetivo final da posse de bola e da movimentação. Ou do contragolpe letal. Algo que faltou inclusive no triunfo sobre o rival Palmeiras, depois do gol de Danilo Avelar. Ajuda a explicar o sufoco que exigiu muita concentração defensiva.

O Corinthians campeão paulista e brasileiro de 2017 contava com duas peças fundamentais no ataque com essa característica: Jô e Ángel Romero. O centroavante era forte no jogo aéreo, mas não lento. Chegava muitas vezes na frente dos zagueiros em bolas longas ou no passe de um meia por dentro.

Já o ponteiro paraguaio não é exatamente um velocista, mas tem o timing para buscar as diagonais no limite da linha de defesa para não entrar impedido. O primeiro gol sobre o São Paulo na vitória por 3 a 2 na campanha do título nacional é um exemplo clássico desta virtude do atacante.

Momento em que Romero parte da esquerda para infiltrar em diagonal e marcar o primeiro gol do Corinthians sobre o São Paulo em 2017 (Reprodução Premiere).

Clayson também foi peça importante na reta final do campeonato, partindo da ponta e acelerando às costas da retaguarda adversária. Nenhum primor de técnica, mas neste caso vale mais a agilidade e o instinto de atacar a brecha deixada, além do “sprint” para chegar antes. Apesar da mesma dificuldade para penetrar em sistemas defensivos bem postados, as opções eram mais eficientes que as atuais.

Dois anos depois, Clayson ainda faz parte do elenco. Carille, porém, tenta armar o time de outras formas. Já rodou os contratados André Luís e Gustavo Silva, deu minutos aos jovens Pedrinho e Mateus Vital. Apelou até para um losango no meio-campo, com Jadson atrás de Love e Gustavo no empate em 2 a 2 com o Ferroviário na estreia pela Copa do Brasil.

No empate com o Ferroviário pela Copa do Brasil, ataque corintiano afunila a jogada com Ramiro, Sornoza e Jadson apoiando Vagner Love e Gustavo, isolado e impedido no lance (Reprodução TV Globo).

Sem sucesso. Júnior Urso, a contratação mais recente, pode entregar infiltração por dentro de quem chega de trás, o que Ramiro e Sornoza não vêm fazendo. Mas não resolve o problema. Não por acaso, a direção de futebol retoma as negociações com Romero para a renovação de contrato. No atual cenário, o artilheiro da Arena Corinthians com 27 gols (38 no total pelo clube) virou peça fundamental para ajudar “Gustagol” no ataque.

A esperança de momento para resgatar algo que ficou pelo caminho. Carille busca a profundidade perdida para fazer o Corinthians se recuperar na temporada.

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Romero é a marca da “identidade Corinthians” em mais uma reconstrução http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2018/07/29/romero-e-a-marca-da-identidade-corinthians-em-mais-uma-reconstrucao/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2018/07/29/romero-e-a-marca-da-identidade-corinthians-em-mais-uma-reconstrucao/#respond Sun, 29 Jul 2018 16:12:31 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=4990 Fabio Carille teve oportunidades como interino antes de ser efetivado como treinador do Corinthians em 2017. Quando saiu com status de vencedor, o sucessor Osmar Loss não desfrutou de tempo para “estágio”. Mesmo em um time campeão brasileiro e bi do Paulista não é uma transição simples.

Para piorar, a continuação de mais um desmanche por conta dos problemas financeiros do clube. Antes Pablo, Jô e Guilherme Arana, depois Balbuena, Sidcley, Maycon. Por último, Rodriguinho. Protagonista e melhor finalizador. Como único contraponto, a permanência de Jadson.

A solução foi manter a identidade de organização e concentração defensiva, mesmo com muitos erros individuais e natural desentrosamento na última linha da retaguarda, e buscar a melhor reposição possível. Na lateral esquerda, Danilo Avelar vai ganhando confiança e encaixe. No meio, Douglas tem passe mais qualificado que Renê Júnior e melhora a dinâmica e a construção de jogadas.

Na frente, com Roger lesionado e Jonathas ainda se adaptando, Loss recorreu ao 4-4-2 sem centroavante dos tempos de Carille. Na frente, o retorno de Jadson e liberdade para o grande personagem desta tentativa de reação no Brasileiro com as vitórias por 2 a 0 sobre o Cruzeiro em Itaquera e 4 a 1 contra o Vasco no Mané Garrincha.

Ángel Romero marcou cinco dos seis gols da equipe, mas não só isso. Muita mobilidade quando atua solto na frente, sempre rondando a área adversária, e a já conhecida eficiência nas finalizações. Ainda a volta pela direita para compensar a intensidade e a resistência não tão altas de Pedrinho para fazer a função pelo lado. Dá liberdade ao jovem talentoso, mas não deixa de participar das ações ofensivas.

No segundo tempo em Brasília, a melhor atuação corintiana sob o comando de Loss. Com algumas marcas da maneira de jogar construída por Mano Menezes e Tite e ratificada por Carille: apenas 47% de posse e nove finalizações. Seis no alvo, quatro gols. Apenas oito desarmes certos contra 23 do Vasco. Mas oito interceptações corretas e nenhuma do adversário. Consequência de um time melhor posicionado. A “identidade Corinthians”.

Evolução importante para um momento fundamental da temporada, com as disputas de mata-mata na Copa do Brasil e na Libertadores chegando. Com tantas mudanças recentes é difícil vislumbrar regularidade suficiente para ser competitivo em três frentes. Mas a impressão é de que mais uma vez o Corinthians pode minimizar em campo os problemas crônicos de gestão.

Com mais um que “herda” protagonismo: já foi Jadson, depois Jô, Rodriguinho… Agora é a vez de Romero. Antes desprezado e até motivo de chacota, agora a estrela de mais uma reconstrução do atual campeão brasileiro.

(Estatísticas: Footstats)

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Corinthians desconcentrado é mais preocupante que derrota para o Inter http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2018/05/27/corinthians-desconcentrado-e-mais-preocupante-que-derrota-para-o-inter/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2018/05/27/corinthians-desconcentrado-e-mais-preocupante-que-derrota-para-o-inter/#respond Sun, 27 May 2018 21:38:04 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=4644 Uma derrota para o Internacional no Beira-Rio não é nada desesperador, mesmo no atual momento do Colorado e sem D’Alessandro. A transição de Fabio Carille para Osmar Loss, mesmo dentro de uma mesma linha de trabalho, também não é simples, automático.

Junte a isso as ausências de Cássio, Fagner e Rodriguinho, além do volante Gabriel, e temos um cenário complexo para o Corinthians que pareceu menos complicado na bela assistência de Romero para Mateus Vital logo aos quatro minutos de jogo.

O time de Odair Hellmann, porém, acabou paradoxalmente criando um problema para a retaguarda corintiana por conta de suas próprias limitações. Sem criação no meio, os ataques do time da casa se limitavam aos cruzamentos na área procurando Leandro Damião. Foram 44 no total.

Explorando uma fragilidade da equipe desde a queda de produção no returno da edição 2017. A bola aérea vem sendo um problema para a retaguarda corintiana. As oportunidades criadas dentro das 17 finalizações e dos 60% de posse de bola construíram um domínio que manteve o Inter no ataque e foi minando as forças corintianas. Também porque o time paulista se entrincheirou cedo demais para quem não tem a solidez de outros tempos.

Pagou no gol de Damião, que podia ter marcado o segundo em vacilo de Henrique. A virada no final que parecia improvável pelo cansaço do times saiu na falha de Mantuan que tirou o goleiro Walter da jogada e facilitou o trabalho de Rossi.

Faltou concentração no lance. Também na partida como um todo. E aí está um motivo de preocupação para Loss. A grande marca desta trajetória vitoriosa é justamente a capacidade de minimizar erros. Na defesa concedendo poucas oportunidades e na frente sendo preciso, mesmo quando poucas chances são criadas.

Na derrota para o Millonarios, o pecado maior foi na frente, não transformando as 20 finalizações em gols. Menos danoso por conta da primeira colocação do grupo garantida. Agora na defesa, impedindo a ascensão na tabela que dividiria a liderança com o Flamengo. Nada para condenar o jovem lateral, mas um sinal de alerta.

Oscilar é normal. Perder um pilar da identidade vencedora dos últimos anos pode ser trágico.

(Estatísticas: Footstats)

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Sampaoli deve visitar Simeone. Argentina precisa de paixão e humildade http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2018/05/17/sampaoli-deve-visitar-simeone-argentina-precisa-de-paixao-e-humildade/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2018/05/17/sampaoli-deve-visitar-simeone-argentina-precisa-de-paixao-e-humildade/#respond Thu, 17 May 2018 11:46:47 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=4591

Foto: Álex Marín

Jorge Sampaoli já disse que sente o futebol diferente de Diego Simeone. De fato, basta olhar para o campo e ver ideias de jogo bem distintas. Ambos intensos, mas um querendo a bola e se arriscando mais preenchendo o campo de ataque e outro mais focado no erro do adversário e abnegado na tarefa de defender a própria meta.

Mas pelo momento da seleção argentina, com menos de um ano de trabalho e as perspectivas na Copa do Mundo, já começando por um Grupo D longe de ser fácil com Islândia, Croácia e Nigéria, o atual treinador da albiceleste deve olhar para o trabalho de seu compatriota, novamente campeão no Atlético de Madri com a conquista da Liga Europa ao vencer o Olympique de Marselha por 3 a 0. Até visitá-lo para trocar impressões e adaptar convicções.

Porque está claro que não será possível seguir a linha de Sampaoli, fortemente influenciada pela dinâmica de Marcelo Bielsa. Da “soberania argentina”. O que deu certo no Chile. Faltando um mês para o Mundial na Rússia é preciso ser pragmático. Os 6 a 1 impostos pela Espanha, mesmo com todo o contexto e a ausência de Messi, deram um recado claro, cristalino: a trajetória tortuosa até aqui e o material humano pedem cuidados para ao menos honrar a camisa duas vezes campeã mundial e presente em cinco finais.

O 4-4-2 ou 4-4-1-1 de Simeone no Atlético é um bom início. Até pela semelhança com o de Alessandro Sabella no Brasil. Para diminuir os espaços dos adversários com linhas compactas e principalmente deixar Messi bastante confortável. Como nesta temporada no Barcelona campeão espanhol e da Copa do Rei comandado por Ernesto Valverde.

Porque é desperdício prender o gênio argentino pela direita ou deixá-lo como único atacante, a menos que seja um “falso nove” com dois ponteiros agudos infiltrando em diagonal. Melhor deixá-lo solto com uma referência na frente para tabelas e passes em profundidade. Pode ser Higuaín ou Aguero. Este que escreve apostaria em Mauro Icardi, mais jovem, rápido e sanguíneo, sem o peso do retrospecto negativo dos outros dois na seleção em jogos grandes.

A escolha dos demais nomes ficaria por conta dos treinamentos e da condição física depois de uma temporada europeia desgastante. Há uma base com Romero na meta, Otamendi na zaga, Biglia na proteção da retaguarda e Di María em um dos flancos na linha de meio-campo.

Mas duas características do Atlético de Simeone não podem faltar neste Mundial à albiceleste: paixão e humildade. A primeira para buscar o título que não vem desde a Copa América de 1993 e também jogar por Messi. Para a única grande conquista que falta a um dos melhores e maiores da história do esporte.

Mesmo que não se compare em idolatria a Maradona, até pelas personalidades diametralmente opostas, mas digno de um momento marcante, histórico. Para isto é fundamental colocar sangue nos olhos dos companheiros e do próprio Messi, com seu comportamento indecifrável em alguns momentos decisivos.

Por isso a humildade é essencial. Para entender limites e possibilidades. Compreender que ter a bola sem um plano bem assimilado e executado aumenta exponencialmente os riscos. Pressionar o tempo todo no campo de ataque sem coordenação e ainda contando com um Messi que costuma caminhar sem a bola é convidar o oponente para aproveitar espaços entre os setores. Humildade em Sampaoli para entender que será preciso ser mais Carlos Bilardo que César Menotti ou Bielsa. Mais Simeone. É o que o momento pede.

O sucesso dos treinadores argentinos na Europa é ótimo, mas provoca um efeito colateral: o melhor não está a serviço da seleção. Sampaoli aceitou interromper o sonho no Velho Continente para servir seu país. Agora precisa colocar de lado a vaidade de assinar um estilo.

A Argentina clama por um plano de emergência. Mesmo com todos os problemas da AFA, o da última Copa só negou o título na prorrogação da decisão. Com Higuaín perdendo uma chance no primeiro tempo que podia ter mudado a história. Por que não repetir, incluindo a entrega e o “correr até a morte” de Simeone como o toque final para buscar a redenção com tons de drama, como bem gosta o seu povo?

 

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Corinthians volta ao 4-1-4-1 equilibrando melhor passe e velocidade http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2018/01/14/corinthians-volta-ao-4-1-4-1-equilibrando-melhor-passe-e-velocidade/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2018/01/14/corinthians-volta-ao-4-1-4-1-equilibrando-melhor-passe-e-velocidade/#respond Sun, 14 Jan 2018 05:05:07 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=3993 O resultadismo é algo tão sério no Brasil que o Corinthians sofreu críticas por ter sofrido a virada de 4 a 2 para os Rangers com um time reserva e repleto de improvisações que, pelo desentrosamento, sofre mais a falta de ritmo de competição que o adversário no meio da temporada. Tantas vezes a análise se restringe ao placar e não mais que isto.

Valem os dois primeiros períodos de 45 minutos para observar o que pretende Fabio Carille neste início de temporada. E tanto no empate contra o PSV por 1 a 1 com vitórias nos pênaltis e na derrota para o time escocês, a resposta do atual campeão brasileiro foi positiva. Não por ter “vencido” os dois períodos, mas pelo desempenho.

A equipe volta ao 4-1-4-1 consagrado por Tite em 2015 e rascunhado no início do ano passado até Rodriguinho passar a atuar mais adiantado. Mas desta vez com uma alteração que mudou alguns jogos decisivos na reta final do Brasileiro: Jadson no meio-campo e Clayson na ponta esquerda, com Romero sendo transferido para o lado direito. Na frente, Kazim ocupando a vaga de Jô.

A primeira impressão é de um jogo mais fluido e que equilibra melhor o passe e a velocidade nas ações ofensivas. Com Jadson pela direita e Maycon ou Camacho fazendo dupla com Gabriel à frente da defesa num 4-2-3-1, o meio-campo era mais preenchido, porém faltava uma infiltração mais rápida pela direita além das descidas de Fagner.

Lembrando 2015, quando Jadson cortava para dentro, Elias ou Vagner Love apareciam naquele espaço para surpreender a defesa com uma rapidez de deslocamento que não havia em Rodriguinho ou Jô no ano passado. O time ficou menos ágil, especialmente no momento da queda de produção de Maycon.

Agora a equipe tem o passe no meio com Rodriguinho e Jadson, que se movimentam ora recuando para qualificar o toque na intermediária, ora buscando os espaços entre a defesa e o meio-campo do adversário. Os pontas Romero e Clayson aceleram buscando o fundo ou as infiltrações em diagonais e Kazim vem surpreendendo com mobilidade e um trabalho de pivô  eficiente, ainda que longe do nível alcançado por Jô.

Nos três gols marcados, duas assistências de Jadson para Rodriguinho, na estreia com bola parada e na segunda partida em jogada bem trabalhada. Mais um chute cruzado de Kazim após se desmarcar pelo lado direito. O centroavante saiu da área em vários momentos e os companheiros tentaram aproveitar o espaço deixado. Em alguns momentos faltou sincronia, o que absolutamente natural.

Sem a bola, compactação dos setores, responsabilidade dos ponteiros fechando os flancos no auxílio aos laterais Fagner e Juninho Capixaba ou Guilherme Romão. O do setor atacado recua mais e o do lado oposto fica pronto para o contragolpe. Gabriel ajuda os zagueiros Balbuena e Pedro Henrique a bloquear as penetrações pelo centro. Nos 90 minutos com os titulares a meta de Cássio não foi vazada.

Corinthians de volta ao 4-1-4-1 com Gabriel entre as linhas de quatro e o ponteiro do lado atacado – na imagem, Clayson fechando o setor esquerdo – fica mais recuado que o do lado oposto (Reprodução Sportv).

Pouco importa o placar final. A informação preciosa para os corintianos é que o equipe manteve a base, tem modelo de jogo assimilado, mesmo com a mudança no desenho tático. Também entrosamento e apresentou um repertório até interessante no ataque para um início de trabalho. O resultado é o que menos importa no Torneio da Flórida.

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Corinthians encaminha título com primeiro tempo de decisão, não G-4 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2017/11/05/corinthians-encaminha-titulo-com-primeiro-tempo-de-decisao-nao-g-4/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2017/11/05/corinthians-encaminha-titulo-com-primeiro-tempo-de-decisao-nao-g-4/#respond Sun, 05 Nov 2017 21:03:23 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=3639 Concentração, eletricidade, sintonia com a massa no estádio lotado e precisão. O primeiro tempo do Corinthians em Itaquera foi de um time que tinha noção de que decidia sua vida no Brasileiro. Uma vitória para abrir oito pontos sobre o maior rival ou a derrota que manteria a equipe na liderança, mas desabaria emocionalmente e seria praticamente impossível manter os dois pontos de vantagem em seis partidas.

O resgate do desempenho do primeiro turno passa pelos méritos do time de Fabio Carille. Especialmente a movimentação de Rodriguinho às costas de Bruno Henrique e Tche Tche, o trabalho de pivô de Jô ganhando quase todas no alto de Mina e Edu Dracena e atenção absoluta sem a bola, com duas linhas de quatro bem próximas e muita dedicação de Romero e Clayson sem a bola.

Mas as falhas do Palmeiras também não podem ser descartadas nesta equação. Baixa intensidade e pouca pressão sem a bola, brechas entre os setores, Dudu abandonando Egídio contra Fágner e Romero e, principalmente, a última linha de defesa muito adiantada, com Mayke, Egídio e Edu Dracena como elos fracos. O jogo ficou à feição do Corinthians.

Rodriguinho recebeu livre e serviu Romero, impedido por centímetros, para abrir o placar. Depois o contragolpe em que o meia serviu Jô com lindo passe que gerou o escanteio do gol de Balbuena. Quando o Palmeiras buscava uma reação após o gol de Mina em falha de Rodriguinho no bloqueio e mérito do zagueiro colombiano na jogada aérea, novo contragolpe e pênalti de Dracena em Jô, que cobrou tirando do alcance de Fernando Prass.

Foram 12 desarmes certos corintianos contra sete. Oito faltas cometidas contra apenas duas. Mostras da diferença na fibra, na entrega. Talvez os jogadores alviverdes tenham acreditado no discurso de buscar apenas o G-4 e não deram ao dérbi o peso real. Tiveram 55% de posse, mas apenas seis finalizações. Uma no alvo. O Corinthians foi muito mais efetivo: oito conclusões, seis delas na direção da meta de Prass. Metade nas redes.

Segunda etapa de Roger Guedes e Guerra nas vagas de Keno e Bruno Henrique, Palmeiras no campo do rival, que controlava os espaços com cuidado, mas perdeu vigor e rapidez nos contragolpes.

Em novo escanteio, golaço de Moisés numa virada espetacular. Carille evitou a expulsão de Gabriel, com amarelo e visado pela polêmica de supostamente ter voltado a campo sem autorização, com a entrada de Maycon. Depois trocou Camacho por Fellipe Bastos e Jadson na vaga de Clayson.

Valentim trocou Tche Tche por Deyverson para buscar um abafa final, mas sem a chance cristalina. Subiu a posse para 57%, mas apenas seis finalizações, uma a mais o Corinthians. Para complicar, Deyverson foi expulso no minuto final por cotovelada em Bastos. No lance derradeiro, Cássio garantiu interceptando um cruzamento.

Para confirmar os três pontos mais importantes do campeonato, que encaminham o hepta pela vantagem e por resgatar a confiança perdida. A diferença no jogaço foi a postura de final do Corinthians no primeiro tempo. Deve valer taça no final.

(Estatísticas: Footstats)

 

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Queda do Corinthians tem um “pecado original”: a desmobilização http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2017/10/24/queda-do-corinthians-tem-um-pecado-original-a-desmobilizacao/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2017/10/24/queda-do-corinthians-tem-um-pecado-original-a-desmobilizacao/#respond Tue, 24 Oct 2017 13:41:46 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=3586

Foto: Nelson Almeida (AFP/Getty Images)

Em entrevista ao programa “Esporte Espetacular” na TV Globo, Cicinho, ex-lateral do São Paulo e da seleção brasileira, ao abordar a depressão que o levou ao alcoolismo, disse que tudo começou quando chegou ao Real Madrid e se viu sem metas na carreira e na vida. “E agora, o que faço?”

Ou seja, tudo começou com a desmobilização, que é diferente de relaxamento ou indolência, preguiça…É se perceber com o objetivo alcançado e perder o foco, permitir que aquela energia concentrada em busca de uma meta se dissipe. Exatamente por se sentir sem ter pelo que lutar.

O Corinthians se considerou campeão brasileiro antes da hora. Não é uma crítica oportunista, porque este que escreve também pensou o mesmo. Afinal, a vantagem era confortável e, principalmente, os concorrentes pareciam mais concentrados nos torneios mata-mata – Libertadores, Copa do Brasil e Sul-Americana. E cada vez que um era eliminado vinha a ressaca e a perda de pontos.

Depois de um turno perfeito, o sonho era ser campeão invicto. Vieram as derrotas, mas nunca uma ameaça real. Renato Gaúcho disse que o líder despencaria, mas o próprio Grêmio, antes o candidato mais sério a disputar o topo da tabela, deixou pontos pelo caminho utilizando reservas.

A consequência natural pôde ser percebida em declarações e entrevistas: Fabio Carille apresentando o ex-treinador René Simões como uma espécie de “guru”, jogadores com discurso nas entrelinhas como se o título já estivesse garantido. Diretoria já falando em 2018, sobre possíveis reforços. O contexto favorecia, com as rodadas passando e a distância na tabela praticamente intacta.

Tudo isso se refletiu no campo com uma equipe burocrática, engessada. Lenta. Não na velocidade dos jogadores em si, mas no jogo. As triangulações e deslocamentos perderam fluência e sincronia. Muito pela queda técnica e física de quem fazia a bola girar: Jadson, Maycon e Rodriguinho. O time hoje depende fundamentalmente de bolas esticadas para Jô. Também porque Romero nitidamente sentiu o desgaste de meia temporada jogando sempre e de uma linha de fundo à outra.

A compactação não é mais a mesma e a última linha de defesa passou a ficar mais exposta, fazendo Cássio trabalhar. Pior: passou a sofrer com as jogadas aéreas, com bola parada ou rolando. Onze dos 20 gols sofridos no segundo turno. Inclusive os dois  na derrota por 2 a 1 para o Botafogo no Estádio Nilton Santos. Exatamente a maior, ou única, virtude ofensiva da maioria das equipes.

A equipe que tinha a concentração como seu grande pilar perdeu força mental. Afinal, bastava apenas administrar a vantagem e confirmar o título. Não havia mais o rótulo de “quarta força” para lutar contra. Só restava um favoritismo imenso. Uma certeza.

Mas o futebol é dinâmico. Com cinco derrotas em 11 partidas no returno e um pífio aproveitamento de 36%, em contraste com os 82% das primeiras 19 rodadas, a vantagem cai para seis pontos. Ainda considerável, mas o problema é a tendência de queda.

Depois da ressaca das eliminações, Palmeiras e Santos passaram a priorizar o Brasileiro. Cuca saiu e, com Alberto Valentim, o alviverde emendou três vitórias. O Santos oscilou mais e, ainda assim, também recuperou terreno. Mas quem parece se apresentar como grande ameaça é justo o maior rival, que ainda tem um confronto direto em Itaquera.

Por isso o cenário torna-se menos confortável, ainda que não dramático. Porque a confiança está abalada e a pressão fica maior para que não deixe o título escapar e o Palmeiras faturar o bi, o que seria o maior “flop” da história do Brasileiro em pontos corridos. Pelo contexto, maior até que o do próprio rival em 2009, quando desabou da liderança para uma quinta colocação que tirou até a vaga na Libertadores. Agora a disputa do torneio continental no ano que vem está garantida, mas perder o hepta será um vexame sem precedentes.

A solução? Primeiro, a calma. Afinal, ainda há duas rodadas de vantagem sobre os rivais. O duelo com o Palmeiras é em sua arena. Nada está perdido, contanto que o desempenho seja retomado, ainda que não em 100%. Não pode é apelar para os chavões “futebol de resultados”, “jogar por uma bola”, “vencer jogando feio”. Até porque o Corinthians do returno não é nada bonito.

É preciso retomar as triangulações, voltar à “cartilha” de Tite. Talvez retornar ao 4-1-4-1 do início da temporada recuando Rodriguinho, plantando Gabriel entre as linhas de quatro e voltar a unir três jogadores pelos flancos para tocar mais curto. E rápido. Errar menos passes por jogar mais agrupado. Proteger a retaguarda, mas sem abdicar do ataque. Mexer na formação se Carille achar que deve. Por que o talentoso e promissor Pedrinho vem sendo descartado? Difícil entender.

Acima de qualquer outra questão, é urgente resgatar a mobilização. O foco no título. Deixar isto se esvanecer foi o “pecado original” do Corinthians no Brasileiro 2017.

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Na vitória do recorde, as duas faces do Corinthians invicto e absoluto http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2017/08/05/na-vitoria-do-recorde-as-duas-faces-do-corinthians-invicto-e-absoluto/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2017/08/05/na-vitoria-do-recorde-as-duas-faces-do-corinthians-invicto-e-absoluto/#respond Sun, 06 Aug 2017 00:07:55 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=3059 O primeiro tempo dos 3 a 1 sobre o Sport em Itaquera que consolidaram o recorde de 47 pontos em um turno de Brasileiro com 20 clubes foi um símbolo da trajetória invicta do Corinthians.

Vanderlei Luxemburgo tentou alargar a última linha da defesa de Fabio Carille abrindo Everton Felipe e Osvaldo nas extremas e enfiando André e Diego Souza praticamente num 4-2-4. A solução corintiana foi recuar Romero como lateral pela direita e manter os quatro defensores bem próximos.

Mas foi o cruzamento de duas estatísticas que demonstra a evolução defensiva que, dentro do caos que é o futebol, vai tangenciando a perfeição. Com apenas 38% de posse de bola, o time paulista acertou 13 desarmes e não cometeu faltas. Isso mesmo, ZERO.

Só foi cometer a primeira aos nove minutos da segunda etapa. De Jô no campo de ataque. Já com 2 a 0 no placar. O primeiro com Arana completando cruzamento de Fagner. Ou seja, os dois laterais que sabem se comportar como defensores foram os protagonistas do gol que abriu o placar.  Na saída do segundo tempo, bola recuperada, Rodriguinho disparou e marcou um golaço. Na quinta finalização, terceira na direção da meta de Magrão.

Depois jogou mais solto, focado no desempenho e tentando proporcionar espetáculo ao seu torcedor. Só cometeu mais uma falta. E, lógico, permitiu que o Sport criasse oportunidades. Praticamente impossível não cedê-las num jogo tão dinâmico. Mas o Corinthians trabalha para sempre dificultar a finalização do oponente. Quando nem isso é possível, ainda que por mérito do outro lado, Cássio aparece para garantir a meta. Só não pôde evitar o chute impressionante de Thallyson. O nono gol sofrido em um turno.

Campanha fantástica pelo desempenho coletivo que faz Pedro Henrique superar suas limitações como substituto de Pablo para não comprometer atrás e ainda aparecer no ataque para aproveitar a cobrança de escanteio de Clayson, outro que entrou no time organizado e confiante e manteve o alto rendimento.

Recordes ficam para a história, ainda mais se o título coroá-los no final. Mas o Corinthians do primeiro tempo, perfeito defensivamente, deu a impressão de que começava muito cedo a se agarrar a um pragmatismo resultadista. Depois da vantagem construída, porém, procurou mostrar futebol. Tabelou, triangulou, arriscou algumas jogadas plásticas.

Mesmo dando espaços que podiam ter sido mais bem aproveitados pela equipe pernambucana se André não tivesse perdido três chances claras. Os visitantes finalizaram 12 vezes contra nove do vencedor – sete a quatro no alvo. O Corinthians colocou três nas redes. Eficiência é a outra chave para o domínio corintiano. Aliada à concentração.

A vantagem na tabela deve transmitir confiança para jogar ao natural e buscar evolução. Não aderir ao pensamento medíocre de definir “jogos para ganhar e não jogar”. O melhor sempre é jogar bem para merecer os resultados. O Corinthians mostra suas duas faces para construir com méritos inquestionáveis a liderança absoluta em 19 rodadas.

(Estatísticas: Footstats)

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Vitória do Corinthians no dérbi é o triunfo do presente sobre o passado http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2017/07/13/vitoria-do-corinthians-no-derbi-e-o-triunfo-do-presente-sobre-o-passado/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2017/07/13/vitoria-do-corinthians-no-derbi-e-o-triunfo-do-presente-sobre-o-passado/#respond Thu, 13 Jul 2017 03:02:38 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=2958 Antes do início da 13ª rodada da Série A, o líder Corinthians era o segundo ataque mais positivo, a equipe que mais acerta passes e a quarta em posse de bola. Mas no Allianz Parque aproveitou a estatística que lidera e, na prática, é a mais importante: só precisa de seis finalizações, na média, para fazer um gol.

Na casa do Palmeiras esta eficiência foi ainda maior: dois gols em três conclusões. Jadson no pênalti sobre Guilherme Arana, que marcou o da vitória na segunda etapa. Ambos iniciados com passes espetaculares de Romero, o destaque absoluto do triunfo de uma ideia de jogar.

Atual, que se adapta de acordo com o que pede o jogo. Diante de um mandante tão forte, como o Grêmio há três rodadas, não fazia sentido partir de peito aberto. Principalmente pela consciência de que o rival viria no desespero para buscar a vitória e descontar os 13 pontos de desvantagem.

Organizou duas linhas de quatro compactas, executou com concentração absoluta seu modelo de jogo que baseia o trabalho defensivo na marcação por zona e no controle dos espaços. Fagner, Balbuena, Pablo e Arana parecem chegar à perfeição dos movimentos de corpo para tirar as opções do atacante que está com a bola. E quando o oponente consegue ultrapassá-los, aparece Cássio novamente no ápice físico e técnico.

Na transição ofensiva, inteligência para triangular e atacar os espaços na hora certa. Mesmo sem o brilho de Jô e de Jadson, que só apareceu na cobrança de pênalti. O forte é o coletivo, com eficiência absurda. Um relógio preciso.

Bem diferente do Palmeiras de Cuca, que diante das dificuldades impostas pelo Corinthians apelou para o que se convencionou chamar de “Cucabol” e nunca foi bem entendido. Na necessidade de criar os espaços em uma retaguarda bem posicionada, o time desde o ano passado apela para os cruzamentos sucessivos. Não há ideias.

Antes da partida, a média era de 22 bolas levantadas. Só no primeiro tempo foram 28. Chegou a 47 no final. No desespero, Cuca empilhou atacantes tirando volantes, adiantou o zagueiro Mina com centroavante e…tome bola na área! Teve 61% de posse, finalizou 18 vezes, mas faltou a chance cristalina, a ação ofensiva bem trabalhada.

Cuca tem razão ao lamentar as ausência de Vitor Hugo, Moisés e Gabriel Jesus em relação ao time campeão brasileiro do ano passado. O zagueiro que compensava todos os problemas ocasionados pelos ultrapassados encaixes individuais com velocidade, concentração e vigor físico. O meio-campista que acertava passes, chutes e as cobranças de lateral na área. E o melhor atacante atuando no país em 2016. Sem as individualidades resta muito pouco de uma ideia de jogo pobre e anacrônica.

Por isso o Corinthians sobra. Não é exemplo de gestão nem ostenta patrocínio forte, mas tem identidade dentro do campo. Uma ideia que vai sendo aprimorada por Fabio Carille, auxiliar dos “construtores” Mano Menezes e Tite. 35 pontos em 39 possíveis. Invicto, não sofre gols há sete partidas. Ataca quando precisa e chega a 23 gols marcados, igualando o Grêmio que ainda joga na rodada.

Campanha histórica em 13 rodadas. É o grande favorito ao título. Mas mesmo que a taça não venha, que o modelo de jogo alinhado ao que de mais atual se pratica nos principais centros e base de ideias da seleção brasileira líder das eliminatórias sul-americanas seja a referência para um futebol mais bem jogado no país.

No dérbi, o presente venceu o passado.

(Estatísticas: Footstats) 

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Vídeo: Romero é ponta! Corinthians ainda sofre sem substituto para Love http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2016/10/05/video-romero-e-ponta-corinthians-ainda-sofre-sem-substituto-para-love/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2016/10/05/video-romero-e-ponta-corinthians-ainda-sofre-sem-substituto-para-love/#respond Wed, 05 Oct 2016 11:10:35 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=1661

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