Santos – Blog do André Rocha http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br O blog se propõe a trazer análises e informações sobre futebol brasileiro e internacional, com enfoque na essência do jogo, mas também abrindo o leque para todas as abordagens possíveis sobre o esporte. Mon, 13 Jul 2020 13:46:43 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Futebol no Brasil continua mal jogado. Flamengo só é a melhor exceção http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2020/06/04/futebol-no-brasil-continua-mal-jogado-flamengo-so-e-a-melhor-excecao/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2020/06/04/futebol-no-brasil-continua-mal-jogado-flamengo-so-e-a-melhor-excecao/#respond Thu, 04 Jun 2020 12:20:29 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=8595

Foto: Gazeta Press

O companheiro Mauro Cezar Pereira foi parar no topo dos assuntos mais comentados no Twitter ontem à tarde por conta de sua análise sobre o futebol jogado no Brasil. No podcast “Posse de Bola”, aqui no UOL Esporte, ele afirmou que até 2019, com algumas exceções, os times escolheram a tese do “jogar feio e vencer”. Os Jorges, Jesus e Sampaoli, teriam mudado esse cenário no ano passado com seus trabalhos no Flamengo e no Santos, respectivamente.

Como temos uma amizade de alguns anos, inclusive trabalhando juntos na ESPN Brasil, chamei o Mauro em particular para entender melhor o que ele queria dizer. Pouco antes ele havia publicado um vídeo no seu canal no Youtube explicando de forma mais clara o ponto de vista.

Entendi, mas continuo discordando respeitosamente do Mauro. A meu ver, o futebol no Brasil continua mal jogado. O Flamengo só é a melhor exceção.

Até porque há uma espécie de cultura subterrânea no país que valoriza o jogar mal. Não feio. Aliás, muitas vezes se cria um falso dilema em torno do tema. Para evitar confrontos com profissionais do futebol pelos mais variados interesses, de preservar a fonte jornalística até a tentativa de cavar uma vaga em comissões técnicas de clubes, se apela para a “não-crítica”.

“Há várias maneiras de jogar e vencer”, “não existe certo e errado’ e por aí vai. São as senhas para elogiar qualquer coisa que alcance resultados por um período ou um campeonato. Um esforço para encontrar virtudes onde muitas vezes só há ideias ruins, mal planejadas e executadas, porém salvas por individualidades ou um contexto favorável.

No Brasil se criou uma espécie de conformismo, baseada em nosso jeito de ver futebol. Se os melhores jogadores vão para a Europa, cada vez mais cedo, que aqui vença o mais “macho”. O jogo vira um culto à virilidade. O torcedor, em geral, prefere a vitória sofrida, arrancada à forceps. A imposição do melhor futebol é algo chato, que torna tudo mais previsível. A velha ditadura da emoção, que vale mais que um trabalho bem feito.

A prova veio no ano passado mesmo. Quem não lembra da esperança de muitos que o Palmeiras com Mano Menezes pudesse alcançar um Flamengo que deixou alguns pontos pelo caminho na sequência dura de dois jogos por semana na reta final da temporada, jogando Brasileiro e Libertadores? Mesmo jogando mal quase sempre, o Alviverde pontuava e esperava enfrentar em casa o líder ainda com condições matemáticas na antepenúltima rodada. O desfecho acabou sendo decepcionante.

Ou ainda o delírio coletivo em torno de Vanderlei Luxemburgo, então treinador do Vasco, depois do empate por 4 a 4 no clássico carioca antecipado da 34ª rodada para que o Flamengo pudesse ir a Lima decidir a Libertadores contra o River Plate. Uma boa atuação cruzmaltina, dentro da proposta possível de um time inferior técnica e taticamente, em um clássico que costuma equilibrar forças. Contra uma equipe com boa vantagem na ponta da tabela da competição por pontos corridos e já mais focada na final continental.

Foi o suficiente para uma exaltação da estratégia de Luxemburgo. Como um último suspiro do status quo. O time inferior, mas “raçudo” e lutando até o final – o mínimo que se espera em um grande clássico nacional – arrancando o empate no fim, porém sofrendo quatro gols – foi alçado à condição de “heroi”. E o treinador tratado como um fantástico estrategista, como se tivesse encontrado a fórmula para parar aquela equipe que desafiava o padrão nacional de jogar futebol. Algo totalmente esporádico.

Isso vai além da natural torcida contra times muitos populares. Ou da resistência brasileira de admitir que países menos tradicionais em conquistas de Copas do Mundo, como Portugal, possam acrescentar algo ao futebol cinco vezes campeão do mundo. “Ganharam o quê?”

Jorge Jesus e o Flamengo ganharam. Brasileiro e Libertadores no mesmo ano, feito inédito desde o Santos de Pelé. Mas este conquistando a Taça Brasil disputando quatro ou seis jogos, não 38.  Quebrando paradigmas, como a utilização de reservas no campeonato por pontos corridos quando o clube chegava às fases decisivas das competições por mata-mata. Jesus poupou titulares poucas vezes.

A melhor exceção dos últimos anos. Como o Mauro Cezar inseriu este comentário em uma abordagem sobre a reprise dos 7 a 1 no fim de semana pelo Sportv, o período mais exato da análise seria desde 2014. Então teríamos o Corinthians de 2015 comandado por Tite e o Grêmio de Renato Gaúcho que venceu a Libertadores de 2017 como os únicos exemplos de equipes que venceram buscando um futebol diferente. Sem “fechar a casinha”, apelar para ligações diretas, usar com frequência a cobrança de lateral na área adversária e entregar a bola para o mais talentoso compensar a falta de ideias.

O Fla de Jesus mandou Felipão e Mano Menezes para casa. Também Fabio Carille, representante da identidade do Corinthians nos últimos anos que inclui Tite e o próprio Mano. E Renato Gaúcho só não caiu depois dos 5 a 0 na semifinal da Libertadores pelo tamanho que tem no Grêmio.

É inegável que o time rubro-negro abalou as estruturas. O Santos de Sampaoli também, mais pelo desempenho que por resultados. Justo também incluir o Athletico de Tiago Nunes campeão da Copa do Brasil. Mas a média continua baixa. Há iniciativas que valem a observação, como Eduardo Coudet no Internacional e a sequência de Fernando Diniz no São Paulo, mas a pandemia atrapalhou. Pode prejudicar o próprio Flamengo na volta.

Se acontecer, será a alegria e o alívio de muitos. E aí é impossível discordar do Mauro: de fato, a visão medíocre de futebol ainda impera. Vejamos até quando.

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Palmeiras-1996 e Santos-2010, os “meteoros” de 100 gols e futebol mágico http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2020/06/03/palmeiras-1996-e-santos-2010-os-meteoros-de-100-gols-e-futebol-magico/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2020/06/03/palmeiras-1996-e-santos-2010-os-meteoros-de-100-gols-e-futebol-magico/#respond Wed, 03 Jun 2020 14:39:20 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=8584

Foto: Ricardo Saibun / Santos

Em 2014, Djalminha foi o convidado do “Bola da Vez” na ESPN Brasil e respondeu a este blogueiro sobre a montagem do Palmeiras de 1996. Segundo o próprio meia, o melhor time pelo qual atuou se encaixou muito rápido: “Foi mágica. No primeiro treino a gente já se olhava rindo, sem acreditar. Começamos goleando times amadores em jogos-treinos, mas quando começou o Paulista continuamos passando por cima de todo mundo”.

O entrevistado esqueceu de mencionar os 6 a 1 em Fortaleza sobre o Borussia Dortmund, campeão alemão de 1994/95 e que venceria a Liga dos Campeões de 1996/1997. Era janeiro e o Palmeiras já conquistava a Copa Euro-América.

Um “click”. Por mais que se cobre, com toda razão, que clubes e seleções respeitem processos e valorizem trabalhos a longo prazo, às vezes acontece de um time se encaixar muito rapidamente e jogar futebol encantador. A história mostra que o “efeito colateral” é durar pouco também.

Chega e vai logo embora. Um “meteoro”. Assim foi o Palmeiras comandado por Vanderlei Luxemburgo. O time de Cafu e Júnior voando pelas laterais, Djalminha organizando, Rivaldo infiltrando no espaço deixado pelo “pivô” Muller e Luizão na área para finalizar. Volúpia ofensiva compensada por Amaral e Flávio Conceição, os protetores dos zagueiros Sandro e Cléber. Velloso na meta.

Palmeiras de Luxemburgo no 4-2-2-2 típico dos anos 1990, mas com volúpia ofensiva incomum (Tactical Pad).

Combinação perfeita de características que fez tudo fluir no Paulista e até a decisão da Copa do Brasil. Foram 102 gols em 30 partidas no Paulista, mais 24 na Copa do Brasil. 27 vitórias, dois empates e apenas uma derrota no estadual. 83 pontos em 90 possíveis, 28 a mais que o vice São Paulo. Goleadas marcantes como os 7 a 1 sobre o Novorizontino, 8 a 0 no Botafogo, 6 a 0 no Santos. Apenas 19 gols sofridos. Estética e eficiência. Um time que fez o blogueiro faltar algumas aulas e também deixar de ver o time de coração.

No mata-mata nacional, 8 a 0 no Sergipe, 8 a 1 no agregado sobre o Atlético Mineiro nas oitavas, 5 a 1 no Paraná nas quartas. 100% de aproveitamento até cruzar com o Grêmio de Luiz Felipe Scolari, campeão da Libertadores no ano anterior e que venceria o Brasileiro naquele mesmo 1996. Vitória por 3 a 1 em São Paulo e revés por 2 a 1 em Porto Alegre. Na decisão contra o Cruzeiro, empate em Minas por 1 a 1 que fez do Palmeiras o favorito absoluto para a volta no Parque Antárctica.

A ausência de Muller, porém, diminuiu consideravelmente a fluência ofensiva. O “garçom” do ataque preferiu voltar ao São Paulo e foi desfalque sentido. Mesmo assim, o ataque palmeirense fez de Dida o melhor da final vencida pelo time mineiro comandado por Levir Culpi. De virada por 2 a 1. Foi o que faltou ao Palmeiras para tornar mais marcante aquele primeiro semestre espetacular.

O Santos teve melhor sorte, 14 anos depois. Mais um “raio” que caiu na Vila Belmiro. Novamente o clube sem capacidade para investir em grandes contratações resolveu investir nos jovens formados no clube. Paulo Henrique Ganso, com 20 anos, mas desde os 18 atuando no profissional, e Neymar, com dezoito completos em fevereiro, eram as esperanças da equipe comandada por Dorival Júnior, contratado no final de 2009.

De novo o “click”, o engate quase imediato. Em entrevista ao Uol Esporte, o treinador revelou uma conversa com o elenco antes do primeiro treinamento: “Reuni os jogadores embaixo de uma mangueira que temos lá no centro de treinamento do Santos e falei: ‘Quero falar uma coisa para vocês aqui, hoje, no nosso primeiro dia de trabalho. Esse time pode marcar a história do Santos Futebol Clube’.”

Com Robinho, emprestado pelo Manchester City, fazendo um papel parecido com o de Muller no Palmeiras em 1996. Um facilitador para os companheiros. Alternando com Neymar pelas pontas, se aproximando de Ganso para tabelas e contribuindo para um volume de jogo sufocante. André se mexia também, embora ficasse mais na área adversária para finalizar.

Pará e Alex Sandro nas laterais, Arouca um pouco mais fixo na proteção a Edu Dracena e Durval e Wesley se juntando ao quarteto ofensivo. Mas até o camisa cinco aparecia na frente. Dorival tentava fazer o time reagir rápido sem bola pressionando para recuperar logo a posse e voltar a atacar. Quando encaixava era arrebatador. E bonito de ver.

O Santos voltado para o ataque comandado por Dorival Júnior. No 4-2-3-1 que tinha Ganso na articulação e Robinho como um facilitador, alternando nos flancos com Neymar (Tactical Pad).

No Paulista, 15 vitórias, dois empates e duas derrotas na primeira fase. 61 gols marcados, média superior a três por jogo. Dez pontos na frente do Santo André, que seria o vice-campeão em uma final mais equilibrada que o previsto, até pelo “sapeca” santista sobre o São Paulo na semifinal: 6 a 2 no agregado. Na decisão, uma vitória por 3 a 2 para cada lado, título santista pela melhor campanha geral. No total, foram 72 gols marcados e 31 sofridos.

Na Copa do Brasil, os 10 a 0 sobre o Naviraiense foram o destaque logo na primeira fase, mas o time passou por Remo (4 a 0 sem necessidade de volta), Guarani – com destaque para os 8 a 1 na ida – e Atlético Mineiro antes da final contra o Vitória. Assim como na semifinal contra o Grêmio, derrota como visitante e vitória em casa, se impondo no saldo de gols. Um time instável, mas bem sucedido naquele período.

Também superando os 100 gols. Foram 105 nas duas competições. E, mais importante, levando as taças para a Baixada Santista. Ciclo encerrado com a demissão de Dorival depois de briga pública com Neymar. Mas consolidado como time histórico com Muricy Ramalho, ganhando pragmatismo e solidez defensiva que equilibrou o talento na frente. Já sem Robinho, mas com um Neymar mais maduro para decidir a Libertadores de 2011. O Palmeiras seguiu caminho parecido a partir de 1997 com Luiz Felipe Scolari, mas só alcançou a consagração no continente em 1999.

O encantamento, porém, ficou com os “meteoros”. Times que atraíam os olhares até de torcedores de outros clubes. Pelo arrojo, por atacar como se não houvesse amanhã. Sem administrar resultado, com ímpeto incomum. Por isso tão difícil de esquecer.

 

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Santos de Jesualdo ganha respaldo com vitórias e um caminho pela esquerda http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2020/03/11/santos-de-jesualdo-ganha-respaldo-com-vitorias-e-um-caminho-pela-esquerda/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2020/03/11/santos-de-jesualdo-ganha-respaldo-com-vitorias-e-um-caminho-pela-esquerda/#respond Wed, 11 Mar 2020 09:39:57 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=8136

Foto: Marcelo Zambrana / AGIF

Jesualdo Ferreira chegou ao Santos com a missão ingrata de suceder Jorge Sampaoli. Complicada pela meta de manter o nível de desempenho e alcançar os títulos que faltaram em 2019. Pelas cobranças iniciais, o raciocínio parecia simplista: se Jorge Jesus conseguiu fazer o Flamengo vencer com intensidade e qualidade, outro treinador português veterano pode alcançar o mesmo rendimento com resultados semelhantes.

Não é tão fácil, nem Jesualdo tem o mesmo estilo de Jesus. Acredita em organização e cuidado com a bola para envolver o adversário. As diferenças saltaram aos olhos logo nas primeiras partidas e a ausência do antecessor pesou, principalmente pelos resultados ruins.

O técnico de 74 anos discutiu com jornalistas, teve seus métodos questionados…mas seguiu adiante. Agora, se o futebol ainda não encanta, ao menos os resultados vêm dando respaldo e também um pouco de paz para buscar a evolução da equipe.

Depois da derrota para o Ituano por 2 a 0 que gerou o clima mais tenso, empate sem gols, com períodos de domínio, contra o Palmeiras e vitória sobre o Mirassol por 3 a 1, que garantiram a liderança do Grupo A do Paulista, com 15 pontos.

Na Libertadores, prioridade e também motivo de preocupação, os triunfos sobre Defensa Y Justicia fora de casa e Delfin, na Vila Belmiro sem torcida por conta da punição da Conmebol pela confusão em 2018 por conta da eliminação para o Independiente nas oitavas da Libertadores. 100% de aproveitamento até inesperados, mesmo em um grupo acessível que ainda tem o Olimpia, a outra força do grupo.

Jesualdo aposta na repetição de uma formação para fazer os jogadores assimilarem o modelo de jogo. Assim como Jesus, é avesso a poupar muitos atletas de uma partida para outra. Desta maneira tenta coordenar melhor os setores. Jobson atua à frente da defesa, qualificando com Lucas Veríssimo e Luan Peres a saída de bola com melhor passe que Alison. O volante atrás de Carlos Sánchez e Diego Pituca. O meio-campo vem conseguindo proteger a última linha defensiva e fazer a bola chegar ao ataque.

O tridente ofensivo tem Eduardo Sasha partindo da direita, mas entrando para se juntar ao centroavante – Kaio Jorge e Yuri Alberto, ambos com 18 anos, vêm se alternando na função. Com isso, a criação pelo setor fica por conta de Sánchez, que apoia Pará. Foi a solução encontrada com a ausência de Marinho, que fraturou o pé esquerdo.

As ações de ataque fluem melhor pela esquerda, com Pituca dando suporte a Felipe Jonatan e Soteldo. O venezuelano ainda não desequilibra como no final do ano passado, mas chama a bola o tempo todo e segue corajoso nos duelos contra o lateral do oponente. E a área adversária também fica mais “cheia” quando a jogada é criada pelo setor, já que Sasha, o jovem centroavante escolhido e Sánchez infiltram para finalizar. É o melhor caminho até aqui.

A circulação de bola, que Jesualdo disse ser um dos aspectos que contribuem para alcançar a intensidade, ainda é lenta em muitos momentos, assim como os setores ficam descompactados. É preciso também ser mais contundente quando domina a partida e intenso na pressão sobre o adversário com a bola, mesmo sem a “loucura” dos tempos de Sampaoli. Mas a confiança adquirida pelos resultados positivos recentes cria um ambiente mais arejado para trabalhar as ideias de jogo.

Como nada mais relevante se decide no primeiro semestre, por ora é o suficiente. Para desafios maiores à frente, o Santos vai precisar de progressos em todos os setores, também na conexão entre eles. Ao menos Jesualdo tem as vitórias como créditos para resistir às turbulências e cobranças tipicamente precoces do futebol brasileiro.

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Palmeiras de Luxa não “foge” de Felipão/Mano. Ainda lembra Marcelo Oliveira http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2020/03/02/palmeiras-de-luxa-nao-foge-de-felipao-mano-ainda-lembra-marcelo-oliveira/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2020/03/02/palmeiras-de-luxa-nao-foge-de-felipao-mano-ainda-lembra-marcelo-oliveira/#respond Mon, 02 Mar 2020 09:02:54 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=8072

Foto: Cesar Greco / Foto Arena / Estadão Conteúdo

Vanderlei Luxemburgo voltou ao Palmeiras depois de 10 anos prometendo resgatar o futebol ofensivo de seus tempos áureos nos anos 1990. Mais posse de bola, pressão no campo de ataque e presença no campo adversário.

Não foi a tônica dos últimos trabalhos do treinador veterano, mas o elenco mais forte e o propósito do clube depois do ano passado com Luiz Felipe Scolari e Mano Menezes pareciam forçar o treinador a uma mudança na prática.

Ao menos até aqui, nos confrontos contra as equipes de Série A – São Paulo, Red Bull Bragantino e Santos -, Luxemburgo e Palmeiras seguem com melhor desempenho quando encontram espaços para as transições ofensivas em velocidade.

Sim, o time é mais voltado para o ataque, não se entrincheira na defesa. Mas não “foge” muito de 2019 quando encontra dificuldades na circulação da bola com o adversário em fase defensiva, a saída de bola muitas vezes é confusa, embora com menos ligações diretas que a de Felipão, e as ações de ataque ainda ficam muito por conta das individualidades. Especialmente com Dudu.

O craque palmeirense começou o clássico com o Santos no Pacaembu alternando pelos flancos com Willian e Luiz Adriano no centro do ataque. Mas o problema era o espaço entre os setores bem aproveitado pelo Santos, mesmo mais lento e menos intenso com Jesualdo Ferreira.

Os últimos minutos do clássico foram malucos, com um buraco entre as intermediárias, erros técnicos que geravam contragolpes seguidos das equipes. Divertido, mas uma “pelada” considerando que estavam em campo o segundo e o terceiro colocados do último Brasileiro.

Em um cenário caótico, a consequência natural de trocar Raphael Veiga e Luiz Adriano por Gabriel Veron e o estreante Rony foi puxar Dudu para dentro, com liberdade e participando mais do jogo. O camisa sete encontrou alguns bons passes e preencheu o vácuo entre volantes e quarteto ofensivo.

O Palmeiras da parte final do clássico contra o Santos: um 4-2-4 com Dudu centralizado, participando mais do jogo e tentando preencher o buraco no meio-campo. Lembrou o time de 2015 com Marcelo Oliveira (Tactical Pad).

Lembrando o Palmeiras campeão da Copa do Brasil de 2015, comandado por Marcelo Oliveira. Mas aquele ainda tinha Robinho como uma espécie de ponta armador pela direita como contraponto, se juntando aos meio-campistas. Do lado oposto, o menino Gabriel Jesus partia da esquerda em diagonal.

Desta vez foram dois ponteiros agudos e um atacante móvel partindo do centro. No modo “briga de rua”, de um jogo mais direto e vertical, pode funcionar. Mas dentro de um modelo mais propositivo, de controle do jogo pela posse, parece um contrasenso. Ou coerente com o Luxemburgo atual.

Na coletiva depois do clássico, o técnico disse que a atuação foi normal e o trabalho está no caminho certo. Ainda é início de temporada, mas os primeiros testes em jogos grandes não foram muito promissores. Vejamos na estreia da Libertadores.

Com Dudu aberto ou por dentro? Veremos na Argentina, contra o Tigre na quarta-feira.

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Por que renovação de Soteldo é o grande reforço do Santos para a temporada http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2020/02/12/por-que-renovacao-de-soteldo-e-o-grande-reforco-do-santos-para-a-temporada/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2020/02/12/por-que-renovacao-de-soteldo-e-o-grande-reforco-do-santos-para-a-temporada/#respond Wed, 12 Feb 2020 10:31:12 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=7956

Foto: Heber Gomes/ AGIF

Uma assistência, uma finalização, sete dribles bem sucedidos em nove tentativas e três faltas sofridas. Este é o saldo da estreia de Yeferson Soteldo em 2020 no Santos agora comandado por Jesualdo Ferreira.

Na coletiva após a vitória por 2 a 0 sobre o Botafogo-SP na Vila Belmiro, o treinador português foi preciso na análise sobre o ponteiro venezuelano:

– É um jogador que dá agressividade ao ataque, que faz gols e dá assistências, como fez hoje. É ideal que a gente tenha jogadores que tenham funções diferentes uns dos outros.

Soteldo é o contraponto à proposta de maior controle do jogo e cuidado com a posse de bola. O ponta é quem vai receber a bola posicionado à esquerda e partir para o confronto individual. Buscando a linha de fundo ou cortando para dentro para finalizar ou procurar um conpanheiro na área adversária.

Intenso e agressivo para dar o acabamento às jogadas. Eis a principal contribuição dentro da dinâmica ofensiva do Santos. Ou seja, é o ponto de desequilibrio. Ou o que não muda muito nas ideias de Jesualdo em relação a Jorge Sampaoli.

No último Brasileiro só ficou atrás de Michael como principal driblador da.competição. Mais nove gols, cinco assistências e sendo o terceiro do time que mais finaliza, depois de Eduardo Sasha e Carlos Sánchez.

Por isso o esforço do clube para renovar o contrato até 2023, fugindo do interesse do Atlético Mineiro e buscando soluções para o imbróglio financeiro com o Huachipato.

Porque dentro de um mercado tímido do alvinegro praiano, a melhor notícia para o Santos é a manutenção do camisa dez. Soteldo é o grande reforço para a temporada.

(Estatisticas: Footstats e SofaScore)

 

 

 

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Corinthians intenso atropela Santos “suicida” http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2020/02/02/corinthians-intenso-atropela-santos-suicida/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2020/02/02/corinthians-intenso-atropela-santos-suicida/#respond Sun, 02 Feb 2020 15:59:13 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=7895 Com um minuto e meio, o clássico na Arena do Corinthians já mostrava que o Santos não estava minimamente preparado para o que iria enfrentar. A equipe de Tiago Nunes entrou com um plano claro: circular rapidamente a bola para desarticular a marcação do rival. Justamente o que Jesualdo Ferreira disse que seria parte da intensidade cobrada ao alvinegro praiano.

Troca rápida de passes, bola em Victor Cantillo, o grande organizador dos ataques corintianos, e inversão para o lado direito, com Janderson, que inverteu de flanco para substituir o lesionado Ramiro, arrastando Felipe Jonatan para dentro e abrindo o corredor para Fagner, que não era acompanhado por Raniel. Passe do lateral, gol de Everaldo.

Tarefa facilitada por um erro fundamental do Santos, imperdoável no futebol em alto nível. Mesmo em um início de temporada e dentro de um jogo às 11h no verão: não pressionar o adversário com a bola jogando com defesa adiantada e em linha. Tática “suicida”. Um convite para o Corinthians rápido e intenso.

Assim dominou completamente o jogo por exatos 46 minutos. Finalizando 10 vezes em 45 minutos, perdendo gol feito com Sidcley. Concluindo pela última vez no primeiro minuto da segunda etapa: passe longo de Boselli, sem nenhuma marcação, para Janderson infiltrar às costas da defesa adversária e tocar na saída de Everson.

E aí veio a total falta de sensibilidade de uma regra que pune o jogo no grande momento do futebol. Janderson subiu a escada para comemorar com os torcedores, levou o segundo amarelo e foi expulso.  Tiago Nunes ainda perdeu Camacho, lesionado. Entrou Gabriel. Depois Luan saiu para a entrada de Lucas Piton pela esquerda fazendo dupla com Sidcley no protocolar 4-4-1 com dez homens. Everaldo inverteu o lado, depois saiu para a entrada de Mateus Vital.

O Santos sentiu falta de Alisson e Sánchez no meio-campo, mas nada justifica tamanha lentidão e previsibilidade nas ações de ataque. Não por culpa dos substitutos Jobson e Sandry, que saíram para as entradas de Uribe e Evandro. Nem de Jean Mota, que na sequência substituiu Kaio Jorge.

É um problema conceitual, parecido com o que o Botafogo sofreu no ano passado com Eduardo Barroca: o cuidado excessivo com o passe facilita a marcação pela morosidade para executar o gesto técnico. Hoje o fundamento exige precisão e velocidade.

O domínio santista na segunda etapa foi natural, terminando a partida com 60% de posse de bola e dez conclusões, mas apenas uma no alvo. O Corinthians, porém, foi mais perigoso em contragolpes, mesmo com um homem a menos,. Chegou a carimbar a trave com Piton, mas a arbitragem assinalou impedimento. Com organização e concentração defensiva, teve algum problema na jogada aérea de Raniel e pouco mais do que isso. Cantillo seguiu sobrando, ditando o ritmo.

O Corinthians se recupera em momento importante, às vésperas de estrear na Libertadores contra o Guarani paraguaio. O Santos preocupa e revolta o torcedor por ser a antítese da “fúria” do time com Jorge Sampaoli. Toda mudança de mentalidade precisa de tempo. O Santos foi bem contra a Internacional de Limeira na quinta e definhou no primeiro clássico da temporada.

Jesualdo vai ouvir o que não quer nas coletivas de imprensa. Mas não pode reclamar. Mesmo considerando o contexto da disputa e o imediatismo nas cobranças, o Santos ficou devendo no primeiro grande teste da temporada.

(Estatísticas: SofaScore)

 

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Santos de Jesualdo precisa de respaldo para trocar fúria por controle http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2020/01/27/santos-de-jesualdo-precisa-de-respaldo-para-trocar-furia-por-controle/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2020/01/27/santos-de-jesualdo-precisa-de-respaldo-para-trocar-furia-por-controle/#respond Tue, 28 Jan 2020 01:13:20 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=7879 A intensidade dos times de Jorge Sampaoli é alta, mesmo para os padrões dos “súditos” de Marcelo Bielsa. É muita fúria para atacar e pressionar tentando recuperar a bola o mais rápido possível. O problema sempre é suportar física e mentalmente tamanha exigência durante 90 minutos a cada jogo de uma temporada já naturalmente desgastante.

Encanta pela coragem e o Santos cativou muitas retinas, mesmo sem conquistas em 2019. Bonito de ver, mas por vezes deve ser duro de torcer. Porque quando não encaixa ou baixa a guarda, o fracasso é certo. Um efeito colateral da “loucura”.

Jesualdo Ferreira gosta de times com vocação ofensiva, mas crê na capacidade de controlar o jogo. Tratando a bola com cuidado, buscando a precisão nos passes para evitar que o oponente tenha muitas oportunidades de contra-atacar a última linha de defesa, quase sempre adiantada.

Sem Marinho, lesionado, e Soteldo, a serviço da seleção venezuelana no Pré-Olímpico, o Santos perde seus pontas desequilibrantes e, por isso, tem ainda mais motivos para valorizar a posse, circular a bola, inverter o lado da jogada e tocar, com paciência.

Em Campinas contra o Guarani pela segunda rodada do Paulista, com Alisson recuando para auxiliar Luiz Felipe e Luan Peres e empurrando os laterais Pará e Felipe Jonatan para abrir o campo. Os meias Sánchez e Diego Pituca dando suporte pelos flancos, mas também procurando Eduardo Sasha para tocar por dentro. Com as diagonais dos ponteiros substitutos, Arthur Gomes e Raniel.

Assim trabalhou desde a defesa até Felipe Jonatan colocar na cabeça de Arthur Gomes para abrir o placar no primeiro tempo. Dominando um Guarani que tentava atacar, especialmente pela direita com o lateral Pablo buscando o centroavante Rafael Costa. Mas defendendo mal e permitindo as triangulações pelos lados do alvinegro praiano.

O roteiro parecia o mesmo na segunda etapa, mas o que deveria ser o evento para fazer o Santos ter um domínio ainda mais amplo se transformou em problema: a expulsão de Lucas Abreu. No 4-4-1, o Bugre foi obrigado a se organizar defensivamente e só descer na boa. E forçou o adversário a atacar, em alguns momentos de forma apressada, sem coordenação.

A troca de Arthur Gomes com Jean Mota, que foi jogar pela esquerda e fez Ramiel mudar de lado, tirou profundidade da equipe de Jesualdo. Com o cansaço pelo início de temporada, o Santos foi definhando e se atrapalhando. Na bola parada, a saída errada do goleiro Everson e o gol de Rafael Costa, que havia marcado três no Santos de Sampaoli pelo Botafogo-SP em 2019.

Com Mateusinho na vaga do autor do gol, o Guarani ganhou ainda mais velocidade nos contragolpes. Por iniciar a preparação mais cedo, também sobrou vigor nos últimos minutos. E perdeu chance cristalina, com Junior Todinho. Jesualdo arriscou tudo com Tailson no lugar de Raniel e Uribe na vaga de Pituca. Faltou lucidez nos últimos minutos.

Mas sobrou sorte. Quando o time mandante parecia mais perto da virada, já nos acréscimos, Jean Mota bateu falta pela direita no travessão e Pablo, desastrado, marcou contra. Justo um dos destaques da primeira etapa. A equipe do jovem Thiago Carpini mereceu os aplausos do torcedor ao final da partida. Cresceu com um homem a menos.

Para o Santos, importante vencer para ganhar confiança. Porque mudar ideias e ideais nunca é fácil. Com 60% de posse e 17 finalizações a 11, não dá para dizer que o time foi mal. 552 passes trocados, 91% de precisão. A equipe de Jesualdo quer trabalhar a bola com calma e a paciência fora de campo é fundamental.

O português já deve ter sido informado que no Brasil o respaldo para mudar só vem com resultado imediato. Por isso voltar do Brinco de Ouro com três pontos é garantia de paz. Ao menos até quinta-feira, quando enfrenta a Internacional de Limeira.

(Estatísticas: SofaScore)

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É de Jürgen Klopp a última lição para o futebol brasileiro em 2019 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/12/23/e-de-jurgen-klopp-a-ultima-licao-para-o-futebol-brasileiro-em-2019/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/12/23/e-de-jurgen-klopp-a-ultima-licao-para-o-futebol-brasileiro-em-2019/#respond Mon, 23 Dec 2019 13:30:30 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=7765

Foto: Instagram / Liverpool

Foi um ano importante para o futebol brasileiro. De aprendizado na marra. E pode-se incluir aí até o próprio Flamengo, campeão brasileiro quebrando recorde de pontos e também da Libertadores, feito inédito desde o Santos de Pelé.

Porque a contratação de Jorge Jesus foi meio ao acaso, questão de oportunidade. E sem nenhum convicção de que poderia dar certo, tanto que havia cláusula de quebra unilateral, do clube ou do treinador, no final do ano. Objetivamente, este time histórico ainda deve ser considerado um “meteoro”, só que com feitos maiores do que o Santos de 2010 ou o Palmeiras de 1996. Foram pouco mais de cinco meses de trabalho.

Juntando isso ao hábito muito nosso de colocar tudo na conta dos jogadores, muitos dirão que a jornada fantástica dos rubro-negros se deve única e exclusivamente à qualidade dos oito contratados – quatro no início do ano, quatro na metade da temporada. Impossível negar a relevância, até porque são eles que decidem em campo. Mas basta olhar para o campo com atenção para ver que há conceitos, um modelo de jogo bem claro. E bem parecido com o que se faz nos principais centros.

Eis o ponto para reflexão, deixando clubismos e rivalidades de lado: é possível fazer mais e melhor. O Santos de Sampaoli é uma prova ainda maior, mesmo sem títulos e com eliminações precoces que comprometeram, sim, o trabalho como um todo. Com elenco menos farto e caro, o treinador argentino fez com que os jogadores evoluíssem e proporcionou momentos de espetáculo em 2019.

Pressão, posse, profundidade, amplitude, mobilidade, variações táticas, intensidade. Tudo que costumamos ver pela TV dos grandes times do planeta. Aqui, nos nossos campos. Menção honrosa também ao Athletico, com e depois sem Tiago Nunes. Não só pela conquista da Copa do Brasil, mas por se esforçar, com elenco inferior até ao do Santos, para entregar um jogo atual. O Corinthians de Tiago é, até agora, o que mais desperta curiosidade para 2020.

Bem mais do que os que ainda resistem e optam por mais do mesmo. Preocupados em contratar escudos e não profissionais de futebol. Por mais que a desgraça do Cruzeiro deixe tantos alertas, convicções não se mudam do dia para noite. Nossa cultura é de achar que no campo tudo se resolve no talento respaldado pela raça, por gestão de vestiário e ambiente político apaziguado fora das quatro linhas.

Não é mais suficiente. Ou tomara que não seja mais. Que o sarrafo tenha subido mesmo e a “recaída” não venha no ano que vem. Para isso fica a lição de Jürgen Klopp, treinador do Liverpool campeão europeu e agora mundial. Na coletiva pós-jogo ele enfim falou sobre o futebol brasileiro com um pouco mais de propriedade:

– Vimos o Flamengo jogar muito futebol, analisamos muito bem, especialmente o jogo contra o Santos. Demos trabalho para eles e esperávamos terminar o jogo nos 90 minutos. Os nossos jogadores fizeram um bom trabalho, não era fácil. Não houve surpresa.

Elogios ao Flamengo de Jorge Jesus, o valoroso adversário na final do torneio da FIFA, e ao Santos de Sampaoli, que tirou a invencibilidade de 29 jogos do campeão brasileiro e sul-americano. Ambos jogando futebol conectado ao que se faz de melhor, mesmo com as limitações por conta dos problemas seculares do esporte no Brasil. Nem sinal dos times comandados pelos de sempre, que antes reinavam na dança das cadeiras dos treinadores muito bem remunerados para entregar algo próximo da indigência.

Um último aviso, vindo do hoje melhor técnico do mundo, de que algo precisa ser feito. Não virar “moda” a contratação de estrangeiros para comandar as equipes daqui – difícil prever, por exemplo, o que será de Jesualdo Ferreira na sucessão de Sampaoli no Santos. Só um pouco mais de cuidado com o jogo. A proposta, o modelo, as ideias. Olhar com carinho para o campo, que é o que pauta o resto. Para todos sermos mais felizes no ano que vem. Ao menos com o futebol.

Feliz Natal!

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Show do Santos sobre campeão é última humilhação aos técnicos brasileiros http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/12/08/show-do-santos-sobre-campeao-e-ultima-humilhacao-aos-tecnicos-brasileiros/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/12/08/show-do-santos-sobre-campeao-e-ultima-humilhacao-aos-tecnicos-brasileiros/#respond Sun, 08 Dec 2019 20:55:57 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=7696 O Flamengo campeão e recordista na era dos pontos corridos com 20 clubes, com a cabeça no Mundial e sentindo demais a ausência de Rafinha, poupado e deixando Rodinei contra Soteldo, não tira os méritos do Santos.

Os 4 a 0 que acabaram com a invencibilidade de 29 partidas do time de Jorge Jesus, 24 no Brasileiro, tiveram a assinatura de Jorge Sampaoli.

Intensidade máxima, muita velocidade nas transições e novamente o protagonismo de seus ponteiros: Marinho abriu o placar, Soteldo deu um baile em Rodinei e serviu três passes pra gols. O segundo de Sánchez, o terceiro de Eduardo Sasha. No último, cruzamento preciso de Victor Ferraz para Sánchez.

Um quarteto ofensivo imparável, mais a excelência de Diego Pituca, Ferraz e Jorge. Dentro de uma exibição coletiva impecável. Deitando e rolando na desconcentração do adversário, quase displicência. Mesmo com a incerteza da permanência de Sampaoli, uma equipe entregando 100% na despedida da temporada em clima de decisão.

Justo vice-campeão que foi o melhor adversário nos dois turnos do Flamengo dominante. Mesmo sem o segundo elenco mais valioso. Um time à imagem e semelhança do intrépido comandante argentino.

O espetáculo na Vila Belmiro é a última humilhação aos treinadores brasileiros em 2019. Só outro estrangeiro para desafiar de fato e superar Jorge Jesus. Emblemático e mais um motivo de reflexão no futebol jogado no país.

 

 

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Athletico supera perda de Tiago Nunes e se afirma como segundo da temporada http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/11/25/athletico-supera-perda-de-tiago-nunes-e-se-afirma-como-segundo-da-temporada/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/11/25/athletico-supera-perda-de-tiago-nunes-e-se-afirma-como-segundo-da-temporada/#respond Mon, 25 Nov 2019 09:44:28 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=7620

Foto: Divulgação / Athletico

Um time que não está entre os maiores orçamentos do país, sem tanta visibilidade midiática e pressão, que perdesse seu treinador na reta final da temporada e já estivesse com a missão mais que cumprida, com título relevante conquistado e a vaga na fase de grupos da Libertadores garantida, provavelmente “fecharia para balanço” e já começaria a planejar o ano seguinte.

O Athletico até pensa em 2020, mas mantendo o nível competitivo. A “despedida” de Tiago Nunes antes de partir para o Corinthians foi com vitória em casa sobre o CSA por 1 a 0. Com o desmanche da comissão técnica, já que Tiago levou auxiliares, preparador físico e até analista de desempenho, Eduardo Barros assumiu.

Diretor das divisões de base e ex-auxiliar de Rafael Guanaes no time sub-23. campeão paranaense, o interino não tinha muito a fazer, senão manter as características da equipe: intensidade e versatilidade para se adaptar ao que pede o jogo, sabendo trabalhar com posse ou apelando mais para o jogo direto.  Também iniciar a transição para a próxima temporada.

Dando oportunidades a jovens como Vitinho, Erick, Khellven e Abner Vinicius, aproveitando o melhor de Thonny Anderson, que deve voltar ao Grêmio depois do empréstimo para ganhar rodagem, e resgatando Camacho após um gancho de seis meses por doping. Superando a perda de Renan Lodi para o Atlético de Madrid e tentando segurar Rony, Bruno Guimarães e o goleiro Santos, os destaques da temporada.

Com elenco reoxigenado dosando juventude e experiência, o Athletico aproveitou o “vácuo” deixado pela irregularidade de Corinthians, São Paulo, Internacional e Bahia e subiu para a quinta colocação, com 56 pontos. Desde a chegada de Barros, o time empatou sem gols com o Cruzeiro na estreia de Barros e venceu por 1 a 0 São Paulo e Atlético Mineiro fora e Botafogo na Arena da Baixada. A equipe não sofre gols desde o empate com o Internacional por 1 a 1 no Beira-Rio, na 29ª rodada.

A série invicta já acumula nove partidas, desde a derrota em casa por 2 a 0 para o campeão Flamengo. Justamente o único time que supera na temporada o Athetico, que foi campeão da Copa do Brasil impondo o único revés até aqui do time de Jorge Jesus, vencendo a disputa de pênaltis nas quartas de final depois de empates por 1 a 1.

Ainda com título estadual e campanha sólida no Brasileiro, que deve transformar o G-6 em G-8 com o título do Fla também na Libertadores, o time paranaense se firma como o segundo melhor do país. Ou com os resultados mais expressivos, só abaixo do “meteoro” rubro-negro do Rio de Janeiro.

Superando perdas e se reinventando sem abandonar a filosofia. Longe dos holofotes e das grandes receitas. Não é pouco e merece muito respeito.

 

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