viniciusjunior – Blog do André Rocha http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br O blog se propõe a trazer análises e informações sobre futebol brasileiro e internacional, com enfoque na essência do jogo, mas também abrindo o leque para todas as abordagens possíveis sobre o esporte. Mon, 13 Jul 2020 13:46:43 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Vinícius Júnior ganha confiança com o Real Madrid líder e ofensivo http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2020/06/24/vinicius-junior-ganha-confianca-com-o-real-madrid-lider-e-ofensivo/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2020/06/24/vinicius-junior-ganha-confianca-com-o-real-madrid-lider-e-ofensivo/#respond Wed, 24 Jun 2020 21:56:30 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=8687 O pênalti sofrido por Vinícius Júnior nos 2 a 1 sobre a Real Sociedad na rodada em que o Real Madrid assumiu a liderança foi um tanto duvidoso. Difícil avaliar se o toque sofrido foi o suficiente para desequilibrar o atacante. Na prática “salvou” o brasileiro que novamente teve personalidade e habilidade para a jogada individual, mas no acabamento costuma comprometer o ataque.

Zinedine Zidane aposta na velocidade para acelerar as transições ofensivas e também nessa capacidade de desequilibrar nos duelos com os marcadores. Transmite confiança e procura lapidar um talento que só precisa tomar melhores decisões na hora de definir ou servir os companheiros. Também acertar mais tecnicamente no último toque.

O Real Madrid não costumava dar esse tempo a jovens promissores, mas foi justamente o treinador francês quem mudou essa visão imediatista no clube. Ganhando o histórico tricampeonato da Liga dos Campeões e um título espanhol apostando em continuidade e oportunidades para a maioria dos jogadores.

Até Gareth Bale, titular nos 2 a 0 sobre o Mallorca no Estádio Alfredo Di Stéfano. Dentro de uma formação mais ofensiva com o galês e Vinicius nas pontas, Hazard por dentro se aproximando de Benzema. Em vários momentos quase num 4-2-4.

E ainda Luka Modric, que recebeu livre pela esquerda e esperou a passagem de Vinícius Júnior. Com liberdade à frente do goleiro, enfim a tranquilidade para tocar por cima e abrir o placar. Golaço que teve origem numa falta de Carvajal ignorada pela arbitragem. Mais um motivo de reclamação para Piqué na eterna “guerra fria” de bastidores entre Barcelona e Real Madrid.

Pouco antes, Vinicius recebeu de Hazard, mas finalizou em cima de um defensor. Minutos depois, quase a consagração com uma cavadinha que parou no travessão. O segundo gol do líder de “La Liga” viria no segundo tempo, em bela cobrança de falta de Sergio Ramos.

O “clean sheet” teve participação fundamental de Courtois, até porque a proposta ofensiva cedeu espaços ao Mallorca. A ausência de Casemiro, suspenso, também pesou. A imposição técnica, porém, foi protocolar. Com Zidane, o Real não costuma vacilar e deixar pontos irrecuperáveis pelo caminho.

Assim deve seguir na ponta da tabela, até porque a missão em Manchester contra o City na Champions parece quase impossível. Zidane valoriza os pontos corridos como a competição em que o trabalho do treinador e do time são mais valorizados por não dependerem de uma noite boa ou ruim. Vence o mais regular.

É o que busca Vinicius Júnior. Mais consistência e constância. Com paciência e minutos em campo, o Real Madrid pode tomar a hegemonia do Barça e colher uma estrela para a próxima década.

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O melhor e o pior de Vinicius Junior no gol que salvou o Superclássico http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2020/03/01/o-melhor-e-o-pior-de-vinicius-junior-no-gol-que-salvou-o-superclassico/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2020/03/01/o-melhor-e-o-pior-de-vinicius-junior-no-gol-que-salvou-o-superclassico/#respond Sun, 01 Mar 2020 22:46:51 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=8067 Um tempo de domínio para cada time no Superclássico do returno de La Liga no Santiago Bernabéu.

Mas parecia que, assim como no turno, a falta de contundência dos ataques puniria Real Madrid e Barcelona com uma marca histórica: nunca houve dois empates sem gols no confronto em uma mesma edição do campeonato espanhol. O zero a zero no Camp Nou já fora o primeiro desde 2002!

Seria ainda mais simbólico com Cristiano Ronaldo presente no estádio. Vendo Messi desperdiçar três chances que em outros tempos e disputas o gênio argentino não perderia. A mais clara, curiosamente, no segundo tempo de superioridade merengue.

Porque na primeira etapa o Barça, armado em um 4-4-2, foi superior com boa movimentação de Arthur, que também perdeu chance à frente de Courtois. Messi circulava e encontrava espaços às costas de Casemiro, que também formava uma segunda linha de quatro no meio do Real, liberando Isco para se aproximar de Benzema e abrindo Valverde à direita para ajudar Carvajal no cerco a Alba.

Em jogada típica do Barça pela esquerda, de novo com Jordi Alba como única opção de profundidade, Griezmann finalizou mal a ação que costuma encontrar Messi como alvo. Definitivamente, uma noite infeliz do time catalão nas conclusões. Foram nove, quatro no alvo.

Contra 13 do Real Madrid. Oito em um segundo tempo de recuperação do time de Zidane, fundamental na mudança tática: desmontou o 4-2-3-1, reorganizou no 4-1-4-1 e puxou Valverde para dentro, adiantando Kroos, plantando Casemiro para fechar os espaços entre as linhas para Messi e abrindo Isco pela direita. Só não mudou a melhor opção ofensiva: Vinicius Júnior pela esquerda.

No primeiro tempo errou ao buscar o fundo quando havia tempo e espaço para infiltrar em diagonal e finalizar. Na segunda etapa, o gol que mostrou o melhor e o pior do jovem atacante: demorou a ler a jogada e só infiltrou quando Toni Kroos sinalizou antes do passe. Mas foi para dentro, sem medo de Piqué à sua frente.

Finalizou mal, fraco e na direção de Ter Stegen. O desvio do zagueiro, porém, colocou força na bola e tirou do goleiro,  premiando a coragem do jovem atacante. Cada vez mais confiante, mas ainda precisando de mais capricho e tranquilidade no acabamento das jogadas.

Discussão para outra ocasião, porque o importante para os merengues foi salvar o clássico de outro zero a zero e acabar de desmanchar um Barcelona que ainda tentou responder com Braithwaite na vaga de Vidal, mas a atmosfera no Bernabéu e o bom desempenho do rival engoliram qualquer possibilidade de reação.

No último ataque, Mariano, que acabara de substituir Benzema, muito mais para Zidane ganhar tempo, disparou pela direita e fechou os 2 a 0 que devolvem a liderança ao Real Madrid e encerram uma sequência de sete clássicos sem vitória. Para redimir do revés contra o City na Champions.

Pode também ser o marco para o salto tão esperado de Vinicius Júnior. Ainda com 19 anos, agora com um feito de respeito no currículo.

(Estatísticas: SofaScore)

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Enfim, City e Jesus se agigantam em jogo grande da Liga dos Campeões http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2020/02/26/enfim-city-e-jesus-se-agigantam-em-jogo-grande-da-liga-dos-campeoes/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2020/02/26/enfim-city-e-jesus-se-agigantam-em-jogo-grande-da-liga-dos-campeoes/#respond Wed, 26 Feb 2020 22:29:53 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=8031 Que virada no Bernabéu! Histórica!

Foi preciso jogar a toalha na liga nacional tão valorizada por Pep Guardiola para o Manchester City entrar com a faca nos dentes na Liga dos Campeões.

É possível discutir se houve falta ou não na disputa entre Gabriel Jesus e Sergio Ramos no gol de empate do Manchester City marcado pelo brasileiro. Este que escreve interpretou como disputa normal de espaço.

Mas o domínio do time inglês em boa parte do jogo foi ndiscutível. Com Kevin De Bruyne jogando solto, muitas vezes mais adiantado até que Jesus. Aparecendo mais pela esquerda para desequilibrar. Como na assistência para o camisa nove, que foi titular para se mexer bastante na frente.

Não fosse Courtois, a dupla já teria feito o time de Guardiola ir às redes ainda no primeiro tempo. O goleiro belga foi o grande destaque do Real Madrid, evitando um estrago pior.

Vinicius Júnior também se destacou enquanto esteve em campo. Formando dupla de ataque com Benzema, mas naturalmente buscando o lado esquerdo. Perdendo boa chance em rebote de conclusão de Benzema, na crônica deficiência no acabamento das jogadas.

Mas ganhando de Walker para servir Isco no gol que abriu o placar. O meia espanhol novamente foi a peça “solta” do meio-campo merengue, à frente de Valverde e Modric. Dando suporte aos laterais Carvajal e Mendy que abriam o campo e buscavam o fundo.

Jogo de alto nível técnico e tático que desequilibrou de vez com as substituições. Gareth Bale não entrou bem na vaga de Vinicius. Guardiola, que foi obrigado a trocar o lesionado Laporte por Fernandinho ainda no primeiro tempo, ganhou rapidez e profundidade pela esquerda com Sterling na vaga de Bernardo Silva.

Foi sobre o atacante inglês o pênalti de Carvajal que De Bruyne converteu para se tornar o craque de uma noite memorável. De posse dividida, mas um City mais contundente. Dezesseis finalizações, metade no alvo.

E ainda a vantagem de enfrentar o Real sem o capitão e símbolo Sergio Ramos, expulso por falta em Jesus. De novo o brasileiro, que não foi o destaque técnico, mas finalmente se agigantou em jogo grande no torneio continental.

Assim como os citizens. Jogando a temporada, talvez aquele esforço a mais que faltava quando dividia atenções com a Premier League enfim apareceu.

Será preciso também em Manchester, porque o Real de Zidane nunca pode ser dado como morto na Champions.

(Estatísticas: UEFA)

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Casemiro e Vinícius Júnior são as boas notícias do dérbi de Madri http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2020/02/01/casemiro-e-vinicius-junior-sao-as-boas-noticias-do-derbi-de-madri/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2020/02/01/casemiro-e-vinicius-junior-sao-as-boas-noticias-do-derbi-de-madri/#respond Sat, 01 Feb 2020 17:31:46 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=7891 O craque do jogo para La Liga foi Federico Valverde. Justo, por mais uma grande atuação do meio-campista uruguaio. Incansável pela direita, de área a área.

Mas há mais boas noticias na vitória do Real sobre o Atlético no dérbi de Madri. Além do fim de um jejum de seis anos sem triunfos sobre o rival no Santiago Bernabeu, da ampliação da invencibilidade na temporada para 21 jogos e da liderança na liga.

Boa nova especialmente para quem admira o futebol brasileiro. Pela evolução de dois jogadores: um jovem, outro mais experiente.

Vinicius Júnior entrou na volta do intervalo, junto com Lucas Vazquez, mas vagas de Toni Kroos e Isco. Trocando um 4-2-3-1 com meio congestionado por um 4-3-3 mais agressivo e dando amplitude e profundidade aos ataques do time da casa.

A participação do jovem atacante pela esquerda foi mais efetiva. Com a “ambição” pedida por Zinedine Zidane. O grande momento, porém, foi na participação consciente no trabalho coletivo.

Passe decisivo para o lateral Mendy ultrapassar e servir Benzema, o artilheiro do Real na liga com 13 gols. Visão de jogo, tomada de decisão correta e precisão no gesto técnico. Justamente o que vem faltando para Vinicius se firmar na Europa.

Problema que Casemiro não tem. Multicampeão pelo Real Madrid, já é ídolo da torcida. Considerado o jogador que mudou a equipe de Zidane para buscar o tricampeonato europeu.

Mas que precisava evoluir, especialmente na saida de bola. Antes participava pouco, sofria quando pressionado e sobrecarregava  Modric e Kroos, obrigados a recuar para auxiliar Varane e Sergio Ramos.

Agora recua como um volante moderno, acerta passes e decisões. Com liderança e confiança reduziu bastante a margem de erro e ajuda na construção. Ainda aparece na frente para finalizar.

O Atletico de Diego Simeone foi competitivo novamente ao compactar duas linhas de quatro e usar as transições ofensivas com velocidade acionando Correa, Vitolo e Morata.

Mas o que parecia promissor com Renan Lodi e João Félix ganhou ares de estagnação e desgaste por Simeone não conseguir tornar o time mais versátil, sabendo jogar também com posse de bola e criando espaços. Por isso vai despencando na tabela.

Perdeu no detalhe, mas não pode dizer que foi injusto. Porque o Real novamente se impôs. Com Valverde individualmente acima de todos, mas Casemiro e Vinícius Junior como protagonistas.

Bom para Zidane. E também para Tite.

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Reinier lembra Raúl e parece mais pronto para Europa que Vinicius e Paquetá http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2020/01/07/reinier-lembra-raul-e-parece-mais-pronto-para-europa-que-vinicius-e-paqueta/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2020/01/07/reinier-lembra-raul-e-parece-mais-pronto-para-europa-que-vinicius-e-paqueta/#respond Tue, 07 Jan 2020 05:13:52 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=7803

Foto: Reprodução / Instagram

A venda de Reinier para o Real Madrid por cerca de 35 milhões de euros depende apenas de acertos finais e do anúncio oficial. Como o jogador faz 18 anos no dia 19, já pode seguir para a Espanha caso seja a decisão do contratante.

Camisa dez e capitão na seleção sub-17, ficou de fora do Mundial da categoria, mas a serviço do Flamengo nos profissionais fez seis gols e serviu duas assistências em 14 jogos. O que faltava para o gigante espanhol sacramentar o que já vinha se ensaiando há pelo menos três anos.

Uma rápida evolução no time principal que gerou uma precoce convocação para a seleção sub-23 que vai disputar o Pré-Olímpico. Beneficiado, logicamente, pelo ótimo momento do campeão brasileiro e da Libertadores e aproveitando as orientações de Jorge Jesus para se adaptar à uma intensidade de jogo parecida com a que vai encontrar na Europa.

Com direito à bronca do português por “notas artísticas”, ou excesso de preciosismo, logo depois do apito final na vitória por 1 a 0 sobre a Chapecoense na Arena Condá. Encarada com naturalidade e oportunidade de aprendizado. Maturidade que rendeu elogios de Jesus e, mais recentemente, até uma crítica do técnico ao clube brasileiro por cobrar aquém da capacidade do jogador.

Reinier é um típico meia-atacante que joga atrás do centroavante. Mais como dupla na frente do que na meia pelo centro em um 4-2-3-1, por exemplo. Objetivo, inteligente, com boa leitura de espaços e capacidade de definir a jogada com poucos toques. Boa técnica no acabamento das jogadas – finalização e assistência – e intensidade para participar da pressão no ataque logo após a perda da bola. Também aproveita o 1,85 m no jogo aéreo – a destacar o gol de cabeça contra o Bahia no Maracanã, o que iniciou a virada por 3 a 1, concluindo como centroavante o cruzamento de Gabriel Barbosa pela direita.

No estilo e nas características lembra, sem comparar e guardando as devidas proporções, o ídolo do Real Madrid Raúl González. O maior jogador já revelado no clube merengue e justamente o treinador que aguarda Reinier no Real Castilla. Movimentação parecida na aproximação com o centroavante e a personalidade e precisão para decidir.

Por ser mais letal parece mais pronto que Vinícius Júnior. Na objetividade e senso coletivo dá a impressão de estar acima de Lucas Paquetá. Apesar das funções diferentes em relação às duas joias que encheram os cofres rubro-negros recentemente.

Ainda muito a evoluir para um jovem e, óbvio, nada garante o sucesso. Até porque não depende apenas do potencial, o extra-campo conta muito. Mas o Real Madrid, na luta constante com o Barcelona pelos grandes talentos do planeta e escaldado pela perda de Neymar no início da década, parece ter feito um ótimo negócio.

Porque Reinier não é do tipo que vai aprender tudo na Europa. O “estágio” no Flamengo já ensinou algumas coisas que serão muito úteis em Madrid, inclusive levantar taças.

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Ninguém está pronto aos 18 anos, mas Rodrygo sempre foi “tipo exportação” http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/11/06/ninguem-esta-pronto-aos-18-anos-mas-rodrygo-sempre-foi-tipo-exportacao/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/11/06/ninguem-esta-pronto-aos-18-anos-mas-rodrygo-sempre-foi-tipo-exportacao/#respond Wed, 06 Nov 2019 22:29:37 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=7531 É injusto comparar Rodrygo com Vinicius Júnior porque ninguém está pronto aos 18 ou 19 anos e jovens não reagem igualmente à precocidade que faz pular etapas nas divisões de base. O Real Madrid investiu pensando no futuro, vejamos como se dará a evolução dos dois.

Mas era nítido desde o início que para jogar no maior clube europeu antes dos 20 anos a joia revelada no Santos estava mais pronta. Porque desde as primeiras aparições entre os profissionais do alvinegro praiano o atacante mostrou que era do “tipo exportação”.

A rapidez, a habilidade e a capacidade de mudar de direção que são típicas dos brasileiros e tanto agradam os europeus estavam lá, mas também a técnica, boa visão periférica, leitura de espaços, senso coletivo e, principalmente, a calma para buscar o melhor acabamento para as jogadas, seja finalização ou assistência.

E ainda um contexto favorável em relação à equipe comandada por Zinedine Zidane nesta temporada: rende também atuando pela direita, encaixando o ataque com Benzema no centro e Hazard pela esquerda. Vinicius Júnior, por exemplo, sempre foi melhor do lado oposto. E aí a concorrência fica bem complicada.

Pela direita, por dentro e pela esquerda. Com a canhota, depois de cabeça, por fim a destra. Posicionamento perfeito, sensibilidade para atacar os espaços em diagonal e entrar na área para cabecear. Três gols, os primeiros pela Liga dos Campeões na carreira. Ainda assistência para Benzema. Ajudando o time merengue a tornar fácil o jogo contra o Galatasaray no Santiago Bernabéu. Seis a zero.

Tudo com incrível naturalidade, simplificando as jogadas. É óbvio que nem sempre será assim, a transição nunca é simples e as oscilações são mais que compreensíveis. Mas Rodrygo sempre se mostrou acima da média, especialmente dentro das valências que são importantes no mais alto nível. Com inteligência e personalidade, qualquer adaptação fica mais fácil.

Mas sem pressa, nem julgamentos definitivos. Apenas os elogios merecidos por uma atuação de gente grande com uma camisa pesadíssima dentro do maior torneio de clubes do planeta. Não é pouco.

 

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Seleção precisa competir sempre, como os europeus. Amistoso é cilada! http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/09/11/selecao-precisa-competir-sempre-como-os-europeus-amistoso-e-cilada/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/09/11/selecao-precisa-competir-sempre-como-os-europeus-amistoso-e-cilada/#respond Wed, 11 Sep 2019 09:10:09 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=7232

Foto: Kevork Djansezian/AFP

A seleção brasileira perdeu para o Peru, sem Paolo Guerrero, por 1 a 0 em Los Angeles. Com David Neres, Allan e o estreante Vinícius Júnior perdendo boas chances, Neymar no banco de início e entrando no segundo tempo e a defesa falhando no gol do zagueiro Luis Abram. Difícil saber se a marcação de futebol americano na área brasileira ajudou ou prejudicou o sistema defensivo na bola parada. No gramado bizarro do Memorial Coliseum.

Não justifica a derrota, depois de oito gols marcados e apenas um sofrido em dois jogos contra a equipe de Ricardo Gareca na Copa América, incluindo a decisão no Maracanã. Mas os problemas desta “tour” nos Estados Unidos na data FIFA de setembro reforçam o que está cada vez mais claro: é preciso competir. Amistoso é cilada!

Principalmente pela quase impossibilidade de enfrentar os europeus, a pedra no sapato do Brasil desde 2002. França, Holanda, Alemanha e Bélgica como algozes nos Mundiais.  Agora todos envolvidos com Eurocopa, Liga das Nações e eliminatórias. Sempre competindo. Com a intensidade do futebol atual é prejudicial até mentalmente jogar sem valer alguma coisa. Sem contar o incômodo que causa nos grandes clubes do mundo ceder seus atletas para praticamente nada.

Ok, a competitividade nas eliminatórias da Euro não é lá grande coisa na maioria das partidas e tivemos algumas goleadas em ritmo mais ameno e momentos grotescos como o goleiro da Lituânia se atrapalhando com a bola em um frango tragicômico no segundo dos quatro gols do inesgotável Cristiano Ronaldo  nos 5 a 1 aplicados pelo atual campeão europeu e da Liga das Nações.

Ainda assim, o gol mais “feio” da carreira do gênio português será mais notícia pelo mundo que o revés brasileiro. Porque não dá mais para promover toda uma logística e expor atletas valiosos para seus clubes em partidas que nada valem. Desvaloriza também a “marca” da seleção cinco vezes campeã mundial.

Em outubro teremos mais dois amistosos, provavelmente contra africanos. Difícil criar alguma expectativa…Que venham logo as eliminatórias sul-americanas para que cada convocação de Tite não soe como engodo. Uma quase inutilidade.

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A inacreditável crise de pré-temporada no Real Madrid http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/08/13/a-inacreditavel-crise-de-pre-temporada-no-real-madrid/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/08/13/a-inacreditavel-crise-de-pre-temporada-no-real-madrid/#respond Tue, 13 Aug 2019 12:45:44 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=7036

Foto: EPA

A celebração pelo tricampeonato da Liga dos Campeões depois da vitória por 3 a 1 sobre o Liverpool em Kiev era um misto de alegria pela certeza do feito inédito e histórico do Real Madrid na Era Champions e também uma certa nostalgia pela impressão de fim de ciclo que virou certeza com o anúncio das saídas de Zinedine Zidane e Cristiano Ronaldo.

Imaginava-se que Florentino Pérez, depois de três temporadas sem grandes investimentos a pedido de Zidane, que apostava em manutenção da base vencedora e pinçar jovens revelados pelo clube, sacudiria o mercado com uma pesada reformulação. Chegava o momento de construir outro time merengue repleto de estrelas depois do movimento iniciado em 2009, com as contratações de Cristiano Ronaldo, Benzema e Kaká.

Mas o dirigente cometeu um erro muito comum em clubes vencedores que acreditam ter encontrado uma fórmula para conquistas: a crença no “piloto automático”. Basta manter a estrutura que a coisa caminha naturalmente. Até porque não seria fácil simplesmente descartar símbolos como Sergio Ramos e Marcelo, ou jogadores consagrados que não vão deixar o maior time do planeta por qualquer motivo – casos de Varane, Modric, Kroos e Gareth Bale.

Chegou Julen Lopetegui, um equívoco desde a negociação e o anúncio precoce com o treinador da seleção espanhola envolvido com a preparação para a Copa do Mundo na Rússia. Nenhuma grande novidade no mercado além de Courtois para a meta e Odrioloza como opção para a lateral direita, sem contar a chegada de Vinícius Júnior, que só ganhou oportunidades mais sólidas depois da saída do técnico já no final de outubro, após a goleada do Barcelona por 5 a 1, e a efetivação de Santiago Solari.

Durante toda temporada 2018/19, uma sensação de estagnação. Conquista única e protocolar do Mundial de Clubes e, no momento que parecia o mais promissor, depois de vencer o Ajax fora de casa por 2 a 1 na ida das oitavas da Champions, os humilhantes 4 a 1 no Santiago Bernabéu impostos pela equipe holandesa foram o duro choque de realidade. O ano que deveria funcionar como transição foi perdido.

A volta de Zidane parecia uma retomada do caminho, com o francês planejando a reformulação já no final da temporada para ir ao mercado atrás dos alvos certos. Também sinalizar para Bale, com quem sempre teve um relacionamento complicado, que enfim chegava a hora de deixar o clube.

O investimento foi pesado: nada menos que R$ 1,6 bilhão em Eden Hazard, Luka Jovic, Éder Militão, Ferland Mendy e Rodrygo. O belga para herdar o posto de estrela midiática vago depois da saída de Cristiano Ronaldo e novidades na defesa e no ataque.

Só que a base continua a mesma. Envelhecida, um tanto acomodada depois de alcançar o auge. O que ainda é capaz de motivar Varane, Sergio Ramos, Marcelo, Modric e Kroos? Benzema é o único que segue com fome, mas seu papel é de coadjuvante, não de liderança em um processo.

Para complicar, Hazard chegou bem acima do peso. Mesmo respeitando a liberdade nas férias é difícil aceitar que a maior contratação da história do clube – 140 milhões de euros – e um símbolo da transformação de um clube gigante se apresente tão fora de forma. Mais um fato que só reforça a imagem de que o Real Madrid, por si só, é o topo do futebol mundial e, para muitos, os desafios acabam no momento em que se veste a camisa branca do time merengue.

O resultado disso tudo é uma pré-temporada catastrófica. Mesmo relativizando resultados no período em que a equipe entra em campo com pouquíssimos dias de preparação para cumprir compromissos comerciais, não dá para aceitar passivamente levar sete gols do rival Atlético de Madrid. Sete que poderiam ter virado dez, tal a letargia em campo e o problema crônico na transição defensiva.

Mais derrotas para Bayern de Munique (3 a 1) , Tottenham (1 a 0) e Roma – 5 a 4 nos pênaltis depois de 2 a 2 no tempo normal.  Vitórias sobre Fenerbahçe por 5 a 3 e Red Bull Salzburg por 1 a 0, única partida sem sofrer gols. Com Zidane experimentando o sistema com três zagueiros:  Varane, Ramos e Militão dando liberdade aos alas Carvajal e Marcelo e aproximando Hazard de Benzema no ataque. Pode ser uma solução interessante, mas seria necessário buscar mais um zagueiro no mercado, já que além dos três só há Nacho Fernández como opção.

A estreia no campeonato espanhol contra o Celta de Vigo no sábado, dia 17, que deveria estar cercada de expectativas positivas, se transforma em grande ponto de interrogação e também um tormento: o Real Madrid chega ao primeiro jogo oficial de 2019/20 enfiado em uma crise inacreditável. Com Asensio, Brahim Díaz e Mendy lesionados, Bale e James Rodríguez numa espécie de “limbo” e os rumores de Neymar e Pogba no final da janela para tentar transformar a turbulência em esperança. E desviar o foco das notícias que já surgem sobre insatisfação e novos conflitos entre Florentino e o treinador.

Consequências da dimensão exagerada quando o assunto é o time mais vencedor do planeta, mas também de erros seguidos de planejamento e execução em um fim de ciclo que não chegou e agora fica difícil recomeçar com tantas lacunas e assuntos pendentes. Um desafio enorme para Zidane e também para a instituição. É hora da reciclagem à forceps.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Zidane volta ao Real “à la Cuca”. Foi bombeiro, agora será arquiteto? http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/03/11/zidane-volta-ao-real-a-la-cuca-foi-bombeiro-agora-sera-arquiteto/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/03/11/zidane-volta-ao-real-a-la-cuca-foi-bombeiro-agora-sera-arquiteto/#respond Mon, 11 Mar 2019 19:44:48 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=6116 A surpresa da volta de Zinedine Zidane ao comando técnico do Real Madrid se dá mais pelas fortes especulações na Europa de que o francês já teria um acerto encaminhado com a Juventus para suceder Massimiliano Allegri. Porque o retorno para o clube no qual foi tricampeão da Liga dos Campeões como treinador não é difícil de entender.

No Brasil tivemos um exemplo parecido recentemente: Cuca saiu do Palmeiras campeão brasileiro de 2016, ainda com Paulo Nobre na presidência e algum desgaste no relacionamento com jogadores e diretoria. Mauricio Galiotte era o novo presidente, da situação, mas o treinador preferiu deixar o clube, também por questões particulares. Que cinco meses depois ficou claro que não eram tão sérias assim, já que voltou para suceder Eduardo Baptista. Depois de uma campanha traumática no Campeonato Paulista.

Nos dois casos, a sacada é voltar com muito mais moral em um clube por baixo. Desafetos, críticos e céticos em silêncio e estendendo tapete vermelho. Zidane não é tão “sanguíneo” quanto Cuca, mas trabalhar com Florentino Pérez não deve ser algo muito confortável. É bem provável que a relação conflituosa da direção do clube merengue com Cristiano Ronaldo, o que culminou com sua saída para a Juventus, tenha empurrado também Zidane para fora.

E o futuro? Bem, Zidane foi um “bombeiro” no Real Madrid quando assumiu na virada para 2016, sucedendo Rafa Benítez. Havia sido auxiliar de Carlo Ancelotti, conhecia e contava com o respeito e a amizade dos jogadores e fez o simples: reconstruiu o vestiário e resgatou os conceitos do técnico italiano que levou o time à décima Champions e fez a equipe jogar um grande futebol no segundo semestre de 2014. Acabou demitido basicamente por não impedir que o Barça de Messi, Suárez e Neymar faturasse a tríplice coroa em 2015.

Nas duas temporadas e meia praticamente não foi ao mercado, investiu mais na manutenção do bom ambiente evitando contratações midiáticas para não gerar ciúmes e apostou nas divisões de base. Abraçou o lema “a melhor notícia é não ter notícia”. Acabou alcançando um feito inédito: ganhou duas Ligas dos Campeões com a mesma escalação inicial: Navas; Carvajal, Varane, Sergio Ramos e Marcelo; Casemiro, Modric e Kroos; Isco; Cristiano Ronaldo e Benzema.

Todos seguem no clube, exceto a estrela máxima. Mas parece claro que o ciclo de muitos já se encerrou e é preciso reformular, corrigir a rota. Ou pavimentar um novo caminho. Aí está o grande desafio de Zidane. Agora terá que ser arquiteto: planejar a construção de um novo elenco. Combinando características e casando perfis para encontrar a química. A chama que feneceu. Será capaz?

No Palmeiras, Cuca não chegou no final de 2017 para planejar o ano seguinte. Precisou trabalhar e buscar os títulos com um elenco diferente e contratações que não indicou. Zidane chega com a terra arrasada por Julen Lopetegui e Santiago Solari e com poucas boas notícias – basicamente, a ascensão de Reguilón, Llorente e Vinícius Júnior. O final de temporada será para cumprir a obrigação de assegurar vaga para a próxima Champions, avaliar o que deu errado e quais peças precisam ser trocadas.

Agora com ainda mais moral pelo status de treinador mais vencedor dos últimos anos e orçamento milionário para movimentar o mercado de transferências no verão. Um novo cenário que, a rigor, mantém Zidane como o que era quando assumiu pela primeira vez: uma grande incógnita.

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Palmeirense, você quer mesmo Dudu na seleção? http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/03/09/palmeirense-voce-quer-mesmo-dudu-na-selecao/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/03/09/palmeirense-voce-quer-mesmo-dudu-na-selecao/#respond Sat, 09 Mar 2019 12:54:06 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=6089

Foto: André Durão/Globoesporte.com

Vinícius Júnior foi cortado por conta da lesão na derrota do Real Madrid para o Ajax na Liga dos Campeões. Tite convocou David Neres, um dos destaques da mesma partida pela equipe vencedora. Em um bom momento do ponteiro formado pelo São Paulo no futebol holandês.

Dudu ficou de fora mais uma vez. O craque do último Brasileirão, que preferiu ficar no Palmeiras com 27 anos e proposta da China. Ponta que joga pelos dois lados, pode também atuar por dentro. O time depende tanto dele que é o único que não descansa por 90 minutos nas mãos de Luiz Felipe Scolari.

Tite poderia ter convocado para testar. Mas é preciso entender que Dudu compete na função que o Brasil mais exporta talentos: o velocista e/ou driblador pelo lado que vai abrir a defesa adversária. Neymar, Willian, Douglas Costa, Vinícius Júnior, David Neres, Malcom…

Richarlison também dribla, mas atende a uma demanda específica desta seleção brasileira: a profundidade. Atacar espaços às costas da defesa adversária e partir para o gol. Necessário se considerarmos as características de Firmino e Neymar, hoje as grandes referências ofensivas, de buscar a bola para ajudar na articulação das jogadas. Alguém precisa infiltrar.

Difícil encontrar um espaço para Dudu. Não pode ser uma política de cotas, como alguns defendem. Só porque o jogador do Palmeiras resolveu ficar tem que ser chamado para fomentar o futebol jogado no país. Não é assim que funciona. Ainda mais se considerarmos o período de maior instabilidade de Tite no cargo de técnico da seleção. Por mais que se negue publicamente, o futuro pensando em Copa de 2022 está condicionado ao resultado da Copa América disputada em casa.

Mas o mais curioso de toda esta discussão sobre a não convocação de jogadores atuando no Brasil é a gritaria contra quando eles são chamados porque vão desfalcar seus times no país que não respeita datas FIFA. Se despreza está boicotando, se chama é porque quer prejudicar.

No caso de Dudu, não dá para descartar a hipótese de Tite, na hora de decidir quais serão os pontas convocados, pesar um pouco, ainda que instintivamente, a sua imagem atrelada ao Corinthians no imaginário popular e também a relação conflituosa com Felipão. “Se eu chamo o Dudu vão achar que estou querendo atrapalhar o time rival e o treinador desafeto”. Quando convocou Dedé, Paquetá e Fagner e não Bruno Henrique, com Cruzeiro, Flamengo, Corinthians e Palmeiras envolvidos nas semifinais da Copa do Brasil, será que isso não contou? É humano e até compreensível.

Antes de debater convocações de jogadores atuando aqui é preciso discutir o calendário. Não adianta defender ou aceitar estadual inchado atropelando datas em que o universo dos clubes pára para as seleções jogarem, pedir um ou dois na seleção para no final lamentar os desfalques nos clubes em caso de resultado ruim. Ou protestar contra o hábito, de fato absurdo, de enfiar um jogador no avião para entrar em campo 24 horas depois de atuar por seu país.

No fim das contas, vale a pergunta: o palmeirense quer mesmo Dudu convocado e desfalcando a equipe? O Felipão quer? O presidente Galiotte? A Leila da Crefisa?

Vale a pena colocar na lista e oferecer poucas chances porque no fundo não se conta com ele? Se chamar e ele for bem contra um Panamá da vida entrando no segundo tempo não pode criar uma pressão desnecessária e a expectativa que não vai se confirmar lá na frente? Queiram ou não, o futebol jogado aqui não é parâmetro para o mais alto nível. Ou só para garotos surgindo com enorme potencial e que logo vão para os grandes centros.

Dudu é o típico talento brasileiro. Precisa de carinho e de um time para chamar de seu. Com Cuca e Felipão desequilibrou, com Roger Machado e Eduardo Baptista dentro de uma concepção de jogo mais coletivo nem tanto. Na Europa bateu e voltou. Ou seja, rende dentro de um contexto específico. Assim como Luan no Grêmio, outro que Tite não se sentiu seguro para convocar. Não é defesa do treinador da seleção, apenas entender os critérios.

O grande destaque do Palmeiras não vai vestir a camisa verde e amarela. Um plano frustrado para ele. Ruim para mais alguém?

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