williampottker – Blog do André Rocha http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br O blog se propõe a trazer análises e informações sobre futebol brasileiro e internacional, com enfoque na essência do jogo, mas também abrindo o leque para todas as abordagens possíveis sobre o esporte. Mon, 13 Jul 2020 13:46:43 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Guerrero? Tempo e confiança são os grandes “reforços” do Internacional http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2018/08/13/guerrero-tempo-e-confianca-sao-os-grandes-reforcos-do-internacional/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2018/08/13/guerrero-tempo-e-confianca-sao-os-grandes-reforcos-do-internacional/#respond Tue, 14 Aug 2018 00:47:52 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=5069 O Fluminense ajudou com falhas individuais nos dois gols de Nico López e de Jonatan Álvez e problemas coletivos recorrentes de equipes de Marcelo Oliveira – setores sem compactação, pouco jogo associativo e baixa intensidade. Mais uma vez, só Pedro se salvou no Tricolor.

Mas o Internacional, especialmente a partir dos 20 minutos do primeiro tempo, cumpriu atuação sólida no Maracanã. O mesmo 4-1-4-1 variando para duas linhas de quatro quando Patrick abre à esquerda e dá liberdade a William Pottker para se juntar a Álvez no ataque.

Intensidade, organização, alternando jogo direto e posse de bola. Nico López saindo da direita para circular às costas dos volantes adversários e Rodrigo Dourado protegendo a defesa e saindo para o jogo com passes simples, como o que serviu Nico no gol que abriu o placar.

Na segunda etapa, controle dos espaços com alguns momentos de desconcentração que geraram espaços, inclusive para dois chutes de Sornoza nas traves de Marcelo Lomba, que também fez belas defesas – inclusive com o placar sem gols. Mas também ameaçando, especialmente na velocidade com Pottker, que passou a jogar mais adiantado depois da troca de Álvez por Rossi.

É onde entra Paolo Guerrero. O peruano teve dificuldades para render no Flamengo, muito por conta do estilo que privilegia a posse de bola e a ideia de ocupar o campo de ataque trocando passes. Assim foi mais pivô que goleador.

Jogando no Brasil, além do gol do título mundial do Corinthians de Tite em 2014, o melhor momento aconteceu dois anos depois, na mesma equipe, então comandada por Mano Menezes. Dentro de uma proposta mais reativa, com espaços para acelerar e procurar o lado esquerdo para buscar as infiltrações em diagonal. Mesmo agora com 34 anos e vindo de um tempo considerável de inatividade, Guerrero pode se adaptar bem ao modelo de jogo do Colorado.

Mas neste momento não há razão para tirar Álvez do time. Suas características se ajustaram bem com os companheiros. No gol que marcou, o uruguaio acompanhou bem a jogada pela esquerda de Iago, outro ponto forte de um time sem estrela destacada – até porque D’Alessandro agora é reserva. Pressiona os zagueiros, abre espaços, entendeu rapidamente os movimentos de Nico da direita para dentro e as diagonais de Pottker.

Na prática, porém, os grandes reforços do Internacional são tempo e confiança. Paciência com Odair Hellmann, mesmo com um início de trabalho hesitante, para que o treinador adaptasse melhor suas ideias às características das peças do elenco. Agora o tempo para trabalhar. Além do que todos tiveram na parada para a Copa do Mundo, as semanas “cheias” enquanto os principais concorrentes estão envolvidos com outras competições.

Tempo que bem aproveitado gera desempenho, que aumenta a confiança. É a fórmula do Internacional para brigar no topo voltando à Série A depois da descida ao inferno. Considerando que vai enfrentar no Beira-Rio todas as equipes que hoje dividem espaço no G-6, é cada vez mais possível acreditar numa redenção que parecia improvável.

 

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Tempo será maior aliado do Internacional. Primeira impressão não é boa http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2018/01/19/tempo-sera-maior-aliado-do-internacional-primeira-impressao-nao-e-boa/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2018/01/19/tempo-sera-maior-aliado-do-internacional-primeira-impressao-nao-e-boa/#respond Fri, 19 Jan 2018 11:13:38 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=4023 Volta da Série B sem título, treinador sem “grife” e, portanto, estofo para manter alguma estabilidade num revés de maior impacto. O elenco não contou com grande reformulação por conta de dificuldades financeiras. Para aumentar a irritação da torcida, 2017 foi de tricampeonato da Libertadores para o rival Grêmio.

Se em outros anos, especialmente, 2016, o campeonato gaúcho mais iludiu que trouxe soluções para o Internacional, desta vez pode funcionar como um aliado. Para ganhar tempo.

Tempo para assimilar a proposta de Odair Hellmann que foi interino após a saída de Guto Ferreira e acabou efetivado com as recusas de Roger Machado e Abel Braga. Jogos para vencer e ganhar confiança, mesmo sem um desempenho consistente, como no triunfo por 1 a 0 sobre o Veranópolis na estreia oficial da temporada no Beira-Rio. Uma sequência de trabalho para reavaliar o elenco, podendo ir ao mercado ou buscar nas divisões de base – o Inter é semifinalista da Copa São Paulo depois de golear o Santos por 4 a 0.

A primeira impressão não é boa, mesmo considerando o pouco tempo de preparação. A equipe ainda encontra dificuldades para criar espaços no campo adversário, como quer o treinador numa proposta valorizando a posse de bola. O 4-2-3-1 tem D’Alessandro, ídolo mas já na reta final de carreira aos 36 anos, como articulador central. Eventualmente procurando o lado direito para fugir da pressão mais intensa na marcação. Camilo atua como um meia aberto à esquerda procurando o centro para articular ou finalizar. Vem faltando o passe diferente, que encontra o companheiro em condições de finalizar.

O Internacional sempre vai melhor quando acelera. Pelos flancos com William Pottker, autor do gol único em contragolpe veloz. Ou com Edenílson, que leva a equipe ao ataque conduzindo a bola. Rodrigo Dourado até tem bom passe, mas não é exatamente o volante organizador que faz o time jogar. Na dificuldade, saída pelas laterais com Cláudio Winck e Uendel, o que não garante qualidade na transição ofensiva. Ou ligação direta procurando Leandro Damião, que é finalizador e contribuiu pouco no trabalho de pivô.

Ou seja, é um time vivendo um paradoxo: quer a bola para controlar o jogo, mas funciona melhor explorando os espaços deixados pelos adversários. Para mudar é preciso trabalho e tentar combinar as características dos atletas com o modelo de jogo escolhido.

Roger, contratado ao Botafogo, deve funcionar melhor a médio prazo. Assim como a habilidade de Wellington Silva, que veio do Fluminense, pode abrir defesas fechadas com dribles. Nico López é a opção para quando D’Alessandro cansa, mas também pode funcionar como “falso nove”.

Não é de todo ruim, mas também não parece o suficiente para o Inter voltar forte à Série A do Brasileiro. O tempo será o maior aliado até abril para ganhar equilíbrio e resgatar em campo o respeito por um gigante do futebol brasileiro.

 

 

 

 

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Análise tática: Ponte Preta e Corinthians desconstroem a “moda” do 4-1-4-1 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2017/04/17/analise-tatica-ponte-preta-e-corinthians-desconstroem-a-moda-do-4-1-4-1/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2017/04/17/analise-tatica-ponte-preta-e-corinthians-desconstroem-a-moda-do-4-1-4-1/#respond Mon, 17 Apr 2017 10:05:44 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=2555 Com o sucesso da seleção brasileira sob o comando de Tite, veio a impressão de que o 4-1-4-1 se consolidaria como tendência no futebol brasileiro. Como um dia foi o 4-2-3-1.

Ponte Preta e Corinthians até utilizaram o desenho tático com um volante entre duas linhas de quatro e mais um atacante durante a campanha na fase de grupos do Paulista. Mas bastou chegar os confrontos mais importantes para os treinadores Gilson Kleina e Fabio Carille alterarem o sistema.

Agora são duas linhas de quatro sem a bola que deixam dois jogadores mais adiantados. Para pressionar a saída de bola do adversário, mas também servir como referência para a transição rápida do campo de defesa.

De maneiras distintas, porém. Nos surpreendentes 3 a 0 sobre o favorito Palmeiras no Moisés Lucarelli, a Ponte compactou bem as linhas e não deu refresco ao palmeirense que estivesse com a bola. Pressão para tomar rápido e acelerar buscando o artilheiro William Pottker e Clayson, que saiu da direita para formar uma dupla na frente e criar problemas circulando às costas de Felipe Melo.

Mas sem enfraquecer o setor “abandonado”. Porque Jadson abria para fechar a segunda linha e atacava por dentro, deixando o corredor para as descidas de Jeferson, substituto de Nino Paraíba. Para cima de Zé Roberto, que não contava com o suporte de Dudu.

O Palmeiras de Eduardo Baptista dá a impressão de que confia na posse de bola e no temor que pode causar no oponente por conta de seu elenco de alto nível para o futebol que se joga na América do Sul para não ser atacado.

Só que o time de Campinas atacou e contra-atacou. No ritmo de Fernando Bob, volante elegante que distribui o jogo e aparece na frente. Com Lucca, infiltrando em diagonal para receber linda assistência de Pottker e marcar o segundo gol aos nove.

Porque o primeiro não precisou nem de um minuto para acontecer, com Pottker. Uma blitz na área palmeirense até o desvio do goleador do Paulista ao lado do são-paulino Giberto, com nove. O terceiro com Jeferson após falha grotesca de Zé Roberto. Seis finalizações, cinco no alvo. Três gols. Tudo isso em 33 minutos.

As linhas de quatro da Ponte Preta com todos defendendo no próprio campo, inclusive Clayson e Pottker. Jadson abrindo para bloquear o lado direito e Fernando Bob na proteção da última linha (reprodução TV Globo).

O Corinthians precisou de 45, mais três de acréscimo, no Morumbi para se impor com as mesmas linhas de quatro que adiantaram Rodriguinho para desequilibrar. Primeiro no passe preciso para Jô marcar seu sexto gol na temporada, quatro em clássicos. Depois o chute que Renan Ribeiro não impediu que chegasse às redes no lance final da primeira etapa. Ambos em vacilos de Jucilei, muito lento para a função que exerce na proteção da retaguarda.

A equipe de Carille confia mais no posicionamento. Nem precisa pressionar tanto a bola, porque em seu próprio campo tem os espaços como referência. Permite até o controle da pelota, mas nega brechas ao rival, especialmente na última linha defensiva.

Fabio Carille dá mais liberdade a Rodriguinho no novo desenho tático corintiano. A última linha de defesa segue posicional atrás de outra com quatro jogadores para negar espaços aos adversários (reprodução Premiere).

Bola roubada, a saída em velocidade e em bloco para aproveitar os espaços deixados pelo tricolor que parecia acertar o sistema defensivo. Mas era só a fragilidade dos adversários mesmo.

Rogério Ceni vai sofrendo com a “síndrome do caderno em branco”. Toda experiência como treinador é a primeira. Não foi o primeiro clássico Majestoso, mas este vale vaga na decisão. E seu time falhou. Continua mal posicionado atrás. Só valeu pela honestidade de Rodrigo Caio na anulação do amarelo para Jô, que sequer tocou em Renan Ribeiro. Questão de índole.

No segundo tempo subiu a posse para 62%, fez Cássio trabalhar com oito finalizações contra uma e criou espaços e chances até para empatar. Só que não é fácil vazar o melhor sistema defensivo do país até aqui em 2017 e que deve confirmar em Itaquera a vaga na final estadual.

O Palmeiras diminuiu os estragos na segunda etapa em Campinas. Também porque a Ponte preferiu controlar o jogo sem a posse (terminou com 44%) e administrar ótima vantagem para a volta no Allianz Parque. Mas não irreversível.

Para a volta, a melhor receita parece a mesma da ida: marcar e jogar. Com as duas linhas de quatro que fizeram Corinthians e Ponte mais sólidos e objetivos. Desconstruindo a “moda” do 4-1-4-1. Quarenta anos depois do gol histórico de Basílio, podem fazer novamente a final do Paulista.

(Estatísticas: Footstats)

 

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Santos parece ter regredido. Ponte ensina como não ser um time engessado http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2017/04/01/santos-parece-ter-regredido-ponte-ensina-como-nao-ser-um-time-engessado/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2017/04/01/santos-parece-ter-regredido-ponte-ensina-como-nao-ser-um-time-engessado/#respond Sat, 01 Apr 2017 22:01:32 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=2486

Ponte Preta forte pela direita para cima do improvisado Jean Mota, o que prendeu Thiago Maia no meio e isolou Lucas Lima na armação das jogadas. Santos engessado no 4-2-3-1, Ponte mais móvel e criativa no 4-1-4-1. Muito pela agilidade de William Pottker na frente (Tactical Pad).

Segundo o Footstats, o Santos teve 64% de posse de bola no Moisés Lucarelli, mas só finalizou quatro vezes, metade na direção da meta de Aranha. A Ponte Preta concluiu 12, o triplo. Podia ter construído um placar mais confortável para a volta das quartas de final do Paulista.

Porque o time de Dorival Júnior parece ter regredido na execução de seu modelo de jogo. É engessado, previsível. Sem Zeca e com Jean Mota improvisado na lateral esquerda, precisou prender Thiago Maia ao lado de Renato à frente da defesa para conter os avanços de Nino Paraíba se juntando a Clayson e Jadson pela direita no 4-1-4-1 armado por Gilson Kleina.

Com isso, isolou Lucas Lima na articulação. Também porque Vitor Bueno parece ter esquecido que é meia de formação e, empolgado pelos gols marcados desde que se firmou como titular, só quer ficar na frente para buscar a diagonal e finalizar. Não colabora na articulação, circulando para mexer com a marcação adversária.

O Santos só saiu da mesmice quando inverteu os pontas e Bruno Henrique foi para o lado direito. Assim criou para Ricardo Oliveira. À esquerda, Vitor Bueno também apareceu e o time quase empatou.

A Ponte marcou seu gol no primeiro tempo. Atacando pela direita. Belo passe para a infiltração de Nino Paraíba, que serviu William Pottker para marcar seu oitavo gol. Agora é artilheiro isolado do estadual. Goleador que não fica fixo entre os zagueiros. Procura os flancos, abre espaços, induz as diagonais dos pontas Clayson e Lucca e chama a aproximação dos meias Jadson e Elton.

Entre as linhas de quatro, Fernando Bob protege a defesa e distribui o jogo com classe e precisão. Coisa que Renato não conseguiu fazer por outro problema que indica uma involução do alvinegro praiano: a saída de bola.

Agora com os laterais Victor Ferraz e Jean Mota com um posicionamento mais conservador, sem o recuo de Renato e os zagueiros Lucas Veríssimo e David Braz abrindo. Provavelmente para não desorganizar a frágil defesa na perda da bola e transição ofensiva do adversário.

Só que, paradoxalmente, com um meia na lateral esquerda como Jean Mota, a equipe perdeu o trabalho dos laterais por dentro que confundia a marcação e desafogava Lucas Lima. Resultado prático: time mais lento e sem alternativas.

Melhorou a dinâmica no segundo tempo com Kayke e Rafael Longuine – Copete entrou na vaga de Vitor Bueno no intervalo. Mas nada substancial. O jogo não flui, está travado pelas próprias dificuldades santistas.

Já Kleina manteve seu time inquieto. Primeiro com Pottker recuando para jogar à direita e dando mais liberdade para Clayson. Depois, com os veteranos Renato Cajá, em sua quarta passagem pelo clube campineiro, e Wendel, se repaginou num 4-3-1-2, com Cajá mais solto e os atacantes abertos. Mesmo com a saída de Pottker lesionado para a entrada de Lins.

Uma aula de como não se acomodar nem facilitar a vida do oponente. Sem a bola, intensidade e 15 desarmes corretos contra oito. Teve a chance de ampliar, mas ficou no 1 a 0 que parece pouco para o domínio e o controle do jogo.

Pode sofrer no Pacaembu. Principalmente se o Santos aprender e resgatar virtudes que parecem esquecidas em 2017.

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