zericardo – Blog do André Rocha http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br O blog se propõe a trazer análises e informações sobre futebol brasileiro e internacional, com enfoque na essência do jogo, mas também abrindo o leque para todas as abordagens possíveis sobre o esporte. Mon, 13 Jul 2020 13:46:43 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Recuperação rápida é mais uma prova da grandeza do Grêmio de Renato Gaúcho http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/11/04/recuperacao-rapida-e-mais-uma-prova-da-grandeza-do-gremio-de-renato-gaucho/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/11/04/recuperacao-rapida-e-mais-uma-prova-da-grandeza-do-gremio-de-renato-gaucho/#respond Mon, 04 Nov 2019 09:32:43 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=7522

Foto: Wesley Santos / Allsports

Um time copeiro, com cultura e história no mata-mata, sofre seu pior revés justamente no jogo mais importante do ano em uma semifinal da Libertadores, prioridade na temporada. Sem chances de título no ano além do estadual, as possibilidades desse clube jogar a toalha, demitir treinador e iniciar o planejamento para a temporada seguinte seriam enormes.

Não o Grêmio. Não a equipe de Renato Gaúcho, que mesmo com os desfalques importantes que fragilizaram as estruturas de um trabalho de três anos no confronto com o Flamengo, se recupera no Brasileiro com três vitórias construídas com autoridade e que alçam a equipe ao G-6 e agora com possibilidades de chegar ao G-4 e garantir novamente a vaga direta na fase de grupos da Libertadores.

Aliás, só depende de si, já que na antepenúltima rodada encara em Porto Alegre o São Paulo, hoje o quarto colocado dois pontos à frente do tricolor gaúcho. Rápida e incrível recuperação de um time que parecia destruído. Também um alerta para que no ano que vem a tradição de priorizar os torneios eliminatórios seja suavizada para que o Grêmio possa lutar no topo também do Brasileiro, com Flamengo e Palmeiras, os dominantes das duas últimas temporadas.

Não foi a primeira vez que o time reagiu logo após uma eliminação traumática. Na sequência da derrota no tempo normal e nos pênaltis para o Athletico na semifinal da Copa do Brasil, o Grêmio emendou vitórias sobre Cruzeiro (4 a 1), Goiás (3  0), Santos (3 a 0) e Avaí (6 a 1). Agora a “ressaca” foi logo curada com os 3 a 0 sobre o Botafogo e depois vencendo o Vasco de Vanderlei Luxemburgo em São Januário por 3 a 1.

No Gre-Nal 422, a clara imposição de uma filosofia, uma maneira de jogar futebol que independe de nomes. Sem Luan e Jean Pyerre, Renato agora trabalha com Diego Tardelli e Luciano por dentro, formando praticamente um quarteto de ataque com os ponteiros Alisson e Everton. Suportados pela dupla Maicon-Matheus Henrique.

O Internacional de Zé Ricardo já era totalmente dominado na casa do rival antes mesmo da expulsão de Marcelo Lomba que praticamente tirou qualquer chance de reação do Colorado. O Grêmio controlou a posse (55%) e finalizou muito mais: 20, nove no alvo, contra apenas cinco. Nenhuma na direção da meta de Paulo Victor. Fruto da marcação sufocante e da concentração defensiva. Foram 23 desarmes gremistas, dez a mais que o Inter.

Os gols carregam enorme simbolismo. O líder e ídolo Geromel, que tanto lutou para se recuperar rápido e estar no Maracanã em condições de competir, mas não pôde segurar o “arrastão” comandado por Gabriel Barbosa e Bruno Henrique. Na bola parada para novamente demonstrar a versatilidade ofensiva da equipe. E Romulo, que entrou na vaga de Maicon e é mais um que Renato tenta recuperar. Outro personagem improvável que ganha protagonismo, ainda que efêmero, com a camisa tricolor.

Um triunfo para não deixar dúvidas de que o Grêmio de Renato Gaúcho, já um time histórico, renasce. Ainda mais forte no espírito depois de desabar. Com outra enorme prova de grandeza.

(Estatísticas: Footstats)

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Desafio de Jorge Jesus é unir os pontos do que o Flamengo já fez de bom http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/06/27/desafio-de-jorge-jesus-e-unir-os-pontos-do-que-o-flamengo-ja-fez-de-bom/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/06/27/desafio-de-jorge-jesus-e-unir-os-pontos-do-que-o-flamengo-ja-fez-de-bom/#respond Thu, 27 Jun 2019 09:41:29 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=6763

Foto: Alexandre Vidal/Site do Flamengo

Quando Jorge Jesus foi especulado e depois anunciado como novo treinador do Flamengo, sucedendo Abel Braga, este blog foi cauteloso na análise da contratação por dois motivos básicos: os trabalhos anteriores do profissional experiente servem como referência para avaliar o que o novo comandante pode fazer, mas o contexto do futebol brasileiro é muito particular. Ele provavelmente já sabe que terá que simplificar alguns processos e queimar etapas.

Ao mesmo tempo, pelo padrão de suas equipes, especialmente Benfica e Sporting, a possibilidade de contratação de jogadores com características específicas, particularmente um centroavante de maior força física para atuar na referência do ataque, é bem grande. Apesar de não ser um técnico adepto do jogo direto, com muitos lançamentos, é uma função importante em seu modelo de jogo.

Sem Cuéllar e De Arrascaeta, ainda envolvidos com a Copa América, é difícil vislumbrar um time base, mesmo considerando que este elenco deve rodar bastante para dar conta de Brasileiro e mais Libertadores e Copa do Brasil em afunilamento. Este que escreve também pensa que um meio-campista de área a área deveria ser tratado como prioridade por técnico e diretoria. Só Arão e Ronaldo podem não ser o suficiente para os duros confrontos que estão por vir.

Então no momento o que cabe é uma reflexão sobre o que esse “novo” Flamengo deve ter como meta na volta da temporada 2019 no Brasil. Desde o segundo semestre de 2015, com a chegada da dupla Paolo Guerrero/Emerson Sheik, o patamar de contratações mudou e, consequentemente, de expectativas também. Só que o tempo passou e nenhuma conquista relevante afirmou no futebol essa reabilitação do clube em termos de gestão.

Porque sempre faltou algo ao time. Quando havia peso e experiência no comando técnico, com mentalidade vencedora ao menos no discurso, faltou o conteúdo no campo – Muricy Ramalho, Paulo César Carpegiani, Abel Braga e pontualmente de Reinaldo Rueda. Com Zé Ricardo e Mauricio Barbieri, conceitos mais atuais, porém inexperiência natural de jovens treinadores na condução de um vestiário complexo e muita pressão externa, contrastando com um certo paternalismo na direção do futebol.

A solidez defensiva que faltou tantas vezes veio de onde menos se esperava: o interino Marcelo Salles optou por uma formação com Arão mais próximo de Cuéllar (ou Piris da Motta) e entregou a equipe sem sofrer gols. Fundamental na vitória sobre o Corinthians por 1 a 0 que garantiu a classificação para as quartas de final da Copa do Brasil. Mais sete pontos no Brasileiro.

O trabalho mais completo, sem dúvida alguma, foi o de Dorival Júnior no final do ano passado. Mas dentro de um cenário muito particular: fim da gestão Bandeira de Mello, possibilidade de permanência apenas em caso de título brasileiro e só 12 jogos para duelar com o forte Palmeiras de Felipão. O Flamengo foi organizado, competitivo e teve posse de bola agressiva, sem “arame liso”. Venceu sete, empatou três e perdeu duas. 66% de aproveitamento.

A gestão de vestiário foi forte, peitando e colocando na reserva lideranças como os Diegos, Ribas e Alves. Mas a oscilação no aspecto mental pesou na derrota para o Botafogo, a despedida foi péssima com a fraca atuação diante do Athletico no Maracanã e ainda teve o chute na lua de Lucas Paquetá no confronto direto com os alviverdes. A dúvida que fica é se dentro de um contrato com prazo mais longo Dorival arriscaria tanto.

É evidente que não se exige de Jorge Jesus uma equipe perfeita. Ou melhor, os críticos da demissão de Abel e aqueles que torcem o nariz para estrangeiros treinando as principais equipes do país vão, sim, cobrar tudo do português. Mas o fato é que sempre houve um “gargalo” que impediu o time rubro-negro de alcançar o tão almejado título – cariocas à parte. Na técnica, na tática, no ânimo ou mesmo na gestão do futebol, permitindo, por exemplo, que o Fla chegasse a uma final de Copa do Brasil sem um goleiro confiável.

Cabe ao novo treinador juntar os pontos do que o Flamengo fez de bom nos últimos anos. É um desafio pela atmosfera muito particular do clube. A torcida quer tudo para ontem,  mas a base e o investimento são suficientes para tornar o time mais competitivo até o final de 2019. Vencedor ao menos em um dos campeonatos a disputar.

Com Rafinha, já integrado ao elenco e com a missão de cobrir uma carência de anos na lateral direita, além contribuir com sua experiência internacional. Provavelmente mais um zagueiro para jogar pela esquerda e um centroavante. Também Reinier, o jovem talento da base que pode ganhar oportunidades no meio-campo.

Conteúdo, qualidade, liderança, cobrança de profissionalismo, discurso forte e ambicioso. O Flamengo nunca pareceu tão pronto. Vejamos se passa da teoria à prática desta vez.

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Eduardo Barroca, exclusivo: “Protagonismo no jogo não é só posse de bola” http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/04/24/eduardo-barroca-exclusivo-protagonismo-no-jogo-nao-e-so-posse-de-bola/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/04/24/eduardo-barroca-exclusivo-protagonismo-no-jogo-nao-e-so-posse-de-bola/#respond Wed, 24 Apr 2019 03:53:05 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=6359

Foto: Vitor Silva/SSPress/Botafogo

No final de 2017, a vez no Botafogo para assumir o comando técnico do futebol profissional depois da saída de Jair Ventura parecia ser de Eduardo Barroca, pelos bons resultados e estilo personalíssimo treinando o sub-20. A diretoria preferiu Felipe Conceição, o “Tigrão”, bem sucedido também, mas no sub-17. Foi anunciado em dezembro e caiu em fevereiro.

Barroca foi para o sub-20 do Corinthians em abril e, um ano depois, volta ao Botafogo sucedendo Zé Ricardo no cargo que desejava e fez por merecer com desempenho e resultados. Com consciência da responsabilidade, mas com metas ambiciosas. Em entrevista exclusiva ao blog a três dias de abrir o Brasileirão contra o São Paulo no Morumbi, o técnico relata suas primeiras impressões em sete dias de trabalho e explica sua visão de futebol, fugindo dos rótulos e das mistificações.

BLOG – Que Botafogo você reencontrou, mas agora nos profissionais e com jogadores trabalhados por você nas divisões de base?

EDUARDO BARROCA – Estou muito feliz com a oportunidade e considero o Botafogo o clube ideal para viver essa experiência que vinha buscando. Encontrei um grupo interessado e inconformado com o que viveu até agora na temporada. Eu não estava aqui, então só posso falar do que estou vendo e é consenso que os resultados não são condizentes com o bom nível do grupo. A convivência tem sido ótima, com a base, que considero a “locomotiva” do clube, e também os que estão aqui há mais tempo, como Gatito Fernández, Joel Carli, Rodrigo Pimpão, João Paulo…

BLOG – Nas entrevistas desde que assumiu o time você vem falando em protagonismo e coragem. Como trabalhar a autoestima de um grupo com resultados muito aquém do que se planejava?

EDUARDO BARROCA – Esses jogadores passaram por vários processos seletivos na vida para chegarem a um clube de Série A. Eles estão no topo da pirâmide do futebol jogado no Brasil e gostam de protagonismo. Eles vêm reagindo bem, a receptividade aos trabalhos tem sido a melhor possível. Nós teremos jogos difíceis e vamos buscar um crescimento rápido no rendimento para que as vitórias venham como consequência.

BLOG – Essa ideia de protagonismo que normalmente se traduz em campo com linhas adiantadas, posse de bola e coragem para atacar não pode encontrar resistências no elenco? Por exemplo, o Joel Carli não é exatamente um zagueiro rápido para jogar com muito campo às suas costas. Ele não pode se sentir desprotegido?

EDUARDO BARROCA – Até aqui não encontrei nenhuma resistência e peço licença para discordar da sua observação sobre o Carli. Velocidade de um zagueiro depende de muitas variáveis, como posicionamento, antevisão do movimento de corpo do atacante e outras. Eu estou no sétimo dia de trabalho e nenhum jogador deixou um treinamento por causa da intensidade ou tive que diminuir o tempo de alguma atividade.

BLOG – Você no momento tem na lateral direita o Marcinho, que já foi elogiado até pelo Tite, mas costuma ser alvo da ira da torcida nos momentos ruins, e Fernando, revelado no clube que acabou de chegar do futebol francês e é uma incógnita. A ideia é seguir com eles ou buscar mais um para a posição no mercado?

EDUARDO BARROCA – A nossa administração é de dentro para fora. Conheço os dois atletas e estou trabalhando com estímulos, confiança e as devidas correções, tanto individual quanto coletivamente. O ciclo é de intensidade, cobrança e ajuste. Isonomia no treinamento e trabalhar internamente para, se for o caso, olhar para fora, para o mercado.

BLOG – Por conta da dificuldade de utilizar o Diego Souza na estreia no Brasileiro contra o São Paulo – o clube teria que pagar uma multa de 400 mil reais para utilizar o jogador emprestado pelo tricolor – você tem trabalhado com o Erik na frente e ainda tem o garoto Igor Cássio como opção depois da saída do Kieza para o Fortaleza. A ideia é ter uma referência no centro do ataque ou uma formação mais móvel?

EDUARDO BARROCA – Antes gostaria de desmistificar essa questão dos “garotos” do Botafogo. O Igor Cássio tem 21 anos e mais de 150 jogos com a camisa do clube. Não é mais um garoto. Tem atleta de 23 anos aqui que já é pai de família. São homens. Sobre a questão em si ainda não tenho uma resposta, não trabalhei com o Diego Souza por causa dessa impossibilidade de escalá-lo. Os treinos e jogos vão definir. Posso usar o Erik por dentro ou por fora. É preciso cuidado porque goleiro e centroavante são funções especiais. Se for preciso a gente vai olhar o mercado também, dentro das possibilidades financeiras do clube.

BLOG – Você tem treinado a equipe num 4-1-4-1. Já tem uma formação na cabeça?

EDUARDO BARROCA – Sim, mas até quarta-feira eu vou trabalhar todos com isonomia. Só a partir de quinta eu vou definir o que quero para o jogo contra o São Paulo. Eu tenho treinado comportamentos com os 25 jogadores de linha e mais os três goleiros. Conto com todos.

BLOG – Inclusive com o Léo Valencia, ainda com futuro indefinido?

EDUARDO BARROCA – Claro, se ficar certamente será muito útil à equipe.

BLOG – Em todas as sessões de treinamentos você trabalha finalizações com todos os jogadores de linha. É uma preocupação de fazer o time protagonista ser eficiente nas conclusões e sofrer menos contra defesas bem fechadas?

EDUARDO BARROCA – Há quatro formas no futebol de fazer gols: bola parada, cruzamento, chute de fora da área e infiltração atacando a última linha de defesa do adversário. Então eu tento neste período em que estamos com tempo trabalhar ao menos uma dessas maneiras para criar um repertório amplo e refinado.

Sobre essa questão do protagonismo no jogo eu gostaria de desmistificar algumas ideias que surgem em função do meu passado na base. Não é só posse de bola. Eu posso ter protagonismo pela superioridade no número de finalizações. Eu posso controlar o jogo no campo do adversário pressionando a marcação, mesmo sem a bola. É circunstancial, depende do contexto. Eu estou me adaptando à realidade do Botafogo.

BLOG – As principais equipes do país, com exceção do Grêmio, se sentem mais confortáveis reagindo ao adversário, com menos posse de bola e um jogo mais direto. Como fugir das “armadilhas” de Felipão, Mano, Carille, Abel e Cuca no Brasileiro tendo um elenco com orçamento mais modesto e a vontade de propor o jogo?

EDUARDO BARROCA – Acho que estão criando expectativas erradas em cima do meu trabalho (risos). Me considero inteligente o suficiente para entender que o time precisa de bons resultados no curto prazo. É claro que o cenário ideal é jogar muito bem e vencer. Mas estou trabalhando os jogadores para encontrar soluções para os problemas que os jogos apresentarem.

BLOG – Misturar idealismo e pragmatismo?

EDUARDO BARROCA – Tudo que eu falar antes do time entrar em campo será pouco profundo. O que é idealismo e pragmatismo no futebol? Eu posso ser dominado, por exemplo, pelo São Paulo do Cuca mesmo com 80% de posse de bola. Ou dominar o Palmeiras do Felipão com pressão e velocidade na transição. E o problema pode nem ser o adversário, mas algo que a equipe esteja executando errado ou eu que tenha me equivocado no plano de jogo.

BLOG – O que tem chamado sua atenção no futebol jogado no Brasil e no mundo?

EDUARDO BARROCA – Estou encantado com o sub-20 do São Paulo. O trabalho na base me proporcionou participar de grandes jogos como, por exemplo, a semifinal da Copinha deste ano contra o Vasco. No profissional fui a São Paulo ver a final do Paulista e achei o jogo bom. Aprecio muito o Grêmio do Renato Gaúcho também, principalmente a maneira com que ele escolhe seus jogadores pelo que podem produzir tecnicamente. Lá fora gosto de City, Liverpool, Tottenham, Barcelona, as equipes do Maurizio Sarri…Me identifico com quem procura colocar os melhor em campo e encontrar soluções para que eles produzam um futebol de alto nível.

BLOG – Para terminar, como o Botafogo vai administrar o calendário com Brasileiro e Sul-Americana e qual é a meta hoje pensando no fim do ano?

EDUARDO BARROCA – A ideia é começar da melhor forma possível para ganhar pontos e confiança. Até a pausa para a Copa América teremos seis partidas no Rio de Janeiro das nove que vamos disputar. Três das quatro primeiras (Bahia e Fortaleza no Estádio Nilton Santos e Fluminense no Maracanã). Queremos render o máximo possível e depois adequar os objetivos conforme a evolução da equipe. Obviamente dividindo atenções com a Sul-Americana, que só entra na segunda fase em maio. A meta do Botafogo hoje é largar bem no Brasileiro.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Qual é o tamanho real do Botafogo? O que esperar de Zé Ricardo no futuro? http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/04/12/qual-e-o-tamanho-real-do-botafogo-o-que-esperar-de-ze-ricardo-no-futuro/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/04/12/qual-e-o-tamanho-real-do-botafogo-o-que-esperar-de-ze-ricardo-no-futuro/#respond Fri, 12 Apr 2019 17:27:14 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=6316

Foto: Thiago Ribeiro/AGIF

Oito meses de trabalho e 41 partidas. 17 vitórias, 11 empates e 13 derrotas. 55% de aproveitamento. Eis o saldo do trabalho no Botafogo de Zé Ricardo, demitido após a derrota por 2 a 1 para o Juventude e consequente eliminação da Copa do Brasil.

O desempenho em 2019 não foi nada bom e os resultados são uma mera consequência. Oitavo colocado no Carioca, atrás de equipes sem divisão no Brasileiro e sem disputar sequer as semifinais dos dois turnos  -algo que não acontecia desde 2007 com os quatro grandes do Estado. Eliminado no mata-mata nacional pelo oitavo colocado no Gauchão.

Sobrevive na Copa Sul-Americana, mas quem viu os jogos contra o Defensa y Justicia pela primeira fase sabe que os 4 a 0 no agregado foi uma “mentira” típica do futebol, já que o alvinegro foi dominado nas duas partidas pela boa equipe que disputou o topo da tabela do Argentino até a reta final da competição.

A rigor, com exceção de uma sequência invicta no Brasileiro que garantiu a permanência na Série A, o trabalho do treinador não teve consistência. Para complicar, o planejamento para 2019 deu a impressão de que o clube ainda não entendeu seu real tamanho no cenário atual do futebol nacional.

A chance real de título do Bota é o Carioca. As condições financeiras podem fazer sonhar com uma campanha digna na Copa do Brasil, ao menos chegando às oitavas e tentando algo contra um time que disputa Libertadores. Na Sul-Americana chegar mais perto do funil, talvez quartas-de-final. E no Brasileiro seguir na primeira divisão.

Qualquer coisa além disso só em um esforço hercúleo, superação pura. Como foi com Jair Ventura em 2016/17. Às vezes até se apequenando demais em jogos grandes, como na semifinal da Copa do Brasil contra o Flamengo. Mas é preciso ter ciência das reais possibilidades. Neste ano houve um certo desleixo no Carioca priorizando as competições nacional e sul-americana. Pura ilusão para quem não tem um título de expressão desde 1995.

Zé Ricardo também pode aproveitar a pausa para reflexão. O que esperar no futuro? Pulou da primeira experiência profissional no Flamengo para o Vasco, depois foi parar no Botafogo. Agora tem a oportunidade de fugir do rótulo de “técnico do Rio de Janeiro”, como acontecia com Joel Santana, por exemplo.

O treinador é estudioso, esforçado. Está sempre envolvido com os cursos da CBF buscando aprimoramento. Louvável. Também é bom no trato pessoal, tanto que seus ex-comandados fazem questão de cumprimentá-lo antes das partidas. Mas seus trabalhos oscilam muito e não seguem uma linha de evolução para chegar ao topo e depois sofrer o desgaste. Compreensível pelo calendário inchado e as limitações de orçamento que encarou no Vasco e agora no Botafogo.

Alguma solidez nos clássicos, mas muitos pontos e jogos perdidos para pequenos pela dificuldade de criar espaços em um ataque mais posicional e a falta de contundência na frente. Não cria ou não define e sofre na defesa por conta das linhas adiantadas e uma certa falta de intensidade no trabalho de pressão logo após a perda da bola.

Cada um sabe onde o calo aperta, mas talvez seja hora de dar um passo para trás. Mudar de centro, de expectativas em um clube com história menor, que não gere pressão descabida pelo peso da camisa. Para rever conceitos, testar ideias. Amadurecer longe do olho do furacão.

Porque o Botafogo é grande por Garrincha, Gérson, Didi, Jairzinho, Zagallo, Túlio, Donizete e outros tantos. Mas a realidade é cruel e passou da hora de se situar e não iludir o torcedor com sonhos impossíveis.

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Diego Souza pode ser útil ao Botafogo, mas Flu não foi o adversário ideal http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/03/17/diego-souza-pode-ser-util-ao-botafogo-mas-flu-nao-foi-o-adversario-ideal/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/03/17/diego-souza-pode-ser-util-ao-botafogo-mas-flu-nao-foi-o-adversario-ideal/#respond Mon, 18 Mar 2019 00:34:01 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=6169 Estrear uma contratação de impacto para a realidade do clube em um clássico é sempre interessante, inclusive para atrair a torcida. Nem foi o caso, já que apenas pouco mais de 18 mil foram ao Maracanã para a primeira partida de Diego Souza pelo Botafogo.

Mas para a ideia de encaixe do novo camisa sete na equipe de Zé Ricardo o Fluminense de Fernando Diniz não foi o adversário ideal. Porque este fica com a bola e adianta as linhas. Normalmente sofre com adversários que recuam e aceleram explorando os espaços às costas da defesa que joga avançada.

Exatamente as características do time alvinegro com Kieza na frente contando com a aproximação, sempre em velocidade, de Erik, Luiz Fernando e Rodrigo Pimpão. Assim surpreendeu o Defensa y Justicia na Copa Sul-Americana, mesmo sendo dominado nos dois jogos.

Zé Ricardo optou por uma formação mais segura, com Jean plantado como volante entre duas linhas de quatro e Diego Souza na frente. Erik e Luiz Fernando nas pontas, Alex Santana e Cícero por dentro. Como Gilberto apoia bem aberto pela direita com suporte de Bruno Silva, Luiz Fernando voltava muito. Já Caio Henrique, meia de origem, atacava mais por dentro e criava uma indefinição no trabalho defensivo de Erik, que deixava Marcinho sozinho contra Everaldo.

Foi o sofrimento do Bota no primeiro tempo. Também pela estratégia arriscada de tentar pressionar a saída de um time acostumado a trabalhar com bola no chão. Era sair da pressão e acionar Everaldo em velocidade. Mas, curiosamente, o gol único do primeiro tempo foi criado pelo ponteiro esquerdo tricolor no lado oposto. Corte em Marcelo Benevenuto pela direita e cruzamento para Paulo Henrique Ganso marcar seu segundo gol no novo clube. A mais feliz das 11 finalizações do Flu contra apenas quatro do rival, duas no alvo.

A terceira do Botafogo foi certeira, antes do primeiro minuto da segunda etapa. Quando o time chegou com mais gente no campo de ataque trabalhando a bola. Até Diego Souza servir Alex Santana, que limpou Léo Santos e Gilberto e empatou o clássico que não teria mais mudança no placar.

O Flu terminou com 60% de posse e finalizou mais dez vezes, quatro no alvo. Fazendo do goleiro Gatito Fernández um dos melhores em campo, especialmente na defesa em chute de Luciano livre na área. Ainda que Zé Ricardo tenha melhorado a cobertura no setor direito, o Botafogo teve dificuldades. Justamente porque faltou rapidez nas transições ofensivas. Mesmo com Pimpão na vaga do nulo Luiz Fernando.

Diego Souza lutou, incomodou Matheus Ferraz, Léo Santos e Aírton nas disputas pelo alto e no físico. Efetuou dois desarmes certos, cometeu três faltas e sofreu quatro. Acertou 21 passes e errou três. Não finalizou, mas serviu no gol de sua equipe.

Pode ser útil no que parece mais viável ao Botafogo neste primeiro semestre: as copas, do Brasil e Sul-Americana, e também o início do Brasileiro. Porque a busca do bicampeonato carioca ficou mais difícil com os quatro pontos atrás de Cabofriense e Bangu e os três atrás do Flamengo faltando duas rodadas para o final da fase de grupos da Taça Rio.

Campanha pífia, mas não preocupante. Para o que interessa na temporada a margem de evolução com a nova contratação é interessante. Mesmo em uma disputa pouco confortável e penando com o desentrosamento, Diego Souza acrescentou.

Com o tempo pode somar ainda mais com liderança e sendo um contraponto à correria desenfreada do time de Zé Ricardo. Quando necessário. Não foi o caso do clássico “vovô” no Maracanã.

(Estatísticas: Footstats)

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A incrível classificação do Botafogo na Sul-Americana http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/02/20/a-incrivel-classificacao-do-botafogo-na-sul-americana/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/02/20/a-incrivel-classificacao-do-botafogo-na-sul-americana/#respond Thu, 21 Feb 2019 02:41:40 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=5990 O Defensa y Justicia é mais time que o Botafogo e foi superior durante os 180 minutos. Mais posse de bola – no primeiro tempo na Argentina chegou a 80% e terminou com média de 62% – e finalizações (26 a 10) nas duas partidas. Coletivamente é superior, com movimentação interessante e organização para atacar criando linhas de passe, com variações táticas ao longo da partida. Não por acaso é líder do Argentino ao lado do Racing e está invicto em 19 rodadas.

Placar agregado no final do confronto pela Sul-Americana: 4 a 0 para o time brasileiro. 3 a 0 na Argentina, as três finalizações no alvo de quatro no total. Mesmo com este sofrendo para articular jogadas com muita velocidade e pouca eficiência nos passes do quarteto ofensivo formado por Luiz Fernando, Rodrigo Pimpão, Erik e Kieza. A equipe de Zé Ricardo viveu de espasmos, lances isolados.

Dependeu dos esforços de Gabriel na zaga, da segurança de Gatito Fernández na meta e, fundamentalmente, da eficiência de Erik. Quatro finalizações nas duas partidas. Três gols, o último de pênalti. Mais o chute espetacular de Alex Santana, o único que tentava ditar o ritmo e quebrar um pouco a rapidez que era confundida com pressa. Com um a menos depois da expulsão do lateral Marcinho.

Um grande feito que renova a confiança do Alvinegro para a sequência da temporada. Mas é preciso melhorar o desempenho, porque o resultado em 180 minutos não mostrou o que aconteceu nas partidas. O Defensa deve seguir forte na sua competição nacional, bem treinado por Sebastián Beccacece. A vida segue para o Botafogo no torneio continental. Classificação incrível, até improvável. Porque isto é futebol.

(Estatísticas: Footstats)

 

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Justiça? Vitória improvável do Botafogo encerra invencibilidade do Defensa http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/02/07/justica-improvavel-vitoria-do-botafogo-encerra-invencibilidade-do-defensa/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/02/07/justica-improvavel-vitoria-do-botafogo-encerra-invencibilidade-do-defensa/#respond Thu, 07 Feb 2019 02:24:23 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=5859

Difícil entender o que Erik ainda fazia em campo quando acertou um chutaço no ângulo do goleiro Unsain no último ataque do Botafogo no Estádio Nílton Santos. Assim como não é simples explicar uma vitória que parecia improvável.

Depois de um primeiro tempo confuso, com o gramado pesado pela chuva forte no Rio de Janeiro prejudicando o Defensa y Justicia por conta da proposta de trabalhar a bola. Também o time de Zé Ricardo, que apostava em velocidade e condução de bola com Erik, Luiz Fernando e Rodrigo Pimpão atrás de Kieza. Inviável pelo contexto da disputa.

Na segunda etapa houve jogo. E o time argentino, vice-líder do campeonato nacional e invicto há 17 rodadas, mostrou qualidade condizente com a campanha. Variando linha de quatro e três na defesa, com boa movimentação entrelinhas de Nicolás Fernández e depois a entrada de Rojas, artilheiro do Defensa no Argentino com sete gols. Mas faltou à equipe do suspenso Sebastian Beccacece, ex-auxiliar de Jorge Sampaoli, justamente a eficiência nas finalizações. Apenas uma no alvo de oito.

Zé Ricardo demorou a colocar Gustavo Ferrareis e Leandro Carvalho para tentar melhorar a articulação das jogadas. Com Gustavo Bochecha teve vigor físico e entrega, mas pouca criação. E Erik sem produção pelos flancos. Apenas 45% de posse, mas foi eficiente na segunda finalização no alvo de um total de sete.

Vantagem importante, mas vai exigir desempenho e contragolpes cirúrgicos para voltar da Argentina com a vaga na próxima fase da Sul-Americana. Não é absurdo, porém, atribuir ao Defensa o favoritismo. Apesar da derrota, a liderança no Argentino não é acaso. A pressão em Buenos Aires será enorme e o volume de jogo muito maior, especialmente em relação aos primeiros 45 minutos no jogo de ida.

O Botafogo deve precisar novamente do imponderável. Como a bomba “santa” de Erik no ato final que prova outra vez que justiça no futebol é bola nas redes.

(Estatísticas: Footstats)

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Bruno Henrique muda time e clássico com tudo que vinha faltando ao Flamengo http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/01/26/bruno-henrique-muda-time-e-classico-com-tudo-que-vinha-faltando-ao-flamengo/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/01/26/bruno-henrique-muda-time-e-classico-com-tudo-que-vinha-faltando-ao-flamengo/#respond Sat, 26 Jan 2019 21:07:38 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=5803

O Flamengo do primeiro tempo foi o mesmo das últimas temporadas na maioria dos clássicos e jogos grandes: posse de bola inócua, poucos deslocamentos e agressividade, muitos cruzamentos a esmo, dependência da bola parada e baixa contundência na frente.

O Botafogo repetiu a estratégia dos times de Zé Ricardo desde que o treinador deixou a Gávea: linhas compactas, intensidade na marcação, muita atenção nas jogadas aéreas e rapidez nas transições ofensivas. Luiz Fernando e Erik voltavam para fechar espaços na execução do 4-1-4-1, mas eram as válvulas de escape nos contragolpes.

Mas o gol único do primeiro tempo saiu no chute de longe de Jean que João Paulo desviou de calcanhar e tirou do alcance de Diego Alves. O meia acabou deixando o campo sentindo a coxa no primeiro tempo e deu lugar a Alan Santos. Zé Ricardo perdeu também o lateral Jonathan por lesão e só fez uma mudança tática: Rodrigo Pimpão na vaga de Jean. Por necessidade.

Porque viu o maior rival transformar o clássico no Engenhão com uma simples substituição: Bruno Henrique na vaga de Vitinho, lento e errando a conclusão na melhor oportunidade. O mérito de Abel Braga foi não esperar os 15 minutos protocolares na volta do intervalo para mexer.

O ponteiro contratado ao Santos entregou tudo que vinha faltando à equipe: atitude, confiança para arriscar e buscar o drible, velocidade para atacar os espaços e poder de fogo no ataque. Primeiro na jogada aérea antecipando à marcação para empatar, depois aproveitar a disputa de Everton Ribeiro com a defesa adversária em lance confuso para chutar forte e definir a virada.

Faltou ao Botafogo confiança e força física para reagir. O Flamengo mudou a postura e teve fibra para administrar o resultado, com Gabriel na vaga de Uribe e isolado na saída para os contra-ataques. Ainda precisa de mais entrosamento e o ritmo de competição que virá com os jogos. Mas já ficou claro que as contratações serão fundamentais para mudar o patamar do time rubro-negro. Bruno Henrique deu a primeira resposta positiva. O nome do jogo.

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Zé Ricardo, exclusivo: “Teremos trabalho para repor as perdas no Botafogo” http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/01/10/ze-ricardo-exclusivo-teremos-trabalho-para-repor-as-perdas-no-botafogo/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/01/10/ze-ricardo-exclusivo-teremos-trabalho-para-repor-as-perdas-no-botafogo/#respond Thu, 10 Jan 2019 06:00:01 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=5738

Foto: Dudu Macedo/FotoArena/Estadão Conteúdo

O saldo da temporada 2018 pode ser considerado positivo para o Botafogo. Campeão estadual com Alberto Valentim, garantiu vaga na Sul-Americana com a nona colocação, sem os sustos que Vasco e Fluminense passaram para assegurar permanência na Série A. Fruto do trabalho de Zé Ricardo, que assumiu em agosto, o time oscilou naturalmente e se recuperou na sequência de cinco vitórias e um empate entre a 32ª e a penúltima rodada. Talvez o melhor momento do Alvinegro no ano.

Mas 2019 chega apresentando novo desafio de reformulação, com perdas importantes e busca de reposição dentro da realidade do clube no mercado. Em entrevista exclusiva, o treinador lamenta as mudanças e as dificuldades financeiras, mas busca caminhos para manter o nível de rendimento nas competições. Comenta também sobre sua passagem pelo curso da CBF (Licença PRO) e a interação com técnicos consagrados.

BLOG – O que esperar do Botafogo em 2019 com elenco tão mexido?

ZÉ RICARDO – O Botafogo terminou o ano passado com uma “cara” e jogando um bom futebol. Certamente iriam aparecer propostas para alguns jogadores e outros, naturalmente iriam sair por movimentos do mercado. Com as dificuldades financeiras que o clube passa, temos que mostrar criatividade para remontar o elenco e continuar performando. Acredito numa equipe competitiva e com muito espirito coletivo. Pode demorar um pouco, mas dessa forma esperamos alcançar rendimento e, consequentemente resultados.

BLOG – O modelo de jogo, que ganhou encaixe na reta final do Brasileiro, vai mudar em função das alterações no grupo de jogadores?

ZÉ RICARDO – Certamente teremos que observar o rendimento que terão os novos atletas e aqueles que deverão ter mais minutos em campo, mas buscaremos manter aquilo que estávamos construindo no trimestre final de 2018.

BLOG – Qual impacto na gestão do grupo com perdas de liderança como Jefferson, Igor Rabello e Rodrigo Lindoso?

ZÉ RICARDO – Muito grande! Três atletas com tempo de clube, líderes (cada qual com seu perfil) e que faziam parte de um “corpo” da equipe. É lógico que teremos trabalho para repor as perdas, mas entendemos que isso faz parte do futebol brasileiro e, com algumas exceções, as equipes conseguem não manter por muito tempo seus jogadores de destaque.

BLOG – Você começou no Flamengo precisando propor jogo, mas sempre ressaltou a necessidade de um sistema defensivo forte. No Vasco e Botafogo, pela diferença na capacidade de investimento, seus times puderam atuar mais vezes na base das transições. Como você se sente mais confortável?

ZÉ RICARDO – Cada elenco tem seu perfil e cada clube tem o seu estilo e história e necessidades (momento). Levando esses aspectos em consideração é que busco sempre o equilíbrio das equipes que trabalho.

BLOG – Para terminar, como foi a interação com os colegas no curso da CBF agora no final do ano – Tite, Mano, Dunga e outros? O que você leva para o seu trabalho nesta temporada?

ZÉ RICARDO – Foi uma troca fantástica! Imagine que em determinado momento estávamos todos reunidos junto com Tite, Mano, Dunga, Falcão e Parreira (esses dois últimos como palestrantes) numa mesma sala, trocando experiências e informações. Além disso, uma turma muito interativa que fez com que o tempo do curso passasse de forma rápida e agradável.

 

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O acaso protege de novo e os quatro cariocas estarão na Série A em 2019 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2018/12/02/o-acaso-protege-de-novo-e-os-quatro-cariocas-estarao-na-serie-a-em-2019/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2018/12/02/o-acaso-protege-de-novo-e-os-quatro-cariocas-estarao-na-serie-a-em-2019/#respond Sun, 02 Dec 2018 21:00:13 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=5609 O Fluminense era cristal rachado a um sopro de se estilhaçar no Maracanã. Frágil técnica e taticamente, em frangalhos no emocional e com Fabio Moreno no comando depois da desesperada demissão de Marcelo Oliveira. Mas Júlio César defendeu pênalti e salvou gol certo de Luan. O mesmo atacante do América que deixou Richard livre na cobrança de escanteio. Depois de mais de 13 horas sem ir às redes, o golpe certeiro de cabeça que mudou o jogo e garantiu o tricolor na Série A.

O Vasco também penou. Parecia seguro depois dos 2 a 0 sobre o São Paulo, mas somou apenas um ponto nas duas últimas rodadas e se safou por um fio, sofrendo nos minutos finais do empate sem gols contra o Ceará no Castelão depois dos gols de Chapecoense e Sport. Na queda física de Maxi López e de desempenho de Yago Pikachu, restou pouco além de fibra à equipe comandada por Alberto Valentim. Décimo sexto colocado, um ponto na frente do Sport, que se juntou a América, Vitória e Paraná.

O Botafogo se livrou de qualquer risco algumas rodadas antes, mas também flertou com o Z-4 ao longo do campeonato. Cresceu quando Zé Ricardo ganhou semanas livres para trabalhar depois da eliminação na Copa Sul-Americana e definiu uma base titular. Com gols de Erik e o bom futebol do lateral direito Marcinho. Quitar os salários atrasados ajudou muito na recuperação, mas não apenas.

Em comum, a penúria financeira em contraste com a solidez do Flamengo, que vem falhando apenas na direção do futebol. No caso de Vasco e Botafogo, ao menos conseguiram pontos diante do rival carioca mais poderoso no Brasileiro. De “plus” para o alvinegro, o título estadual e as arrecadações com eventos no Estádio Nílton Santos. Com a vaga na Sul-Americana pode tratar a temporada 2018 como positiva.

Mas o cenário em um Rio de Janeiro falido, Estado e município, não deixa de ser desesperador para os três que ainda pagam por gestões incompetentes e irresponsáveis. Com a nova fórmula de distribuição dos direitos de TV, quem já recebeu adiantamentos de 2019 vai se complicar demais no início do ano para honrar compromissos.

A tendência é termos novamente um Carioca desinteressante, até porque é improvável que surja uma força emergente do interior nesta crise. Nas demais competições, difícil vislumbrar protagonismo além do Flamengo, isto se a nova direção seguir com a responsabilidade na gestão rubro-negra.

A única boa notícia é que o acaso protegeu e o Rio de Janeiro terá novamente os seus quatro representantes tradicionais na Série A no ano que vem. Pela sétima vez nos últimos dez anos. Mas quase sempre com sofrimento.

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