Primeira Liga vale como ideia que começa a iluminar a escuridão
Clubes com autonomia, definindo as competições mais rentáveis e de bom nível a disputar no calendário e tratando as federações como simples mediadoras buscando o consenso, não a imposição de interesses nem sempre visando o bem comum.
A Primeira Liga é uma iniciativa de independência dos times brasileiros mais efetiva que o Clube dos 13 e a Copa União de 1987, meras consequências da falta de interesse da CBF de promover o Campeonato Brasileiro daquele ano.
Pode mudar o status quo do nosso futebol. São os clubes começando a entender a sua relevância e o seu papel no cenário. Aproveitando um momento de fragilidade da CBF por conta das investigações na cúpula e um olhar simpático do poder público para tomar à frente de seus processos decisórios. Não por acaso, o número de interessados só aumenta.
Por isso o incômodo das federações mais poderosas – inclusive a paulista, que, ao menos por enquanto, nada tem a ver com a Sul-Minas Rio. A carioca, mais contundente na tentativa de esvaziar a liga, tem o "aditivo" da questão pessoal entre seu presidente, Rubens Lopes, e a dupla Fla-Flu. A maior prova de que a arcaica estrutura federativa do Brasil pode ser bastante injusta e contraproducente.
Sim, o torneio dá a impressão de ter sido organizado a toque de caixa, sem fechar o conceito e a viabilidade antes de "colocar na rua", como costuma dizer o CEO Alexandre Kalil. A Rede Globo, emissora detentora dos direitos de transmissão dos estaduais que serão afetados precisa ser ouvida, assim como o sindicato dos atletas.
Ainda há algumas dúvidas sobre como será tratado pelos times envolvidos com Libertadores em 2016 e, na prática, existe o risco dos clubes cariocas – votos vencidos em arbitrais da FERJ e, ainda, o lado mais fraco nas disputas políticas – ficarem de fora desta primeira edição. Sem contar o perigo de repetirem 1987 e se atrapalharem com embates clubistas e bairristas que ecoam até hoje.
Mas a Primeira Liga vale, e muito, como ideia. Uma fresta de luz para começar a iluminar a escuridão do futebol brasileiro.
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