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André Rocha

O tamanho da ausência de Elias no Corinthians para o duelo final no Horto

André Rocha

30/10/2015 15h28

Em três das quatro derrotas do Corinthians no Brasileiro, Elias esteve ausente. Por conta de convocações para a seleção, não esteve em campo contra Palmeiras, Grêmio e Santos. O único revés com o volante-meia aconteceu nos 2 a 1 do Internacional no Beira-Rio pela 26ª rodada.

Mas não é apenas pela análise fria dos resultados que se pode avaliar o peso da ausência do volante convertido em meia no 4-1-4-1 armado por Tite para o tão aguardado duelo contra o Atlético Mineiro na Arena Independência.

O cenário pode ser bastante complexo. Porque a tendência é que o Galo, até pela necessidade, atue com intensidade máxima e marcação avançada, por pressão. Abafar a saída corintiana pelas laterais, desfalcadas de Fagner e Uendel, força a circulação da bola entre zagueiros e Ralf. Na prática, a jogada muita vezes termina em ligações diretas que normalmente transferem o controle do jogo para o oponente. O Corinthians é o terceiro time que mais perde a bola no Brasileiro e o Galo, o segundo em posse.

Exceto quando Elias ou Renato Augusto recua para ajudar a construção das jogadas e fazer a transição ofensiva com bola no chão. A entrada de Rodriguinho dá qualidade no passe. Mas o meia substituto não executa a tarefa com a mesma dinâmica do camisa sete. Sem contar o entrosamento natural no meio-campo mais eficiente do país.

Diante de um rival jogando a sobrevida no campeonato e disposto a reeditar a versão mais intensa do "Galo Doido", a saída descoordenada da defesa pode terminar num contragolpe em alta velocidade. Já o chutão facilita o volume do adversário, dominando os rebotes e se mantendo no campo de ataque, com Rafael Carioca distribuindo o jogo e muitas jogadas pelos lados, especialmente o direito com Marcos Rocha e Luan.

O discurso em Belo Horizonte é de "defesa da honra". Nas entrelinhas, uma vitória atleticana significaria uma prova definitiva de equilíbrio de forças e a vantagem corintiana na tabela seria fruto dos erros de arbitragem ao longo da competição. Não é isso que a análise das 32 rodadas reflete, inclusive a vitória da equipe de Tite no turno por 1 a 0 em Itaquera.

Mas pode ter impacto no Horto e sua atmosfera de pressão, quase hostil. Sem Elias, o Corinthians terá que mostrar ainda mais frieza e concentração para voltar de Minas Gerais como o virtual campeão brasileiro.

(Estatísticas: Footstats)

Pressão do Galo na saída de bola corintiana obrigando Renato Augusto e Rodriguinho, substituto de Elias, a recuar. Cenário complicado para o time paulista no Horto.

Pressão do Galo na saída de bola corintiana obrigando Renato Augusto e Rodriguinho, substituto de Elias, a recuar. Cenário complicado para o time paulista no Horto (imagem: Tactical Pad).

 

Sobre o Autor

André Rocha é jornalista, carioca e blogueiro do UOL. Trabalhou também para Globoesporte.com, Lance, ESPN Brasil, Esporte Interativo e Editora Grande Área. Coautor dos livros “1981” e “É Tetra”. Acredita que futebol é mais que um jogo, mas o que acontece no campo é o que pauta todo o resto. Entender de tática e estratégia é (ou deveria ser) premissa, e não a diferença, para qualquer um que trabalha com o esporte. Contato: anunesrocha@gmail.com

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O blog se propõe a trazer análises e informações sobre futebol brasileiro e internacional, com enfoque na essência do jogo, mas também abrindo o leque para todas as abordagens possíveis sobre o esporte.