Defesa sólida do Real Madrid? Só nos números
Quatro gols sofridos em dez partidas pelo Espanhol, nenhum na Liga dos Campeões contra Malmo, Shakhtar Donetsk e Paris Saint-Germain, este em dois confrontos. O grande rival do Grupo A, com Di Maria, Ibrahimovic e Cavani no ataque.
A eficiência ofensiva de 31 gols em 14 partidas não surpreende. Muito menos os 13 de Cristiano Ronaldo neste universo. Já os quatro sofridos na liga espanhola e a meta invicta de Keylor Navas no torneio europeu saltam aos olhos.
Também passam a impressão de um sistema defensivo sólido nesta equipe repaginada pelo técnico Rafa Benítez. Mas é preciso relativizar e analisar o desempenho além dos números.
Com todas as peças disponíveis, Benítez desfez o 4-3-3 que variava para as duas linhas de quatro com Carlo Ancelotti e armou um 4-2-3-1 com James Rodríguez à direita, Gareth Bale centralizado, Cristiano Ronaldo pela esquerda e Benzema no comando de ataque. Muita movimentação na frente e controle de bola com os meio-campistas Toni Kroos e Luka Modric para não ser tão incomodado atrás.
Sem a pelota, marcação adiantada e por pressão, com linhas próximas. Como manda o futebol atual. Mas havia um problema: Cristiano Ronaldo participava pouco desse trabalho e abria um buraco pela esquerda, sobrecarregando Marcelo e exigindo apoio de um dos meio-campistas centrais e a cobertura de Sergio Ramos.
Benítez nem teve tempo de tentar corrigir. Perdeu James, Bale e Benzema. Mesmo com o elenco mais recheado, o baque foi grande. A solução recente é mudar o desenho tático para um 4-3-3/4-1-4-1, com Casemiro à frente da retaguarda e atrás de Kroos e Modric. Isco e Jesé nas pontas e Cristiano Ronaldo como referência, no centro do ataque.
Uma formação que, em tese, transfere mais consistência ao meio-campo. Também conta com disciplina dos ponteiros para auxiliar os ofensivos laterais brasileiros Danilo e Marcelo, apoiando abertos e por dentro alimentando o volume de jogo.
A questão é que a proposta segue a mesma, adiantando as linhas para roubar a bola no campo adversário. E se esta marcação é ultrapassada, muitas vezes os zagueiros acabam ficando no um contra um. Em alguns momentos até com inferioridade numérica. Há nítidos problemas de compactação.
Aí aparece Keylor Navas. Descartado e liberado para o Manchester United em troca do goleiro De Gea que não aconteceu por mero atraso no processo burocrático. Agora peça fundamental, com cinco defesas para salvar a equipe nos 3 a 1 sobre o surpreendente Celta de Vigo no Espanhol.
Boa atuação também na vitória por 1 a 0 sobre o PSG no Santiago Bernabéu que assegurou a classificação para as oitavas-de-final da UCL. Mesmo em Madri, o time francês teve 59% de posse de bola, finalizou 16 vezes contra 13. Duas bolas na trave.
Mas gol só de Nacho Fernández, zagueiro que substituiu Marcelo ainda no primeiro tempo e foi às redes, aproveitando falha do goleiro Trapp na saída. Porém não garantiu uma defesa mais sólida. O PSG se impôs mesmo fora de casa, com Di Maria e Cavani infiltrando em diagonal e abrindo os corredores para Aurier e Maxwell.
No Real, nem Cristiano Ronaldo criou maiores problemas para Thiago Silva e David Luiz, dupla de atuação correta. O time merengue novamente teve mais sorte que juízo. Ou vem sendo mais eficiente e eficaz.
Mas até quando Navas, a incompetência ou mesmo o temor dos oponentes vão garantir o time branco de Madrid e também a ilusão de uma defesa segura?
(Estatísticas: UEFA)
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