Há tempo para o Real Madrid sair da terra arrasada - o problema é a ilusão
Rafa Benítez foi irresponsável na formação que foi surrada pelo Barcelona no Santiago Bernabéu e o clube, no mínimo, amador ao escalar Cheryshev, suspenso, diante do Cádiz e, mesmo com vitória por 3 a 1, ser eliminado na Copa do Rei.
Terra arrasada, sim. Mas a vida segue na liga espanhola e na Champions. Material humano não falta. A questão é ajustar as peças à forma como Benítez pensa futebol. Ou os talentos se acertarem no campo.
Para isso serve o Getafe. Nas últimas duas temporadas, quatro vitórias merengues, 17 gols marcados e quatro sofridos, incluindo um massacre histórico por 7 a 3. Cristiano Ronaldo marcara 18 vezes em dez partidas.
Desta vez fez apenas um, infiltrando pela direita. Absorvido por problemas extra-campo, Benzema precisava mais e deixou dois nos 4 a 1 no Bernabéu. Bale marcou o outro, reeditando o trio "BBC".
Além de Pepe e Nacho na zaga, Lucas Vázquez na lateral direita e Danilo improvisado à esquerda pelas ausências de Marcelo, Varane e Sergio Ramos, a principal mudança no time merengue foi silenciosa.
Benítez definiu Cristiano Ronaldo no centro do ataque, mas com mobilidade e aparecendo pela esquerda. Sem a bola, porém, o português participa apenas da pressão no campo adversário.
Bale, Benzema e James Rodríguez alternam nas outras três funções do quarteto ofensivo. Mas com a lógica de Carlo Ancelotti: James trabalha com Modric e Kroos e aparece mais pela esquerda; Bale, embora centralizando em vários momentos e abrindo o corredor para os laterais, é atacante. Benítez vai enxergando o óbvio.
Só não consegue, por enquanto, compactar os setores e transferir uma solidez defensiva que não dependa de Keylor Navas ou das limitações dos rivais quando ultrapassam a marcação adiantada. O Real relaxou no segundo tempo e o Getafe diminuiu o placar e criou algum perigo. Problemas coletivos que a simples entrada de Casemiro não vai resolver.
Tempo para encontrar soluções não vai faltar. Na Liga dos Campeões, confirmar a liderança do Grupo A diante do Malmo e rezar por um sorteio generoso. No campeonato nacional, seguir competitivo para não permitir que o Barcelona dispare e o Atlético de Madrid se consolide na vice-liderança.
Mas é preciso evoluir, não só em resultados. O perigo pode ser a ilusão de recuperação em jogos mais fáceis e nos confrontos mais complicados ficar escancarado o que o planeta bola percebe e grita: a precipitação na demissão de Ancelotti e o equívoco na escolha do substituto.
Só Florentino Pérez não enxerga. Ou finge que não vê.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.