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André Rocha

A consciência tranquila de Felipão na vitória protocolar do Barça de Suárez

André Rocha

17/12/2015 11h47

Sem Messi e Neymar, Barcelona usou Rakitic e Iniesta para acionar Suárez e quebrar as linhas mais compactas do Guangzhou de Felipão com Ricardo Goulart fechando Busquets, Paulinho mais recuado e Long Zheng acompanhando Daniel Alves (Tactical Pad).

Sem Messi e Neymar, Barcelona usou Rakitic e Iniesta para acionar Suárez e quebrar as linhas mais compactas do Guangzhou de Felipão com Ricardo Goulart fechando Busquets, Paulinho mais recuado e Long Zheng acompanhando Daniel Alves (Tactical Pad).

No seu reencontro com um gigante europeu, desta vez no universo de clubes, Luiz Felipe Scolari não errou como no Mineirão. Nem podia. Sem a camisa verde e amarela não há ilusão de protagonismo.

Acertou ao barrar Robinho e posicionar Long Zhen pela esquerda para acompanhar Daniel Alves e tentar dificultar a saída de bola de Busquets com Ricardo Goulart.

Mas mesmo sem Messi, com crise renal, e Neymar tentando se recuperar para a final, o Barcelona tem suas soluções. Na ausência de duas peças do trio MSN, fazer a bola chegar rapidamente ao ataque com Munir e Sergi Roberto nas pontas não parecia o mais apropriado.

Entraram em cena Rakitic e Iniesta. Distribuindo, ajudando a administrar a posse de 72% no primeiro tempo. Também empurrando Paulinho para o próprio campo e matando uma saída do adversário.

Toque paciente, ataque posicional esperando a brecha para quebrar as linhas do Guangzhou, bem mais compactas que na vitória sobre o América do México. Mesmo com a perda do lateral Zou, com fratura em imagem chocante.

Até Rakitic chutar de longe e o goleiro Li entregar o rebote a Suárez. Duas das três finalizações no alvo do Barça em 45 minutos. Seis no total contra três. A cabeçada de Elkeson na bola parada o goleiro Bravo salvou. Numa das sete faltas cometidas pelo campeão europeu, normalmente para brecar a velocidade dos brasileiros no time chinês.

Jogo resolvido na segunda etapa com o passe mágico de Iniesta para o uruguaio marcar seu segundo gol, que virou hat-trick no pênalti absurdo marcado após Munir tropeçar na bola. 21º de Suárez na temporada, artilheiro do Mundial. Primeiro a marcar três gols em um mesmo jogo no torneio com chancela da FIFA a partir de 2005. Tão fundamental quanto seus companheiros de ataque, embora menos talentoso e midiático.

Triunfo protocolar do Barcelona, mas importante para quebrar a sequência de três empates no Espanhol e na Champions. Na decisão, provavelmente completo, o favoritismo é absoluto e natural diante do River Plate que vai precisar da partida perfeita.

Felipão vai decidir o terceiro lugar contra o Sanfrecce. Se perdeu a invencibilidade de 25 jogos no comando do Guangzhou, ao menos desta vez o gosto amargo do revés vem junto com a sensação do dever cumprido e a consciência tranqüila.

Sobre o Autor

André Rocha é jornalista, carioca e blogueiro do UOL. Trabalhou também para Globoesporte.com, Lance, ESPN Brasil, Esporte Interativo e Editora Grande Área. Coautor dos livros “1981” e “É Tetra”. Acredita que futebol é mais que um jogo, mas o que acontece no campo é o que pauta todo o resto. Entender de tática e estratégia é (ou deveria ser) premissa, e não a diferença, para qualquer um que trabalha com o esporte. Contato: anunesrocha@gmail.com

Sobre o Blog

O blog se propõe a trazer análises e informações sobre futebol brasileiro e internacional, com enfoque na essência do jogo, mas também abrindo o leque para todas as abordagens possíveis sobre o esporte.