Contexto do São Paulo pede Lugano, mas o zagueiro ídolo precisa de proteção
Um ídolo merece respeito. Quando o zagueiro que evita o gol é tratado como semideus em uma festa épica com catarse coletiva no aeroporto, mesmo quase dez anos longe do clube, é preciso parar para pensar.
O São Paulo confuso de 2015, rachado na cúpula e com problemas financeiros. Agora sem Rogério Ceni aposentado, Luis Fabiano e Alexandre Pato, este o melhor do time no ano que passou. Com técnico estrangeiro e, apesar de tudo, na Libertadores. Já na fase eliminatória antes dos grupos.
É este contexto de carência e urgência que pede o retorno de Diego Lugano. Líder sanguíneo e carismático para comandar um grupo há tempos acusado de frieza e incapacidade de recuperação nas partidas. Visão muitas vezes simplista, mas que em vários momentos se justificou no campo.
O uruguaio é necessário, ou pode ser muito útil. Mesmo com 35 anos. Um defensor que nunca foi rápido e agora é vagaroso. Sofre nas coberturas quando sua equipe avança as linhas e deixa espaços às costas da retaguarda.
Por isso vai precisar de proteção de Edgardo Bauza, campeão no San Lorenzo no 4-2-3-1. Mas adepto do sistema com três zagueiros desde os tempos de LDU. É possível imaginar um trio de defensores com Breno, Lugano e Rodrigo Caio. Bruno e Carlinhos ou Mena nas alas, eventualmente formando uma linha de cinco atrás.
No meio, a proteção de Hudson e Thiago Mendes. Michel Bastos para fazer companhia a Ganso e não isolar o meia na articulação. Camisa dez que definitivamente vai precisar competir mais, ser intenso e rápido na transição ofensiva.
Na frente, Alan Kardec. Atacante inteligente para proteger, fazer pivô, mas também procurar os lados para infiltrar em diagonal. Kieza disputa posição. Bauza também pode posicionar Rogério ou Centurión formando um trio na frente com Ganso e Michel Bastos. Variação tática para algo próximo de um 3-4-3.
Ou simplesmente encaixar Lugano em uma linha de quatro, mas com laterais atentos às coberturas por dentro e um volante mais plantado – pode, inclusive, ser Breno ou Rodrigo Caio. Com Centuríón, alterar para um 4-1-4-1 que Bauza utilizou eventualmente no campeão da Libertadores de 2014, diante de equipes mais fortes e que propõem o jogo.
O ajuste não será fácil, até porque as características não são complementares. O São Paulo de Bauza pode viver um paradoxo: formação mais afeita à posse de bola e sem velocidade, mas com necessidade de recolher linhas para não expor a defesa lenta e jogar no contragolpe.
Tudo para encaixar um zagueiro veterano. Porque futebol é tática, estratégia e técnica, mas também algo subjetivo, difícil de definir: ânimo, fibra ou mobilização. Aquilo que muda o olhar, aquece a alma. Muda o ambiente.
Por isso o São Paulo precisa de Diego Lugano. Mais símbolo que zagueiro. Mais olhos, cabeça e coração do que pernas. Incógnita no campo, essencial no espírito.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.