Caos no Fluminense! O futebol brasileiro não pode mais ser tão amador
Oito vitórias, cinco empates e 13 derrotas, 50% dos 26 jogos. Definitivamente, Eduardo Baptista não entregou resultados ao Fluminense. Nem desempenho, com raras exceções.
A demissão nem está confirmada oficialmente. Porque o vice de futebol Mário Bittencourt não consultou ou ao menos comunicou a dispensa ao presidente Peter Siemsen, que escolheu Baptista sem conversar com seus subordinados diretos, e o dirigente é que acabou demitido.
O gerente Fernando Simone está afastado por 30 dias. Mais um capítulo do caos político nas Laranjeiras que permaneceu mesmo com a saída da Unimed, antes responsabilizada por todos os males no departamento de futebol.
De qualquer forma, a mais que provável dispensa do jovem técnico não será um absurdo. Mas novamente faltou convicção na hora de contratar. Como aconteceu com Cristóvão Borges e Ricardo Drubscky, apenas para citar dois exemplos recentes.
Eduardo Baptista é outro perfil de treinador que não pode ser escolhido buscando um ajuste imediato ou a curto prazo. Porque o investimento é no potencial, nos conceitos. Requer blindagem ao habitual "esse cara ganhou o quê?", já que o currículo não tem peso em conquistas.
O torcedor não é obrigado a entender. Ele quer ver seu time vencer, os conceitos que vão às favas. Vestir a camisa com orgulho e zombar dos rivais. Se for com bom futebol, melhor. Mas não é essencial.
A questão é que a direção também age mais na emoção que no profissionalismo. Demite e contrata no impulso de torcedor. E no botequim ou nas redes sociais o apaixonado tem certeza que sabe a solução para os problemas do clube. Cada um com sua verdade.
No Flu, Peter Siemsen, Mario Bittencourt e Fernando Simone tentaram passar uma imagem de modernidade e vanguarda não investindo nas grifes – também porque elas ainda custam caro. Mas querem conceitos atuais acoplados a uma gestão de grupo complexa, com o vestiário dominado por Fred, Cícero, Diego Cavalieri e agora Diego Souza junto com garotos formados em Xerém buscando protagonismo.
Missão quase impossível. Na prática, Baptista formou um time que tentou compactar os setores e administrar a posse, mas com baixa intensidade e sem pressão forte no adversário com a bola. Última linha de defesa exposta, um convite a qualquer ataque com um mínimo de velocidade e capacidade no um contra um. Seja Volta Redonda, Atlético-PR ou Botafogo. Mesmo pecado de Cristóvão.
Todos triturados nesta máquina de moer. O treinador, na ilógica do futebol brasileiro, largou o trabalho questionado no Sport para tentar mudar de patamar no Fluminense. Na roda viva, é melhor desabar em um clube de maior visibilidade que apenas cair onde surgiu e praticamente voltar à estaca zero. Será que funciona sempre?
Sem Bittencourt e Simone, Siemsen deve buscar uma "bola de segurança": Cuca ou Levir Culpi. Pode dar certo, mas até quando vai durar o amadorismo de buscar treinador sem analisar seriamente o perfil e a filosofia? Só valem as conquistas ou grandes campanhas em outros clubes, ambientes, contextos? Na base da "tentativa-e-erro" é mais difícil encontrar a melhor solução.
E pior ainda caso Fred, com sua liderança inquestionável, convença o presidente a manter Eduardo Baptista depois de todo esse turbilhão. Seria a inversão definitiva da hierarquia. Alguém duvida?
O futebol brasileiro não pode apenas tangenciar a verdadeira gestão profissional com exemplos isolados e esporádicos em meio a tanto amadorismo. Mais planos com método e razão, menos paixão que embota a visão. Será um sonho distante?
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