O São Paulo maduro no sofrimento está na semifinal da Libertadores

O início de "Galo Doido" no Independência com os gols de Cazares e Carlos só não desmanchou o São Paulo de um Denis inseguro pela felicidade de três minutos depois aproveitar com Maicon a falha de Victor na saída da meta.

Quatorze minutos elétricos e intensos, bem diferentes da disputa travada no Morumbi, que o time de Edgardo Bauza fez tudo para esfriar e cadenciar nos outros 76, mais os descontos. Com maturidade, no ritmo de Ganso – líder de passes certos, mas também desarmes corretos junto com Hudson.

Mas não sem sofrimento. Porque a disputa teve pouco de tática e muito de abafa, com as cobranças de laterais de Marcos Rocha diretamente na área. 28 cruzamentos atleticanos. Pratto acertou a trave. Rodrigo Caio do outro lado, também. Sinal das dificuldades das equipes nas jogadas aéreas.

O Galo sentiu falta da precisão dos passes de Rafael Carioca e da habilidade e inteligência de Robinho para criar espaços em dribles ou tabelas. Mas foi difícil entender a primeira troca de Aguirre: Carlos por Carlos Eduardo. Até a entrada de Clayton no lugar de Patric o time perdeu presença de área além de Pratto. Por último, Dátolo na vaga de Eduardo para qualificar o passe. Sem sucesso. Erros no campo para provar que a tolice de atrapalhar o sono dos profissionais no oponente adianta pouco.

Ainda assim, sufocou e rondou a área rival. Bauza transferiu experiência com Wesley e Alan Kardec, mas também colocou Matheus Reis para correr pela esquerda. Entrega total para se defender. Continua sem vencer fora de casa nesta edição. Mas no gol "qualificado" evitou a oitava eliminação para brasileiros na Libertadores.

Está na semifinal e ganha mais "casca" para tentar o quarto título continental que parecia improvável desde a classificação no G-4 do Brasileiro. Crise política e financeira, desconfiança da capacidade de competir do elenco, ausência de Rogério Ceni, incerteza com Denis na meta, Lugano no banco.

Fase de grupos irregular, força no Morumbi. Ambiente mais arejado no vestiário, trabalho tático assimilado. A camisa pesada e o time maduro de Bauza, que chega à quarta semifinal por times diferentes, vão incomodar quem aparecer pela frente na busca da sétima final do gigante São Paulo. Melhor não duvidar.

(Estatísticas: Footstats)