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André Rocha

O Cruzeiro sólido de Paulo Bento e o Palmeiras inconsistente fora de casa

André Rocha

26/06/2016 08h46

Cuca garantiu antes do duelo no Mineirão que com o modelo de jogo assimilado o Palmeiras tentaria propor fora de casa e não se comportar em função do adversário, prática comum na carreira do treinador.

Até tentou trocar passes no início, mas logo foi abafado pela marcação adiantada do Cruzeiro e a mobilidade do trio Arrascaeta-Alisson-Willian. Até uma ligação direta via lateral, a falha de Bruno Rodrigo e a assistência de Dudu para Gabriel Jesus marcar seu sétimo gol, agora um dos artilheiros do Brasileiro.

O jogo ficaria à feição para as rápidas transições ofensivas do time paulista não fosse o empate três minutos depois. Levantamento da esquerda, Arrascaeta, que parte da direita no 4-1-4-1 celeste, preparou e Willian, que ganhou a vaga de Riascos, marcou.

A senha para o Cruzeiro se impor definitivamente. A virada poderia ter saído em nova ação do camisa dez uruguaio que Alisson tentou completar encobrindo Prass e Henrique perdeu sem goleiro.

O time de Paulo Bento tem vigor no meio com Bruno Ramires e Lucas Romero e muitas jogadas pelos flancos para acionar um Willian aceso como na breve passagem de Mano Menezes pelo clube no ano passado. Foi do "Bigode" o gol da vitória no início da segunda etapa. De cabeça, completando centro do ótimo Alisson. Três finalizações, duas bolas na rede do camisa nove.

Punição ao Palmeiras que se limitou a especular e não recuperou mais o controle do jogo. Desta vez as substituições não surtiram efeito. Um desperdício o rápido e talentoso Roger Guedes limitado a acompanhar o lateral Bryan. É preciso vencer longe da Allianz Arena, a grande lacuna na carreira de Cuca.

A arrancada que levou o time à liderança passou muito pelo triunfo em campo "neutro" sobre o Flamengo no Mane Garrincha. Há time e elenco para entregar mais.

O técnico português do Cruzeiro ganha sossego e menos peso da sombra de Mano, disponível no mercado. Sua equipe cresce em volume de jogo e coordenação dos setores. Ganha Ramón Abila e Rafael Sóbis para o ataque que vinha penando. Mas bastou o trabalho coletivo se ajustar para a bola chegar mais à frente.

55% de posse e 16 finalizações, o dobro do adversário. Uma atuação sólida, para mudar de patamar no campeonato.

O Cruzeiro de Paulo Bento no 4-1-4-1 com vigor no meio, organização e Arrascaeta e Alisson pelos flancos acionando Willian; Palmeiras acuado e especulando, com o ótimo Roger Guedes mais preocupado em compor pela direita o 4-2-3-1 reativo de Cuca (Tactical Pad).

O Cruzeiro de Paulo Bento no 4-1-4-1 com vigor no meio, organização e Arrascaeta e Alisson pelos flancos acionando Willian; Palmeiras acuado e especulando, com o ótimo Roger Guedes mais preocupado em compor pela direita o 4-2-3-1 reativo de Cuca (Tactical Pad).

(Estatísticas: Footstats)

Sobre o Autor

André Rocha é jornalista, carioca e blogueiro do UOL. Trabalhou também para Globoesporte.com, Lance, ESPN Brasil, Esporte Interativo e Editora Grande Área. Coautor dos livros “1981” e “É Tetra”. Acredita que futebol é mais que um jogo, mas o que acontece no campo é o que pauta todo o resto. Entender de tática e estratégia é (ou deveria ser) premissa, e não a diferença, para qualquer um que trabalha com o esporte. Contato: anunesrocha@gmail.com

Sobre o Blog

O blog se propõe a trazer análises e informações sobre futebol brasileiro e internacional, com enfoque na essência do jogo, mas também abrindo o leque para todas as abordagens possíveis sobre o esporte.