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André Rocha

Ter uma casa para mandar é a maior lição do Corinthians no Flamengo

André Rocha

03/07/2016 19h09

O Flamengo teve praticamente 50 minutos de domínio e controle do jogo em Itaquera. Na primeira etapa, apenas dez minutos de abafa inicial dos donos da casa com marcação adiantada. Depois os rubro-negros responderam com um 4-1-4-1 bem coordenado, saída rápida pelos flancos e Guerrero competente no trabalho de pivô. Novamente faltou eficiência nas finalizações.

Chute na trave de Ederson, duas oportunidades claras de um Marcelo Cirino que segue errando quase tudo que tenta. Impressionante como se equivoca nas tomadas de decisão.

Até os 14 minutos do segundo tempo. Bola parada, gol de Romero. E aí o fator casa fez a diferença. Uma atmosfera favorável na sua arena que desmanchou o Fla mentalmente. Com espaços, Guilherme, Rodriguinho, Romero e Rildo deitaram e rolaram e construíram os 4 a 0. Dois do paraguaio que começou circulando pelas pontas e terminou como referência.

O time de Cristóvão Borges que deixou espaços entre os setores, expôs a última linha e fez Cássio trabalhar desapareceu. Eficiência absurda em 30 minutos da segunda etapa. Se no mata-mata o Corinthians tem algumas histórias tristes para contar ou esquecer em seus domínios, o retrospecto geral é mais que favorável: em 74 jogos, 56 vitórias, 14 empates e apenas quatro derrotas. 82% de aproveitamento.

Uma casa para mandar. Com média acima de 30 mil pagantes – desta vez foram quase 33 mil. Faturamento e desempenho técnico. Uma lição para o Flamengo, que pode reclamar da arbitragem confusa de Heber Roberto Lopes e não deve dar peso ao placar final para a avaliação do trabalho do técnico Zé Ricardo, expulso por reclamar da falta de critério do árbitro.

Mas rodar o Brasil sem um estádio para chamar de seu tem pesado tanto quanto o desgaste das seguidas viagens, a falta de gols e de equilíbrio emocional. Por isso sai do G-4 e o Corinthians encosta no líder e rival Palmeiras.

Sobre o Autor

André Rocha é jornalista, carioca e blogueiro do UOL. Trabalhou também para Globoesporte.com, Lance, ESPN Brasil, Esporte Interativo e Editora Grande Área. Coautor dos livros “1981” e “É Tetra”. Acredita que futebol é mais que um jogo, mas o que acontece no campo é o que pauta todo o resto. Entender de tática e estratégia é (ou deveria ser) premissa, e não a diferença, para qualquer um que trabalha com o esporte. Contato: anunesrocha@gmail.com

Sobre o Blog

O blog se propõe a trazer análises e informações sobre futebol brasileiro e internacional, com enfoque na essência do jogo, mas também abrindo o leque para todas as abordagens possíveis sobre o esporte.