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André Rocha

Zé Ricardo testa Mancuello como "dublê" de Conca no Flamengo

André Rocha

20/01/2017 09h05

Crédito: Gilvan de Souza (Flamengo)

Crédito: Gilvan de Souza (Flamengo)

Dario Conca já trabalha na recuperação da séria lesão no joelho para poder estar apto o quanto antes para estrear no Flamengo.

Desde a primeira entrevista depois da confirmação da chegada do meia argentino, o técnico Zé Ricardo deixa claro que pensa no time com o reforço e Diego juntos na armação das jogadas, partindo a princípio do mesmo 4-2-3-1 que se afirmou no ano passado.

Ou seja, um dos dois meias seria o ponta articulador, que sai do lado do campo e circula pelo setor ofensivo com liberdade para deixar o desenho tático menos engessado que com os dois ponteiros fixos. Zé Ricardo sinaliza a montagem do time para que os movimentos já estejam assimilados até a entrada de Conca.

Para isso é preciso uma espécie de "dublê" e, pelo visto no início dos trabalhos, ele já está escolhido. Também argentino e canhoto.

Federico Mancuello foi contratado no início de 2016 porque a ideia de Muricy Ramalho era montar um meio-campo sem o típico camisa dez num 4-3-3 inspirado no Barcelona. O argentino não é volante nem meia, mas um meio-campista de área a área.

Com o time claudicante, os próprios problemas físicos e depois a chegada de Diego, Mancuello perdeu espaço. Mesmo sendo um dos melhores finalizadores do elenco. Com o time titular sofrendo para ir às redes no Brasileiro parecia um absurdo. Ainda mais porque, quando entrou, o argentino fez gols importantes, contra Atlético-PR, Cruzeiro e Chapecoense.

O problema era a adaptação à função pelo lado. Mancuello entrava bem na vaga de Márcio Araújo, com o time precisando atacar. Quando testado na ponta tinha dificuldades. Sem tempo para trabalhar com viagens e jogos decisivos, Zé Ricardo arquivou a ideia depois da atuação coletiva ruim no primeiro tempo dos 2 a 2 contra o Corinthians na volta ao Maracanã, com Mancuello pela esquerda. Até tentou um losango no meio contra o Coritiba, mas o desempenho também não agradou.

Agora, com calma e a vontade do jogador de tentar novamente, mas principalmente pelo "fator Conca", Zé Ricardo testa Mancuello nos treinos aberto pela direita. A ideia é que ele corte para dentro com a canhota, se junte a Diego no centro e deixe o corredor para o apoio de Pará ou mesmo Arão. Do lado oposto, Everton fica mais aberto e usa a velocidade, até porque Jorge é um lateral que ataca mais por dentro, não busca tanto o fundo.

A recomposição e a pressão no campo de ataque também precisam ser repensadas sem a intensidade e a rapidez de um ponteiro velocista como Gabriel, Fernandinho ou Cirino. Talvez sacrificar um pouco Pará, Arão e o volante mais plantado, que deve ser Romulo, para ganhar criatividade e poder de fogo na frente.

Sem tanta pressão no início do ano é possível experimentar mais, enquanto o clube não contrata o atacante de lado mais agudo, que ainda pode ser Berrío ou Vargas. Por isso Mancuello é a novidade na base mantida para 2017. O "dublê" de Conca.

 

 

 

Sobre o Autor

André Rocha é jornalista, carioca e blogueiro do UOL. Trabalhou também para Globoesporte.com, Lance, ESPN Brasil, Esporte Interativo e Editora Grande Área. Coautor dos livros “1981” e “É Tetra”. Acredita que futebol é mais que um jogo, mas o que acontece no campo é o que pauta todo o resto. Entender de tática e estratégia é (ou deveria ser) premissa, e não a diferença, para qualquer um que trabalha com o esporte. Contato: anunesrocha@gmail.com

Sobre o Blog

O blog se propõe a trazer análises e informações sobre futebol brasileiro e internacional, com enfoque na essência do jogo, mas também abrindo o leque para todas as abordagens possíveis sobre o esporte.