Um chocolate em Paris. Jogo coletivo do PSG engole os talentos do Barça
Você leu antes AQUI que o Barcelona estava previsível, com as ações ofensivas e os mecanismos de saída de bola mapeados pelos adversários e muito dependente dos lampejos do fantástico trio MSN.
Sem Daniel Alves, negociado, e agora Mascherano, além da fase inconstante de Rakitic, o cenário ficou ainda mais complicado. Messi, Suárez e Neymar foram resolvendo ou descomplicando. Os dois primeiros com gols, o brasileiro com assistências e sacrifício tático pela esquerda.
Funcionou até encontrar no Parc des Princes um time também com qualidade individual, mesmo sem Thiago Silva, mas com organização, intensidade, alma e coragem para se impor. O Paris Saint-Germain de Unai Emery não sobra na liga francesa como nos últimos anos. Nem é o líder, está atrás do Monaco.
Mas diante de um oponente fragilizado simplesmente atropelou, com Verratti como "regista" distribuindo o jogo e Rabiot se juntando a Di María, Matuidi, Draxler e Cavani. Movimentação, jogo entre linhas e inteligência para explorar os muitos espaços cedidos por um rival zonzo. Sem a bola, pressão e posicionamento perfeito, impedindo que a bola chegasse aos três desequilibrantes. Só Neymar tentou algo pela esquerda.
Di María sobrou com dois golaços – cobrança de falta precisa no primeiro tempo. O segundo num gol à la Barcelona. Mesmo pressionado, trocou passes desde a própria área até encontrar o argentino entrando da direita para dentro e terminar com outra bela finalização.
Também pela direita, Draxler apareceu para receber de Verratti e fazer o segundo. Faltava o de Cavani e saiu depois de uma sequência de erros do Barça na saída para o ataque e contragolpes perigosos até o uruguaio colocar nas redes e, com 4 a 0, igualar o placar do passeio do Bayern de Munique comandado por Jupp Heynckes na Allianz Arena em 2013.
A diferença em relação aos outros duelos recentes entre as equipes? O jogo coletivo que engoliu os talentos. O PSG antes jogva mais em função da estrela Ibrahimovic, o time catalão trabalhava para fazer a bola chegar aos talentos para resolver no último terço. O que não se viu na França e foi minando a confiança e a força da equipe dominante nesta década.
Gigante que terá que se superar como nunca para reverter uma desvantagem que parece definitiva e historicamente nunca foi revertida em mata-mata. Muito pelo demérito do Barcelona e mais ainda pela atuação irretocável da equipe de Unai Emery.
Foram 16 finalizações contra apenas seis, dez a um no alvo. Mesmo com apenas 43% de posse. Eficiência com beleza. Um chocolate em Paris.
(Estatísticas: UEFA)
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