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André Rocha

Botafogo: a eficiência volta ao G-6 do Brasileiro. Emblemático

André Rocha

21/06/2017 22h59

O Botafogo saiu do "favoritismo" ao rebaixamento para a vaga na Libertadores em 2016 com as alterações no torneio sul-americano. Um marco de mudança de patamar com Jair Ventura.

Em 2017, por necessidade, teve que praticamente descartar o estadual para se dedicar às fases preliminares da Libertadores contra Colo Colo e Olimpia e depois a uma disputa duríssima no Grupo 1 com o campeão Atlético Nacional, mais Barcelona de Guayaquil e Estudiantes. Sem refresco.

Em junho ainda não comemorou títulos, mas segue vivo na competição continental, na Copa do Brasil e agora volta ao G-6 da Série A, onde tudo começou.

Com 3 a 1 sobre o Vasco no Nilton Santos. Construído no primeiro tempo com 44% de posse de bola, três finalizações contra dez do adversário. Duas no alvo. As de Roger e Victor Luis que venceram Martín Silva. No primeiro, passe precioso de canhota do destro Bruno Silva. De novo o volante-meia pela direita, chave tática do modelo de jogo que vai se afirmando sem maiores variações.

Explorando com o lateral Arnaldo o setor esquerdo vascaíno que ficou mais frágil sem a bola com a entrada de Nenê. Mas com o camisa dez também criou problemas para a retaguarda alvinegra, que cedeu apenas uma chance clara a Luis Fabiano.

Botafogo forte pela direita com Bruno Silva ocupando o setor e contando com auxílio do lateral Arnaldo para cima de Henrique que não teve o devido suporte de Nenê. Time de Jair Ventura novamente foi eficiente (Tactical Pad).

No segundo tempo, Milton Mendes trocou Pikachu pelo jovem Paulo Vítor e inverteu o lado de Nenê para melhorar a dinâmica da equipe com e sem a bola. O Botafogo respondeu invertendo o lado forte. Aproximou Victor Luis, Pimpão e João Paulo e seguiu explorando o setor vascaíno em que Nenê colabora menos na recomposição.

Mas foi novamente pela direita que o Botafogo criou uma jogada de gol: passe por cima de João Paulo, Bruno Silva infiltrou, a zaga rebateu e Roger marcou o seu segundo batendo de primeira. Na sequência, bastou administrar controlando os espaços sem a bola, com um ou outro susto e o gol de Caio Monteiro, que entrou na vaga de Mateus Vital.

Sem sofrimento, porém. Mesmo terminando com 40% de posse, seis finalizações contra 16. Três no alvo, mantendo o aproveitamento da primeira etapa. Nada menos que 26 desarmes certos do alvinegro e 11 do Vasco. Uma típica vitória da equipe de Jair Ventura.

Depois de quatro anos sem enfrentar o Vasco pelo sobe e desce dos clubes, mais do cruzmaltino, o Botafogo vai mostrando que trabalhou certo para transformar suas aspirações. Com gestão no clube, no futebol e em seu estádio. Lembrando as glórias do passado, como na homenagem aos campeões cariocas de 1989, encerrando um jejum de 21 anos sem conquistas.

No presente, um time eficiente que de novo está na zona de classificação para a Libertadores. Mais emblemático impossível.

(Estatísticas: Footstats)

 

Sobre o Autor

André Rocha é jornalista, carioca e blogueiro do UOL. Trabalhou também para Globoesporte.com, Lance, ESPN Brasil, Esporte Interativo e Editora Grande Área. Coautor dos livros “1981” e “É Tetra”. Acredita que futebol é mais que um jogo, mas o que acontece no campo é o que pauta todo o resto. Entender de tática e estratégia é (ou deveria ser) premissa, e não a diferença, para qualquer um que trabalha com o esporte. Contato: anunesrocha@gmail.com

Sobre o Blog

O blog se propõe a trazer análises e informações sobre futebol brasileiro e internacional, com enfoque na essência do jogo, mas também abrindo o leque para todas as abordagens possíveis sobre o esporte.