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André Rocha

O 3º ato de Neymar no PSG: sem espaços e espetáculo, mas ainda decisivo

André Rocha

25/08/2017 18h01

Para a quarta rodada da Ligue 1, segunda partida do Paris Saint-Germain no Parc des Princes, Unai Emery deixou Thiago Silva e Daniel Alves no banco, alinhou Rabiot a Thiago Motta dando liberdade a Pastore, substituto do suspenso Verratti no meio-campo.

Na prática, a execução do 4-2-3-1 perdeu força pela direita com Meunier na lateral direita e sem um meia a mais na aproximação com o trio de ataque.  Pouca mobilidade. Apenas Neymar girando e Di María e Pastore invertendo na ponta e no centro.

Mais difícil para furar o 5-4-1 do Saint Etienne bem montado pelo treinador espanhol Oscar Garcia. Naturalmente com um comportamento mais reativo do que nas três vitórias que o maior campeão da França alcançou neste início de temporada. Pragmático e objetivo, com poucos toques, saída rápida pela esquerda com Dabo e Maiga aparecendo na frente para finalizar. Nunca ultrapassando os 40% de posse – terminou com 39%.

Nos primeiros 45 minutos foram oito conclusões dos visitantes contra apenas uma no alvo do PSG: a cobrança de pênalti forte e precisa de Cavani. Uruguaio que sofreu a falta na área após receber passe de Neymar, numa das raras vezes em que o brasileiro encontrou espaços entre defesa e meio-campo do oponente. Quando conseguiu foi criativo.

Não houve brechas para infiltrações em diagonal e dribles em progressão. O Saint Etienne em nenhum momento desmanchou o sistema nem mudou a proposta, mesmo com a desvantagem.

A segunda finalização também foi nas redes. Jogada aérea com bola parada, cobrança de Neymar, Marquinhos ajeitou e Thiago Motta aproveitou. Descomplicando o duelo mais duro até aqui no campeonato nacional. Muito por demérito de um desempenho de baixa intensidade e poucas ideias para criar espaços do PSG, especialmente na primeira etapa. Também pelo trabalho defensivo cuidadoso do Saint-Etienne.

A ideia era nítida: defender no próprio campo para evitar uma goleada e só sair em transições rápidas. Correta e podia ter conseguido algo mais não fossem as boas defesas do goleiro Areola. Foram 12 finalizações contra 14 do PSG. Cedeu poucos contragolpes e o PSG só aproveitou um, no final com Cavani para fechar os 3 a 0. Iniciado por Neymar.

O camisa dez acertou oito dribles e teve 77% de aproveitamento nos passes. Mas buscou pouco a parceria com lateral Kurzawa, substituído pelo estreante Yuri Berchiche. Não desequilibrou desta vez, mas teve participação decisiva na construção do placar. Ilusão pensar que vai dar espetáculo sempre. O saldo até aqui, porém, segue positivo.

O 4-2-3-1 do PSG, com Di Maria e Pastore alternando à direita e Neymar sem muitas associações com o Kurzawa do lado oposto teve dificuldades para criar espaços entre as linhas no 5-4-1 do Saint-Etienne (Tactical Pad).

(Estatísticas: WhoScored)

 

Sobre o Autor

André Rocha é jornalista, carioca e blogueiro do UOL. Trabalhou também para Globoesporte.com, Lance, ESPN Brasil, Esporte Interativo e Editora Grande Área. Coautor dos livros “1981” e “É Tetra”. Acredita que futebol é mais que um jogo, mas o que acontece no campo é o que pauta todo o resto. Entender de tática e estratégia é (ou deveria ser) premissa, e não a diferença, para qualquer um que trabalha com o esporte. Contato: anunesrocha@gmail.com

Sobre o Blog

O blog se propõe a trazer análises e informações sobre futebol brasileiro e internacional, com enfoque na essência do jogo, mas também abrindo o leque para todas as abordagens possíveis sobre o esporte.