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André Rocha

Um Messi ligado e intenso não dá chance para ninguém. Nem à Juve de Buffon

André Rocha

12/09/2017 18h03

A Juventus parecia mais ajustada no primeiro tempo no Camp Nou, mesmo com as mudanças na defesa e no meio-campo – De Sciglio, Matuidi, Bentancur e Douglas Costa na manutenção do 4-2-3-1 de Massimiliano Allegri que perdeu Bonucci para o Milan, Daniel Alves para o PSG e estava sem Chiellini, Khedira e Mandzukic. Linhas muito próximas sem bola e saída em velocidade para Dybala acionar Higuaín.

O Barcelona buscava se aprumar à troca de Neymar por Dembelé que inverteu o lado do ponteiro no trio ofensivo. Com isso, Iniesta e Suárez passaram a ocupar mais o setor esquerdo, porém abrindo o corredor para Jordi Alba. Liberado para apoiar e contando com a cobertura de Umtiti, mais rápido que Piqué. Este protegido por Busquets e Nelson Semedo com postura mais conservadora pela direita. Com Ernesto Valverde, o mesmo 4-3-3, porém com variações para equilibrar os setores.

No centro, com liberdade total…Messi. Meio "falso nove", meio enganche. O mais importante: ligado, intenso, ciente de que não pode se entregar às marcações mais duras, que negam espaços. Também que este Barcelona precisa demais dele nesta transição e o argentino necessita de uma equipe forte para buscar através das conquistas coletivas a Bola de Ouro, depois do inevitável empate com Cristiano Ronaldo que deve se concretizar até o fim do ano. Cinco a cinco.

Primeiro cobrou falta por baixo acertando a barreira e Suárez fazendo Buffon trabalhar. Depois a arrancada, tabela com Suárez e o chute sem força, mas suficiente para tirar o "lacre" da meta do goleiro italiano no final do primeiro tempo. A senha para o time catalão ganhar confiança e sobrar na segunda etapa.

Finalização na trave antes de acelerar numa rara incursão à direita, rebote de Benatia e gol de Rakitic. Depois a jogada característica, cortando da meia direita para dentro limpando adversários até tirar de Buffon no canto esquerdo. Descomplicando e transformando jogo duro contra o grande rival no grupo em um 3 a 0 com autoridade.

Já são sete gols de Messi em quatro partidas depois da depressão pela saída de Neymar e a sova do Real Madrid na Supercopa da Espanha. 96 gols em 116 jogos pela Liga dos Campeões. Porque quando o camisa dez, maior artilheiro do clube e um dos gênios da história do esporte está 100% conectado e disposto a ser decisivo é difícil segurar. Até para o mito Buffon.

O 4-3-3 do Barcelona ganha nova dinâmica com Dembelé à direita, Iniesta e Suárez dando suporte ao apoio de Alba do lado oposto com a cobertura de Umtiti e Semedo e Busquets protegendo o lento Piqué. Messi com total liberdade destruiu a Juventus no mesmo 4-2-3-1 do vice da Champions da temporada passada, porém com ausências sentidas e sofrendo contra o argentino genial (Tactical Pad).

Sobre o Autor

André Rocha é jornalista, carioca e blogueiro do UOL. Trabalhou também para Globoesporte.com, Lance, ESPN Brasil, Esporte Interativo e Editora Grande Área. Coautor dos livros “1981” e “É Tetra”. Acredita que futebol é mais que um jogo, mas o que acontece no campo é o que pauta todo o resto. Entender de tática e estratégia é (ou deveria ser) premissa, e não a diferença, para qualquer um que trabalha com o esporte. Contato: anunesrocha@gmail.com

Sobre o Blog

O blog se propõe a trazer análises e informações sobre futebol brasileiro e internacional, com enfoque na essência do jogo, mas também abrindo o leque para todas as abordagens possíveis sobre o esporte.