Não há time mais aleatório no Brasileirão que o Santos
Gol sofrido aos quatro minutos de jogo no Moisés Lucarelli, numa rara hesitação do goleiro Vanderlei que Naldo aproveitou. Depois um domínio territorial com média de 63% de posse e seis finalizações contra duas da Ponte Preta, mas sem muitas ideias e deixando brechas entre os setores na execução confusa do 4-2-3-1 habitual para contragolpes que o adversário não soube dar acabamento.
O time de Eduardo Baptista tentava controlar os espaços num 4-1-4-1 organizado e forte pela direita com Nino Paraíba e Emerson para cima do frágil Zeca. Pelo setor, a estocada que encontrou Lucca livre na área para perder gol feito. Na volta, a nona assistência de Bruno Henrique, desta vez pela direita, e mais um gol de Ricardo Oliveira. No minuto final do primeiro tempo transformando um 2 a 0 que não seria nada absurdo em um empate por 1 a 1 que também carregava uma certa lógica.
Porque não há time mais aleatório nesta edição do Brasileiro que o Santos. Time da trocação, do jogo aberto, da aposta na qualidade do quarteto ofensivo, da dupla de zaga formada por Lucas Veríssimo e David Braz, ainda que expostos, e do goleiro Vanderlei.
E por que ainda disputa o título, ao menos na matemática? Porque o nível geral é fraco e nesta proposta de bater e levar cria mais problemas para os adversários mais reativos que outros quando tem a obrigação de atacar. Como não há uma equipe tão superior no trabalho coletivo, nem o líder Corinthians, o Santos vai pontuando e se mantendo no pelotão da frente.
Podia ter vencido em Campinas. No segundo tempo de postura mais agressiva da Ponte, com Eduardo Baptista trocando Emerson Sheik por Leo Gamalho e deslocando Lucca para o lado direito. Depois tirando os meias Naldo e Jean Patrick e colocando Jadson e Felipe Saraiva para reoxigenar o meio-campo e seguir atacando. Mesmo depois da tola expulsão de Fernando Bob que reagrupou o time num 4-4-1.
Levir seguiu em silêncio, pelos problemas de saúde, e não fez nenhuma substituição. Zero. Mesmo com o desgaste por conta da intensidade do oponente e até por necessidade em uma equipe não ajustada.
E quase saiu com a vitória, se o "garçom" Bruno Henrique não perdesse gol feito completando mal centro preciso de Lucas Lima da direita. Na 12ª finalização de um time com inegável vocação ofensiva, mas que parece tomar decisões sem um plano. O tempo todo. Como se contasse com o acaso para proteger o talento e a vontade de vencer.
Quem entende esse Santos?
(Estatísticas: Footstats)
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