Corinthians perde solidez e depende de Cássio, que pode repetir Cavalieri
A derrota por 2 a 0 para o redivivo Bahia de Paulo Cesar Carpegiani em Salvador foi construída objetivamente com uma falha de Fagner aproveitada por Vinicius e um contragolpe de fim de jogo finalizado por Régis com o goleiro na área para tentar o empate.
Mas o Corinthians novamente não jogou bem e foi dominado por um oponente em franca evolução. Revés fora de casa que até pode ser tratado como normal dentro do equilíbrio natural do Brasileiro.
O grande fator complicador é que o desempenho começou a cair na fase ofensiva pela dificuldade de criar espaços nas defesas adversárias quando ganhou status de favorito com o turno quase perfeito e passou a ser mais estudado. Também porque despencou o nível do trio Jadson-Rodriguinho-Romero que acabou isolando Jõ e tornando a equipe mais dependente de seu centroavante e nos últimos três jogos de Clayson, autor de quatro gols.
O sistema defensivo, porém, também teve queda nítida de desempenho. Tanto individual quanto coletivo. Antes as alterações na última linha e a ausência de Gabriel ou Maycon na proteção da retaguarda eram menos sentidas. Agora há impacto. Porque perdeu intensidade e concentração. Até de Guilherme Arana e Balbuena, antes os grandes destaques.
Por isso Cássio vem trabalhando tanto. Segundo o Footstats é o goleiro com mais defesa na Série A, empatado com Jean, do Bahia. Média de 2,4 defesas por jogo. Fica atrás na média só de Douglas Friedrich (Avaí) e de Fernando Miguel (Vitória) entre os que mais atuaram.
A questão é que geralmente, e a lógica sugere, o líder não faz seu arqueiro trabalhar tanto. É mais seguro, consistente e protege melhor sua meta. Tanto que entre os cinco primeiros só Cássio não está lutando para fugir do Z-4 ou, no mínimo, ocupando a segunda página da tabela – além dos três já citados está Aranha, da Ponte Preta. O sexto é Vanderlei, do Santos vice-líder, mas que atua no estilo "bate-volta" e sofre muitos ataques.
Se Cássio mantiver essa média e o Corinthians confirmar o título, será o segundo caso na história do Brasileiro por pontos corridos com 20 clubes. O primeiro foi Diego Cavalieri em 2012. Campeão com o Fluminense da defesa menos vazada junto com o Grêmio. Muito graças ao seu goleiro, que vivia fase esplendorosa e salvava um sistema não tão coeso assim. Também "mascarava" os números.
O líder não tem a melhor defesa nem na frieza da matemática. Pelo menos até o Santos enfrentar o Vitória na segunda-feira. Agora tem 17 sofridos em 28 partidas, um a mais que o segundo colocado. A recuperação no campeonato, a partir do duelo contra o Grêmio em Itaquera na quarta, passa pela volta da coordenação e da segurança que marcaram o time de Fabio Carille em seus melhores momentos na temporada.
Algo se perdeu e é melhor resgatar enquanto a vantagem no topo da tabela permite.
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