VAR, mando de campo, estaduais...é escrever só para dormir tranquilo
Quando se diz que estadual é um atraso para o futebol brasileiro, prejudica o calendário, não resolve o problema dos pequenos e em dezembro ninguém se lembra quem foi o campeão em maio…é só para desencargo de consciência.
Porque as partes envolvidas, inclusive boa parte da imprensa, preferem valorizar e alimentar a rivalidade local, que é saudável, mas não paga o prejuízo dos clubes ao longo da temporada em todos os aspectos. Inclusive o produto campeonato brasileiro que é pouco valorizado no mundo todo, entre outras coisas, por seu período mais curto em relação a outras ligas.
O mais irônico é depois vilanizar presidente de federação ou da CBF, que só têm poderes acima dos clubes pela manutenção da estrutura federativa. Quem valoriza estadual apenas avaliza o status quo.
Quando a milionária CBF tenta impor aos clubes os custos do uso do VAR (árbitro de vídeo) e estes se limitam a votar contra a utilização no Brasileiro de 2018, negando a tentativa de minimizar os erros de arbitragem tão reclamados ao longo do ano…este blogueiro só se manifesta para dormir tranquilo.
Porque no fundo a maioria dos dirigentes quer mesmo é um "álibi" para os próprios erros de planejamento, desviar o foco e arranjar um vilão para as derrotas. Outros querem manter a insegurança da equipe de arbitragem para que esta, na dúvida e no temor de ser punido, marque a favor do mais poderoso e/ou popular. Muitos torcedores também apreciam esta "bengala" para criar as teorias de conspiração quando o rival é campeão. Sem contar que é um alívio para muita gente que trabalha falando de futebol e detesta abordar o jogo. Prefere as polêmicas para mascarar a falta de conteúdo.
Quando se critica a autorização do uso de cinco mandos de campo fora do estado de origem – ou seja, a venda do mando na maioria dos casos, o que causa um desequilíbrio técnico na competição – é só para ter a consciência limpa.
Porque por conta de outros equívocos, inclusive o abismo nas receitas de TV entre os clubes, os times de menor investimento desejam uma compensação com a chance de fazer barganha, mesmo se afastando da própria torcida. E alguns grandes, por não terem estádio próprio, querem a brecha para tentar faturar em outras praças, ainda que sacrifiquem o próprio time com mais viagens.
O blogueiro escreve apenas para deixar o registro de que não compactua com falta de profissionalismo, decisões políticas acima das técnicas, do provincianismo…do caos que é o futebol brasileiro.
Só para dormir tranquilo mesmo. Porque a esperança de que um dia tudo isto mude a curto/médio prazo não existe há um bom tempo. Seguimos pelo ofício, por amor ao jogo e ao futebol cinco vezes campeão do mundo. Mas sem deixar de lamentar.
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