Que relação complicada entre Flamengo e Libertadores nos últimos tempos!
Cuéllar é expulso na premiação da decisão da Sul-Americana. Clube é punido pela selvageria de parte da torcida no Maracanã e tem que estrear na Libertadores no Nílton Santos com portões fechados. Arbitragem complicada, com pênalti claro não marcado a favor no primeiro tempo e sofrendo gol logo depois de abrir o placar com o adversário claramente impedido.
Para piorar, o treinador Paulo César Carpegiani foi infeliz na última substituição, trocando Everton por Willian Arão. O time perdeu velocidade nos contragolpes e não ganhou solidez na proteção da defesa. E Vinícius Júnior estava no banco…
Que relação complicada entre Flamengo e Libertadores nos últimos tempos! Desde a noite de Cabañas e Joel Santana em 2008, a eliminação para o Emelec em 2012 com os jogadores à beira do campo esperando o apito final. No ano passado a combinação da derrota no final para o San Lorenzo e a vitória do Atlético-PR sobre a Universidad Católica e agora um grupo complicadíssimo com River, Santa Fé e Emelec. Tudo parece conspirar contra.
Ainda que a atuação coletiva tenha ficado bem longe do satisfatório. A equipe estava nitidamente insegura na estreia em uma competição tratada como prioridade contra um adversário tradicional. Pouca pressão no oponente com a bola e muita lentidão na circulação da bola na saída para o ataque. Desde a defesa com Rever, Juan e Jonas, o substituto de Cuéllar.
Carpegiani optou por Pará na lateral direita, muito provavelmente pela preocupação com De La Cruz, o meia aberto pela esquerda no 4-1-4-1 armado por Marcelo Gallardo, mesmo sistema do time brasileiro. Com isso a equipe rubro-negra só conseguia dar profundidade às ações ofensivas com Everton e Paquetá pela esquerda. À direita faltava a ultrapassagem do lateral no espaço deixado pelas trocas entre Everton Ribeiro e Diego.
No centro do ataque, Dourado tentava descomplicar tocando simples e de primeira, mas sem acrescentar muito. Do lado argentino, Lucas Pratto, mesmo demonstrando desentrosamento, fazia um trabalho de pivô mais eficiente e inteligente.
Mesmo em má fase, o River mostrava mais personalidade e um plano de jogo claro. Faltava a fluência nas jogadas. Por isso um primeiro tempo fraco, com muitas faltas – 22, 14 cometidas pelo River e 8 pelo Fla. Só quatro finalizações do mandante e duas do time argentino – dois a um no alvo. Mas não teve a chance clara. Só o pênalti no toque no braço de Zuculini na disputa com Rever que o fraquíssimo árbitro peruano Michael Espinoza ignorou.
Gols na segunda etapa. No pênalti de Ponzio em Diego, Henrique Dourado manteve sua incrível precisão na cobrança. Na saída de bola, falta pela esquerda para o River e Mora aproveitou, impedido, para empatar. Na inversão de lado dos meias, Paquetá pela direita achou Everton e o meia novamente compensou com gol uma atuação com muitos erros nas tomadas de decisão.
Jonas saiu lesionado e entrou Rômulo, que, ao contrário do Fla-Flu, não comprometeu. Mas o Fla exagerou no recuo para administrar a vantagem e a troca de Everton por Arão foi trágica. O volante estava mal posicionado e Camilo Mayada chutou forte, mas de longe. Diego Alves aceitou. Décima segunda finalização do River contra dez do mandante, que teve 58% de posse e nem cruzou tanto desta vez, apenas 18.
Empate que soa cruel para o Fla pelos erros de arbitragem. Mas o time não se ajuda. Agora, para não repetir 2017 terá que pontuar fora do Rio de Janeiro. Incrível como tudo parece mais difícil no principal torneio da América do Sul.
(Estatísticas: Footstats)
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