A aula de 4-4-2 e de maturidade do Real Madrid em Paris
No Brasil é costume justificar a ineficiência de um time pela falta do "camisa dez". Essa entidade capaz de resolver qualquer problema de criatividade em qualquer equipe.
Pois o Real construiu a virada sobre o PSG por 3 a 1 em Madri e consolidou sua classificação para as quartas de final da Liga dos Campeões com outra vitória no Parc des Princes atuando num típico 4-4-2.
Dois volantes: Casemiro e Kovacic. Mais Lucas Vázquez e Asensio pelos flancos, deixando Benzema e Cristiano Ronaldo na frente. Execução exemplar das linhas de quatro, com setores próximos, pressão no adversário com a bola, estreitando a marcação para fechar as opções de passe.
Com a bola. saída rápida e movimentação para não deixar o time engessado. No primeiro gol, Asensio interceptou passe de Daniel Alves, acionou Vázquez, que colocou na cabeça de Cristiano Ronaldo. O terceiro gol do português no confronto. Mais uma vez decisivo num mata-mata de Champions. O 12º do artilheiro do torneio. Desta edição e de todos os tempos.
Símbolo da maturidade de um time vencedor. Histórico. Simples, inteligente e decisivo na tomada de decisão. Como funcionou o coletivo do bicampeão europeu. Já favorito ao tri pelo que representa.
Tudo que o PSG não teve. Ainda não tem. Talvez não tivesse com Neymar em campo. A expulsão de Verratti é símbolo do desequilíbrio emocional, da desistência da luta. Do apequenamento. Nem precisou sofrer um gol para silenciar o estádio. A postura do adversário já murchou a torcida, que só ensaiou uma reação no gol de joelho do Cavani que empatou o jogo. Não foi suficiente. Coisas que o dinheiro não compra.
Mas contratar um treinador melhor que Unai Emery para manejar um elenco milionário será um bom início de planejamento para a próxima temporada. Escalações questionáveis, substituições indecifráveis. No episódio das cobranças de pênalti que criou o imbróglio Neymar x Cavani, a nítida falta de autoridade. O vestiário ficou maior que o homem que devia liderá-lo.
O Real tem Zidane. Com as hesitações normais de um novato no ofício, mas com moral absurda pelo que jogou e representa para o clube. Sua serenidade reflete em campo nas partidas decisivas. Mas neste duelo a mão de estrategista ficou clara. Especialmente por fazer o time voar pela esquerda para construir a virada.
Mas o golpe final saiu pela direita. Passe de Cristiano Ronaldo, centro de Vázquez e, na sobra, o chute de Casemiro que desviou em Marquinho e saiu de Areola. O Real controlou o jogo e mereceu sair de Paris com uma vitória emblemática. Uma aula tática e de maturidade. Do gigante nesta disputa.
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