Bayern de Munique comprova: quem tem um não tem nenhum contra o Real Madrid
O Bayern planejou um "arrastão" em Munique com pressão no campo de ataque e um quinteto com Robben e Ribéry nas pontas, Muller e Lewandowski no centro de ataque e James Rodríguez por trás. Mas desta vez Jupp Heynckes não foi tão feliz.
Perdeu Robben logo aos nove minutos. Entrou Thiago Alcântara, enviando Muller para o lado direito num 4-3-3. Menos pressão e jogo direto, mas trabalho no meio-campo com posse. Mas ainda domínio.
Porque o Real Madrid adotou postura conservadora na Allianz Arena. Um 4-1-4-1 com Lucas Vázquez e Isco pelos flancos e Cristiano Ronaldo no ataque. A estratégia era clara: conter o volume adversário, rodar a bola e esperar o momento de explorar os espaços às costas dos zagueiros Boateng e Hummels com seu atacante mais letal.
Não funcionou e o Bayern foi se instalando no campo de ataque. Mas foi às redes aproveitando lenta recomposição do time merengue no contragolpe e o passe de James encontrando Kimmich livre no espaço exato entre Marcelo, Casemiro, Sergio Ramos e Kroos. O inteligentíssimo defensor alemão olhou para a área, viu Keylor Navas tentando antecipar o cruzamento e os companheiros marcados. Não teve dúvida: finalizou bem tirando do goleiro.
O mandante cresceu com a torcida, o atual bicampeão europeu sentiu. E aí veio o pecado do Bayern. Este blogueiro não gosta nem costuma fazer analogias do futebol com atos de violência, mas a imagem é inevitável: o time bávaro enfiou a faca, mas não girou. E manter esse Real vivo é um risco enorme.
Mesmo com Cristiano Ronaldo cumprindo sua pior atuação nesta edição da Liga dos Campeões. Isolado, errou mais que o habitual. Ainda assim, sua presença impõe respeito. A ponto de ensaiar uma bicicleta e distrair o sistema defensivo alemão, deixando Marcelo livre para dominar e empatar.
Jogo que poderia ter sido resolvido e a vaga encaminhada no gol perdido por Ribéry no primeiro tempo. A mais inacreditável das muitas chances desperdiçadas. Dominou na canela com total liberdade pela esquerda. Quando aconteceu o mesmo em contragolpe rápido iniciado pelo erro de Rafinha, Asensio, que substituiu Isco na volta do intervalo, tirou do goleiro Ulreich.
Heynckes pode lamentar as lesões – além de Robben, Boateng também saiu no primeiro tempo para a entrada de Süle. Mas o Real não são os adversários na Bundesliga. Nem Besiktas ou Sevilla. Não pode dar chance. 58% de posse, treze finalizações contra sete. Cinco no alvo. Lewandowski ainda perdeu no final. Só uma bola nas redes e a virada implacável.
Agora terá que buscar um milagre em Madri. Contra um time experiente e escaldado pelo susto da Juventus nas quartas. Que vem sobrando nesses duelos de mata-mata em que o mental e as individualidades vêm sendo preponderantes. Improvável. Porque contra esse Real quem tem um não tem nenhum. O time de Zidane está mais próximo da terceira final consecutiva.
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