Internacional e Palmeiras vencem clássicos "típicos" e ganham uma rodada
Beira-Rio e Allianz Parque foram os palcos dos grandes clássicos da 24ª rodada do Brasileiro. Mesmo prejudicados pelo Grêmio muito desfalcado e o Palmeiras seguindo seu roteiro de colocar mais reservas em campo no fim de semana quando tem jogo de mata-mata em seguida.
Duelos que seguiram o roteiro da maioria dos clássicos e jogos decisivos no país: muita concentração defensiva, jogo simples para minimizar erros e não correr riscos, disputa física com jogadores pilhados para mostrar aos torcedores que estão ligados e, claro, pressão nas arbitragens. Ou seja, seguindo velhos discursos: "clássico não é para jogar, mas para vencer" e "será decidido nos detalhes, quem errar menos sairá com os três pontos".
Em ambos, times sem muita ambição e mais preocupados com o trabalho defensivo no primeiro tempo. Mesmo para quem tomava a iniciativa e ficava com a bola – inicialmente os times da casa. Compreensível para o Corinthians que estreava Jair Ventura na casa do rival e buscava um reequilíbrio. Ou, no popular, "fechar a casinha".
Vitórias dos mandantes que souberam se impor. O líder Internacional manteve sua proposta de jogo, alternando Nico López e William Pottker pelas pontas no 4-1-4-1 habitual, ora ocupando o campo de ataque, ora negando espaços ao maior rival. Até Uendel, substituto do suspenso Iago, colocar na cabeça de Edenilson e decidir.
Porque faltou ao Grêmio de Renato Gaúcho o "punch" de outros momentos. Muito pelas ausências de Kannemann, na seleção argentina, e Maicon por lesão. Também da velocidade e do drible de Everton, a serviço de Tite. Sobraram a fibra do campeão da Libertadores e a boa surpresa do meia Jean Pyerre, que entrou na vaga de Luan deu trabalho a Rodrigo Dourado e Marcelo Lomba. Foram 55% de posse e 12 finalizações contra nove do Colorado, três para cada lado.
Triunfo simbólico para comprovar a força da equipe de Odair Hellmann e tirar a má impressão do empate sem gols com os reservas do Palmeiras na primeira partida em casa contra os times na ponta da tabela.
Até porque a formação que Luiz Felipe Scolari manda a campo no Brasileiro também vai se impondo na autoridade da transformação anímica no clube com a chegada do treinador ídolo e multicampeão. Com Weverton no gol, Felipe Melo no meio e Dudu na frente. Mas usando o fator campo para acuar o rival.
Thiago Santos e Felipe Melo mais fixos liberando Lucas Lima e os laterais Marcos Rocha e Victor Luís. Passes longos, Deyverson no pivô retendo a bola ou partindo para a conclusão. Dudu e Hyoran alternando pelos flancos e buscando as infiltrações em diagonal. Jogo direto, eficiente e que vai desgastando o adversário.
Ainda mais o Corinthians em transição, abalado e que só queria retomar a solidez sem a bola. No 4-2-3-1, com Romero pela esquerda tentando acompanhar Marcos Rocha, que aparecia nas ultrapassagens e também nas cobranças de lateral diretamente na área adversária. Na segunda etapa, a entrada de Moisés no lugar de Thiago Santos deu ainda mais volume ao Alviverde.
Até o passe de Marcos Rocha para a finalização de Deyverson. A mais precisa das 12 do Palmeiras contra apenas quatro do atual campeão brasileiro – nenhuma no alvo. Mesmo verticalizando o jogo quase o tempo todo, o time da casa terminou com 54% de posse. Controlou bem a partida dentro do contexto.
Dudu foi o destaque, com cinco finalizações, um chute no travessão em bela jogada individual e levando vantagem principalmente quando aparecia pela esquerda contra o inseguro Mantuan. Muito diferente do jogador inconstante dos tempos de Roger Machado. Mais um ponto para Felipão.
Mais três para Inter e Palmeiras. Em jogos mais pegados que jogados. Clássicos "típicos". Vencidos pelas equipes em alta que souberam aproveitar o mando de campo para não deixar o São Paulo retomar a liderança. Ganham uma rodada na busca do título.
(Estatísticas: Footstats)
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