Liverpool elimina Napoli com futebol no volume máximo
Na penúltima rodada o PSG deu uma aula de fibra, comunhão com a torcida e estratégia pensada especialmente para um jogo grande e decisivo em casa. Derrotado, restava ao Liverpool se impor em casa diante do Napoli, então líder do Grupo C da Liga dos Campeões.
O time de Carlo Ancelotti entrou no Anfield Road pensando em jogar, desde a manutenção do 4-4-2 com Insigne formando a dupla de ataque com Mertens até a proposta de evitar as ligações diretas na saída da bola.
Mas foi empurrado para o próprio campo pelo time da casa com a essência da visão de futebol de Jurgen Klopp: intensidade máxima, pressão absurda no adversário com a bola em todo campo e volume ofensivo chegando na área adversária com o trio Salah-Firmino-Mané, mais os laterais Alexander-Arnold e Robertson e os meias Wijnaldum e Milner, protegidos por Henderson mais fixo à frente de Matip e Van Dijk.
Os Reds chegaram a ter 60% de posse jogando num ritmo alucinante, acelerando e simplificando os passes para chegar mais rápido na área do oponente. Diante de tamanho domínio, o gol único de Salah ganhando de Mário Rui e Koulibaly e aproveitando o erro do goleiro Ospina que "telegrafou" a saída da meta para cortar o cruzamento pareceu barato para o time italiano.
Napoli que adiantou suas linhas naturalmente na segunda etapa, mas com muitos erros técnicos e alguns jogadores sentindo nitidamente o peso do jogo, como Fabián Ruiz. Ancelotti trocou o meia espanhol, Mario Rui e Mertens por Ghoulam, Zielinski e Milik. Considerando o histórico dos times de Klopp, o 1 a 0 parecia pouco e o risco do desgaste chegar e o time acabar cedendo o empate era grande.
Mas era decisão e os jogadores deixaram tudo em campo. Só na reta final entraram Lovren, Fabinho e Keita nas vagas de Alexander-Arnold, Milner e Firmino. Com muita entrega e velocidade absurda nos contragolpes, com a bola sempre passando por Salah na referência, empilhou chances desperdiçadas. Mané perdeu dois gols feitos que poderiam ter definido o jogo e a vaga mais cedo.
Quase pagou nos acréscimos, quando Milik, no abafa, apareceu livre diante de Alisson. O brasileiro, porém, foi perfeito no movimento rápido e ampliando o próprio espaço para que a bola batesse em seu corpo. Defesaça do grande goleiro que fez falta na temporada passada.
No futebol não existe justiça. Mas foram 21 finalizações dos Reds contra apenas oito. Domínio sem controle e eficiência, já que foram só cinco conclusões no alvo. Mesmo errando tecnicamente à frente de Ospina, o Liverpool sobrou em espírito e entendimento do tamanho da partida e do que estava em jogo.
Com a segunda vaga do grupo, as chances de um novo duelo grande nas oitavas são enormes. Se repetir o futebol no volume máximo pisando fundo no acelerador, o atual vice-campeão do torneio deve dar trabalho para quem aparecer do outro lado no sorteio. Melhor para a Champions.
(Estatísticas: UEFA)
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