Respeitar demais o rival é virtude e defeito do Cruzeiro de Mano Menezes
Este blogueiro não teria anulado o gol de Fred que decretaria os 3 a 1 do Cruzeiro sobre o Atlético no Mineirão, já que o atacante faz o movimento em disputa com Leonardo Silva no escanteio e a bola apenas desvia na mão. Questão de interpretação em meio às confusas novas orientações que tiram os critérios da análise dos lances. Mas também deixaria de marcar o tiro de canto que terminou no gol de Léo, o da vitória cruzeirense na primeira partida da final estadual. Na disputa entre Fabio Santos e Adilson com Marquinhos Gabriel, último toque do atacante celeste.
Polêmicas de arbitragem à parte, inevitáveis mesmo com o VAR, o que fica do primeiro clássico da decisão e o segundo do ano é que no confronto direto entre os grandes de Minas Gerais o equilíbrio é bem maior do que a diferença entre desempenho e resultados na temporada até aqui.
Méritos do Atlético comandado pelo interino Rodrigo Santana, que se recobrou rápido da goleada sofrida para o Cerro Porteño na Libertadores e a consequente demissão de Levir Culpi cumprindo uma atuação digna, com entrega e a concentração para se organizar minimamente e enfrentar o melhor time do país "da última semana".
Apesar dos problemas defensivos de Guga pela direita com a lenta cobertura de Leonardo Silva, como no gol de Marquinhos Gabriel com a bola desviando no zagueiro veterano. Também as dificuldades na proteção da defesa do volante Adilson, que acabou expulso, assim como o cruzeirense Rafinha. Deficiências que poderiam ter sido melhor aproveitadas pelo adversário.
Mas o Cruzeiro de Mano Menezes tem o costume de respeitar demais os rivais em jogos grandes. Basta construir uma vantagem mínima no placar para recolher as linhas e tentar controlar a partida negando espaços com linhas compactas. Em 2019, Mano tenta acrescentar um pouco mais de posse de bola para afastar o oponente do campo de defesa, mas sempre perde agressividade, fluência e não resiste à tentação de tentar especular em contragolpes e bolas paradas.
O atual campeão mineiro e bi da Copa do Brasil terminou com 56% de posse e 92% de efetividade nos passes. Doze finalizações, uma a mais que o Atlético, porém quatro no alvo para cada lado. A melhor do Galo, para variar, de Ricardo Oliveira. 12 gols em 15 partidas no ano, média de 0,8 gol por jogo. O camisa nove parece inesgotável, mesmo perto de completar 39 anos.
O empate poderia ter saído na jogada pela direita de Geuvânio, que entrou na vaga do centroavante e serviu Yimmi Chará, mas o colombiano perdeu livre. Sustos demais para um Cruzeiro que segue forte no meio com Robinho auxiliando Henrique e Lucas Romero no combate e na construção. Também conta com Egídio como boa opção nas inversões de bola para os cruzamentos, além da parceria com Marquinhos Gabriel, que evolui a cada jogo. Rodriguinho é sempre perigoso quando pisa na área adversária e se aproxima de Fred, outro experiente em boa forma como finalizador e pivô.
Só faltou um pouco de coragem para tentar encaminhar o título aproveitando a semana complicada do rival. O respeito é sempre saudável, defende o time do "oba oba" e tem mais chances de evitar surpresas desagradáveis. Mas o excesso de cautela pode não derrubar o adversário desnorteado e trazê-lo de volta à disputa. Mesmo com alguns riscos desnecessários, o saldo de Mano tem sido positivo. A conferir no duelo derradeiro no sábado.
(Estatísticas: Footstats)
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