Liverpool é futebol no volume máximo. Pecado do Barça foi não acreditar
Ernesto Valverde falou em foco na coletiva da véspera do jogo em Anfield. Porque lembrava do inferno no Estádio Olímpico pela eliminação para a Roma na temporada passada e sabia que o cenário poderia ficar bem perigoso se o Barcelona entrasse desconcentrado em campo.
Entrou. Com um certo ar blasé, preocupado com estética nos passes, correndo pra não chegar em algumas disputas. E Jordi Alba em noite desastrosa. Mesmo com muito espaço para atacar e enfrentando um Shaqiri pouco inspirado, não o lesionado Salah.
Erro no recuo para Lenglet no gol de Origi, o substituto de Firmino, logo aos sete minutos que começou a criar o ambiente para o "milagre". Depois perdendo a bola que terminou no primeiro de Wijnaldum, que entrou na vaga de Robertson e trasferiu Milner para jogar muito na lateral esquerda. O meio-campista holandês jogou no centro do ataque no Camp Nou e apareceu como centroavante para marcar o terceiro.
O gol da classificação histórica dos Reds foi o símbolo do Liverpool ligado contra um time catatônico. Cobrança rápida de escanteio pela direita de Alexander-Arnold encontrando Origi totalmente livre na área. Um erro inacreditável que não seria perdoado por uma equipe intensa e que não tinha nada a perder. Que teve Alisson para tirar qualquer chance do Barça com pelo menos quatro boas defesas.
Quatro a zero que serve de dura lição para o Barcelona. Não pode depender tanto de Messi. Em disputas tão parelhas é preciso deixar 100% no campo. Um jogador livre para finalizar tem que mostrar confiança e não procurar o craque da equipe, como Alba, Suárez e Coutinho fizeram. É hora de renovar de vez um elenco envelhecido. E ficará para sempre a lembrança do gol perdido de Dembelé no ataque final da partida de ida.
É obrigatório respeitar o time de Jurgen Klopp, o Nigel Mansell da bola. O futebol no volume máximo, já na distorção. O carro que só tem acelerador e o piloto pisa fundo, como se não houvesse amanhã. Atropelou mais um em temporada inacreditável.
Merece chegar ao Wanda Metropolitano para buscar o sexto título europeu do clube porque construiu uma das maiores viradas da história da Champions. Também deste esporte cada vez mais apaixonante por noites como essa em Liverpool.
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