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André Rocha

Empate salva Flamengo "arame liso" novamente e pune recuo do Corinthians

André Rocha

21/07/2019 18h22

Mesmo em Itaquera, o Corinthians encontrou o cenário mais confortável para si contra um Flamengo desfalcado, mas tentando ser protagonista. Nenhum incômodo do time de Fabio Carille por não controlar a posse de bola, mas dominando a partida por ocupar melhor os espaços.

No 4-1-4-1, com Gabriel no lugar de Ralf entre as linhas, Vagner Love na frente, a equipe mandante forçava o jogo pela esquerda com Danilo Avelar, Clayson e Sornoza, porém sendo mais eficiente pela direita com Pedrinho e, principalmente Fagner.

O lateral direito levou ampla vantagem sobre Gerson, contratação mais recente do Flamengo. Outro que chega ao clube no meio do ano, já entrando à forceps na equipe que teve 20 dias para treinamentos com Jorge Jesus, mas sem o novo meio-campista. Totalmente fora de sintonia, foi um elo fraco em jogo importante.

Sem Everton Ribeiro, o Fla dependeu inicialmente da articulação de Willian Arão, meia central do 4-1-3-2 de Jesus que posicionou Diego Ribas como uma espécie de segundo atacante próximo de Gabriel Barbosa. Vitinho novamente improdutivo, desta vez pela direita, saiu lesionado para a entrada de Berrío na volta do intervalo. Depois Bruno Henrique e Lincoln substituíram Cuéllar e Gerson, já no desespero atrás do empate.

Porque na arrancada de Fagner que ninguém acompanhou, a bola chegou a Love que foi tocado pelo afobado Berrío. Pênalti que Clayson converteu. O primeiro assinalado a favor do Corinthians na competição. Premiando naquele momento o time mais organizado e objetivo – foram 13 finalizações contra apenas cinco, mas três no alvo para cada lado.

A duas últimas do Fla, e únicas na segunda etapa, de Arão e Gabriel Barbosa já no final do jogo. No rebote de Cássio na cabeçada do volante, o gol do camisa nove rubro-negro, artilheiro do Brasileiro com oito gols. Depois de muita demora de Vuaden e equipe do VAR para confirmar a posição legal do atacante. Salvando um time novamente "arame liso", com posse que sempre rondou os 60% e terminou com 56%, porém finalizando muito pouco e repetindo erros do passado.

O Corinthians concluiu apenas cinco vezes no segundo tempo, no alvo apenas a cobrança precisa de Clayson. O time de Carille sempre deixa a impressão de que confia demais no sistema defensivo para administrar a vantagem mínima. Sempre um risco, ainda mais com um oponente superior individualmente. Mais dois pontos ficaram pelo caminho, assim como a chance de encostar no pelotão da frente em um rodada que seria favorável.

(Estatísticas: Footstats)

Sobre o Autor

André Rocha é jornalista, carioca e blogueiro do UOL. Trabalhou também para Globoesporte.com, Lance, ESPN Brasil, Esporte Interativo e Editora Grande Área. Coautor dos livros “1981” e “É Tetra”. Acredita que futebol é mais que um jogo, mas o que acontece no campo é o que pauta todo o resto. Entender de tática e estratégia é (ou deveria ser) premissa, e não a diferença, para qualquer um que trabalha com o esporte. Contato: anunesrocha@gmail.com

Sobre o Blog

O blog se propõe a trazer análises e informações sobre futebol brasileiro e internacional, com enfoque na essência do jogo, mas também abrindo o leque para todas as abordagens possíveis sobre o esporte.