Cruzeiro de Ceni vence atacando com coragem o líder Santos em tarde infeliz
Foi difícil entender o que pretendia Jorge Sampaoli para o Santos no Mineirão com Jorge formando a linha de três atrás com Lucas Veríssimo e Gustavo Henrique, expulso logo aos dois minutos por falta em Pedro Rocha. Mais complicado ainda compreender a troca de Evandro por Pará, que foi para a lateral fazer linha de quatro com Felipe Jonatan recuando pela esquerda.
Mas a estreia de Rogério Ceni no comando técnico do Cruzeiro já mostrou uma equipe com proposta diametralmente diferente em relação aos tempos de Mano Menezes. Trouxe Dodô para qualificar o toque do meio-campo, abriu Marquinhos Gabriel e David pelas pontas e alternava Thiago Neves e Pedro Rocha no centro do ataque, porém com muito mais mobilidade e buscando o jogo às costas de Carlos Sánchez e Diego Pituca, os únicos meio-campistas do líder do Brasileiro.
Ceni não esperou o intervalo para tornar sua equipe ainda mais ofensiva. Tirou Egídio, deslocou Dodô para a lateral esquerda e enfiou Fred como referência. Camisa nove que não ia às redes há quatro meses, mas com companhia entrando na área adversária costuma crescer e logo encerrou o jejum. Ainda no primeiro tempo para premiar a coragem do novo treinador.
Foi Sampaoli quem demorou a reagir e só corrigiu o posicionamento defensivo na volta para o segundo tempo, com Luiz Filipe na vaga de Pará. Já era tarde, com o time celeste confiante e aumentando a vantagem com Thiago Neves. O Santos baixou a guarda, trocou Sánchez por Alison para proteger a defesa e viveu da luta de Soteldo na frente tentando se aproximar de Eduardo Sasha.
Ceni perdeu Dedé lesionado e colocou Cacá na zaga. Depois trocou David por Robinho, encorpando o meio-campo como segundo volante e Pedro Rocha foi para o lado esquerdo ser a válvula de escape para as transições ofensivas em velocidade. Nem precisou, bastou administrar os 2 a 0. Foi até possível ouvir Ceni na transmissão do Premiere orientar o lateral Orejuela aos 27 minutos pedindo para não descer mais. Futebol ofensivo, mas inteligente.
É claro que a expulsão condicionou o jogo, mas o Cruzeiro de Mano sofria mais com a obrigação de se instalar no campo de ataque e criar espaços. Menos de uma semana de trabalho já foi suficiente para mudar comportamentos. 55% de posse e 19 finalizações contra apenas três – dez a um no alvo. Três pontos para somar 14 e já sair do Z-4 com o surpreendente revés do Fluminense no Maracanã para o CSA por 1 a 0. Vitória atacando com coragem e aproveitando a tarde infeliz de Sampaoli e do Santos.
(Estatísticas: Footstats)
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