Mais jogos, viagens, calor e menos treinos. Começa um novo Brasileirão!
Dezoito rodadas em 74 dias. Média quase exata de uma a cada quatro. Bem diferente dos quatro meses, já descontando a pausa para a Copa América, para disputar as 20 primeiras.
Semanas cheias para trabalhar? Para Flamengo e Grêmio, semifinalistas da Libertadores, apenas duas: da 32ª à 34ª rodada. Sendo que o vencedor estará decidindo o torneio continental em Santiago no dia 23 de novembro e provavelmente antecipará o jogo da trigésima quarta – Grêmio contra o Palmeiras em São Paulo e o Flamengo contra o Vasco.
Corinthians e Atlético-MG resolvem a vida na Sul-Americana e adiaram os jogos pelo Brasileiro, contra Chapecoense e Vasco, respectivamente, para o meio da próxima semana, aproveitando a brecha no calendário deixada primeira semifinal da Libertadores. Se sobreviverem estarão no Defensores del Chaco no dia 9 de novembro e terão que adiar jogos da 32ª rodada, os clássicos regionais contra Cruzeiro e Palmeiras.
Para o torcedor, especialmente aquele que não tinha seu time envolvido nas fases finais das competições internacionais e nacional de mata-mata, o encontro mais frequente com seu time de coração será bem agradável e emocionante. E tome hashtag #diadexxxxx nas redes sociais!
Os efeitos colaterais, porém, devem tornar a trajetória bem complicada. Jogos seguidos significam viagens que podem ser longas, cruzando um país continental. Com temperaturas que tendem a subir neste início de primavera aumentando ainda mais o desgaste.
Tempo para treinamentos? Escasso. Imaginemos uma sequência de jogo no domingo em casa. Segunda é folga, terça um treino leve e viagem para atuar como visitante na quarta. Quinta é retorno com folga ou regenerativo, sexta um único treinamento para jogar no sábado. Para complicar ainda mais o entrosamento, o jogar "de memória", a necessidade de rodar os elencos para descansar os mais extenuados.
Estamos falando de futebol profissional na primeira divisão. Necessário reforçar porque sempre ecoa uma voz dizendo que o amador joga todo dia e não cansa, que atletas de grandes times são muito bem remunerados e sacrifício é acordar cedo, enfrentar transportes públicos lotados e trabalhar o dia todo. Inegável, mas a questão é que o desgaste precisa ser analisado em comparação ao adversário, não ao cidadão comum. E um funcionário pode trabalhar mancando da perna. O atleta de alto rendimento, não.
Dá para dizer que começa um novo Brasileirão. Provavelmente com nível mais baixo em termos técnicos e táticos. Com queda brusca nos níveis de concentração e intensidade. Um jogo mais brigado, pragmático, tenso, de passes longos para minimizar os riscos na saída de bola e foco na bola parada.
Sem treinamentos, resta aos treinadores simplificar processos, manter todos mobilizados, ter sensibilidade para administrar problemas, inclusive a ausência frequente de casa, e fazer ajustes na base do papo e do trabalho dos analistas de desempenho. Até o estudo do adversário fica comprometido, porque não há como saber a provável formação, já que também terá que rodar o elenco.
Não é exagero afirmar que o que aconteceu nas 20 rodadas que passaram terá um peso quase zero agora. A tabela de classificação pode sofrer transformações radicais e os exaltados de agora se transformarem nos mais criticados e alvos de memes e zoeiras na internet, assim como abre a possibilidade de surgirem novos herois. O futebol é dinâmico e essa roda viva torna tudo ainda mais imprevisível.
Pode ser bom para quem quer emoção e adrenalina quase diariamente. Para quem aprecia o jogo em si e estava esperançoso com equipes buscando conteúdo mais atual e qualificado é motivo de preocupação. Também a necessidade de criticar mais uma vez um calendário esdrúxulo que não respeita o espetáculo. Mas há quem goste…Que role a bola, então, e vejamos quem sobreviverá até o início de dezembro.
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