Recuperação rápida é mais uma prova da grandeza do Grêmio de Renato Gaúcho
Um time copeiro, com cultura e história no mata-mata, sofre seu pior revés justamente no jogo mais importante do ano em uma semifinal da Libertadores, prioridade na temporada. Sem chances de título no ano além do estadual, as possibilidades desse clube jogar a toalha, demitir treinador e iniciar o planejamento para a temporada seguinte seriam enormes.
Não o Grêmio. Não a equipe de Renato Gaúcho, que mesmo com os desfalques importantes que fragilizaram as estruturas de um trabalho de três anos no confronto com o Flamengo, se recupera no Brasileiro com três vitórias construídas com autoridade e que alçam a equipe ao G-6 e agora com possibilidades de chegar ao G-4 e garantir novamente a vaga direta na fase de grupos da Libertadores.
Aliás, só depende de si, já que na antepenúltima rodada encara em Porto Alegre o São Paulo, hoje o quarto colocado dois pontos à frente do tricolor gaúcho. Rápida e incrível recuperação de um time que parecia destruído. Também um alerta para que no ano que vem a tradição de priorizar os torneios eliminatórios seja suavizada para que o Grêmio possa lutar no topo também do Brasileiro, com Flamengo e Palmeiras, os dominantes das duas últimas temporadas.
Não foi a primeira vez que o time reagiu logo após uma eliminação traumática. Na sequência da derrota no tempo normal e nos pênaltis para o Athletico na semifinal da Copa do Brasil, o Grêmio emendou vitórias sobre Cruzeiro (4 a 1), Goiás (3 0), Santos (3 a 0) e Avaí (6 a 1). Agora a "ressaca" foi logo curada com os 3 a 0 sobre o Botafogo e depois vencendo o Vasco de Vanderlei Luxemburgo em São Januário por 3 a 1.
No Gre-Nal 422, a clara imposição de uma filosofia, uma maneira de jogar futebol que independe de nomes. Sem Luan e Jean Pyerre, Renato agora trabalha com Diego Tardelli e Luciano por dentro, formando praticamente um quarteto de ataque com os ponteiros Alisson e Everton. Suportados pela dupla Maicon-Matheus Henrique.
O Internacional de Zé Ricardo já era totalmente dominado na casa do rival antes mesmo da expulsão de Marcelo Lomba que praticamente tirou qualquer chance de reação do Colorado. O Grêmio controlou a posse (55%) e finalizou muito mais: 20, nove no alvo, contra apenas cinco. Nenhuma na direção da meta de Paulo Victor. Fruto da marcação sufocante e da concentração defensiva. Foram 23 desarmes gremistas, dez a mais que o Inter.
Os gols carregam enorme simbolismo. O líder e ídolo Geromel, que tanto lutou para se recuperar rápido e estar no Maracanã em condições de competir, mas não pôde segurar o "arrastão" comandado por Gabriel Barbosa e Bruno Henrique. Na bola parada para novamente demonstrar a versatilidade ofensiva da equipe. E Romulo, que entrou na vaga de Maicon e é mais um que Renato tenta recuperar. Outro personagem improvável que ganha protagonismo, ainda que efêmero, com a camisa tricolor.
Um triunfo para não deixar dúvidas de que o Grêmio de Renato Gaúcho, já um time histórico, renasce. Ainda mais forte no espírito depois de desabar. Com outra enorme prova de grandeza.
(Estatísticas: Footstats)
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