Pelas pontas, Santos de Jorge Sampaoli volta a dar espetáculo no Brasileiro
Com Flamengo e Palmeiras ainda disputando matematicamente o título e o Grêmio abrindo vantagem na quarta posição, última do G-4 que garante vaga direta na fase de grupos da Libertadores do ano que vem, o Santos ficou em posição isolada no Brasileiro. A luta pelo topo da tabela ficou praticamente impossível, mas o terceiro lugar parece garantido.
Talvez isso tenha dado a Jorge Sampaoli a tranquilidade para trabalhar na retomada do bom desempenho, mesmo não contando com tempo para treinamentos com dois jogos em praticamente todas as semanas. Sem maiores responsabilidades, o alvinegro praiano está leve nesta reta final de competição.
Depois da derrota para o Atlético Mineiro por 2 a 0 já são quatro vitórias e o empate sem gols contra o Corinthians. O último triunfo, 3 a o sobre o Goiás no Serra Dourada, não é exagero afirmar que foi o grande espetáculo de futebol no fim de semana da Série A. Aliás, a equipe de Sampaoli tem exibido um futebol mais encantador até que do que o do Flamengo líder absoluto, envolvido em disputas duras, com times mais fechados. Focados nos resultados para garantir logo a conquista.
No Santos, tudo parte das pontas. Ou melhor, termina com os ponteiros. Marinho e Soteldo brindaram o público em Goiânia com bela exibição. Não só pelos dois gols do venezuelano e o outro do atacante carismático que não quer mais virar meme. O canhoto, que ganhou a vaga do garoto Tailson, pela direita e o destro à esquerda. Ficam abertos dando amplitude e quando recebem a bola é para desequilibrar e fazer o time jogar. Tentam as jogadas individuais cortando para dentro, infiltram em diagonal para finalizar ou acionam os companheiros.
Podem ser os laterais – Victor Ferraz ou Pará pela direita e Jorge do lado oposto. Em movimentos interessantes, já que no time de Sampaoli costumam atacar mais por dentro, mas quando os pontas cortam para o centro fazem um movimento em "x" saindo do meio para a ponta fazendo a ultrapassagem e buscando o fundo. Em muitas ocasiões, porém, é Eduardo Sasha, o centroavante móvel da variação do 4-3-3 para o 3-4-3, quem ataca os espaços nas diagonais deixados pelos pontas. Ou mesmo o meia uruguaio Carlos Sánchez, principalmente pela direita.
Um ataque móvel, imprevisível e que contribui para o volume de jogo da equipe líder em posse de bola, a que mais dribla e a segunda que mais finaliza no campeonato. Soteldo só não dribla mais que o fenômeno Michael, do Goiás. Com 12 gols, Sasha só fica atrás de Gabriel Barbosa, Bruno Henrique e Wellington Paulista na artilharia.
Números respeitáveis para um elenco que não está entre os mais valiosos, porém entrega futebol de qualidade. Foi assim durante praticamente todo o Brasileiro, com oscilações naturais dentro do processo.
É bem possível que a responsabilidade de ser o time a ser batido durante um período tenha pesado, mas os 66,7% de aproveitamento seriam suficientes para lutar firme pelo título, não fosse o Flamengo fora da curva e que provavelmente baterá o recorde dos 81 pontos do Corinthians de 2015.
Desempenho que entrega resultado na maior parte do tempo. Também beleza, principalmente quando a bola chega aos pés de Marinho e Soteldo, os "extremos desequilibrantes" de Sampaoli.
(Estatísticas: Footstats)
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