Flamengo campeão no "milagre" de Lima em mais uma decisão mental
O River Plate tinha os cinco anos de trabalho de Marcelo Gallardo, a confiança do título de 2018 vencendo na final o maior rival, Boca Juniors. E ainda achou o gol com Borré em uma combinação de falhas individuais e coletivas na defesa rubro-negra – Filipe Luís, Willian Arão e Gerson.
Com a vantagem, dobrou a aposta na pressão sobre a bola e aproveitou a força mental para tirar o Flamengo do jogo. Cortando as conexões de Everton Ribeiro, Gerson e De Arrascaeta e isolando Gabriel Barbosa e Bruno Henrique. Faltou contundência na frente para encaminhar o título. Sobrou também a preocupação em "picotar" o jogo, ganhar tempo com faltas seguidas e também tocando curto para tirar velocidade.
Mas os destaques dos primeiros 45 minutos estavam todos no time de Gallardo: Pinola, Enzo Pérez, Palácios e De La Cruz. No Flamengo, o erro era tentar dominar e girar para passar. Não havia espaços. Só no início, com alguns espaços, mas finalizou apenas uma vez, com Bruno Henrique de longe.
Segundo tempo de controle argentino, mas novamente da falta de força ofensiva. Piorou com a entrada de Lucas Pratto na vaga de Borré. O atacante, nitidamente fora de forma, encontrou espaços generosos com o avanço descoordenado do rival, mas não foi às redes para definir. Deu chance para a falta de sorte.
E o acaso começou a proteger o Flamengo de uma maneira improvável. Gerson, sufocado pela marcação de Palacios, saiu lesionado para a entrada de Diego Ribas. Com a camisa dez de Zico, porém contribuindo mais recuado. Dando a dinâmica e soltando rapidamente a bola como nunca fizera em sua passagem pelo Fla. Aproveitando também o desgaste natural do adversário depois de 65 minutos de intensidade máxima.
Era desorganizado, mas persistente. E foi empurrando o então campeão sul-americano para trás. Poderia ter empatado com Everton Ribeiro em uma "blitz" na área argentina. Jesus arriscou tudo trocando Arão por Vitinho. Com muita gente na frente e fazendo a bola chegar mais rapidamente ao ataque, Bruno Henrique, o melhor da Libertadores, achou um passe de Arrascaeta para o meia uruguaio, como atacante, servir Gabriel para o empate aos 43 minutos.
O River ainda lamentava o gol sofrido quando levou a virada histórica em um ataque com zero construção. Gabriel ganhou a disputa da bola longa com os zagueiros para construir, aos 45, algo que só há paralelo em termos de "roteiro de filme épico" com a virada do Manchester United sobre o Bayern de Munique na final da Liga dos Campeões 1998/99.
A pior atuação do Flamengo depois de Jorge Jesus estruturar a equipe e iniciar uma série invicta que agora chega a 26 partidas teve um desfecho inimaginável. Para colocar o "meteoro" de cinco meses na eternidade. Em outra decisão mais mental que técnica ou tática. O River foi racional e inteligente, mas o Fla transformou a emoção em gols quando o rival baixou a guarda. E "Gabigol" entra para a lista de ídolos rubro-negros.
O "milagre" de Lima não será esquecido tão cedo.
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