Cinco substituições vão aumentar distância também entre treinadores
Você leu AQUI que o acréscimo de duas substituições no futebol tende a aumentar a distância entre times de maior e menor investimento. No Brasil e no mundo, especialmente nas competições por pontos corridos. Elencos caros, mais homogêneos, ganham duas possibilidades para impor a superioridade natural.
Mas é claro que tudo vai depender também do treinador. Se ele ganha um certo alívio na gestão do grupo, já que quem está na reserva fica menos insatisfeito pelo acréscimo de oportunidades em campo, o trabalho aumenta.
Desde a avaliação de desgaste físico dos atletas para planejar as substituições até o ensaio de cada situação possível dentro do jogo: o que fazer se estiver perdendo contra um time retrancado, vencendo diante de um rival do mesmo nível ou próximo, com um homem a mais ou ao menos?
Na controversa volta do futebol brasileiro no Rio de Janeiro, Jorge Jesus usou as cinco mudanças no Flamengo. Manteve a linha de defesa, que segundo o português precisa de mais coordenação por jogar adiantada, e a estrela Gabriel Barbosa, que quer sempre estar em campo – aí entra a sensibilidade na administração dos egos.
Trocou Willian Arão, Gerson, Everton Ribeiro, De Arrascaeta e Bruno Henrique pelos seus substitutos naturais: Thiago Maia, Diego, Michael, Vitinho e Pedro Rocha. O mesmo 4-1-3-2 com as devidas variações táticas. Contra o Bangu, abrindo o placar no primeiro tempo com De Arrascaeta e sendo pouco ameaçado no Maracanã, Jesus não precisou ser criativo. E aproveitou bem a reoxigenação da equipe para marcar dois gols na reta final da partida: Bruno Henrique e Pedro Rocha, o primeiro deste com a camisa rubro-negra.
É bem provável que no Carioca o técnico não seja exigido em sua criatividade, mas nas demais competições, quando voltarem, os mais variados contextos vão se apresentar e caberá a cada profissional, amparado por sua comissão, encontrar soluções para entregar desempenho e resultado.
E aí poderemos notar melhor a diferença entre quem pensa e treina e os que vão encher o time de volantes e zagueiros para defender resultado ou empilhar atacantes aleatoriamente para correr atrás do prejuízo.
Os que entendem a necessidade de se organizar para atacar, sem entregar tudo à intuição e ao talento individual dos jogadores, vão levar vantagem. E a esperança é que os que estavam na zona de conforto e no ano passado foram fustigados pelos trabalhos de Jorge Jesus e Sampaoli busquem atualização. Porque será obrigatório mostrar serviço.
Se não entenderem a profundidade da chance de mudar meio time no futebol vão ficar para trás. De vez.
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