Atalanta é o melhor entretenimento do futebol atual
Este post estava na "fila" desde antes da parada por conta da pandemia. Depois ficou a dúvida se o ritmo seria mantido na retomada. Provavelmente pelo preconceito natural com equipes fora da elite do futebol mundial. Este que escreve, no caso, é réu confesso. Talvez pelos anos de janela e muitos "fogos de palha".
Mas a Atalanta de Gian Piero Gasperini não é um fenômeno de ocasião ou um "meteoro". Trata-se de um trabalho cuidadoso na gestão. Sem megalomania, mas também não deixa de ser ambicioso. Dentro e fora de campo.
A partir do cuidado com a base e de prospecção de bons jogadores fora do radar dos clubes mais ricos. Como o argentino Papu Gómez, 32 anos e o grande "maestro" do time que gira, toca e ataca.
Num 3-4-2-1 que avança com zagueiros, espeta os alas Hateboer/Castagne e Gosens no ataque, posiciona o colombiano Duván Zapata na referência do ataque, mas também com mobilidade. E muito jogo entrelinhas e mobilidade, com Gómez e Pasalic. E ainda armas saindo do banco, como o colombiano Luís Muriel.
Na perda, uma mudança de chave muito rápida para pressionar o adversário com a bola e apelando para perseguições individuais e longas. Mas com boa leitura de jogo para se adaptar ao posicionamento que estiver em campo na retomada da bola para fazer a transição ofensiva. O futebol é cíclico, o que parecia anacrônico pode ser reciclado e se encaixar em outro contexto.
Já são nove vitórias consecutivas, incluindo as duas sobre o Valencia pela Liga dos Campeões que garantiram vaga nas quartas do torneio continental, feito inédito e histórico. 31 gols marcados, treze sofridos. A última derrota na liga italiana para o Spal, em janeiro. Improvável disputar o título com 12 pontos atrás da líder Juventus, mas a quarta vaga possibilita volta à Champions. Fundamental para o projeto do clube.
Impressionante a volúpia ofensiva, a coordenação dos setores. É claro que a Atalanta se aproveita da imagem de "zebra" para enfrentar com bem menos frequência retrancas ferozes que tirariam espaços para a aceleração dos ataques. O desempenho, porém, já impõe respeito e é mais raro algum oponente encarar de peito aberto. Afinal, tem a quarta maior posse da Série A e é a equipe que mais finaliza.
O Napoli de Genaro Gattuso tentou fazer um jogo igual, mesmo fora de casa. Terminou com mais posse (53%) e finalizações (14 contra nove), segundo o Whoscored.com. Mas a Atalanta venceu por 2 a 0. Porque encontra soluções para surpreender.
Como no segundo gol, com o zagueiro brasileiro Rafael Toloi, titular para Palomino descansar iniciando no banco, descendo pela direita com o ala Castagne e recebendo na área para servir Gosens do lado oposto. Muita gente aparecendo na frente e criando um volume que complica as defesas adversárias. Mesmo sem o esloveno Josip Ilicic, destaque até março e se recuperando de lesão.
È bonito de ver. O melhor entretenimento do futebol atual. Fácil.
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