douglascosta – Blog do André Rocha http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br O blog se propõe a trazer análises e informações sobre futebol brasileiro e internacional, com enfoque na essência do jogo, mas também abrindo o leque para todas as abordagens possíveis sobre o esporte. Mon, 13 Jul 2020 13:46:43 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Tite deve cair na cilada de preferir Neymar e deixar de lado a coerência http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/05/16/tite-deve-cair-na-cilada-de-preferir-neymar-e-deixar-de-lado-a-coerencia/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/05/16/tite-deve-cair-na-cilada-de-preferir-neymar-e-deixar-de-lado-a-coerencia/#respond Thu, 16 May 2019 18:21:47 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=6536

Foto: Divulgação/CBF

No final de março de 2018, logo depois da seleção brasileira vencer a Alemanha por 1 a 0 em Berlim, com gol de Gabriel Jesus, Tite chegou ao auge de sua popularidade. Considerado exemplo de ética, responsabilidade e coerência, virou garoto-propaganda às vésperas da Copa do Mundo na Rússia vendendo produtos, mas também uma espécie de ideal de retidão de caráter através de frases simples, mas de efeito imediato em um país sem grandes referências.

O treinador da seleção brasileira virou exemplo de coerência, ainda que sempre pese sobre ele a decisão de trabalhar para a CBF mesmo depois de um posicionamento público contra a entidade e seu mandatário à época. E ainda aceitar um beijo de Marco Polo Del Nero na primeira coletiva em 2016.

Mas tudo no futebol brasileiro é esquecido com resultados. E volta à tona com força triplicada contra quando as vitórias desaparecem. Ou são negadas mesmo em um jogo igual, como na eliminação para a Bélgica nas quartas de final do Mundial. Tite virou alvo, mesmo dentro de um consenso que o mantinha no cargo e com o status de melhor treinador brasileiro.

É óbvio que a relação com Neymar – administrada na ponta dos dedos com o máximo de cuidado para fazer concessões públicas e cobranças internas, como a mudança de comportamento nos últimos jogos da Copa para evitar o segundo cartão amarelo – também seria alvo de cobranças e questionamentos. Justos pelos exageros e encenações durante os jogos. Dentro de uma estratégia pouco inteligente de tentar cavar faltas e cartões para os adversários, mas “pendurando” o próprio craque perante a arbitragem e o mundo.

Só que Tite precisa de Neymar. Agora ainda mais, com Philippe Coutinho em baixa e uma seleção que não consegue combinar características dos jogadores. Arthur, o meio-campista que poderia dar a liga à ideia de Tite de protagonizar os jogos com posse de bola, também oscila no Barcelona. Não há laterais afirmados para abrir o campo e chegar ao fundo em velocidade como requer a proposta de jogo. É bem provável que Daniel Alves volte a ser solução pela direita aos 36 anos.

Neymar agrediu um torcedor no caminho para receber na tribuna do Stade de France a medalha de vice-campeão da Copa da França. Um ato intempestivo e, de novo, pouco inteligente de quem parece ser mal assessorado e não entender a sua posição de atleta-celebridade, nem o déficit de imagem ainda da Copa do Mundo. “Não tenho sangue de barata”, afirmou. Nem bom senso para compreender que precisa desconstruir a pecha de mimado e infantil.

Douglas Costa ganhou uma “geladeira” de Tite por ter cuspido em um adversário na Itália. Agora é mais grave porque trata-se do capitão da seleção. Braçadeira que Neymar ganhou não por mérito, mas para “assumir responsabilidades”, segundo Tite. Pelo visto, o atleta nem sabe do que se trata.

E agora, o que Tite vai fazer? Não convocar o craque parece fora de questão, até porque ele precisa do título ou de uma ótima campanha na Copa América em casa para se tranquilizar no cargo até 2022. A solução mais óbvia e que deve se confirmar amanhã na convocação será tirar a faixa de capitão com explicações repletas de eufemismos para suavizar o impacto e não melindrar a “prima donna” do futebol brasileiro. Ou não.

Tite vai escorregar na coerência novamente. Uma cilada criada por ele mesmo. Porque é humano, imperfeito. Com idiossincrasias, indecisões. Não há como controlar tudo. Muito menos Neymar. Mas, sem querer ou não, ele vendeu essa ilusão que agora cobra alto. E se tudo der errado não é a estrela da seleção quem vai pagar com o emprego.

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Ajustar seleção com Arthur, Coutinho e Neymar é o desafio de Tite para 2019 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2018/11/21/ajustar-selecao-com-arthur-coutinho-e-neymar-e-o-desafio-de-tite-para-2019/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2018/11/21/ajustar-selecao-com-arthur-coutinho-e-neymar-e-o-desafio-de-tite-para-2019/#respond Wed, 21 Nov 2018 08:42:40 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=5547

Há um mito no Brasil de que basta escalar os melhores de cada posição que eles se entendem em campo. Vem dos tempos das “Feras do Saldanha” ou, pouco tempo depois, da Copa do Mundo de 1970. Com outra lenda, a dos “cinco camisas dez” – leia mais AQUI.

Mesmo há quase meio século não fazia muito sentido, já que no México o lateral Marco Antonio foi reserva de Everaldo, este menos qualificado tecnicamente, mas que defendia melhor e dava liberdade para Carlos Alberto Torres apoiar do lado oposto e os canhotos Gérson, Rivelino e Tostão podiam trabalhar ofensivamente pela esquerda.

Equilibrar setores e combinar características são justamente os grandes desafios de Tite na remontagem da seleção brasileira no novo ciclo até 2022. Mas que tem uma etapa decisiva no ano que vem com a disputa da Copa América em casa. Como sempre, tudo fica condicionado ao resultado final, sem avaliar evolução e potencial de crescimento.

Mas parece claro que o desempenho pós-Copa não foi dos mais empolgantes. Talvez em resultados: seis vitórias, 12 gols marcados, nenhum sofrido. 50% na bola parada, nove com participação direta de Neymar – seis assistências e três gols.

Em campo, porém, fica nítido que o encaixe das peças não é tão simples. Começando pelo novo titular do meio-campo: Arthur vai ganhando cancha internacional atuando pelo Barcelona e também minutos com a camisa verde e amarela para se soltar. É o jogador que dá o ritmo e o tempo do jogo, muitas vezes com passes para o lado e para trás. Faz sua equipe controlar pela posse, desde o período vitorioso no Grêmio.

Mas para completar o trio do setor com Casemiro é necessário um companheiro de estilo mais direto, com infiltração. Não é Renato Augusto, nem Paulinho. Fred tem características parecidas com as deArthur. Talvez Allan, novidade da última lista e que atuou assim contra Camarões. Perdeu duas boas chances, mas vai se soltando.

E Philippe Coutinho? Bem, este é mais um problema de ter atletas talentosos, porém com características parecidas e ocupando o mesmo espaço. No Barcelona se acertou justamente abrindo vaga para Arthur no meio e formando o ataque com Messi e Suárez. Exatamente na faixa deixada por Neymar que Dembelé não conseguiu ocupar.

Na seleção, Coutinho atuando por dentro oscila muito. É capaz de ajudar a equipe com um belo passe para gol, mas também deixar espaços às costas e sobrecarregar Casemiro, como aconteceu na Copa. Não parece à vontade, também por causa de Neymar.

O camisa dez e estrela máxima da seleção deixou de ser o atacante no Barça que recebia os passes e inversões de Messi e infiltrava em diagonal para se juntar a Suárez. No PSG essa função é de Mbappé. Neymar agora faz a do gênio argentino no ex-clube: ponta articulador. Recebe, conduz, dribla e aciona um companheiro em velocidade.

Com Tomas Tuchel na maioria das partidas da atual temporada se transforma mesmo em um camisa dez, com liberdade de ação e chegando de trás. Tite prefere Neymar partindo da esquerda, mas os movimentos são praticamente os mesmos. Agora ele procura mais a bola, não ataca tanto os espaços às costas da última linha de defesa do adversário. Carrega e passa ou corta para dentro e finaliza. Assim como Coutinho.

Soluções? Talvez mudar o desenho tático para o 4-2-3-1 e dar mais liberdade a um dos dois. Melhor Neymar, deixando Coutinho pela esquerda. Ou voltar à ideia do início do trabalho, deslocando Coutinho para o lado direito como ponta articulador, circulando e procurando as costas dos volantes do oponente. Só que agora seriam dois extremos cortando para dentro, afunilando a jogada. O mesmo se a opção for pelo canhoto Douglas Costa à direita.

Para compensar, só com profundidade dos laterais. A má notícia é que Danilo, Fabinho e Filipe Luís não têm como características a intensidade e a rapidez para fazer a ultrapassagem e cruzar do fundo. Nem Marcelo. Só Alex Sandro dos últimos convocados.

Então o Brasil roda a bola no ritmo de Arthur, toca, toca, toca…e dificilmente encontra o passe que clareia tudo, quebra as linhas de marcação e encontra o homem livre para servir ou concluir. É um time travado na maior parte do tempo. Lógico que há a questão mental, de ressaca da derrota para a Bélgica na Rússia, do desgaste da imagem da seleção, do treinador e do craque. Mas não é só isso que vem tornando os jogos enfadonhos, sonolentos.

A boa notícia é Richarlison. Atacante rápido, móvel e finalizador. Assim como Gabriel Jesus, procura os espaços para infiltrar, porém vivendo um melhor momento que o jogador do Manchester City. Firmino é mais um jogador de passe e que procura a bola para só depois acelerar. Como Neymar, Coutinho, Douglas Costa, Willian…

Defensivamente os problemas parecem bem menores. Tite organiza e compacta bem os setores, a resposta com pressão depois da perda da bola é positiva e opções para goleiro e zaga não faltam. Para ficar ainda mais tranquilo só falta um reserva confiável para Casemiro. Por mais que Fernandinho renda no City de Guardiola o histórico na seleção joga contra.

Há qualidade, como quase sempre nas gerações brasileiras. O desafio de Tite é seguir com seu trabalho de estudo e observação, vendo partidas e treinos dos atletas nos clubes e fazendo experiências nos jogos. Esquentar o cérebro até montar o quebra-cabeças. Cada peça em seu lugar e todas funcionando para o time. Em função de Arthur, Coutinho e Neymar, os diferentes.

Sem fórmula mágica,  mas precisando de um “click” para fazer tudo fluir melhor a partir do ano que vem.

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Primeiro teste mostra que Neymar precisa de liberdade, não da braçadeira http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2018/09/07/primeiro-teste-mostra-que-neymar-precisa-de-liberdade-nao-da-bracadeira/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2018/09/07/primeiro-teste-mostra-que-neymar-precisa-de-liberdade-nao-da-bracadeira/#respond Sat, 08 Sep 2018 02:00:50 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=5181 O primeiro amistoso da seleção brasileira depois do Mundial da Rússia sinalizou algumas mudanças aventadas por Tite durante a preparação e nos jogos da Copa: Filipe Luís pela esquerda, Fred no meio-campo, Douglas Costa pela direita e Firmino no centro do ataque. No mesmo 4-1-4-1.

A atuação segura nos 2 a 0 sobre os Estados Unidos no Metlife Stadium foi construída com posse de bola lenta e alguns momentos de aceleração. Especialmente quando Douglas Costa entrava em ação. Assistência para Firmino no primeiro gol, lindo passe na segunda etapa para Neymar, que chutou fraco e permitiu que o zagueiro Miazga salvasse antes que cruzasse a linha.

Fabinho também foi muito bem na lateral direita. O único na formação inicial que não estava no grupo do Mundial apoiou bem, ora aberto, ora por dentro. Na jogada individual, o pênalti (duvidoso) cometido por Trapp e convertido por Neymar. O 58º do agora capitão fixo do Brasil.

Braçadeira que virou polêmica por ser vista como um prêmio de Tite que o craque não fez por merecer na Rússia. Discutível. Talvez seja apenas uma mudança de prática, acabando com o revezamento. Mas como tudo que envolve Neymar acabou ganhando uma atenção desmedida.

Porque na prática é mera “perfumaria”. Foi possível ver Thiago Silva, Filipe Luís e Casemiro conversando e orientando mais os companheiros em campo. Muda pouco.

O que acrescentaria e muito ao rendimento de Neymar seria a liberdade de movimentação, como já encontra no PSG de Thomas Tuchel. Saindo do lado esquerdo do 4-1-4-1 de Tite. Mesmo que eventualmente troque com Coutinho e até Firmino, a produção fica muito limitada. Muitos passes para trás, dribles desnecessários, erros bobos.

É claro que pelo talento o toque diferente vai desequilibrar em alguns momentos, mas é um desperdício a participação reduzida na construção das jogadas, ficando limitado a apenas um setor. E pior: colabora pouco sem a bola, sobrecarrega Coutinho, Filipe Luís e Thiago Silva na cobertura. Os ataques mais produtivos dos americanos foram por ali. Sem contar as dificuldades defensivas nas bolas paradas.

Para o primeiro jogo depois de uma eliminação traumática o saldo é positivo. Compreensível a manutenção da estrutura tática. Mas com o tempo é dever testar peças e variações. Como o 4-2-3-1 ou 4-4-2 com Neymar solto. Será muito mais útil que uma mera questão simbólica.

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Por que a transição de CR7 do Real Madrid para a Juventus não é tão simples http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2018/09/02/por-que-a-transicao-de-cr7-do-real-madrid-para-a-a-juventus-nao-e-tao-simples/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2018/09/02/por-que-a-transicao-de-cr7-do-real-madrid-para-a-a-juventus-nao-e-tao-simples/#respond Mon, 03 Sep 2018 02:26:14 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=5153

Foto: Twitter/JuventusFC

Cristiano Ronaldo saiu da zona de conforto ao trocar o Real Madrid pela Juventus. Ou para fugir do desconforto de lidar com Florentino Pérez, uma torcida saturada de títulos e, por isso, exigente demais até com o maior artilheiro da história do clube. Ou só para escapar dos altos impostos mesmo.

Mas não deixa de ser um movimento interessante aos 33 anos. Até porque a fome continua a mesma, assim como a indignação nas derrotas – inclusive as individuais, como a perda do prêmio de melhor da Europa para Luka Modric que fez com que ele sequer comparecesse à cerimônia.

Só que não é uma transição fácil. Porque Cristiano Ronaldo estava totalmente inserido em uma mecânica de jogo desenvolvida e aprimorada em cinco anos, com um breve hiato sob o comando de Rafa Benítez entre Carlo Ancelotti e Zinedine Zidane.

O camisa sete se entendia no olhar com Benzema, Marcelo, Modric e Bale. Companheiros desde a primeira conquista da Liga dos Campeões em 2013/14. Praticamente a mesma formação no tricampeonato continental. Escalação igual nas duas últimas finais, algo inédito na história da competição.

Zidane acertou demais ao apostar na repetição, nos movimentos coordenados, no jogar “de memória”. Tudo moldado desde o início para Cristiano Ronaldo ser a estrela. Se ele prefere jogar em dupla na frente com liberdade de movimentação, ora infiltrando em diagonal, ora se posicionando como referência, era assim que o ataque funcionava.

Ele pode não ser o mais talentoso ou genial, mas certamente é o atacante mais inteligente do futebol atual. Posicionamento, desmarque, movimentação. Tudo para estar no lugar certo no momento exato e dar o toque decisivo. Funciona ainda melhor quando os companheiros conhecem os gestos nos detalhes.

É o que falta à equipe de Massimiliano Allegri. Adicione a ansiedade do craque para marcar e dos companheiros para serví-lo depois de três partidas, mesmo com 100% de aproveitamento nos resultados, e o time perde o mais importante para fazer tudo fluir: a naturalidade.

Por enquanto, Cristiano Ronaldo é um corpo estranho. Allegri tenta ajudar colocando Mandzukic, atacante de ofício com perfil parecido com o de Benzema: presente na área adversária, mas habituado ao papel de coadjuvante. Assim não deixa o CR7 isolado como referência na frente auxiliado por Dybala e Douglas Costa, como era o plano original.

Como sempre, ninguém pode acusá-lo de omissão. Corre, luta, contribui coletivamente e já demonstra sinais de liderança junto aos companheiros. Interesse em evoluir rápido também não é problema, já que deixou até a seleção portuguesa em segundo plano e ficou fora dos primeiros amistosos para se dedicar integralmente ao novo clube. Falta o que deve vir com o tempo: sintonia fina, adaptação ao futebol jogado na Itália e o primeiro gol. Cristiano já passou por “secas” no Real, mesmo com tudo a favor. Mas quando a bola começa a entrar…

Bom lembrar que a primeira temporada na Espanha (2009/10) não foi das mais bem sucedidas. Lesão, expulsão, apenas 35 jogos com 33 gols, sem títulos e eliminação nas oitavas de final da Liga dos Campeões para o Lyon. Agora, nove anos mais velho e com expectativas ainda mais altas, fica ainda mais complexo.

São poucas partidas oficiais e a Champions, especialidade do português, nem começou. A pressão é normal com os olhos do planeta voltados para o vencedor dos últimos dois prêmios de melhor do mundo e detentor de cinco no total, que pode virar seis em breve se a FIFA seguir a tendência dos últimos anos e não os critérios da UEFA.

Não é simples. Mas parece questão de tempo para o maior jogador europeu de todos os tempos começar a fazer história nos campos da Itália.

 

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Lesões podem moldar o Brasil mais “corintiano” de Tite http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2018/06/23/lesoes-podem-moldar-o-brasil-mais-corintiano-de-tite/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2018/06/23/lesoes-podem-moldar-o-brasil-mais-corintiano-de-tite/#respond Sat, 23 Jun 2018 23:51:31 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=4768 A lesão de Danilo, substituto de Daniel Alves, abriu espaço para Fagner na lateral direita. E a atuação do jogador do Corinthians na vitória sobre a Costa Rica foi bem satisfatória. Sem comprometer atrás e sabendo o momento de atacar por dentro ou bem aberto. Fez belo cruzamento na cabeça de Gabriel Jesus no início do segundo tempo. Bola no travessão.

Agora Douglas Costa é quem se contunde. Mais uma vez. Infelicidade depois de entrar pela direita no segundo tempo da última partida criando espaços com dribles e acionando os atacantes. No contragolpe, assistência para Neymar no última ataque. Willian pode seguir no time.

Mas a tendência, até pela vantagem do empate contra a Sérvia e depois, caso classifique, nos jogos eliminatórios é reforçar o meio-campo. Pode ser com Fred, mas Renato Augusto está na frente. Não só por ser jogador de confiança de Tite e ter entrado bem contra a Suíça, mas também por ter sido o titular na Eliminatória.

Caso se confirme, teremos o Brasil mais “corintiano” de Tite. Não só porque Fagner e Renato Augusto jogaram na equipe campeã brasileira de 2015, mas principalmente pelas características. Partindo do deslocamento de Philippe Coutinho para a ponta direita no 4-1-4-1. Ou seja, o jogador que parte do flanco e vem para dentro circulando às costas dos volantes adversários para criar superioridade numérica no meio e abrir espaços para os companheiros.

No Corinthians era a função de Jadson. Deixando o corredor para Fagner, mas também para os deslocamentos de Elias e Vagner Love. Na seleção, funções que seriam de Paulinho e Gabriel Jesus ou Firmino. Jogadores que vem sofrendo pelo desenho um pouco mais engessado na frente com dois ponteiros típicos.

O 4-1-4-1 possível com Fagner e Renato Augusto na vaga que seria de Douglas Costa, mas deslocando Coutinho para o lado direito ser o “ponta articulador” das Eliminatórias, abrindo espaços no corredor para Fagner, Paulinho e Gabriel Jesus (Tactical Pad).

Repete a dinâmica da Eliminatória, mas com uma diferença: Fagner é mais agudo que Daniel Alves, que atacava mais por dentro e o Brasil não tinha uma opção de velocidade na chegada ao fundo. Necessário por ter um ponta que é meia e se desloca.

Casemiro seguiria protegendo a defesa, como fazia Ralf. Marcelo e Neymar alternariam o posicionamento aberto e por dentro. Com mais liberdade, já que contarão com o suporte de Renato Augusto na proteção do setor e na saída de bola. Mais do que era preciso defensivamente com os jovens Guilherme Arana e Malcom. Em tese, uma formação mais equilibrada.

No final do ano do hexacampeonato brasileiro do Corinthians, Tite disse em entrevista a este blogueiro que, sem nenhum tipo de comparação técnica, tinha o Barcelona do trio MSN como referência na organização ofensiva. Messi como o ponta criativo, Suárez que muitas vezes entrava no espaço do argentino e Neymar como ponteiro mais atacante infiltrando em diagonal. Levou para a seleção e mudou pelas circunstâncias. Pode retornar agora.

É legítimo questionar os nomes escolhidos e os critérios do treinador. Mas ao menos na combinação de características é, em tese, um time mais homogêneo. E Tite já conheceu o sucesso com esta fórmula. Sofrendo um pouco no início para voar no final em 2015. É o que se espera três anos depois, na rota do hexa.

O Corinthians campeão brasileiro de 2015, referência de Tite para o início do trabalho na seleção. Jadson é o ponta que vem por dentro e Elias, Love e Fagner aproveitavam o espaço (Tactical Pad).

 

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A Copa não vai dar outra chance para o Brasil perder tantos gols http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2018/06/22/a-copa-nao-vai-dar-outra-chance-para-o-brasil-perder-tantos-gols/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2018/06/22/a-copa-nao-vai-dar-outra-chance-para-o-brasil-perder-tantos-gols/#respond Fri, 22 Jun 2018 14:52:07 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=4758 O primeiro tempo foi de tensão e dificuldades diante do 5-4-1 da Costa Rica que lembrou 2014 contra Itália, Uruguai e Inglaterra. Muita pressão no adversário com a bola, última linha de defesa bem coordenada e saída rápida, especialmente pela direita nas costas de Marcelo.

O Brasil podia ter sofrido mais nos primeiros 45 minutos, não fosse a ineficiência ofensiva do adversário. Simplesmente nenhuma finalização na direção da meta de Alisson. Incluindo o chute de Borges pra fora na jogada mais bem concatenada. Exatamente o que faltou à seleção de Tite. Sem infiltração, sem abrir o jogo. A destacar apenas o passe em profundidade de Casemiro para a única diagonal de Neymar, mas Keylor Navas chegou antes.

Tudo mudou na volta do intervalo, não só pela entrada de Douglas Costa. Mas intensidade e mobilidade. Paulinho passou a encontrar espaços para infiltrar, Fagner chegou bem à frente e centrou para Gabriel Jesus cabecear no travessão. A primeira de uma série de chances que se convertidas descomplicariam o jogo.

Com Firmino no lugar de Paulinho, o desespero em busca do gol salvador. Número absurdo de cruzamentos: 42. O cenário ficou ainda mais complexo com o pênalti bem anulado pelo árbitro Bjorn Kuipers. Neymar, mais uma vez, tentou trocar a sequência do lance por uma falta. Houve toque de Gonzalez, sim, mas o camisa dez ao notar o braço no peito joga o corpo para trás. Se tentasse seguir haveria a chance de finalização. A confusão só aumentou a tensão, inclusive de Neymar, que levou amarelo.

Quando parecia que o Brasil repetiria 1978 com dois empates nas duas primeiras partidas e correria um sério risco de eliminação na fase de grupos como em 1966, valeu a presença na área dos dois centroavantes. Centro de Marcelo, Firmino ajeitou, a bola passou por Jesus e Coutinho acabou com a agonia. O gol de Neymar nos acréscimos completando assistência de Douglas Costa foi mera consequência do alívio.

Vitória fundamental. Mas é bem provável que a Copa do Mundo não dê outra chance de perder tantos gols. 23 finalizações. Nove no alvo, melhorando o aproveitamento em relação à estreia. Mas foram duas finalizações de Neymar à frente de Navas com liberdade. Uma de Coutinho.

Em um torneio marcado até aqui pelo equilíbrio e pela solidez defensiva das “zebras” é obrigatório ser mais preciso. No desempenho já há duas referências: os primeiros 20 minutos contra a Suíça e o início do segundo tempo contra a Costa Rica. Falta o acabamento.

Sem comparações técnicas e históricas, mas Peru e Marrocos já estão eliminados por conta dos ataques “arame liso”. É preciso fazer o ajuste fino. Com a primeira vitória, a ansiedade pode atrapalhar menos contra a Sérvia.

(Estatísticas: FIFA)

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Low corta Sané, o “Douglas Costa alemão”. Tite é menos radical pelo sistema http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2018/06/04/low-corta-sane-o-douglas-costa-alemao-tite-e-menos-radical-pelo-sistema/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2018/06/04/low-corta-sane-o-douglas-costa-alemao-tite-e-menos-radical-pelo-sistema/#respond Tue, 05 Jun 2018 01:34:05 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=4672 Quando o Manchester City contratou Leroy Sané para a temporada 2016/17, Pep Guardiola afirmou que buscava um jogador para fazer na sua nova equipe o que Douglas Costa realizava sob seu comando em sua melhor fase na carreira no Bayern de Munique.

Ou seja, o ponta canhoto dentro do jogo de posição que espera a bola bem aberto para driblar, cortar para o fundo e finalizar ou servir os companheiros. Ou à direita cortando para dentro e finalizando. Normalmente recebendo numa inversão para enfrentar apenas um marcador. Sem se incomodar de pegar pouco na bola, mas ser decisivo. O fator de desequilíbrio. Em 2015/16, o brasileiro marcou seis gols e serviu 12 assistências na Bundesliga e na Champions.

Na temporada seguinte, o encontro entre Guardiola e Sané em Manchester rendeu sete gols e cinco assistências, ainda se adaptando a um novo modelo de jogo. Na campanha do título nacional, a explosão com dez gols e 17 passes para os companheiros irem às redes. Totalmente adaptado e ciente de sua missão em campo.

Por isso a surpresa pela ausência do atacante entre os 23 convocados da atual campeã Alemanha para a Copa do Mundo na Rússia. Nem tanto pelo desempenho na seleção, mas pelo potencial que poderia ser desenvolvido e, principalmente, pelas características diferentes de Draxler, Reus e Brandt. Mesmo iniciando sempre no banco, seria uma possibilidade de mexer com a marcação adversária. Joachim Low preferiu os jogadores mais associativos, de tabelas e infiltrações. Preferiu a afirmação do sistema à alternativa de ruptura.

Exatamente a crítica que Tite recebeu por deixar no Brasil o meia do Grêmio, eleito melhor jogador da América do Sul. Porque é jogador de entrelinhas, centralizado num 4-2-3-1. No 4-1-4-1 da seleção, não rendeu aberto nem por dentro nos treinamentos.

Discordar da lista de convocados é mais que legítimo. É até saudável. Contestar Taison é compreensível por estar jogando na Ucrânia e Luan ainda por aqui. A questão é que o camisa sete gremista seria opção apenas para uma função. Na prática, a mesma que Roberto Firmino executa no Liverpool: busca espaços entre a defesa e o meio-campo do oponente e aciona os companheiros ou aparece para finalizar. Isto no mais alto nível do futebol mundial: Premier League e Liga dos Campeões. A Libertadores fica abaixo neste parâmetro de avaliação. Ou seja, se precisar de um Luan existe Firmino.

A prova de que Tite é menos radical na defesa de seu sistema é justamente Douglas Costa. Quase sempre lesionado quando o treinador precisou, mas sempre no radar. É ponteiro diferente de Willian, Coutinho e Neymar. Mais drible e força em direção ao fundo, ainda que na Juventus não guarde tanta posição no flanco como nos tempos de Guardiola em Munique. É o tal “cara para mudar o jogo”. A preocupação é que está novamente com problemas físicos, mas deve estar pronto para enfim dar sua contribuição a Tite.

Low justificou a ausência afirmando que Sané “não deu tudo que podia nos jogos da seleção”. Na Alemanha nem houve tanta contestação. Porque, de fato, nunca houve uma atuação memorável do ponteiro de 22 anos com a camisa tetracampeã mundial, como tantas fardando o uniforme azul de Manchester. Mas também pela moral do treinador no comando há 12 anos. Que confia em seu sistema e vai com ele até o fim.

Com apenas dois anos, ou meio ciclo de Copa, Tite também carrega suas convicções. Mas deixa uma brecha para novas possibilidades, ainda que quebrem o desenho tático e a proposta de jogo. Quem tem razão? Já sabemos qual será o único critério de avaliação geral, muito mais no Brasil que na Alemanha: o resultado final na Rússia.

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De Flávio Costa a Tite, toda escolha é julgada pelo resultado final da Copa http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2018/05/16/de-flavio-costa-a-tite-toda-escolha-e-julgada-pelo-resultado-final-da-copa/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2018/05/16/de-flavio-costa-a-tite-toda-escolha-e-julgada-pelo-resultado-final-da-copa/#respond Wed, 16 May 2018 11:03:29 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=4583

Foto: CBF/Divulgação

Talvez não houvesse 7 a 1 em 2014 se doze anos antes o chute de Neuville no início do segundo tempo da final da Copa do Mundo, também entre Brasil e Alemanha, não tivesse parado em Marcos e na trave esquerda. Ou alguém imagina Luiz Felipe Scolari voltando tranquilo para seguir sua carreira no país depois de perder a decisão do Mundial na Ásia para uma Alemanha enfraquecida, sem o craque Ballack, e deixando Romário fora da lista final enfrentando um clamor popular poucas vezes visto?

O que seria de Carlos Alberto Parreira em 1994 sem o tetra? Talvez viajasse direto dos Estados Unidos para assumir o Valencia. Certamente lembrariam da falta de um meia criativo como plano B para a irregularidade de Raí. Ou não ter ousado enfiando mais um atacante, Viola ou o menino Ronaldinho, junto com Bebeto e Romário.

Por outro lado, quem lembraria da romaria de políticos em campanha por São Januário na véspera da final de 1950 no Maracanã ainda que o Brasil conquistasse seu primeiro título mundial com um suado empate contra os uruguaios? E quem criticaria Flávio Costa, considerado “carioca” demais pelos paulistas e “vascaíno” demais no Rio de Janeiro?

O mesmo vale para Telê Santana em 1982. Curioso lembrar que até a derrota para a Itália a seleção brasileira era a favorita absoluta ao título, jogando um futebol considerado de outro planeta. Mas bastou ser eliminada para que Waldir Peres, Luisinho, Júnior, Cerezo e Serginho Chulapa fossem contestados como titulares. Meio time. Se Zoff não segurasse sem rebote a cabeçada certeira de Oscar no ataque final e a caminhada fosse segura para o título, estes mesmos jogadores hoje seriam lembrados como os herois de 1970.

Até Zagallo poderia virar alvo se a considerada maior seleção de todos os tempos tivesse sido vencida pelo nervosismo ao sofrer o gol do uruguaio Cubilla que abriu o placar da semifinal no México. Talvez cobrassem Marco Antonio na lateral esquerda no lugar de um Everaldo que se limitava a defender. Ou Paulo César Caju na vaga de Rivelino ou Gérson. Quem sabe até o contestado Dadá Maravilha não seria uma “solução”?

Sem contar Vicente Feola, que apostou em Pelé e Garrincha, dupla que, segundo o psicólogo a serviço da CBD, não teria capacidade cognitiva e equilíbrio emocional para disputar uma Copa. Se a anfitriã Suécia fosse mais um país a usar o fator casa para conquistar um título mundial, algo perfeitamente plausível, é bem provável que por aqui a linha de quatro na defesa e a utilização de um ponta recuando para se juntar à dupla de meio-campistas demorassem bem mais tempo para acontecer. Viraram vanguarda porque o “escrete” voltou com a taça.

No Brasil é corriqueiro dizer que o “se” não entra em campo. Mas a partir do momento que o resultado final norteia toda a análise e surgem os “profetas do acontecido” para dizer o que devia ser feito pelos derrotados e apontar os “segredos” dos vencedores, vale o exercício de imaginar o que seria caso vencidos e campeões trocassem os papéis.

O resultado é consequência das escolhas, sim. Mas também de uma infinidade de fatores, inclusive a sorte. Ou o imponderável. Um detalhe. A bola que bate na trave e quica dentro ou fora da meta. A arbitragem que erra a favor ou contra. Escorregar para fazer ou salvar um gol.

Todas as decisões podem ser questionadas. Antes, durante e depois da competição. O problema está no parâmetro único para este julgamento dos treinadores da seleção brasileira: ganhar ou perder.

Tite pode e diz que aceita ser contestado por não ter levado Arthur e Luan. Ou porque incluiu na lista final Fagner, Taison, Fred…Assume a dificuldade que é escolher. Mas merece respeito por ter trabalhado como nenhum outro treinador na história da seleção brasileira. Ele e sua comissão técnica. Acompanhando jogos in loco, na TV e até treinamentos. Estudando, atualizando, aprimorando. Em menos de dois anos de trabalho. Para enriquecer a análise e embasar as decisões. Com desempenho e resultado em campo sinalizando que a rota está correta. Ao menos até aqui.

Só que nesta terra cinco vezes campeã do mundo a derrota sempre é para si mesmo. Não há mérito do adversário. Basta fazer tudo certo que ninguém nos supera. Ainda que a Alemanha seja campeã do mundo, a Espanha jogue o melhor futebol dos últimos tempos e um português e um argentino estejam fazendo história há uma década. Somos imbatíveis. Se perdermos foi porque alguém errou.

Então se o resultado esperado na Rússia não vier o discurso já estará pronto. Mesmo que Tite mande a campo Roberto Firmino e Douglas Costa, destaques da temporada em Liverpool e Juventus, e eles até saiam do banco para melhorar o desempenho, se vier a eliminação a culpa recairá sobre a presença de Taison entre os reservas.

Usando apenas um exemplo no universo dos clubes, chega a ser engraçado ouvir ou ler que hoje”falta gente no banco para mudar o jogo” e lembrar que em 2006 os torcedores do Internacional explodiram no Orkut, a grande rede social da época, quando Abel Braga chamou o contestado Adriano Gabiru para entrar em campo. Numa final de Mundial de Clubes contra o poderoso Barcelona de Ronaldinho Gaúcho. Podia ter dado bem errado…

Como pode acontecer de tudo na trajetória brasileira em mais uma Copa do Mundo. Só uma coisa não vai mudar. Desde Flávio Costa até Tite. O julgamento será pelo resultado final. E só. Pouco, mas é o que tem para hoje. E ontem. Sempre.

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Douglas Costa e Neymar na seleção olímpica podem ser boa dica para Tite http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2016/06/29/douglas-costa-e-neymar-na-selecao-olimpica-podem-ser-boa-dica-para-tite/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2016/06/29/douglas-costa-e-neymar-na-selecao-olimpica-podem-ser-boa-dica-para-tite/#respond Wed, 29 Jun 2016 17:25:17 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=1102 Rogerio Micale pode armar quarteto ofensivo com Douglas Costa aberto pela esquerda e Neymar centralizado com Gabriel mais adiantado (Tactical Pad).

Rogerio Micale pode armar quarteto ofensivo com Douglas Costa aberto pela esquerda e Neymar centralizado com Gabriel mais adiantado (Tactical Pad).

Difícil discutir uma convocação de seleção limitada a 18 nomes e dependente de liberação dos clubes sem a obrigatoriedade de uma data FIFA.

Mas a lista olímpica é aceitável e tem coerência dentro do trabalho de Rogério Micale, confirmado no comando e corrigindo o erro de arriscar Dunga.

Acima dos 23 anos, Fernando Prass na meta e uma dupla que ainda busca encaixe na seleção brasileira. Neymar e Douglas Costa são dois dos melhores pontas pela esquerda do mundo. Ambos sabem jogar pelo centro, mas vindo de trás.

Douglas foi utilizado por Guardiola no Bayern de Munique como meia num 4-1-4-1. Até aberto pela direita, jogando com pé invertido. A primeira ideia de Dunga nesta segunda passagem pela CBF foi alternar Neymar e Firmino pelo centro, sem um centroavante fixo.

Não deu certo, assim com Douglas pela esquerda e Neymar como referência única na frente nos últimos jogos. Porque o craque do Barcelona procura instintivamente o flanco no deslocamento. Por isso fica travado com o ponteiro do Bayern por ali.

A melhor fase de Neymar na seleção como atacante móvel foi com Mano Menezes em 2012. Kaká saía da esquerda para dentro com o pé direito e Neymar entrava. Um movimento em x que aproveitava bem os espaços. Inviável com Douglas.

Micale pensa numa equipe ultraofensiva e tem Gabriel e Jesus para completar o quarteto ofensivo. Neste cenário há algumas opções: Jesus ou Gabriel pela direita, o outro no meio com Neymar e Douglas à esquerda. Ou Douglas encorpando o meio com Felipe Anderson e Neymar aberto.

Outra possibilidade na seleção olímpica é um 4-3-3 com Douglas Costa no meio com Felipe Anderson e Neymar na ponta (Tactical Pad).

Outra possibilidade na seleção olímpica é um 4-3-3 com Douglas Costa no meio com Felipe Anderson e Neymar na ponta (Tactical Pad).

Se funcionar, independentemente do resultado do Brasil de Micale, pode ser boa dica para resolver o grande dilema de Tite na seleção principal.

 

 

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