floridacup – Blog do André Rocha http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br O blog se propõe a trazer análises e informações sobre futebol brasileiro e internacional, com enfoque na essência do jogo, mas também abrindo o leque para todas as abordagens possíveis sobre o esporte. Mon, 13 Jul 2020 13:46:43 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Mesmo sem Flórida Cup, rascunho do Corinthians pode dar em bela arte final http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2020/01/18/mesmo-sem-florida-cup-rascunho-do-corinthians-pode-dar-em-bela-arte-final/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2020/01/18/mesmo-sem-florida-cup-rascunho-do-corinthians-pode-dar-em-bela-arte-final/#respond Sun, 19 Jan 2020 02:00:36 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=7842

Foto: Gledston Tavares / Framephoto / Estadão Conteúdo

O resultado tinha uma relativa importância pelo contexto da rivalidade com o Palmeiras. Qualquer taça em disputa vale. Por isso o Corinthians sentiu no apito final a derrota de virada por 2 a 1 para o Atlético Nacional que deu a Flórida Cup para o Palmeiras, que vencera, também de virada pelo mesmo placar, o New York City.

Mas o saldo dos primeiros testes, um tanto precoces, pode ser considerado positivo. Tiago Nunes rascunhou a equipe em um 4-2-3-1 que resgatou boa ideia do Grêmio campeão da Libertadores em 2017: Ramiro como “ponta-volante” partindo da direita para dentro trabalhando com Luan, criando superioridade numérica no meio e abrindo o corredor para o lateral – Fagner, no caso.

Além disso, valeram os momentos de intensidade, de rapidez no perde-pressiona e dos passes verticais de Camacho e Victor Cantillo, destaque com dinâmica no trabalho entre as intermediárias, visão de jogo e perigo nos chutes de média/longa distância.

As chances desperdiçadas, porém, custaram, de certa forma, o título do torneio em Orlando. No primeiro tempo, Boselli perdeu pênalti sofrido por Fagner, infiltrando justamente no corredor. Vagner Love entrou na segunda etapa e desperdiçou contragolpe iniciado pela bola recuperada no campo de ataque, passe de Ramiro e o camisa nove errando duas vezes à frente do goleiro Cuadrado.

Luan foi melhor na estreia, não só pelos dois gols. Mas novamente se movimentou bem, buscando espaços às costas dos meio-campistas do time colombiano, que mostrou evolução em relação à partida contra o Palmeiras, foi superior na segunda etapa e mereceu a virada com gols de Gustavo Torres e Sebastián Gómez.

As muitas substituições sempre descaracterizam a análise da capacidade competitiva. Mas os 90 minutos com titulares nas duas partidas mostraram que há esperanças. Já para o confronto pela segunda fase da Libertadores contra San José ou Guarani que começa em 5 de fevereiro.

Com a volta de Pedrinho da seleção pré-olímpica e a definição na lateral-esquerda entre Lucas Piton e um Sidcley ainda longe da melhor condição física, fica faltando um bom nome para ocupar a ponta pela esquerda.  Tiago Nunes precisa de um jogador com maior capacidade de desequilibrar: com dribles e/ou velocidade para acelerar contragolpes e infiltrações em diagonal. Não parece ser Janderson.

De qualquer forma, o futuro é promissor em caso de evolução sólida. O rascunho pode dar em bela arte final.

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Liberdade total para Dudu é a primeira novidade no Palmeiras de Luxemburgo http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2020/01/16/liberdade-total-para-dudu-e-primeira-novidade-no-palmeiras-de-luxemburgo/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2020/01/16/liberdade-total-para-dudu-e-primeira-novidade-no-palmeiras-de-luxemburgo/#respond Thu, 16 Jan 2020 04:01:21 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=7833 Entrar em campo com uma semana de pré-temporada, ainda mais em um torneio internacional, é sempre um risco. Ao mesmo tempo, significa a total falta de parâmetros para análise. Na prática, um treino com camisa oficial.

Por isso é injusto e prematuro fazer qualquer avaliação do desempenho dos titulares do Palmeiras de Vanderlei Luxemburgo em 45 minutos contra o Atlético Nacional de Medellín pela Florida Cup.

O que se pode afirmar é o óbvio, no futebol e na vida: mudar nunca é fácil. E o time alviverde desenvolveu uma cultura de jogo nos últimos anos – de Marcelo Oliveira a Mano Menezes, com hiatos nas curtas passagens de Eduardo Baptista e Roger Machado – que foi possível notar “ecos”, mesmo com a proposta de transformação com a chegada de Luxemburgo.

O recuo de Felipe Melo para a zaga e de Bruno Henrique para a função de volante mais fixo não ajudou na saída de bola com mais elaboração nos passes. Porque o hábito, a “memória” é de uma saída mais direta, com lançamentos. Mano tentou mudar e houve oscilações. No primeiro esboço de 2020, natural encontrar dificuldades.

Também a maior produção ofensiva nas transições rápidas. O ataque que precisa de espaços para acelerar teve uma mudança nítida. A primeira novidade do Alviverde: Dudu joga com liberdade total. Algo também ensaiado por Mano, mas não tão nítido. Sem a bola, o 4-2-3-1 se transformava em um 4-4-2 “torto”, com o camisa sete mais adiantado pela direita, alinhado a Luiz Adriano e o jovem volante Patrick de Paula dava suporte a Marcos Rocha no flanco e Lucas Lima recuava para preencher o meio-campo, deixando Raphael Veiga mais à esquerda.

Dudu, para variar, foi o ponto de desequilíbrio. O mais criativo. A dependência permanece e é natural. Mas a liberdade criou um efeito colateral, bem aproveitado em alguns momentos pelo time colombiano: a inversão rápida de bola para Vladimir Hernández, ex-Santos, no mano contra Marcos Rocha. A pressão na saída de bola também dificultou bastante a equipe brasileira.

Tudo muito compreensível, natural. Até porque Luxemburgo perdeu Matheus Fernandes, vendido ao Barcelona, e Gustavo Scarpa, em negociação com o Almería. Valeu a observação no segundo tempo dos reservas, especialmente Gabriel Menino, Wesley e da joia Gabriel Veron no ataque. Na mudança de rota que terá um maior aproveitamento dos jogadores revelados nas divisões de base.

Ah, sim! O resultado. Empate sem gols e vitória nos pênaltis por 10 a 9. Mas é o menos importante, neste caso. Valeu pelas observações, ainda que o Palmeiras, a rigor, tenha mostrado mais do mesmo. Tudo dentro do esperado, apesar das enormes expectativas.

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Flamengo volta da Flórida com título, mas também uma ameaça silenciosa http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/01/13/flamengo-volta-da-florida-com-titulo-mas-tambem-uma-ameaca-silenciosa/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/01/13/flamengo-volta-da-florida-com-titulo-mas-tambem-uma-ameaca-silenciosa/#respond Sun, 13 Jan 2019 03:59:06 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=5756 A celebração de Abel Braga no apito final da vitória do Flamengo por 1 a 0 sobre o Eintracht Frankfurt era nitidamente de alívio. Na nossa cultura resultadista, a conquista, mesmo meramente simbólica de um torneio de pré-temporada, era importante para não ressuscitar o “cheirinho” e baixar a moral de um grupo abatido por reveses seguidos.

Valeu pelo intercâmbio, pela chance de jogar em igualdade contra equipes europeias em meio de temporada. Mas não há dúvida de que a preparação em si ficou prejudicada e, mesmo com a obsessão por títulos em curtíssimo prazo da nova diretoria do clube, ao menos este início de Carioca deve ser tratado como continuação do período de testes e treinamentos.

Abel Braga repetiu praticamente o time titular que encerrou 2018 com Dorival Júnior e gostou mais do que viu no empate em 2 a 2 com o Ajax que no triunfo sobre o time alemão. Na segunda partida, muitos contragolpes desperdiçados (ainda o “arame liso”), erros técnicos típicos de início de temporada e alguns momentos de displicência diante de um oponente com dez homens em toda segunda etapa. Os reservas pecaram pelo desentrosamento, mas compensaram com a vontade natural de quem busca seguir no elenco com chances de entrar em campo nas partidas oficiais.

Gabigol e Arrascaeta estão no Rio de Janeiro treinando. A direção ainda busca zagueiro e lateral. Fica a impressão de que é preciso buscar um líder para dar identidade à equipe e orientar os companheiros em campo, numa espécie de “eco” para os gritos de Abel. Por isso o interesse em Dedé, Kannemann, Miranda e Rafinha.

Mas há uma função em campo que parece relegada a segundo plano e não é considerada uma carência do elenco: o volante ofensivo, de infiltração. Objetivamente só há Willian Arão. Na expectativa de contar com Bruno Henrique, do Santos, Abel projeta uma equipe no 4-1-4-1 com dois pontas rápidos e Everton Ribeiro e Arrascaeta por dentro e à frente de Cuéllar.

E se não funcionar e faltar intensidade na dupla de meias? Qual o plano B? Apenas Arão, sem um substituto do mesmo nível ou até um jogador mais técnico e eficiente para ganhar a posição? Abel deu chances a Ronaldo e Jean Lucas, atuando mais à frente de Piris da Motta entre os reservas. Os garotos até atuaram bem, um mais organizador e o outro aparecendo na área para finalizar mal, mas tirar a bola da direção do goleiro adversário no gol da vitória.

Mas hoje nenhum dos três se apresenta como uma opção confiável no mais alto nível do futebol jogado no Brasil e no continente. Certamente Abel Braga traz do seu último trabalho, no Fluminense, a experiência de dar oportunidades a muitos jovens, por conta das dificuldades financeiras do tricolor. Saudável, até para equilibrar a média de idade do elenco. Mas especificamente para a função que se convencionou chamar de “segundo volante”, o Flamengo está carente.

Se Everton Ribeiro – ou até Diego Ribas, caso renove o contrato – não funcionar como o meia ao lado de Arrascaeta, o time pode não atingir o nível esperado. É bom lembrar que com Dorival a equipe rendeu mais no 4-2-3-1, desfazendo o 4-1-4-1 dos tempos de Mauricio Barbieri.

Algo a se pensar já na viagem de volta. O perigo é Abel, olhando só o resultado inicial e as novas aquisições, achar que está tudo bem. Não parece. Eis a ameaça silenciosa no Flamengo para as primeiras disputas de 2019.

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São Paulo de Jardine precisa de paciência e respaldo. Terá? http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/01/11/sao-paulo-de-jardine-precisa-de-paciencia-e-respaldo-tera/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/01/11/sao-paulo-de-jardine-precisa-de-paciencia-e-respaldo-tera/#respond Fri, 11 Jan 2019 02:04:22 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=5745 A Flórida Cup só vale pela rara oportunidade no calendário brasileiro de intercâmbio com equipes europeias, mesmo não sendo de primeiro nível como o Eintracht Frankfurt. Porque quebrar a pré-temporada que já é curta e entrar em campo com cinco dias de trabalho contra times em pleno ritmo de competição na nossa cultura resultadista cria riscos desnecessários.

Pior ainda para um São Paulo pressionado e cercado de desconfianças. Ver o rival Palmeiras ser campeão brasileiro com um estilo mais simples, jogo direto e comandado pelo veterano Felipão e investir no jovem treinador André Jardine que acredita em valorização da posse, saída sem rifar a bola e trabalha conceitos do jogo de posição com elenco menos qualificado deixa a impressão de que o clube vai na contramão. Mesmo agindo rápido no mercado para começar o ciclo com um elenco mais completo.

É questão de convicção para ser paciente e dar respaldo. Porque a falta de sintonia entre o novo goleiro Tiago Volpi e Bruno Peres na saída de bola, com erro que terminou no pênalti de Reinaldo sobre Willems convertido pelo croata Rebic é, em tese, mais que compreensível e até natural. Sem contar o mérito da equipe alemã, bem coordenada na execução de um 3-5-2 típico, na organização da pressão no campo adversário.

Mas o fato é que os titulares saíram derrotados em 45 minutos. No segundo tempo com reservas, arrancada de Liziero, passe para Diego Souza pela esquerda e assistência para Nenê empatar. Gol na transição ofensiva com velocidade. O camisa dez mais aberto à direita, uma opção para o início da temporada. Interessante, se o meia veterano colaborar sem a bola e se movimentar abrindo o corredor. Pode tornar o time menos engessado e previsível.

Em ritmo de treino, o Eintracht achou a vitória por 2 a 1 em uma saída rápida pela esquerda, mas que parecia não dar em nada. Terminou no gol contra de Igor Vinicius, outra novidade na lateral direita. Valeu pela movimentação de todos, incluindo Léo Pelé e Willian Farias, e a chance de observação, mesmo com todas as ressalvas de um cenário com atletas voltando de férias há pouquíssimo tempo.

No nosso imediatismo sem muitos parâmetros de análise além do placar final, se diante do Ajax ainda nos Estados Unidos o resultado também não vier muitos já ligarão o “sinal de alerta” pensando na estreia do Paulista e, principalmente, no confronto eliminatório com o Talleres pela Libertadores.

Não é simples reincorporar Hernanes no centro da articulação de um 4-2-3-1, muito menos adaptar o móvel Pablo no centro do ataque dentro de um modelo de jogo que pede infiltrações em diagonal dos ponteiros Helinho e Everton. Questão de treino, assimilação das ideias, repetição. Tudo que uma viagem para a América do Norte e amistosos precoces não oferecem. Típico caso em que o compromisso comercial pode ser bastante inconveniente.

O São Paulo paga para ver, não segue o senso comum de “fazer o simples”. Ao menos por enquanto. Jardine precisa de tempo e avaliação justa da margem de evolução. No nosso universo insano e paranoico parece um privilégio. Terá chance?

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As observações possíveis sobre os brasileiros na Flórida Cup http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2016/01/18/as-observacoes-possiveis-sobre-os-brasileiros-na-florida-cup/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2016/01/18/as-observacoes-possiveis-sobre-os-brasileiros-na-florida-cup/#respond Mon, 18 Jan 2016 09:02:24 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=425 Nenhum clube disputa o torneio nos Estados Unidos priorizando título. É bem mais importante a oportunidade de intercâmbio entre times europeus e das Américas, além de divulgar as marcas.

O Atlético Mineiro venceu suas duas partidas e faturou o troféu. Fundamental para Diego Aguirre começar dando resposta em resultados e ganhar confiança, mas principalmente constatar que o Galo segue com base forte.

Se mantiver Jemerson, o sistema defensivo será mais sólido, com a retaguarda protegida por uma segunda linha no meio com o recuo dos ponteiros Luan e Thiago Ribeiro, Hyuri ou mesmo Dátolo.

Bola roubada, transição rápida com Luan mais livre para circular e ajudar na articulação, além de deixar o flanco para o apoio de Marcos Rocha. Cazares também mostrou que pode ser bastante útil na execução do 4-2-3-1 que continua forte nas jogadas aéreas.

O Corinthians de Tite vai penar para superar as perdas. Especialmente de Jadson e Renato Augusto, a dupla criativa. A referência deixa de ser o time campeão e passa a ser o reserva que enfiou 6 a 1 no São Paulo.

A tendência é que o 4-1-4-1 tão prezado pelo técnico seja trocado por um 4-2-3-1 para abrigar Guilherme na articulação central. Ou liberar a nova contratação, que sofre com seguidas lesões, para atuar mais adiantado e voltar para trabalhar com o meio-campo, acionando os ponteiros Malcom e Romero ou Marlone nas infiltrações em diagonal. Como tentou fazer Danilo na derrota para o Galo.

Um time menos brilhante, mas que ainda pode ser muito competitivo aproveitando os conceitos de compactação, organização defensiva e transição ofensiva bem coordenada de Tite.

É também o que busca Eduardo Baptista no Fluminense. Sem o “pepino” Ronaldinho Gaúcho nos Estados Unidos, poderá testar a nova equipe e adaptar o meio-campo sem Jean. Com Cícero, perde dinâmica, nem tanto o passe. Ganha chegada à frente.

Assim como velocidade pelos lados com Gustavo Scarpa e Marcos Júnior, enquanto espera por Wellington Nem. Fundamental para compensar o ataque mais lento com Diego Souza se juntando a Fred. Experiência e presença de área, mas dificuldade na transição em bola longa. Richarlison será opção importante, como foi no primeiro tempo do empate com o Shakhtar Donetsk.

Na retaguarda, novas perspectivas com Henrique se juntando a Marlon e Renato Chaves correndo por fora. Mais proteção para Diego Cavalieri com linhas próximas e sistemas de cobertura.

É o que procura Argel Fucks no Internacional. No empate com o Bayer Leverkusen, o 4-3-3/4-3-1-2 teve Vitinho e D’Alessandro alternando pelo centro e à direita, Sasha fazendo importante função tática à esquerda, voltando para compor e infiltrando em diagonal. A dúvida é se resiste fisicamente enquanto Valdivia não retorna.

No meio, Fernando Bob qualifica o passe mais centralizado e Rodrigo Dourado sai pela direita para ajudar William. Anderson é velha incógnita, não há como saber sequer se permanecerá no clube.

A intensidade nos primeiros minutos da estreia, abrindo 2 a 0 e ditando o ritmo contra um adversário que disputou a Liga dos Campeões, é boa referência. Mas a transição defensiva requer evolução. Precisa de tempo.

Internacional e Fluminense terão o primeiro semestre de estaduais, início de Copa do Brasil e a “experimental” Sul-Minas-Rio para os ajustes necessários. Já Atlético Mineiro e Corinthians têm necessidades mais urgentes para encarar Libertadores.

Nas primeiras observações possíveis, o Galo larga na frente. Mais pela bola que pela taça.

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