jadson – Blog do André Rocha http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br O blog se propõe a trazer análises e informações sobre futebol brasileiro e internacional, com enfoque na essência do jogo, mas também abrindo o leque para todas as abordagens possíveis sobre o esporte. Mon, 13 Jul 2020 13:46:43 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Gratidão remunerada a Ralf é um luxo que o Corinthians não pode se dar http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2020/01/08/gratidao-remunerada-a-ralf-e-um-luxo-que-o-corinthians-nao-pode-se-dar/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2020/01/08/gratidao-remunerada-a-ralf-e-um-luxo-que-o-corinthians-nao-pode-se-dar/#respond Wed, 08 Jan 2020 10:08:40 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=7809

Foto: Eduardo Carmim / Photo Premium / Agencia O Globo

O Milan de Silvio Berlusconi se orgulhava da gratidão que demonstrava por seus jogadores mais simbólicos e dedicados. Sempre procurava mantê-los até o final de suas carreiras. Paolo Maldini, bandeira do clube, e Alessandro Costacurta, por exemplo, jogaram até os 41 anos com a camisa rossonera.

A prática, louvável sob diversos aspectos, porém, carregava alguns efeitos colaterais. Como a falta de competitividade em vários momentos, especialmente na Série A italiana, disputada por pontos corridos e que gerava um desgaste com os quais alguns atletas não conseguiam mais lidar. Não só por isso, mas também não por acaso, o Milan venceu a Série A em 2004, com grande contribuição da juventude e do vigor de Kaká, e depois só viria a conquistar o scudetto em 2011. Mesmo com a conquista da Liga dos Campeões e do Mundial de Clubes em 2007, o retorno foi pouco para tamanho investimento.

É mesmo difícil fazer a justa medida entre o reconhecimento pelos serviços prestados de um ídolo e o que ele pode entregar no mais alto nível. Sem ficar refém de um nome que muitas vezes não lida bem com a reserva e pode se tornar uma sombra grande demais no vestiário. Ou jogar sempre e acabar manchando um pouco a própria história por não conseguir repetir o desempenho dos tempos áureos.

Anunciar publicamente a saída de Ralf do Corinthians na primeira coletiva de Tiago Nunes como treinador em 2020 foi desnecessário. Embora ele e seus agentes soubessem desde o final do ano passado. Poderia ter sido conduzido de outra forma, mais respeitosa com o volante campeão paulista, brasileiro, sul-americano e mundial de 2010 a 2015 e depois na volta em 2018.

Mas justamente neste hiato, logo depois do título brasileiro de 2015, o jogador deixou o clube, seduzido por uma ótima proposta financeira do futebol chinês – Beijing Guoan. Mesmo tendo renovado o contrato no final daquele ano. Escolha legítima de um profissional.

Assim como é legítimo que Tiago Nunes prefira jogadores mais jovens e com outras características. Ralf, aos 35 anos, é um meio-campista essencialmente marcador e a proposta de jogo do treinador pede outras valências. Embora no Athletico o seu camisa cinco titular na conquista da Copa do Brasil tenha sido o limitado Wellington. Camacho retorna do próprio clube paranaense, assim como Richard volta do Vasco para se juntar a Gabriel, Ramiro e Victor Cantillo, colombiano contratado ao Junior Barranquilla para fazer a função de área a área.

São opções do treinador na montagem de uma equipe. É claro que se os resultados não vierem, a lembrança do tratamento dado a Ralf – e também a Jadson, outro campeão de 2015 que partiu para a China logo em seguida e hoje não consegue mais entregar a intensidade necessária em campo – virá à tona. No futebol não há garantias.

Mas quando se contrata um profissional para liderar a comissão técnica e ser a cara dada a tapa para torcida e imprensa é preciso respeitar convicções. Tiago Nunes não tem vínculos afetivos com o Corinthians, só quer dar sequência à carreira vitoriosa no Athletico, mas agora em um clube com visibilidade muito maior. Deseja títulos e, com eles, o reconhecimento.

Para isso não considerou a presença de Ralf necessária, ainda mais em uma folha de pagamento que precisa diminuir por conta das dificuldades financeiras do clube. As mesmas que foram minando as forças do Milan na década passada. Por uma gratidão louvável, mas cuja remuneração sai cara esportivamente. O Corinthians 2020 não pode dar-se a esse luxo.

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Clayson é mais um coelho que Fabio Carille tira da cartola no Corinthians http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/04/01/clayson-e-mais-um-coelho-que-fabio-carille-tira-da-cartola-no-corinthians/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/04/01/clayson-e-mais-um-coelho-que-fabio-carille-tira-da-cartola-no-corinthians/#respond Mon, 01 Apr 2019 08:54:18 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=6257

Imagem: Marco Galvão/Fotoarena/Lancepress!

Na campanha do título paulista e no primeiro turno arrasador do Brasileirão 2017, os grandes achados de Fabio Carille no Corinthians foram Jô e Romero. Dupla que entregou muita eficiência nas transições ofensivas em velocidade. Já no bi estadual a sacada foi adiantar Rodriguinho e Jadson alternando na função de “falso nove”.

Na retomada da campanha que levaria à conquista nacional há dois anos, Carille promoveu uma mudança na equipe: trocou Jadson por Clayson, que foi peça importante na reta final. Agora, com a dificuldade para dar profundidade às ações de ataque neste início de temporada, o treinador resgata novamente o ponteiro que volta a ser solução na frente.

Nos 2 a 1 sobre o Santos no jogo de ida da semifinal em Itaquera, Clayson marcou o belo gol da vitória em jogada partindo da ponta esquerda para dentro e finalizando com chute cruzado que Hazard e Neymar certamente assinariam. Intensidade, velocidade, concentração para cumprir a função sem bola pela esquerda e muita confiança.

O melhor em campo, seguido de perto por Ralf. Três finalizações – duas no alvo e um gol. Mais dois dribles certos, três desarmes, quatro faltas recebidas e o jogador com mais posse de bola de sua equipe: um minuto e 48 segundos. Confirmando em números a impressão de que foi muito acionado. Victor Ferraz que o diga…

Se Vagner Love se encontrou pela direita no 4-1-4-1 de Carille executando a função de ponteiro que entra em diagonal para se juntar ao centroavante, seja Boselli ou Gustavo, Clayson vem sendo o “extremo desequilibrante”. Por falar em Tite, uma das vantagens de Clayson é justamente entender a “identidade Corinthians”. Ainda que com algumas variações.

No clássico da fase de grupos, a coragem para sufocar o time de Jorge Sampaoli marcando no campo de ataque. Agora, em disputa eliminatória e depois de estudar o que o Santos fez contra o Red Bull Brasil, jogando no espaço em velocidade, bem “à brasileira”, Carille recuou as linhas. Mesmo com o plano frustrado de administrar vantagem conquistada bem cedo por conta pelo gol de Derlis González em falha de Cássio na saída de bola em cobrança de escanteio, pouco depois de Manoel abrir o placar também na bola parada logo aos três minutos.

Foram 39% de posse de bola, mas oito finalizações. Uma a mais que o rival, porém o placar de conclusões no alvo foi de goleada: cinco a um. Prova da eficiência corintiana na execução do plano de jogo. Permitiu que o Santos circulasse a bola com Diego Pituca, Cueva, Carlos Sánchez e Jean Mota, porém negando os espaços que gerariam mais ameaça.

No Pacaembu, Carille deve repetir a estratégia. Se mantiver a força mental e a cultura de vitória em jogos grandes, as chances do atual bicampeão garantir a vaga para mais uma final estadual são consideráveis. Com Clayson voando nos contragolpes. Mais um coelho que o técnico do Corinthians tira da cartola em momento decisivo.

(Estatísticas: Footstats)

 

 

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Cruzeiro é a força “silenciosa” que agora pode usar dois times na temporada http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/02/10/cruzeiro-e-a-forca-silenciosa-que-agora-pode-usar-dois-times-na-temporada/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/02/10/cruzeiro-e-a-forca-silenciosa-que-agora-pode-usar-dois-times-na-temporada/#respond Sun, 10 Feb 2019 22:37:39 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=5886 Flamengo e Palmeiras contam com orçamentos milionários e a cobertura midiática mais ampla dedicada aos times de São Paulo e Rio de Janeiro. Grêmio sempre é lembrado por ter sido o último brasileiro campeão da Libertadores, praticar o melhor futebol do país desde 2017 e manter o carismático Renato Gaúcho no comando técnico.

O Cruzeiro é bicampeão da Copa do Brasil e até reconhecido como um time capaz de disputar os principais títulos, mas sem tanto alarde. Uma força “silenciosa”. Entre aspas porque não há como fazer silêncio com torcida tão numerosa e imensa visibilidade local dividindo as atenções com o rival Atlético.

Não deixa de merecer muito respeito, porém. O trabalho de Mano Menezes vem de julho de 2016, é mais longevo que o de Renato Gaúcho e o time celeste apresenta a identidade que o treinador começou a construir no Corinthians que venceria tudo com Tite. Equipe competitiva, pragmática. Muitas vezes dando a impressão de que subaproveita a qualidade que conta no elenco. O que também contribui para receber menos elogios, mesmo da mídia mais “festiva”.

Mas é impossível negar sua força. Com a sequência e as mudanças pontuais no elenco, normalmente com mais chegadas que saídas, Mano pode dar o polimento, ajustando mecanismos, criando opções e variações. Usufruir da vantagem de ter processos consolidados e modelo de jogo assimilado.

A volta de Fred depois de longo período afastado por séria lesão é acréscimo no ataque. Experiência, liderança e presença de área. Raniel espera no banco para acelerar e dar profundidade às ações ofensivas. Se perdeu De Arrascaeta para o Flamengo, repôs com duas peças: Rodriguinho para jogar por dentro na linha de meias do 4-2-3-1 praticamente imutável revezando com Thiago Neves e Marquinhos Gabriel faz o lado esquerdo, podendo alternar com Rafinha. David seria mais um para colocar velocidade pelo flanco, mas se lesionou.

Jadson veio do Fluminense para ser a reposição a Robinho sem mudar as características de “ponta volante” pela direita, atuando mais próximos dos volantes que podem ser Henrique, Lucas Silva, Lucas Romero ou Ariel Cabral. Sempre em duplas para a proteção da defesa, prioridade do treinador que preza muito a segurança e o equilíbrio entre os setores. Linhas compactas, pressão no homem da bola, intensidade,concentração no posicionamento.

Retaguarda que só tem Dedé como titular absoluto, além de Fábio na meta. Edilson e Orejuela pela direita, Murillo como opção para Leo e Fabrício Bruno e Cacá completando o setor que perdeu Manoel para o Corinthians. Na esquerda, Egídio é titular, mas agora com a sombra de Dodô. Ou seja, a utilização de dois times na temporada é mais que viável.

Importante para quem não conseguiu ser competitivo de fato no Brasileiro nos últimos dois anos por conta da disputa da Copa do Brasil até a final. A liderança do Mineiro ao lado do América é menos importante que o potencial de crescimento, de aprimoramento ao longo do ano.

Até por cultura, o clube deve seguir priorizando o mata-mata quando a temporada afunilar. Mas desta vez há elenco para lutar em todas as frentes. Quieto, pelas beiradas. Com o perdão do clichê que pode se fazer verdade novamente em 2019.

 

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Carille volta ao Corinthians com status (e pressão) de “terceiro arquiteto” http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2018/12/21/fabio-carille-volta-ao-corinthians-com-status-e-pressao-de-terceiro-arquiteto/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2018/12/21/fabio-carille-volta-ao-corinthians-com-status-e-pressao-de-terceiro-arquiteto/#respond Fri, 21 Dec 2018 03:07:51 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=5683

Em dezembro de 2016, Fábio Carille foi anunciado como treinador do Corinthians com zero pompa e circunstância. Quarta opção depois de negativas de Guto Ferreira, Dorival Júnior e Reinaldo Rueda, estava cercado de desconfianças após ter recebido uma oportunidade no lugar de Cristóvão Borges, o sucessor de Tite, e em seguida o clube optar pela experiência de Oswaldo de Oliveira.

Dois anos depois, a recepção no aeroporto foi digna do comandante nas três últimas conquistas do clube antes de partir para o Al-Wehda: dois títulos paulistas e o Brasileiro de 2017. Agora com luz própria, sem o rótulo de discípulo de Tite. Ainda que o resgate da identidade corintiana seja a grande esperança de torcida e diretoria para 2019.

Antes havia a pressão natural de um time grande  – Carille chegou a balançar nos primeiros meses de 2017 com resultados e desempenho mais que questionáveis. Mas a rigor a expectativa era quase nenhuma. O técnico focou primeiro em resultados que sustentassem o trabalho e o tempo entregou o time base que surpreendeu e fez história, ainda que estivesse longe da “quarta força” que foi utilizada como provocação para mobilizar e terminou o ano como tema principal do desabafo pós títulos.

Agora, mesmo que Mano Menezes tenha sido procurado primeiro por Andrés Sánchez, só fica a responsabilidade de tentar repetir o feito. Mas desta vez sem efeito surpresa e com o currículo trazendo confiança, mas também a cobrança desmedida típica do futebol brasileiro. Mais uma vez o óbvio precisa ser dito: Carille não vai entrar em campo. E desta vez será o grande chefe, não aquele auxiliar que estava sempre por ali colaborando nos treinos sem protagonismo e que precisava da ajuda de todos na maior oportunidade da carreira.

Os insucessos de Osmar Loss e depois de Jair Ventura, também com pouca rodagem, deixaram claro que o Corinthians não trabalhava numa espécie de “piloto automático” independentemente da qualidade do comando e também do elenco. O time sentiu o desmanche, mas também a falta das mãos que participavam dos processos há muito tempo.

É possível formar de novo um time competente em 2019. Ramiro é volante que ajeita meio-campo, aberto ou por dentro. Se “Gustagol” retornar do Fortaleza com a mesma confiança de artilheiro pode ser a solução “caseira”, ainda que não tenha as características de Jô, fundamental em 2017. É possível também retomar a dinâmica ofensiva sem referência, com dois ponteiros e uma dupla de meias por dentro alternando como “falso nove”. Pedrinho é talento que ganha maturidade e pode ser uma peça desequilibrante com mais regularidade.

Há uma base experiente com Cássio, Fagner, Henrique, Jadson e Romero. Luan do Atlético-MG está na mira para ser o ponteiro de rapidez e intensidade. Sornoza é meia com qualidades, mas depende muito dos estímulos para demonstrar consistência. Richard, também vindo do Fluminense, é opção de volante para proteção e infiltração na área adversária.

Na capacidade de investimento será bem difícil competir com Palmeiras, Flamengo, Grêmio e Cruzeiro. Mas se conseguir novamente associar mentalidade vencedora e capacidade competitiva, com solidez defensiva e eficiência no ataque tendo a concentração como a grande marca do time em campo, o Corinthians pode retomar o norte do período mais vencedor de sua história.

Mas com um novo Fabio Carille. Carregando a dor e a delícia de ser visto em um patamar não tão distante de Mano Menezes e Tite. Não mais o auxiliar que deu certo e sim o “terceiro arquiteto” da sólida construção corintiana dos últimos dez anos. Não é pouco e a cobrança virá na mesma proporção.

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Cruzeiro bi e maior campeão da Copa do Brasil, com a marca de Mano Menezes http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2018/10/18/cruzeiro-bi-e-maior-campeao-da-copa-do-brasil-com-a-marca-de-mano-menezes/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2018/10/18/cruzeiro-bi-e-maior-campeao-da-copa-do-brasil-com-a-marca-de-mano-menezes/#respond Thu, 18 Oct 2018 03:02:16 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=5375 O mais impressionante da campanha cruzeirense na sexta conquista da Copa do Brasil, o primeiro a vencer duas vezes consecutivas, foi a campanha fora de casa. Atlético-PR, Santos, Palmeiras e Corinthians. 100% de aproveitamento.

Porque é um time frio e “cascudo”, mas, acima de tudo, organizado por Mano Menezes. Sempre compacto e com setores bem coordenados. Ataca pronto para defender, se posta atrás preparado para as rápidas transições ofensivas. Muita concentração na execução do plano de jogo, além da mentalidade vencedora. Desta vez com desempenho mais consistente do que em 2017, mesmo com alguns problemas jogando no Mineirão.

Na final em Itaquera, um primeiro tempo quase perfeito taticamente. Mesmo com Rafinha sacrificado para auxiliar Lucas Romero, improvisado na lateral esquerda. Além do gol de Robinho, no rebote do chute na trave de Barcos aproveitando falha de Léo Santos, uma cabeçada na trave de Dedé, o melhor da final. Oito finalizações, quatro no alvo. Não permitiu nenhuma na direção de Fabio em 45 minutos.

Sofreu na segunda etapa com o pênalti, mais que discutível assinalado pelo árbitro Wagner do Nascimento Magalhães com auxílio do VAR, de Thiago Neves sobre Ralf e convertido por Jadson. Compensado pela falta, também muito questionável e novamente utilizando árbitro de vídeo, de Jadson em Dedé no lance que terminou no golaço de Pedrinho que levaria para a decisão por pênaltis. Este que escreve não teria marcado nenhuma das duas.

Time e torcida da casa esfriaram, o Cruzeiro se reagrupou num 4-1-4-1 com Henrique entre as linhas de quatro, Lucas Silva no lugar de Thiago Neves e Raniel e De Arrascaeta,substitutos de Barcos e Rafinha, prontos para os contragolpes. Na saída rápida, passe do atacante e gol do uruguaio que cruzou o mundo depois de servir sua seleção e fez valer o investimento com belo toque por cima de Cássio.

O Corinthians fez o que pôde dentro de seu contexto de dificuldade financeira e desmanche de elenco e comissão técnica. Jair Ventura foi infeliz na formação inicial num 4-2-3-1 com Emerson Sheik e Jonathas na tentativa de tornar sua equipe ofensiva. Sacrificou Jadson na organização e criou pouco. Na segunda etapa foi na fibra, no grito. Não deu.

Porque o Cruzeiro é forte e um visitante indigesto no mata-mata nacional. Com a marca de Mano Menezes, treinador tricampeão do torneio. Um dos melhores do Brasil no trabalho mais longevo entre os grandes do país. Terminou em taça mais uma vez.

(Estatísticas: Footstats)

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Flamengo de Dorival faz mais gols com menos cruzamentos e finalizações http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2018/10/13/flamengo-de-dorival-faz-mais-gols-com-menos-cruzamentos-e-finalizacoes/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2018/10/13/flamengo-de-dorival-faz-mais-gols-com-menos-cruzamentos-e-finalizacoes/#respond Sat, 13 Oct 2018 23:16:39 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=5352 Desde o início do Fla-Flu no Maracanã estava claro que o lado forte ofensivamente do time rubro-negro seria o esquerdo, com Renê, Lucas Paquetá e Vitinho para cima de Mateus Norton, volante tricolor improvisado na direita substituindo o suspenso Léo, titular depois da lesão de Gilberto.

Marcelo Oliveira tentou compensar abrindo Marcos Júnior no setor para auxiliar e Ibañez na cobertura. Um 3-4-2-1 que até começou bem, com finalização de longe de Luciano, aproveitando falha de Rever que proporcionou o contragolpe.

Mas depois o time de Dorival Júnior dominou inteiramente o primeiro tempo. Posse de bola, volume de jogo e intensidade na marcação em contraste com a postura passiva do rival. Criou chances, teve posse girando em torno de 60% – terminou os primeiros 45 minutos com 58%.

Finalizou 11 vezes, quatro no alvo. Mas gols apenas nas jogadas aéreas. Duas assistências de Vitinho, novamente um dos destaques. A primeira na jogada característica, cortando para dentro e levantando com efeito. Para Uribe desviar, a bola bater no zagueiro Digão e sair do alcance de Julio César. Depois a cobrança de escanteio pela direita que passou por Réver e encontrou Léo Duarte.

Dez cruzamentos, sete corretos. No total foram 21, nova certos. Menos que a média total de 24 e quase o dobro dos cinco que encontram os companheiros. Melhora também na relação finalização/gol: 15 nos 90 minutos, seis no alvo. Três gols. Uma a cada cinco. Contra o Corinthians, também três gols em 12. Quatro conclusões para ir às redes.

Eficiência que Uribe enfim demonstrou com a camisa do Fla: três finalizações, todas na direção da meta de Julio César, duas nas redes. A última um tanto atabalhoada, mas aproveitando de novo um ataque pela esquerda. Mesmo com Marcelo Oliveira trocando no intervalo Mateus Norton por Danielzinho, deslocando Jadson para a ala direita.

Depois os rubro-negros controlaram o jogo, ganharam velocidade nos contragolpes com a entrada de Berrío na vaga de Everton Ribeiro. Rever, contundido, já havia saído para a entrada de Rhodolfo e Dorival trocou Uribe por Rômulo para reforçar a marcação no meio.

Também para dar um refresco para Willian Arão, que levou cartão amarelo por falta dura em Ayrton Lucas e flertou com o vermelho na segunda etapa. O volante até apareceu como opção pela direita e por dentro em alguns momentos, entrando no espaço certo, mas errou demais nas finalizações.

Destoou na boa atuação coletiva do Fla. Mostrando evolução além do “fato novo” na mudança de treinador. Até aqui, a melhora no desempenho é reflexo também do tempo maior para treinamentos. Os cruzamentos não são a esmo, as finalizações não são tão truncadas. Há mais fluência nas ações ofensivas.

Dorival vai corrigindo deficiências, dando confiança a jogadores desacreditados. Fazendo o Flamengo sonhar com uma arrancada na reta final do Brasileiro.

(Estatísticas: Footstats)

 

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Fluminense ganha corpo e goleia Paraná com força ofensiva de seus volantes http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2018/10/08/fluminense-ganha-corpo-e-goleia-parana-com-forca-ofensiva-de-seus-volantes/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2018/10/08/fluminense-ganha-corpo-e-goleia-parana-com-forca-ofensiva-de-seus-volantes/#respond Tue, 09 Oct 2018 00:57:38 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=5327 O virtual rebaixado Paraná não é parâmetro para avaliações mais profundas, mas foi ao Maracanã para complicar através da retranca. Claudinei Oliveira plantou cinco homens na última linha, por vezes seis. Guardando com muito cuidado o seu setor direito.

Porque Ayrton Lucas e Everaldo são as melhores opções ofensivas do Fluminense de Marcelo Oliveira que preservou boa parte das ideias de Abel Braga. Depois de experimentar linha de quatro, resolveu voltar aos três zagueiros. Mas num 3-4-1-2 mais móvel com a entrada de Luciano na vaga do lesionado Pedro. Mesmo desequilibrado ao deixar o lado direito apenas com o ala Léo e apoio eventual de alguém do meio ou do zagueiro Ibañez.

Como acontece com a maioria dos times brasileiros,  o Flu sofreu para trabalhar a bola e buscar as infiltrações. Trocava passes e batia no muro, depois ensaiou apelar para os cruzamentos, mas sem uma referência no ataque com boa estatura ficou claro que seria arma interessante apenas nas bolas paradas, com os zagueiros aparecendo na área adversária.

A solução que resolveu o jogo nos 4 a 0 que alçam o Flu à oitava colocação – pelo menos até o Cruzeiro, com a mesma pontuação, enfrentar o Ceará no jogo adiado por conta do jogo na quinta pela Libertadores emendado com eleições gerais no país e final da Copa do Brasil – foi atacar com os volantes. Dois gols de Jadson, um de Richard. Jogando de área a área.

Na dificuldade para penetrar, os chutes mesmo diante de um forte bloqueio. O de Everaldo que desviou e encontrou Jadson no primeiro, o de Richard que desviou na defesa e saiu do alcance do goleiro Richard Costa. No início do segundo tempo, outro de Jadson. Pisando na área adversária. Em ritmo de treino no final, com Paulo Ricardo, Calazans e  Danielzinho ganhando minutos, mais um de Luciano consolidando a goleada.

Imposição do estilo com 61% de posse de bola e 15 finalizações. Quatro de Jadson, duas de Richard, metade no alvo. 32 cruzamentos, número alto. Mas definiu com bola no chão e arriscando de fora. Atacando com os volantes. Recursos que não são tão habituais para abrir retrancas. Funcionou também pelas muitas fragilidades do Paraná.

O Fluminense cumpriu sua missão e ganha corpo. Se afasta do Z-4 para se concentrar nas quartas de final da Copa Sul-Americana contra o Nacional. Mas antes vai mais forte para o clássico contra o Flamengo sábado no Maracanã.

(Estatísticas: Footstats)

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Romero é a marca da “identidade Corinthians” em mais uma reconstrução http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2018/07/29/romero-e-a-marca-da-identidade-corinthians-em-mais-uma-reconstrucao/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2018/07/29/romero-e-a-marca-da-identidade-corinthians-em-mais-uma-reconstrucao/#respond Sun, 29 Jul 2018 16:12:31 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=4990 Fabio Carille teve oportunidades como interino antes de ser efetivado como treinador do Corinthians em 2017. Quando saiu com status de vencedor, o sucessor Osmar Loss não desfrutou de tempo para “estágio”. Mesmo em um time campeão brasileiro e bi do Paulista não é uma transição simples.

Para piorar, a continuação de mais um desmanche por conta dos problemas financeiros do clube. Antes Pablo, Jô e Guilherme Arana, depois Balbuena, Sidcley, Maycon. Por último, Rodriguinho. Protagonista e melhor finalizador. Como único contraponto, a permanência de Jadson.

A solução foi manter a identidade de organização e concentração defensiva, mesmo com muitos erros individuais e natural desentrosamento na última linha da retaguarda, e buscar a melhor reposição possível. Na lateral esquerda, Danilo Avelar vai ganhando confiança e encaixe. No meio, Douglas tem passe mais qualificado que Renê Júnior e melhora a dinâmica e a construção de jogadas.

Na frente, com Roger lesionado e Jonathas ainda se adaptando, Loss recorreu ao 4-4-2 sem centroavante dos tempos de Carille. Na frente, o retorno de Jadson e liberdade para o grande personagem desta tentativa de reação no Brasileiro com as vitórias por 2 a 0 sobre o Cruzeiro em Itaquera e 4 a 1 contra o Vasco no Mané Garrincha.

Ángel Romero marcou cinco dos seis gols da equipe, mas não só isso. Muita mobilidade quando atua solto na frente, sempre rondando a área adversária, e a já conhecida eficiência nas finalizações. Ainda a volta pela direita para compensar a intensidade e a resistência não tão altas de Pedrinho para fazer a função pelo lado. Dá liberdade ao jovem talentoso, mas não deixa de participar das ações ofensivas.

No segundo tempo em Brasília, a melhor atuação corintiana sob o comando de Loss. Com algumas marcas da maneira de jogar construída por Mano Menezes e Tite e ratificada por Carille: apenas 47% de posse e nove finalizações. Seis no alvo, quatro gols. Apenas oito desarmes certos contra 23 do Vasco. Mas oito interceptações corretas e nenhuma do adversário. Consequência de um time melhor posicionado. A “identidade Corinthians”.

Evolução importante para um momento fundamental da temporada, com as disputas de mata-mata na Copa do Brasil e na Libertadores chegando. Com tantas mudanças recentes é difícil vislumbrar regularidade suficiente para ser competitivo em três frentes. Mas a impressão é de que mais uma vez o Corinthians pode minimizar em campo os problemas crônicos de gestão.

Com mais um que “herda” protagonismo: já foi Jadson, depois Jô, Rodriguinho… Agora é a vez de Romero. Antes desprezado e até motivo de chacota, agora a estrela de mais uma reconstrução do atual campeão brasileiro.

(Estatísticas: Footstats)

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A “identidade Corinthians” resiste, mas até quando? http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2018/05/18/a-identidade-corinthians-resiste-mas-ate-quando/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2018/05/18/a-identidade-corinthians-resiste-mas-ate-quando/#respond Fri, 18 May 2018 12:30:06 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=4597 A goleada por 7 a 2 sobre o Deportivo Lara, talvez pela profunda crise na Venezuela, fez lembrar os confrontos com os times semiamadores do país de décadas passadas. Mas o Corinthians cumpriu seu papel goleando e, com o resultado, garantindo a vaga nas oitavas de final da Libertadores e encaminhando a liderança do Grupo 7.

O que segue impressionando é a capacidade de reinvenção da equipe dentro da já decantada “identidade Corinthians”. Até Mantuan, inseguro e hesitante na reposição ao lesionado Fagner, vai ganhando confiança pela direita. Tanto na composição da linha de quatro quanto no aproveitamento do corredor deixado por Pedrinho. Joia da base enfim alçada ao profissional e acrescentando drible e inventividade ao quarteto ofensivo.

Ataque que perdeu Jô, pivô eficiente e que fazia a equipe jogar, e se adapta à dinâmica sem centroavante. Na Venezuela, a veia de artilheiro ficou com Jadson e seus três gols. Rodriguinho, melhor finalizador, parece fadado aos gols decisivos, não em jogos fáceis. Sidcley entrou na vaga deixada por Guilherme Arana e é mais um que rende no time ajustado. Gol e assistência para Jadson.

O modelo é a chave que os concorrentes começam a entender e buscar. Se há uma maneira de jogar que não é definida de acordo com o treinador da vez fica mais fácil assimilar os movimentos. Desde a posição corporal na hora de defender a meta de Cássio. Balbuena ensina Mantuan, Henrique e Sidcley e são protegidos pela linha de quatro mais à frente, porém compacta, com os volantes e ponteiros.

Na saída para o ataque, a busca pelas triangulações e a já famosa concentração para não desperdiçar oportunidades. Por isso, mesmo com o decréscimo no nível técnico com a perda de peças o desempenho médio não cai.

Ao menos por enquanto. Porque a proposta do Al-Hilal por Fabio Carille pode levar também alguns titulares. Maycon vai para o Shakhtar Donetsk depois da Copa do Mundo, Cássio e Fagner estarão no período de preparação da seleção brasileira com o Brasileiro rolando e a janela europeia também pode fazer um estrago no elenco.

O Corinthians sofre ao não transferir a organização e a competência dentro de campo para a gestão. Ainda que seja complicado, em qualquer cenário, competir com a moeda e a economia mais fortes de outros centros, o clube deveria resistir mais. Tem receitas para isto. Mas a dificuldade de gerir as finanças com um estádio caro para pagar é obstáculo para um domínio que podia ser maior e corre o risco de evaporar a qualquer momento.

A alternância de poder no Brasil costuma ser implacável. A concorrência aprende com quem está dominando e o time vencedor do período se acomoda nas velhas fórmulas ou paga a conta de um investimento sem sustentação do orçamento. O São Paulo tricampeão brasileiro e hoje decadente é o exemplo mais clássico e duradouro.

O Corinthians respira e segue vencendo. Os sustos, porém, devem vir pelo caminho. Osmar Loss pode ser a nova solução caseira e o elenco ser reciclado mais uma vez. Ao menos o clube aprendeu com o hiato de Cristóvão Borges e Oswaldo de Oliveira o que não deve fazer. Mas até quando resiste a identidade do maior vencedor do país nesta década?

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Taça Rio é detalhe! Fluminense tem o melhor jogo coletivo do Carioca http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2018/03/25/taca-rio-e-detalhe-fluminense-tem-o-melhor-jogo-coletivo-do-carioca/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2018/03/25/taca-rio-e-detalhe-fluminense-tem-o-melhor-jogo-coletivo-do-carioca/#respond Sun, 25 Mar 2018 21:09:02 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=4352 Flamengo e Vasco estão na Libertadores e o rubro-negro conta com elenco mais qualificado no papel, até pelo abismo que vai se criando no poder de investimento em relação aos demais grandes do Rio de Janeiro.

Mas o melhor jogo coletivo entre os times cariocas no momento é do Fluminense. Não só pelos 3 a 0 sobre o Botafogo na decisão da Taça Rio. Apesar da eliminação até vexatória da Copa do Brasil com duas derrotas para o Avaí – compreensível pelas oscilações de um elenco com muitos garotos dentro de um clube com sérios problemas financeiros que aproveita a garotada como única opção.

O campo mostra que é a equipe que apresenta mais soluções para resolver os jogos. A execução do 3-4-2-1/5-4-1 vai evoluindo jogo a jogo. Muita fluência pelos flancos com Gilberto, Jadson e Marcos Juníor à direita e Ayrton Lucas, Richard e Sornoza pela esquerda. Circula a bola com rapidez e objetividade pelo centro sempre procurando os lados.

Na referência do ataque, o jovem Pedro está cada vez mais à vontade. Fez o primeiro e serviu de peito Marcos Júnior no segundo. Ambos artilheiros do campeonato, com seis gols. Jadson fechou o placar no último ataque, atuando mais avançado dentro de um 5-4-1 bem organizado tirando espaços e negando oportunidades claras ao rival que partiu para cima com Pimpão, Renatinho e Luis Ricardo na segunda etapa.

O Flu aproveitou os muitos espaços deixados pelo Botafogo de Alberto Valentim que marca “com os olhos”, sem pressão no adversário com a bola. Teve 58% de posse e finalizou 18 vezes contra 16 do tricolor. Mas falhou nas finalizações e no trabalho defensivo. Algo a se corrigir com urgência até quarta para a semifinal contra o Flamengo.

No outro confronto há um favorito claro. O Flu pode até jogar mal na quinta contra o Vasco e, mesmo com vantagem do empate, ficar fora da grande decisão. É time jovem, com claras limitações e sujeito a uma noite ruim. Mas hoje no Rio de Janeiro ninguém joga um futebol mais consistente que a equipe de Abel Braga. A conquista do returno é apenas um detalhe. Ou mera consequência.

(Estatísticas: Footstats)

 

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