luan – Blog do André Rocha http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br O blog se propõe a trazer análises e informações sobre futebol brasileiro e internacional, com enfoque na essência do jogo, mas também abrindo o leque para todas as abordagens possíveis sobre o esporte. Mon, 13 Jul 2020 13:46:43 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Corinthians tem problemas no campo para resolver antes de debater vestiário http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2020/03/08/corinthians-tem-problemas-no-campo-para-resolver-antes-de-debater-vestiario/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2020/03/08/corinthians-tem-problemas-no-campo-para-resolver-antes-de-debater-vestiario/#respond Mon, 09 Mar 2020 00:55:48 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=8118

Foto: Estadão Conteúdo

O trabalho de Tiago Nunes até aqui decepciona, impossível negar. Mesmo considerando os problemas internos do Corinthians, além da insanidade de emendar Flórida Cup com Libertadores antes da fase de grupos. E ainda a proposta de mudar a identidade de jogo que, com um ou outro hiato, vinha desde 2008.

A eliminação no torneio continental abalou a confiança e criou o clima de crise. Aquele em que se procura de tudo para justificar o mau desempenho. É um ciclo ladeira abaixo, mesmo disputando apenas estadual no momento. São cinco partidas sem vitória. Consequência do futebol bem aquém das expectativas.

Como sempre acontece nessas ocasiões, muitos vão buscar nos bastidores a explicação. Como se o elenco fosse de craques e não houvesse dificuldades naturais na implementação de uma nova maneira de jogar. Surgiu, então, a tal “cartilha do Tiago”. Questões disciplinares que, se o time estivesse vencendo, seriam elencadas como o “segredo” do treinador. Como as vitórias desapareceram, surge o papo de boicote.

Pode haver insatisfação? Sempre, até porque em todo ambiente de trabalho existen pessoas resistentes a regras e mudanças na rotina. Mas será que está influindo na bola jogada ou é apenas um complicador a mais em ambiente conturbado?

Olhando para o campo, um problema no ataque salta aos olhos: o quarteto ofensivo engessado e ultrapassado na dinâmica: dois ponteiros velozes, um típico meia de ligação e o centroavante de referência. Sem mobilidade e troca de funções. Ou quando ela acontece os jogadores não correspondem. Luan não vai bem quando cai pelos flancos; nem Janderson e Everaldo sabem trabalhar por dentro e só cortam para finalizar, especialmente o segundo. Por fim, Boselli no máximo sai da área para fazer a parede. Tem técnica, porém não amplia a sua zona de atuação. Funcionou contra o Santos e em outros poucos momentos.

A construção de trás fica nas costas de Fagner e Cantillo. Bem vigiados pelos adversários e também contaminados pela falta de confiança, deixam de ser bolas de segurança e forçam o time a apelar mais para as ligações diretas. Ou seja, fica ainda pior que o “réquiem” da identidade com Carille no ano passado.

O 4-2-3-1 engessado do Corinthians nos últimos jogos que não cria variações e sobrecarrega Fagner e Cantillo na construção de trás (Tactical Pad).

Difícil buscar uma solução. Por características, Ramiro pela direita seria interessante para criar uma variação como “ponta-volante” e preencher o meio-campo. Tirando um ou outro jogo, porém, nunca teve desempenho no Corinthians que justificasse a confiança para provocar uma mudança de patamar. Mas é uma possibilidade, assim como Pedrinho, negociado ao Benfica, mas vai ficar no clube até o meio do ano.

Na frente, pela mobilidade, talvez apostar em Vagner Love no centro e Yony González dando profundidade pela esquerda, infiltrando em diagonal. Mas aí o problema passa a ser a falta de contundência no ataque. A equipe precisa de volume de jogo, mais gente entrando na área e dividindo os gols, já que não há um artilheiro destacado.

Cenário complicado, quase desesperador para Tiago Nunes, que não se ajuda ao culpar o gramado pelo empate com o Novorizontino. Mas antes de debater gestão de vestiário é sempre melhor dar uma olhada para o que acontece nos jogos.

Nem tudo é “fritura de técnico”. Às vezes tudo se resume a mau futebol mesmo e não perceber é adiar a solução.

 

 

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Se não fizer loucuras, Corinthians será forte na Libertadores 2021 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2020/02/13/se-nao-fizer-loucuras-corinthians-sera-forte-na-libertadores-2021/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2020/02/13/se-nao-fizer-loucuras-corinthians-sera-forte-na-libertadores-2021/#respond Thu, 13 Feb 2020 12:28:55 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=7965 Jogar Flórida Cup e estrear na Libertadores em fevereiro é uma insanidade. Mais ainda quando um time se propõe a mudar a filosofia de jogo.

O São Paulo penou no ano passado com André Jardine, o Corinthians se virou em 2015 com Tite, queimou etapas de preparação para ser competitivo rapidamente e pagou um preço caro no Paulista e na própria Libertadores. Contra o mesmo Guaraní.

Em 2020, o Corinthians também sofreu, repetindo o fiasco contra o Tolima em 2011. Mas desta vez por conta do gol “qualificado”. Foi às redes com Luan e Boselli, Finalizou 42 vezes em 180 minutos, 11 no alvo.

Teve volume de jogo com Camacho e Cantillo no meio-campo e o apoio de Fagner no corredor direito. Em Itaquera, mais presença física na área adversária com Vagner Love e Boselli. Ainda os lampejos de Luan.

Mas é uma transição complicada, ainda mais por conta da escolha de Tiago Nunes por assumir apenas na volta das férias e não aproveitar a reta final do Brasileiro para começar a implementar o modelo de jogo. Ainda que houvesse mudanças no elenco em seguida.

Talvez corrigisse o problema crônico do time no jogo aéreo defensivo, especialmente na bola parada – a que custou o gol da derrota no Paraguai. Ou melhorasse a coordenação do ataque com a proposta mais ofensiva. Comprometida no segundo tempo pela tola expulsão de Pedrinho.

Agora a pressão virá já no Paulista. Talvez a cobrança de combinar as novas ideias com a “identidade Corinthians” de antes. Difícil prever o que pode acontecer em um ambiente contaminado.

Mas se não fizer nenhuma loucura, o time paulista pode encontrar um bom caminho. Com Pedrinho ou Ramiro como um meia partindo da direita para dentro se entender com Luan e se juntar ao centroavante – Boselli hoje à frente de Love. Do lado oposto, a velocidade e as infiltrações em diagonal de Yony González. Ou Janderson, que tem potencial e precisa amadurecer.

Para terminar bem a temporada e chegar forte na Libertadores 2021. Direto na fase de grupos, evitando o inferno deste fevereiro.

(Estatísticas: SofaScore)

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Se o Guaraní for o Tolima da vez, que Tiago Nunes seja Tite http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2020/02/06/se-o-guarani-for-o-tolima-da-vez-que-tiago-nunes-seja-tite/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2020/02/06/se-o-guarani-for-o-tolima-da-vez-que-tiago-nunes-seja-tite/#respond Thu, 06 Feb 2020 10:57:38 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=7920 O Corinthians teve 72% de posse de bola e finalizou 19 vezes contra apenas oito do Guaraní paraguaio em Assunção. Dominou a ida da segunda fase da Libertadores, mas não dá para dizer que jogou bem.

Porque o que se espera de um time superior técnica e taticamente é que naturalmente crie as chances cristalinas e as aproveite. A equipe de Tiago Nunes finalizou no alvo apenas quatro vezes. Também foram quatro as chances claras contra apenas duas do adversário. Todas no início do jogo. Uma bola na trave e o gol de Jorge Morel, logo aos sete minutos.

De novo a falha no jogo aéreo. Vacilo de Sidcley dando condições. O time brasileiro pode contestar uma falta de Benitez em Boselli na origem, mas não reclamar da sorte.

Everaldo e o centroavante argentino não podem desperdiçar oportunidades tão claras. Luan não tem o direito de ser tão irregular, mesmo em um início de ano.

2020 que teve Flórida Cup e Libertadores quando deveria ser pré-temporada. Cenário complicado que sacrificou o São Paulo no ano passado. Em 2015, obrigou Tite a queimar etapas na preparação. Conseguiu a vaga na fase de grupos, mas depois pagou nas oitavas do torneio ontra o próprio Guaraní.

Os paraguaios podem repetir o feito, mas agora de forma “precoce”. Ou ser o Tolima da vez se resistir em Itaquera.

O Corinthians ainda é o favorito à vaga. Mesmo com oscilações já mostra um esboço do que o novo treinador quer em intensidade e fluidez no jogo. No ritmo de Victor Cantillo, já identificado como o “maestro”. Por todos, inclusive o adversário que vigiou de perto o meio-campista colombiano.

Se cair de novo antes da fase de grupos, que Tiago Nunes seja o Tite de nove anos atrás. Ou seja, avaliado pelo potencial a desenvolver e respaldado pela direção, novamente com Andrés Sanchez à frente.

Nem sempre é possível fazer milagre com um calendário tão maluco que já tem time pressionado e jogando a vida em fevereiro.

(Estatisticas: SofaScore)

 

 

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Mesmo sem Flórida Cup, rascunho do Corinthians pode dar em bela arte final http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2020/01/18/mesmo-sem-florida-cup-rascunho-do-corinthians-pode-dar-em-bela-arte-final/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2020/01/18/mesmo-sem-florida-cup-rascunho-do-corinthians-pode-dar-em-bela-arte-final/#respond Sun, 19 Jan 2020 02:00:36 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=7842

Foto: Gledston Tavares / Framephoto / Estadão Conteúdo

O resultado tinha uma relativa importância pelo contexto da rivalidade com o Palmeiras. Qualquer taça em disputa vale. Por isso o Corinthians sentiu no apito final a derrota de virada por 2 a 1 para o Atlético Nacional que deu a Flórida Cup para o Palmeiras, que vencera, também de virada pelo mesmo placar, o New York City.

Mas o saldo dos primeiros testes, um tanto precoces, pode ser considerado positivo. Tiago Nunes rascunhou a equipe em um 4-2-3-1 que resgatou boa ideia do Grêmio campeão da Libertadores em 2017: Ramiro como “ponta-volante” partindo da direita para dentro trabalhando com Luan, criando superioridade numérica no meio e abrindo o corredor para o lateral – Fagner, no caso.

Além disso, valeram os momentos de intensidade, de rapidez no perde-pressiona e dos passes verticais de Camacho e Victor Cantillo, destaque com dinâmica no trabalho entre as intermediárias, visão de jogo e perigo nos chutes de média/longa distância.

As chances desperdiçadas, porém, custaram, de certa forma, o título do torneio em Orlando. No primeiro tempo, Boselli perdeu pênalti sofrido por Fagner, infiltrando justamente no corredor. Vagner Love entrou na segunda etapa e desperdiçou contragolpe iniciado pela bola recuperada no campo de ataque, passe de Ramiro e o camisa nove errando duas vezes à frente do goleiro Cuadrado.

Luan foi melhor na estreia, não só pelos dois gols. Mas novamente se movimentou bem, buscando espaços às costas dos meio-campistas do time colombiano, que mostrou evolução em relação à partida contra o Palmeiras, foi superior na segunda etapa e mereceu a virada com gols de Gustavo Torres e Sebastián Gómez.

As muitas substituições sempre descaracterizam a análise da capacidade competitiva. Mas os 90 minutos com titulares nas duas partidas mostraram que há esperanças. Já para o confronto pela segunda fase da Libertadores contra San José ou Guarani que começa em 5 de fevereiro.

Com a volta de Pedrinho da seleção pré-olímpica e a definição na lateral-esquerda entre Lucas Piton e um Sidcley ainda longe da melhor condição física, fica faltando um bom nome para ocupar a ponta pela esquerda.  Tiago Nunes precisa de um jogador com maior capacidade de desequilibrar: com dribles e/ou velocidade para acelerar contragolpes e infiltrações em diagonal. Não parece ser Janderson.

De qualquer forma, o futuro é promissor em caso de evolução sólida. O rascunho pode dar em bela arte final.

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Grêmio focado só engrandece o Brasileiro http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/09/22/gremio-focado-so-engrandece-o-brasileiro/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/09/22/gremio-focado-so-engrandece-o-brasileiro/#respond Sun, 22 Sep 2019 10:50:49 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=7308

Foto: Lucas Uebel / Grêmio

O Grêmio é tão “viciado” em mata-mata que já chegou a poupar titulares na fase de grupos da Libertadores, disputada por pontos corridos, para jogar uma etapa eliminatória do estadual. Questão de cultura do clube “copero y peleador”. Maior ídolo do tricolor gaúcho, Renato Gaúcho assume esse perfil sem maiores traumas e a torcida apoia incondicionalmente.

Mas com as semifinais da Libertadores apenas em outubro, a eliminação traumática da Copa do Brasil nos pênaltis para o Athletico depois de abrir 2 a 0 em casa e perdendo a chance de fazer uma final histórica com o rival Internacional, Renato sabe que precisa dar atenção ao Brasileiro. Também para enfrentar com moral no torneio continental o Flamengo, líder do campeonato nacional e empilhando sete vitórias seguidas.

O Grêmio emendou três desde o duro revés na Arena da Baixada: 4 a 1 no Cruzeiro no Independência, 3 a 0 no Goiás em casa e sobre o Santos, na Vila Belmiro. Dez gols marcados, um sofrido e desempenho para resgatar a questão: que time joga o melhor futebol do país? O estelar rubro-negro que conseguiu encaixe rápido com Jorge Jesus ou o do trabalho longo, assimilado, que troca peças e mantém a ideia de ter a bola e atacar dentro ou fora de casa?

Em Belo Horizonte e na casa do alvinegro praiano, o time gaúcho também mostrou versatilidade para atrair os times de Rogerio Ceni e Jorge Sampaoli, não controlar a posse de bola e finalizar menos, mas ser letal em rápidas transições ofensivas. Sofrendo um pouco na defesa sem Leonardo Gomes e, principalmente, Pedro Geromel, ambos lesionados. Mas desequilibrando na frente com Everton Cebolinha.

Contando novamente com Luan para tentar repor outra ausência importante, também por contusão: Jean Pyerre, que rearrumou com Matheus Henrique o meio-campo órfão de Arthur. Mais uma mudança no ataque, mas esta por opção de Renato: sai André, entra Diego Tardelli. Com mobilidade e inteligência para abrir espaços e tornar o ataque menos previsível. Potencializando Everton, mas também Alisson, o ponta pela direita que circula e também busca as infiltrações em diagonal no imutável 4-2-3-1 gremista.

Mudam as peças e até a proposta de jogo, mas não a impressão de que o Grêmio pode vencer qualquer time em qualquer estádio do país. Contanto que tenha foco. A atenção dada aos pontos corridos deve durar mais uma rodada: na quinta enfrenta o Avaí na Arena em Porto Alegre. Contra o Fluminense, domingo no Maracanã, Renato deve colocar os reservas já pensando no primeiro duelo com o Flamengo no dia 2. Depois é incógnita, porque serão dois jogos por semana no Brasileiro até a volta, dia 23 no Maracanã.

A única certeza é de que quando o Grêmio se volta para os pontos corridos, mesmo de “rabo de olho”, o nível sobe muito. Só engrandece a Série A. Desfrutemos, então.

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Título gaúcho invicto pode ser a alavanca do Grêmio na temporada http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/04/18/titulo-gaucho-invicto-pode-ser-a-alavanca-do-gremio-na-temporada/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/04/18/titulo-gaucho-invicto-pode-ser-a-alavanca-do-gremio-na-temporada/#respond Thu, 18 Apr 2019 03:25:01 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=6342 O Grêmio foi melhor nos 180 minutos da final gaúcha e teve a chance de matar o confronto derradeiro na Arena com o pênalti mais que discutível sobre Cortez, mas André desperdiçou. Criou chances mais claras, ameaçou com as diagonais de Everton e conseguiu controlar o meio-campo com os ótimos Matheus Henrique e Jean Pyerre.

O Internacional tentou responder o estilo do rival com uma proposta reativa, de pressão no adversário com a bola e transições em velocidade com William Pottker no lugar de D’Alessandro pela direita. Faltou precisão no primeiro tempo e mais coragem no segundo. Impressão que fica é que o Colorado ainda sente a passagem pelo inferno da Série B na hora de voltar a mostrar seu tamanho em grandes jogos.

Mais um Grenal tenso, pegado, com jogadores querendo mostrar para torcida e imprensa que estão pilhados e o jogo é de vida ou morte. Acabam sempre prejudicando o espetáculo, mas os gaúchos vivem intensamente essa cultura local e a falta de futebol de qualidade é um efeito colateral. Pior para o árbitro Jean Pierre Gonçalves Lima, vulgo “Vin Diesel”.

Nos pênaltis, Paulo Victor foi o destaque pegando as cobranças de Camilo, Victor Cuesta e Nico López. Lomba defendeu apenas a de Michel, já que Everton isolou. Bicampeonato para consagrar campanha invicta e com apenas um gol sofrido. Afirmando identidade de jogo e cultura de vitória do time de Renato Gaúcho.

Agora é usar a conquista como alavanca na temporada, para não repetir as frustrações de 2018 nas competições tratadas como prioridade. Quem sabe levando mais a sério o Brasileiro, mesmo seguindo vivo no mata-mata? Recuperando Luan, adaptando Tardelli e dando rodagem aos jovens promissores para seguir competitivo em alto nível.

O time de Renato continua em sua saga já histórica e pode adicionar mais alguns feitos em 2019. Tem camisa, comando e carisma para fazer melhor. A começar pelo desafio na Libertadores, razão pela qual a final foi antecipada. Uma mostra do que é realmente importante em 2019.

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Um ponto e pouca bola. A matemática do drama gremista na Libertadores http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/04/04/um-ponto-e-pouca-bola-a-matematica-do-drama-gremista-na-libertadores/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/04/04/um-ponto-e-pouca-bola-a-matematica-do-drama-gremista-na-libertadores/#respond Fri, 05 Apr 2019 02:17:20 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=6288 Um ponto em três rodadas. 11% de aproveitamento e só não é o lanterna do Grupo H da Libertadores depois da derrota por 1 a 0 para a Universidad Católica no San Carlos de Apoquindo porque o Rosario Central levou 2 a 0 do Libertad e, com três gols negativos de saldo, ficou abaixo dos -2 do time gaúcho.

O último brasileiro campeão da Libertadores até aqui entregou muito pouco em desempenho e, por isto, os resultados são decepcionantes. Em especial a derrota para o Libertad em Porto Alegre na única partida em casa no “turno” do grupo.

No Chile, a primeira vez da dupla Luan-Tardelli na frente foi infeliz pela atuação muito abaixo do camisa sete, destaque da conquista de 2017. Também a defesa com problemas no lado esquerdo que viu a jogada bem trabalhada do oponente que terminou no cruzamento da direita de Magnasco e o gol de Saéz. Reação na segunda etapa com André na vaga de Luan, mas de novo faltou contundência na frente.

Agora a matemática torna tudo mais dramático e a sequência de jogos não ajuda. Na próxima rodada enfrenta o Rosario Central na Arena. Tudo para chegar aos quatro pontos, apesar da pressão. Mas se a Católica em casa vencer o líder Libertad, ambos ficarão com nove pontos. Cinco de vantagem sobre o Grêmio para administrar em duas rodadas. Sendo que chilenos e paraguaios ainda enfrentam os argentinos já eliminados. O pior cenário.

O melhor, em tese, seria o Libertad vencer no Chile, disparar na liderança, garantir a vaga nas oitavas e chegar menos intenso no Defensores del Chaco para o duelo da quinta e penúltima rodada. Se não vencer como visitante só caberá ao time brasileiro a despedida melancólica em casa contra a Universidad Católica e a vaga na Sul-Americana.

Improvável para o campeão há dois anos e semifinalista em 2018. Mas não é fatalidade pelo que o Grêmio não jogou até aqui nesta edição do torneio continental.

 

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As boas possibilidades da dupla Luan-Tardelli no Grêmio http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/03/25/as-boas-possibilidades-da-dupla-luan-tardelli-no-gremio/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/03/25/as-boas-possibilidades-da-dupla-luan-tardelli-no-gremio/#respond Mon, 25 Mar 2019 08:42:17 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=6218 A entrada criminosa e tresloucada do zagueiro Genílson em Pepê que deixou o Juventude com um homem a menos aos 19 minutos de jogo no Alfredo Jaconi facilitou a goleada do Grêmio. Mesmo com Renato Gaúcho sofrendo para armar a equipe pelos desfalques dos lesionados Geromel e Marinho e de Kannemann e Everton, a serviço de Argentina e Brasil nas datas-FIFA.

O time sobrou com muita posse de bola, intensa movimentação e Thaciano voando pela direita. Abriu o placar com a finalização um tanto desajeitada de Marcelo Oliveira e passeou construindo os 6 a 0 na segunda etapa com naturalidade, encaminhando a vaga na semifinal do Gaúcho contra São José ou São Luiz.

O estadual sempre tem o seu valor nos locais com apenas dois grandes e enorme rivalidade. Mas o Grêmio tem um problema sério a resolver na Libertadores: apenas um ponto em duas rodadas do Grupo H, com direito a derrota em Porto Alegre para o Libertad. Precisa de recuperação com urgência e o próximo jogo é fora de casa, contra a Universidad Católica no dia quatro de abril.

Por isso Renato já prepara a entrada na equipe desde o início dos jogos da principal contratação da temporada: Diego Tardelli, 33 anos e bicampeão sul-americano – em 2005 pelo São Paulo e com o Atlético-MG em 2013. Para adicionar ainda mais experiência e mentalidade vencedora ao último clube brasileiro a vencer a Libertadores.

O treinador gremista elogiava a versatilidade de Tardelli mesmo antes da contratação: “Ele pode jogar em duas ou três posições do ataque”. De fato, em um 4-2-3-1 pode atuar em todas as funções do quarteto ofensivo. Mas com todos disponíveis a possibilidade maior é no centro do ataque ou pela direita.

Já havia atuado por pouco mais de 70 minutos, contra São José, Internacional e Libertad. Em Caxias do Sul substituiu Pepê aos dez do segundo tempo e ficou mais à esquerda. Infiltrando em diagonal recebeu belo passe de Luan e encobriu o goleiro Marcelo Carré no último gol, já em ritmo de treino. Mas foi o primeiro do camisa nove no novo clube. É exatamente na parceria com Luan que reside a maior possibilidade de sucesso da versão 2019 da equipe tricolor.

No último gol dos 6 a 0 sobre o Juventude, passe longo de Luan, Diego Tardelli infiltra no limite da linha defensiva do adversário para tocar por cima do goleiro. Jogada que pode se repetir ao longo da temporada (Reprodução Premiere)

Tardelli e Luan podem alternar como “falso nove” e meia central, deixando o lado direito para a força de Marinho ou a velocidade de Alisson e as infiltrações em diagonal de Everton a partir da esquerda. Mobilidade, tabelas rápidas e envolventes. Futebol bonito e eficiente como quer o treinador e ídolo.

Reeditando, de certa forma, a ideia do primeiro Grêmio de Renato, campeão da Copa do Brasil de 2016: Luan e Douglas alternando por dentro e Pedro Rocha acelerando pela esquerda e entrando no “facão” para finalizar. Só Ramiro é que saiu e não deixou substituto na mesma função de “ponta-volante”. O time vai se ajustando a um extremo pela direita mais agressivo.

Se uma formação ainda mais ofensiva for necessária, Tardelli pode entrar pela direita, como jogava no Atlético de Cuca em 2013 e prefere atuar. Filipe Vizeu ou André ficariam na referência do ataque – Jael partiu para o FC Tokyo, no Japão. Ganha força e presença física na frente, mas perde mobilidade.

Para o nível do futebol jogado no Brasil e na América do Sul, o encaixe da nova peça ao lado da estrela do time pode criar muitos problemas para as defesas adversárias. Mesmo com a inconstância do mais jovem e a reta final de carreira do veterano. Porque tem características complementares, embora pareçam semelhantes.

Boas chances de dar certo já a curto prazo. O gol em Caxias do Sul foi um belo ensaio. Os primeiros passos para desequilibrar no país e no continente.

Uma formação possível do Grêmio, com Luan e Tardelli mais soltos por dentro em um 4-2-3-1. Mobilidade, tabelas e abrindo espaços para as diagonais dos ponteiros Marinho e Everton (Tactical Pad).

 

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Renato Gaúcho compensa saída de Ramiro com Grêmio forte pelas pontas http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/01/31/renato-gaucho-compensa-saida-de-ramiro-com-gremio-forte-pelas-pontas/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/01/31/renato-gaucho-compensa-saida-de-ramiro-com-gremio-forte-pelas-pontas/#respond Fri, 01 Feb 2019 01:11:30 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=5837 Ramiro encaixou no Grêmio de Renato Gaúcho fazendo função semelhante à de Giuliano no time de 2015, comandado por Roger Machado: o “ponta-volante”, que trabalha pelo flanco, mas com a função de jogar mais próximo da dupla de meio-campistas na execução do 4-2-3-1.

A movimentação abre espaços para o apoio do lateral no setor – o direito, no caso. Também para o deslocamento do atacante de referência, do meia central ou até do ponteiro do lado oposto. Uma função que normalmente equilibra a equipe e facilita a movimentação dos companheiros. Elano no Brasil de Dunga no ciclo da Copa de 2010 e também no Santos campeão da Libertadores de 2011, além de Matuidi na França campeã mundial no ano passado são exemplos clássicos.

Ramiro foi para o Corinthians e Renato vai repaginando sua equipe no mesmo desenho tático, porém com o encaixe de Marinho. Sem oportunidades consistentes no segundo semestre de 2018 e desgastado com a torcida por um vídeo que viralizou nas redes sociais é o ponta canhoto que corta para dentro e finaliza ou serve os companheiros. No caso finalizando bem mais e marcando seu primeiro gol nos 4 a 0 em casa sobre o São Luiz.

A posse de bola segue norteando o modelo de jogo e Maicon dita o ritmo jogando mais adiantado, protegido por Michel. É um desenho mais “quadrado”, menos móvel, porém mais contundente na frente. Jael na referência, Luan por trás, Marinho cortando da direita para dentro buscando o chute e Everton acelerando e infiltrando em diagonal, deixando o corredor para Bruno Cortez.

Filipe Vizeu é opção no comando de ataque, Montoya estreou pela direita substituindo Marinho e compondo mais taticamente, mas também aparecendo para marcar o quarto gol. Jean Pyerre amadurece na articulação e parece pronto para o caso de Luan oscilar no desempenho ao longo da temporada. Julio César vai ganhando confiança para compensar a saída de Marcelo Grohe. A manutenção de um trabalho que deu certo e já está na história do clube facilita os ajustes por necessidade e a adaptação de quem chega.

Não é regra. O rival Internacional, por exemplo, não vem aproveitando o “jogar de memória” por conta da continuidade de Odair Hellmann e a preservação da base do ano passado. O início ruim torna o Grêmio líder da primeira fase com melhor ataque e defesa menos vazada e ainda mais favorito ao bicampeonato gaúcho.

Também um candidato natural e competitivo aos principais títulos em 2019. Trabalhando a bola, mas agora atacando mais pelas pontas. Como Renato Gaúcho nos tempos de jogador. Como pode voltar a levantar taças em 2019.

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O acaso protege de novo e os quatro cariocas estarão na Série A em 2019 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2018/12/02/o-acaso-protege-de-novo-e-os-quatro-cariocas-estarao-na-serie-a-em-2019/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2018/12/02/o-acaso-protege-de-novo-e-os-quatro-cariocas-estarao-na-serie-a-em-2019/#respond Sun, 02 Dec 2018 21:00:13 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=5609 O Fluminense era cristal rachado a um sopro de se estilhaçar no Maracanã. Frágil técnica e taticamente, em frangalhos no emocional e com Fabio Moreno no comando depois da desesperada demissão de Marcelo Oliveira. Mas Júlio César defendeu pênalti e salvou gol certo de Luan. O mesmo atacante do América que deixou Richard livre na cobrança de escanteio. Depois de mais de 13 horas sem ir às redes, o golpe certeiro de cabeça que mudou o jogo e garantiu o tricolor na Série A.

O Vasco também penou. Parecia seguro depois dos 2 a 0 sobre o São Paulo, mas somou apenas um ponto nas duas últimas rodadas e se safou por um fio, sofrendo nos minutos finais do empate sem gols contra o Ceará no Castelão depois dos gols de Chapecoense e Sport. Na queda física de Maxi López e de desempenho de Yago Pikachu, restou pouco além de fibra à equipe comandada por Alberto Valentim. Décimo sexto colocado, um ponto na frente do Sport, que se juntou a América, Vitória e Paraná.

O Botafogo se livrou de qualquer risco algumas rodadas antes, mas também flertou com o Z-4 ao longo do campeonato. Cresceu quando Zé Ricardo ganhou semanas livres para trabalhar depois da eliminação na Copa Sul-Americana e definiu uma base titular. Com gols de Erik e o bom futebol do lateral direito Marcinho. Quitar os salários atrasados ajudou muito na recuperação, mas não apenas.

Em comum, a penúria financeira em contraste com a solidez do Flamengo, que vem falhando apenas na direção do futebol. No caso de Vasco e Botafogo, ao menos conseguiram pontos diante do rival carioca mais poderoso no Brasileiro. De “plus” para o alvinegro, o título estadual e as arrecadações com eventos no Estádio Nílton Santos. Com a vaga na Sul-Americana pode tratar a temporada 2018 como positiva.

Mas o cenário em um Rio de Janeiro falido, Estado e município, não deixa de ser desesperador para os três que ainda pagam por gestões incompetentes e irresponsáveis. Com a nova fórmula de distribuição dos direitos de TV, quem já recebeu adiantamentos de 2019 vai se complicar demais no início do ano para honrar compromissos.

A tendência é termos novamente um Carioca desinteressante, até porque é improvável que surja uma força emergente do interior nesta crise. Nas demais competições, difícil vislumbrar protagonismo além do Flamengo, isto se a nova direção seguir com a responsabilidade na gestão rubro-negra.

A única boa notícia é que o acaso protegeu e o Rio de Janeiro terá novamente os seus quatro representantes tradicionais na Série A no ano que vem. Pela sétima vez nos últimos dez anos. Mas quase sempre com sofrimento.

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