maguire – Blog do André Rocha http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br O blog se propõe a trazer análises e informações sobre futebol brasileiro e internacional, com enfoque na essência do jogo, mas também abrindo o leque para todas as abordagens possíveis sobre o esporte. Mon, 13 Jul 2020 13:46:43 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Liverpool perde outra chance de encaminhar título. Será o peso do jejum? http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/01/30/liverpool-perde-outra-chance-de-abrir-sete-pontos-sera-o-peso-do-jejum/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/01/30/liverpool-perde-outra-chance-de-abrir-sete-pontos-sera-o-peso-do-jejum/#respond Wed, 30 Jan 2019 22:24:59 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=5819 O confronto direto com o City em Manchester na 21ª rodada da Premier League poderia ter dado ao Liverpool dez pontos de vantagem com o “plus” de um triunfo simbólico sobre o grande concorrente ao título. Não veio e o revés foi tratado como normal pela qualidade do time de Guardiola. Mesmo com disputa equilibrada e momentos de superioridade que poderiam ter sido traduzidos no placar.

Mas três rodadas depois a oportunidade parecia cair no colo com a inacreditável virada sofrida pelos citizens para o Newcastle de Rafa Benítez. Mesmo fora de casa, o jogo estava absolutamente controlado, tranquilo para o atual campeão inglês. Dois erros, um coletivo e outro de Fernandinho, construíram o placar mais que inesperado.

Ainda que o Leicester City venha fazendo jogos duros e pontuando contra as principais equipes da competição e o gramado em Anfield estivesse coberto de neve, os Reds tinham a chance de obter uma vitória que não teria o impacto de vencer o segundo colocado fora de casa. Mas colocaria os sete pontos que poderiam empurrar o City psicologicamente para uma prioridade à Champions que pavimentaria o caminho para a primeira conquista da Era Premier League, encerrando um jejum de 29 anos.

Falhou e podia ter saído derrotado. A disputa foi equilibrada no aspecto tático, mesmo com 71% de posse do time da casa. Mais nove finalizações contra cinco, porém três a dois no alvo. O campeão inglês de 2015/16 criou oportunidades para virar depois do empate com o gol do zagueiro Maguire. Mané abriu o placar aos três minutos, mas produziu pouco ao longo dos noventa minutos. Salah errou demais tecnicamente e desta vez Shaqiri contribuiu pouco no quarteto ofensivo do 4-2-3-1 das últimas partidas.

Roberto Firmino foi a exceção com belas jogadas e finalizações que deram trabalho ao goleiro Kasper Schmeichel. No final, um “abafa” até com Van Dijk na frente e muitos cruzamentos. Difícil entender a opção por Henderson na lateral direita. Lento e nitidamente perdido jogando pelo lado, foi o “mapa da mina” para vários ataques do Leicester no setor com Chilwell, Grey e Maddison.

Se o olhar for buscando o copo meio cheio, somar um ponto e aumentar a vantagem para cinco pode ser considerado positivo. Mas perder outra chance de construir uma vantagem bastante confortável faltando 14 rodadas e antes da volta da Champions já no mata-mata é frustrante para quem quer tanto voltar a ser protagonista no cenário nacional.

A dúvida é se os resultados podem ser considerados naturais pelo contexto da liga ou se Klopp e seus comandados estão sentindo a pressão quando tudo favorece e o título parece mais perto. O aspecto mental não pode ser o único levado em conta em esporte tão complexo como o futebol, ainda mais jogado no mais alto nível. Mas carrega uma relevância que define vencedores e vencidos, mesmo nos pontos corridos.

Será o peso do jejum, como em 2014 com o simbólico erro de Gerrard que deu a vitória ao “ônibus” do Chelsea de Mourinho e praticamente entregou a taça ao City? O Liverpool espera escrever uma história diferente desta vez.

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Plano “alemão” da Inglaterra impede clima de final antecipada do outro lado http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2018/07/09/plano-alemao-da-inglaterra-impede-clima-de-final-antecipada-do-outro-lado/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2018/07/09/plano-alemao-da-inglaterra-impede-clima-de-final-antecipada-do-outro-lado/#respond Mon, 09 Jul 2018 11:34:51 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=4877 Inglaterra e Bélgica viveram um cenário único na fase de grupos da Copa do Mundo na Rússia. Eram favoritas destacadas contra Tunísia e Panamá e cumpriram a missão matematicamente com duas vitórias. O confronto da última rodada, no penúltimo dia de disputa, permitiu que se olhasse para os chaveamentos a partir das oitavas de final e projetasse um caminho no torneio.

O Grupo H não apresentava nenhum favorito destacado, até porque a cabeça de chave Polônia já estava eliminada. O resultado prático foi um duelo entre ingleses e belgas repleto de jogadores reservas. Compreensível pela oportunidade de rodar o grupo, descansar titulares e evitar suspensões. Mas a partida mostrou claramente que nenhum dos dois fazia muita questão de vencer.

O golaço de Januzaj deu a liderança com 100% de aproveitamento aos belgas. Para as oitavas, um duelo teoricamente mais tranquilo contra o Japão. Mas depois Portugal de Cristiano Ronaldo e os campeões Argentina, França, Uruguai e Brasil poderiam cruzar o caminho até a grande decisão.

Já para os ingleses a tarefa era mais complicada por enfrentar a Colômbia, líder do grupo e que chegou às quartas de final em 2014 com o artilheiro James Rodríguez. Se conseguisse a vaga nas quartas, porém, na sequências os possíveis adversários seriam Suíça, Suécia, Rússia, Croácia, Dinamarca e a Espanha como única campeã mundial e, em tese, favorita.

Ambas estão nas semifinais. Com sofrimento e desgaste, ainda que a Bélgica não tenha disputado prorrogação, enquanto a Inglaterra viveu um drama até a disputa por penalidades contra os colombianos. Nas quartas, como esperado, triunfo mais tranquilo sobre a Suécia por 2 a 0.

Confirmando a força do jogo físico e a eficiência nas jogadas aéreas. São cinco gols neste tipo de ação dos 11 marcados até aqui. Com os zagueiros Stones e Maguire aparecendo na área adversária aproveitando a estatura. Mas também iniciando a construção desde a defesa, auxiliando Henderson e fazendo a bola chegar a Trippier e Ashley Young, os alas do 5-3-2 inglês. Ou diretamente a Dele Alli, Lingard e Sterling. O trio que se movimenta com rapidez e intensidade em torno de Harry Kane, artilheiro da Copa com seis gols, mas também um centroavante que recua para trabalhar com os meias e abre espaços para as infiltrações dos companheiros.

Chegou como candidata ao título, mas no segundo pelotão. Agora está a um jogo da final que não disputa desde a conquista do título em 1966 como anfitriã. Pegando um “atalho” que lembrou o pragmatismo alemão. Em 1974, mesmo jogando em casa e contando com a fantástica geração de Maier, Beckenbauer, Overath e Gerd Muller, preferiu ser derrotada pela Alemanha Oriental, num duelo com vários significados naqueles tempos de Muro de Berlim. Tudo para fugir de um grupo com o então campeão Brasil, a Argentina e a sensação Holanda, o Carrossel de Rinus Michels e Cruyff. Na disputa em outro grupo com Polônia, Suécia e Iugoslávia se classificou para a grande decisão. Com mais moral e em jogo único e decisivo, a vitória por 2 a 1 sobre os holandeses e a festa em casa.

A Inglaterra disputa a semifinal como favorita não pela tradição, que contou bem pouco nesta edição da Copa. Mas principalmente por chegar mais inteira que a Croácia sofrida e exaurida por duas prorrogações e disputas de pênaltis contra Dinamarca e Rússia que exigiram demais física e mentalmente. A maneira de jogar da seleção de Gareth Southgate exige concentração e vigor do oponente e, mesmo com a experiência e a capacidade de controlar o tempo e o espaço de Modric e Rakitic, os croatas devem sofrer. E se vencerem mais este obstáculo chegarão fortalecidos demais à decisão.

Por isso tratar o duelo entre França e Bélgica como uma espécie de final antecipada por serem os sobreviventes de uma disputa entre gigantes parece um tanto irreal. Até pelo cenário imprevisível desta semifinal, que pode se definir apenas nos penais e exaurir as equipes para a decisão.

A ausência do suspenso Meunier certamente será sentida por Roberto Martínez, mas o treinador espanhol pode transformar o desfalque numa chance de novamente surpreender o adversário. Pode enviar Chadli para o lado direito, fazer Carrasco retornar à ala esquerda e voltar ao 3-4-3 da primeira fase ou simplesmente deslocar Alderweireld para a lateral e colocar Vermaelen na zaga ao lado de Kompany mantendo o 4-3-3 da vitória sobre o Brasil.

Outra dúvida é se manterá o posicionamento de Lukaku pela direita e De Bruyne como “falso nove” fazendo companhia a Hazard no tridente ofensivo sem participar do trabalho sem a bola e apostar tudo no talento e na capacidade de desequilibrar na frente. Mesmo defendendo com apenas sete homens, cedendo espaços e obrigando o fantástico goleiro Courtois a trabalhar.

Um risco diante de uma França que se encontrou no 4-2-3-1 com um “ponta volante” pela esquerda. Aliás, é a única dúvida de Didier Deschamps: mantém Tolisso, que cumpriu bela atuação nos 2 a 0 sobre o Uruguai, ou faz Matuidi retornar naturalmente depois da suspensão. Quem entrar será a “liga” entre a dupla Kanté e Pogba e os três jogadores mais adiantados.

A “exterminadora de sul-americanos” vem mostrando maturidade no Mundial. Com a “casca” da derrota em casa para Portugal na final da Eurocopa há dois anos. Contra os uruguaios aproveitou bem os erros do adversário para se impor. Com Giroud atuando mais coletivamente, como um elemento a prender a defesa adversária, fazer pivô e abrir espaços para Mbappé e Griezmann, os grandes destaques individuais da nova favorita ao título. Um perigo nesta edição da Copa do Mundo.

Teremos uma final inédita e europeia. Emblemática. E justamente pelo equilíbrio é que não se pode garantir nada. Apenas alguma vantagem física da Inglaterra. Que executou seu plano “alemão” e encarou um chaveamento menos exigente. Pelo desempenho coletivo e de nomes surpreendentes como Trippier e o goleiro Pickford vem sendo consistente. Mesmo acusada de simular faltas e escolher adversários, algo distante da imagem ligada à fidalguia e elegância. Ao fair play.

Desta vez o English Team quer ganhar ou chegar o mais longe possível. A Croácia que se prepare e franceses ou belgas não celebrem tanto assim o triunfo amanhã. A final será dura.

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