mbappe – Blog do André Rocha http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br O blog se propõe a trazer análises e informações sobre futebol brasileiro e internacional, com enfoque na essência do jogo, mas também abrindo o leque para todas as abordagens possíveis sobre o esporte. Mon, 13 Jul 2020 13:46:43 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Volta do futebol na Europa escancara drama do PSG e de Neymar na Champions http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2020/06/15/volta-do-futebol-na-europa-escancara-drama-do-psg-e-de-neymar-na-champions/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2020/06/15/volta-do-futebol-na-europa-escancara-drama-do-psg-e-de-neymar-na-champions/#respond Mon, 15 Jun 2020 13:50:22 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=8652

Foto: Reuters

O Manchester City entra em campo na quarta, dia 17, para enfrentar o Arsenal em jogo adiado da 28ª rodada da Premier League. Exatos 99 dias depois da última partida antes da pandemia: derrota para o rival United por 2 a 0 no dia 8 de março. Serão nove rodadas que devem confirmar o título do Liverpool, mais a Copa da Inglaterra que retorna nas quartas-de-final e tem a decisão marcada para 1º de agosto. O time de Guardiola já faturou a Copa da Liga Inglesa.

A Juventus voltou na sexta-feira empatando sem gols com o Milan e se classificando para a decisão da Copa da Itália contra o Napoli. Final na quarta, em Roma, e retomada da liga no dia 22, para mais 12 rodadas até o início de agosto. O time de Cristiano Ronaldo, para variar, lidera o campeonato, mas apenas um ponto à frente da Lazio.

Times com realidades opostas. O City praticamente cumpre tabela na liga e vai se dedicar à copa nacional até a volta da Champions, definindo a vaga nas quartas contra o Real Madrid depois de vencer na ida por 2 a 1. A Juventus define logo o mata-mata e depois parte para um guerra buscando manter a hegemonia no país. Ambas competindo forte até agosto, ou bem próximo disso.

O Paris Saint-Germain disputou a última partida no dia 11 de março, quando eliminou o Borussia Dortmund e conseguiu ultrapassar a barreira das oitavas da Liga dos Campeões na “Era Neymar/Mbappé”. Foi declarado campeão francês quando as autoridades francesas proibiram atividades esportivas até setembro.

Com o retorno das principais ligas, o PSG – e também o Lyon, o outro francês que disputa o torneio continental e venceu a Juventus na ida por 1 a 0 – se depara com o maior obstáculo, no momento, para o sonho de disputar com chances reais o maior título de clubes do planeta: a inatividade.

Com a possibilidade de disputa das quartas e semifinais em jogos únicos em sede fixa (provavelmente Lisboa), o time francês estaria objetivamente a três partidas da grande obsessão do clube. Mas como ser competitivo com quase seis meses sem jogos oficiais?

O clube busca uma flexibilização, com a possibilidade de realização de amistosos e da decisão da Copa da França, contra o próprio Lyon, no dia primeiro de agosto. Ainda assim, a distância do nível de competição seria gigantesca. Não só em relação aos exemplos citados, de City e Juventus.

O próprio Bayern de Munique, outro grande favorito ao título europeu pelo desempenho mesmo antes da parada, decide a Copa da Alemanha no dia 4 de julho contra o Bayer Leverkusen. Antes disso deve confirmar o octacampeonato da Bundesliga que, com apenas 18 clubes, termina no dia 27. Só uma partida em julho, mas ainda com grande vantagem sobre o PSG.

É claro que, por exemplo, uma lesão grave de um Cristiano Ronaldo ou Lewandowski neste processo pode relativizar e muito a vantagem dos times que estão jogando. Mas o contexto do gigante francês hoje é único. Nenhum time ficou tanto tempo sem jogar oficialmente.

Para piorar, a insatisfação com a direção do futebol, especialmente Leonardo, por conta do anúncio das saídas de Thiago Silva e Cavani. Clima tenso e sem partidas para dividir atenções e tornar as pautas sobre o clube menos negativas.

Como estarão Neymar, Mbappé e companhia quando entrarem em campo para o jogo mais importante da história recente do Paris Saint-Germain? Eis a maior incógnita do futebol desde a Segunda Guerra Mundial. E a resposta ainda vai demorar.

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A grande noite de Neymar pelo PSG na Champions não merecia estádio vazio http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2020/03/11/a-grande-noite-de-neymar-pelo-psg-na-champions-nao-merecia-estadio-vazio/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2020/03/11/a-grande-noite-de-neymar-pelo-psg-na-champions-nao-merecia-estadio-vazio/#respond Wed, 11 Mar 2020 22:22:54 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=8142 É claro que a pandemia de coronavirus justifica toda precaução e os portões fechados para torcedores.

Mas a noite de Neymar liderando o Paris Saint-Germain para enfim ultrapassar as oitavas de final da Liga dos Campeões depois que o clube francês deu o salto de investimentos com a contratação não só do craque brasileiro, mas também de Mbappé, merecia o Parc des Princes lotado.

Nunca saberemos se a presença da torcida criaria um clima de tensão que poderia atrapalhar os donos da casa – esses paradoxos que só o futebol é capaz de gerar. Mas o que Neymar jogou foi uma enormidade. Aberto pela esquerda no 4-2-2-2 necessário de Thomas Tuchel depois da derrota por 2 a 1 para o Borussia em Dortmund.

Precisando compensar Mbappé debilitado, iniciando no banco de reservas. E Cavani, que lutou como sempre, mas longe da pontaria dos melhores momentos. Mas Neymar até apareceu na área em cobrança de escanteio para abrir o placar de cabeça. E comemorar provocando Haaland.

A jogada bem coordenada pela direita que passou por Neymar, chegou a Sarabia que serviu Bernat no final do primeiro tempo. Construindo a vantagem necessária e merecida do PSG para administrar no segundo tempo contra um Borussia tenso e com dificuldades para fazer a bola chegar a Haaland com qualidade.

Neymar ainda cavaria a falta que terminaria em confusão e expulsão de Emre Can no último minuto regulamentar, esfriando a “blitz” final do time alemão. Que igualou a posse, mas não foi contundente em jogo de poucas finalizações: sete do PSG, seis do Dortmund. Mas quatro no alvo dos franceses contra apenas duas da equipe de Lucien Favre.

O camisa dez, símbolo do projeto bilionário e ambicioso do clube, supera os problemas físicos, os questionamentos internos e externos e prova seu poder de decisão no mais alto nível. Desta vez a temporada não acaba em março para o PSG.

Graças a Neymar, que chorou no apito final. Seria a grande chance de redenção e comunhão com a torcida que o criticou tanto – e justamente. Mas não se pode ter tudo na vida. Seguir na Champions já foi mais que o suficiente em Paris.

(Estatísticas: UEFA.com)

 

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Champions volta com CR7 voando e ameaça norueguesa ao brilho de Neymar http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2020/02/18/champions-volta-com-cr7-voando-e-ameaca-norueguesa-ao-brilho-de-neymar/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2020/02/18/champions-volta-com-cr7-voando-e-ameaca-norueguesa-ao-brilho-de-neymar/#respond Tue, 18 Feb 2020 11:46:04 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=7998

Foto: Marco Bertorello / AFP

A Liga dos Campeões volta para o mata-mata com um favorito óbvio: o Liverpool avassalador na Inglaterra e que, com 25 pontos de vantagem sobre o Manchester City (um jogo a mais), pode administrar os pontos corridos e dividir atenções com a busca do bicampeonato europeu. Já a partir do duelo contra o hesitante Atlético de Madrid, de Diego Simeone.

Difícil vislumbrar neste momento um concorrente ao título no jogo coletivo, mas individualmente há talentos que podem desequilibrar.

Neste momento um deles se destaca: Cristiano Ronaldo. O “Mr. Champions”, maior artilheiro da história do torneio e cinco vezes campeão. Na oscilante Juventus de Maurizio Sarri. Líder da Série A italiana, como de costume nos últimos anos, mas desta vez com forte concorrência de Lazio e Internazionale.

Talvez pela necessidade, o português voa como há tempos não se via. Aos 35 anos recém completados. Não só pelos 20 gols no mesmo número de jogos pela liga, mas por conta da movimentação que muitas vezes lembra mais o atacante dinâmico, habilidoso e criativo dos tempos de Manchester United do que o finalizador implacável que fez história no Real Madrid.

Alternando a parceria no ataque com Dybala e Higuain, outras vezes formando um trio com os argentinos. Sempre procurando os flancos para infiltrar em diagonal e chutar – é quem mais finaliza no campeonato nacional – ou buscar o fundo para servir um companheiro.

É o trunfo da “Vecchia Signora”, favorita destacada no confronto com o Lyon pelas oitavas do torneio continental. O sorteio foi generoso e, com a estrela máxima em ótima forma, é possível sonhar alto.

Como o PSG de Neymar e Mbappe almeja o fim do “tabu” das oitavas desde que o projeto do clube deu um salto nos investimentos, buscando protagonismo na maior competição de clubes do planeta.

Agora com o craque brasileiro disponível, sem as lesões que o tiraram de combate em outros momentos. Como meia pela esquerda na espécie de 4-2-2-2 armado por Thomas Tuchel. A dúvida é se o desenho tático escolhido para abrigar as estrelas será mantido. Porque há uma séria ameaça já neste primeiro duelo contra o Borussia em Dortmund: Erling Haaland.

O norueguês de 19 anos é vice-artilheiro da Champions pelos oito gols que marcou na fase de grupos pelo Red Bull Salzburg em seis partidas, duas saindo do banco de reservas.

Contratado pelo Dortmund na janela de inverno, Haaland pode disputar a Champions por conta da flexibilização do regulamento que permite a inscrição para o mata-mata de três novos jogadores, sem restrições.

Na Bundesliga mantém os números impressionantes já neste início. Nenhum problema de adaptação ao novo clube e oito gols em cinco jogos, dois também saindo do banco. O centroavante tem 1,94 m e 87 kg, mas não é lento. Faz o pivô usando o corpo, mas também sabe jogar em rápidas transições ofensivas. Impressiona pelo posicionamento na área e eficiência nas conclusões.

É o grande trunfo do time alemão para tentar fazer jogos “malucos” com a equipe francesa. Ambos frágeis defensivamente. Intensidade máxima, “trocação” de golpes e muitos gols.

Entretenimento puro para matar a saudade e divertir os fãs da Champions. Enfim a bola volta a rolar!

(Estatisticas: Whoscored.com)

 

 

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Na Paris de Neymar e Mbappé, futebol é só um detalhe http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2020/02/03/na-paris-de-neymar-e-mbappe-futebol-e-so-um-detalhe/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2020/02/03/na-paris-de-neymar-e-mbappe-futebol-e-so-um-detalhe/#respond Mon, 03 Feb 2020 12:39:23 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=7897

Foto: Getty Images

O Paris Saint-Germain enfiou 5 a 0 no Montpellier pela 22ª rodada da Ligue 1. Goleada sobre o quinto colocado no Parc des Princes com bom futebol, golaços de Pablo Sarabia e Di María e belas jogadas de Neymar cada vez mais meia articulador na equipe de Thomas Tuchel.

Ampliando para 12 pontos a vantagem na liderança sobre o Olympique de Marselha, que empatou fora de casa sem gols com o Bordeaux. Melhor ataque (57), defesa menos vazada (14). Mbappé e Neymar como os principais finalizadores da liga e disputando a artilharia com Ben Yedder, do Monaco. Di María líder de assistências, com oito.

A recuperação na temporada em desempenho e resultados, agora mais próxima dos confrontos com o Borussia Dortmund pelas oitavas da Liga dos Campeões, deveria ser a pauta principal sobre o PSG.

Mas é tudo tão protocolar para quem venceu seis das últimas sete edições do Francês, a vantagem é tão abissal sobre os concorrentes- com exceção do “meteoro” Monaco na temporada 2016/17, porém já devidamente “assimilado” com a contratação de Mbappé, a principal estrela de então – que fica monótono.

Para agitar o noticiário, como sempre, o periférico ganha todo espaço. O cabelo rosa de Neymar, o ridículo cartão que o brasileiro recebeu por ter aplicado uma lambreta no adversário aos 36 minutos do primeiro tempo e o (justo) protesto do camisa dez contra a decisão da arbitragem.

Depois o comportamento arredio e “pouco amigável” de Mbappé ao ser substituído e, por fim, novamente Neymar e a festa que promoveu para comemorar o aniversário de 28 anos. Obviamente com todos os companheiros como convidados, dois dias antes da partida fora de casa contra o Nantes. “É uma distração que dá a impressão de que não somos profissionais”, afirmou Tuchel. O gestor da vez nesse ambiente sempre conturbado do PSG.

Porque o extra-campo se destaca justamente pela falta de desafios no país. As competições nacionais se transformam em uma grande etapa de preparação para os duelos continentais. Tuchel acerta ao se posicionar como líder e cobrar profissionalismo. Mas, convenhamos, quem se importa com o Nantes, nono colocado? Mesmo se perder a partida, e daí? O título nos pontos corridos sempre parece questão de tempo.

Talvez contaminado por esse ambiente “midiático” demais, o árbitro Jérôme Brisard tenha resolvido aparecer ao mostrar cartão por causa de um drible ainda no primeiro tempo. Se o jogo é um mera formalidade, por que não capitalizar e ter a imagem rodando o mundo na carona de uma celebridade “polêmica”?

É esse universo paradoxal que vem atrapalhando o PSG no sonho europeu. Um ciclo vicioso: o investimento é alto para ganhar a Champions, mas acaba abalando a competitividade no próprio país. E a presença de estrelas faz o debate girar pouco em torno do que se faz em campo. Exatamente o que falta quando o nível de enfrentamento aumenta em progressão geométrica no maior torneio de clubes do mundo.

Na Paris de Neymar e Mbappé, o futebol é só detalhe. E um perigo constante.

(Estatísticas: Whoscored)

 

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Neymar e PSG decolam, mas problema continua o mesmo: a concorrência http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2020/01/17/neymar-e-psg-decolam-mas-problema-continua-o-mesmo-a-concorrencia/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2020/01/17/neymar-e-psg-decolam-mas-problema-continua-o-mesmo-a-concorrencia/#respond Fri, 17 Jan 2020 08:18:26 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=7838

Foto: AFP

As últimas atuações de Neymar no Paris Saint-Germain trazem a boa nova: o craque brasileiro voltou a ser notícia pelo que faz em campo. Com o camisa dez brilhando, o time francês naturalmente cresce e já ostenta uma invencibilidade de 13 partidas, desde a derrota para o Dijon pela Ligue 1 em novembro. Nos últimos oito jogos, um empate (3 a 3 com o Monaco) e sete vitórias por goleada.

Neymar voltou ao time aos poucos depois da demora na reapresentação e de lesões que vem perseguindo o jogador nos últimos anos. Mas já tem 13 gols e sete assistências em 13 partidas e influencia cada vez mais a produção do PSG líder absoluto da liga nacional com 49 pontos, oito a mais que o Olympique de Marseille em 20 rodadas. Foi às redes nove vezes nas últimas oito partidas.

O suficiente para criar um clima de otimismo em relação à possibilidade de, enfim, ser competitivo no mais alto nível dentro da Liga dos Campeões. A esperança aumenta por conta da campanha segura na fase de grupos, terminando na liderança e empurrando o Real Madrid para a segunda colocação. No confronto direto, 3 a 0 na abertura do Grupo A em Paris e a reação nos 2 a 2 dentro do Santiago Bernabéu.

É impossível negar que o PSG é favorito contra o Borussia Dortmund nas oitavas. A menos que muita coisa mude até o jogo de ida, na Alemanha, no dia 18 de fevereiro. Mas qual o parâmetro seguro para avaliar a equipe de Thomas Tuchel em um patamar mais elevado?

O problema segue o mesmo: a concorrência. Muito fraca na França, forte demais entre os grandes europeus. Justamente porque na liga espanhola, Barcelona e Real Madrid, na pior das hipóteses, têm um ao outro para se medir. E na Premier League, mesmo com Liverpool sobrando, o nível de enfrentamento é sempre alto. Faz diferença na hora de um mata-mata.

A vitória tranquila sobre o Real em casa tem o contexto específico da crise, naquele momento, da equipe comandada por Zinedine Zidane. Na volta, o time merengue, mais encorpado e fazendo sua melhor atuação na temporada até ali, dominou boa parte de um jogo eletrizante e poderia até ter construído uma goleada. Vacilou nos minutos finais e levou o empate.

De um PSG que depende naturalmente de Mbappé e Neymar para se impor. Mas ainda dá a impressão de ser frágil em jogos de transições mais intensas. E parece loucura imaginar, por exemplo, um time no 4-2-2-2 com Di María e Neymar como meias e uma dupla de ataque formada por Mbappé e Icardi segurando um duelo mais avançado da Champions contra um rival da elite atual – Liverpool, Manchester City, Real Madrid, Barcelona, Bayern de Munique e Juventus.

Por maior que seja a dinâmica que Idrissa Gueye entregue ao meio-campo será difícil competir. O quarteto ofensivo até tenta cumprir as ordens de Tuchel na reação rápida depois da perda da bola com pressão, mas, na prática, muitas vezes acaba marcando “com os olhos”. Na França, defender com seis tem sido suficiente na maioria dos jogos. As disputas permitem um descanso ao longo dos noventa minutos por conta da disparidade técnica. No torneio continental pode custar caro já contra o Dortmund.

De qualquer forma, se Neymar não tiver nenhuma lesão ao menos terá a oportunidade de estar em campo para contribuir. E tentar virar do avesso as frustrações dos últimos anos. Não é pouco, mas também pode não ser suficiente. De novo.

(Estatísticas: Whoscored.com)

 

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Jogo eletrizante em Madrid mostra o melhor e o pior de Real e PSG http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/11/26/jogo-eletrizante-em-madrid-mostra-o-melhor-e-o-pior-de-real-e-psg/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/11/26/jogo-eletrizante-em-madrid-mostra-o-melhor-e-o-pior-de-real-e-psg/#respond Tue, 26 Nov 2019 22:28:19 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=7627 Dois gols para cada lado, 41 finalizações em pouco mais de noventa minutos – 28 do Real, 13 do PSG. Emoção até o fim, com a cobrança de falta na trave de Gareth Bale, que substituiu o lesionado Eden Hazard.

Foi um jogo eletrizante, divertido no Santiago Bernabéu. Cheio de alternativas, com talentos em campo. E o melhor Real Madrid nesta segunda Era Zidane. Resgatando o volume de jogo dos melhores momentos do tricampeonato da Liga dos Campeões.  Ou seja, da temporada 2016/17, com direito à conquista da liga espanhola.

Apesar da presença de Isco, Zidane não resgatou o 4-3-1-2 que deu liga há três temporadas. Era uma variação de 4-4-1-1 e 4-1-4-1, com destaque para Valverde pela direita dando dinâmica e fluência ao meio-campo, liberando Toni Kroos para a articulação e fazendo boa dupla com Carvajal. Embora os lances mais plásticos estivesse no lado oposto, com Marcelo, Hazard e Kroos.

Setor em que foi iniciada a jogada que terminaria na inversão para Valverde servir, Isco finalizar na trave e Benzema empurrar para as redes. O time merengue ainda teria outras boas oportunidades dentro de um desempenho mais que elogiável. Mas sem um goleador atém de Benzema para aproveitar as oportunidades criadas. Rodrygo estava no banco e entrou na segunda etapa, porém se acrescentar a contundência necessária. O problema da ausência de Cristiano Ronaldo.

O PSG se fechava em um 4-3-3/4-1-4-1, mas sofria isolando o trio Di María-Icardi-Mbappé dos meio-campistas Gueye e Verratti, que ficavam à frente de Marquinhos, volante na equipe de Paris. Thomas Tuchel mudou o desenho tático na volta do intervalo para o 4-2-3-1 ao trocar Gueye por Neymar, que saiu do banco para jogar na ligação como meia central e contribuir com a habitual visão de jogo, embora com pouco ritmo voltando de lesão.

O time francês, porém, continua dando a impressão de que, no mais alto nível, não consegue passar de uma reunião de talentos que não consegue se integrar como equipe. Muitos espaços entre os setores, baixa intensidade em vários momentos. Mesmo com a campanha 100% na Champions até esta rodada.

Em nova bela ação de ataque com inversão de lado, Marcelo ajeitou com a sola do pé em típico movimento de futsal antes de colocar na cabeça de Benzema no segundo gol. Já com Modric no lugar de Valverde. Jogada construída com tanta naturalidade que parece ter desligado o Real da partida.

Só que Tuchel havia corrigido a distribuição de sua equipe em campo pouco antes com as entradas de Sarabia e Draxler nas vagas de Di María e Icardi. Adiantou Mbappé como referência móvel e veloz na frente e deu liberdade a Neymar. Ganhou fluência pela direita e aproveitou vacilo de Varane e Courtois para diminuir com Mbappé e, na sequencia, empatar com Sarabia, livre no setor de Marcelo para finalizar jogada à esquerda iniciada por Neymar. A circulação da bola ficou mais rápida e menos previsível.

Poderia ter se transformado em virada se Mbappé tivesse ângulo para enxergar Neymar entrando livre por dentro. Seria um prêmio ao talento, mesmo descoordenado. Também uma punição dura demais para o Real que jogou muito e deve tratar a atuação como referência, só precisando aproveitar com mais frequência as oportunidades criadas. Perdeu a chance de devolver os 3 a 0 da ida e buscar a liderança do Grupo A da Liga dos Campeões.

O Bernabéu viu nos 2 a 2 o melhor e o pior de Real e PSG. Como espetáculo, não houve nada a reclamar.

(Estatísticas: UEFA)

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Ficar no PSG seria o maior “castigo” para Neymar http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/06/04/ficar-no-psg-seria-o-maior-castigo-para-neymar/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/06/04/ficar-no-psg-seria-o-maior-castigo-para-neymar/#respond Tue, 04 Jun 2019 10:04:31 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=6641 Não há muito o que dizer sobre o “Caso Neymar”, que é de polícia. Apenas que é mais uma prova de que o jogador é pouco inteligente na condução da carreira e da vida, além de ser absurdamente mal assessorado. Pelo “staff”, por parças e até pelo próprio pai.

A tendência é que jogue a Copa América mesmo em um ambiente pouco tranquilo. Tite precisa de seu jogador mais talentoso para buscar o título e a paz para trabalhar até 2022 e Neymar já parece acostumado a viver nessa montanha russa de emoções.

O maior problema é a imagem de Neymar para o mundo. Seguidas lesões e polêmicas de toda ordem que sempre deixam uma impressão de pouco compromisso com a carreira de atleta tendem a dificultar o que talvez seja a grande meta a curto prazo de Neymar: deixar o Paris Saint-Germain.

Já há consenso entre o craque e os mais próximos que a experiência em Paris não deu certo. Além disso, o projeto do clube francês cada vez mais parece girar em torno de Mbappé, estrela nacional depois do título mundial em 2018. A busca por protagonismo fez Neymar recuar algumas casas no tabuleiro do futebol em seu mais alto nível.

Seria a hora de sair, mas para onde? As únicas portas possíveis e viáveis financeiramente para compensar o PSG da contratação mais cara da história do esporte seriam Real Madrid e Barcelona. O time merengue já tem tudo certo com Hazard, atacante que joga na mesma faixa de campo e tem características parecidas, embora sem tanto poder midiático – fundamental para o clube que perdeu Cristiano Ronaldo.

No Barça teria que reconstruir uma relação de confiança depois da saída para um time com menos história, mas o encaixe em campo seria automático, reeditando o trio MSN com Messi e Suárez na vaga de Philippe Coutinho/Dembelé. Talvez a conclusão seja de que é mais seguro para a cabeça de Neymar ser coadjuvante do gênio argentino do que tentar um voo solo.

Só que agora há uma acusação grave e a reação mais que infeliz, expondo conversas e imagens íntimas de outra pessoa. De repente Neymar virou aposta. Será que vale o investimento? Se os interessados recuarem restará cumprir o contrato no PSG que vai até junho de 2022.

Acordo milionário para morar em Paris por cinco anos. Um sonho para muita gente, incluindo atletas consagrados, mas hoje seria o pior “castigo” para o brasileiro. É mesmo muito difícil entender o Neymar…

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Griezmann joga na “função Messi”. O que fará em Barcelona? http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/05/18/griezmann-joga-na-funcao-messi-o-que-fara-em-barcelona/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/05/18/griezmann-joga-na-funcao-messi-o-que-fara-em-barcelona/#respond Sat, 18 May 2019 10:44:54 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=6547

Foto: FIFA.com

O PSG e o Manchester City, na voz do próprio Pep Guardiola, já se posicionaram sobre Antoine Griezmann: não têm interesse no alto investimento para contratar o craque que se despediu do Atlético de Madrid. E o próprio Diego Simeone, ex-treinador do francês, já sinalizou o provável destino: Barcelona.

Mesmo com as informações controversas vindas da Catalunha sobre a provável recepção do atacante no vestiário blaugrana, o anúncio oficial parece questão de tempo. Talvez depois do encerramento da liga espanhola. Mas já vislumbrando a armação do ataque do bicampeão espanhol e finalista da Copa do Rei com a nova peça é difícil imaginar um encaixe perfeito.

Porque Griezmann rende mais justamente na função que não deixa brecha para outro jogador: o atacante que joga com liberdade de movimentação atrás do centroavante, buscando os espaços às costas do meio-campo adversário para partir para cima da última linha defensiva com a bola dominada. Sim, na “função Messi”.

Griezmann na “função Messi”: recebe às costas do meio-campo adversário e parte para cima da defesa adversária com a bola no pé canhoto e um centroavante (Diego Costa) se movimentando no ataque (reprodução Fox Sports).

É assim que atua também na França campeã mundial, atrás de Giroud e acionando a velocidade de Mbappé. Ele precisa de uma referência na frente justamente para puxar a zaga para trás e criar os espaços por onde circula. De preferência partindo da meia direita para dentro conduzindo a bola com o pé esquerdo. Outra semelhança com o gênio argentino, além de ser o homem das bolas paradas.

Griezmann é ponta de origem e pode render aberto pela esquerda, buscando a linha de fundo com rapidez e habilidade. A dúvida é se teria a intensidade para “sprints” seguidos e fazer a recomposição no auxílio a Jordi Alba. Para uma negociação que deve ultrapassar os 100 milhões de euros, o ideal seria que o jogador fosse contratado para atuar onde entrega o melhor desempenho.

Não parece o caso. Seria mais um que se destaca em outro contexto, vai para o Barça ser coadjuvante de Messi e acaba eclipsado. Como Philippe Coutinho e Dembelé. A busca pelo “novo Neymar”, em talento e características, pode ser mais um tiro na água.

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Agressão de Neymar é sintoma do projeto sem rumo do PSG http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/04/29/agressao-de-neymar-e-sintoma-do-projeto-sem-rumo-do-psg/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/04/29/agressao-de-neymar-e-sintoma-do-projeto-sem-rumo-do-psg/#respond Mon, 29 Apr 2019 09:15:36 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=6413

Imagem: Reprodução/Gazeta Esportiva

Desde que o Paris Saint-Germain subiu ainda mais o patamar dos gastos com contratações, ato simbolizado pela chegada da dupla Neymar/Mbappé em 2017, as duas temporadas terminaram simbolicamente nas oitavas de final da Liga dos Campeões, com eliminações para Real Madrid e Manchester United.

Porque justamente pelo altíssimo investimento as conquistas na França são tratadas como mera formalidade. Visão que acaba criando uma mistura de depressão com comodismo. De março a maio o elenco estelar cumpre uma mera função protocolar.

Pior ainda quando duas das três conquistas ficam pelo caminho. O PSG ficou sem a Copa da França e também da Liga Francesa. Nem o bicampeonato da Ligue 1 com cinco rodadas de antecedência diminuem o vexame diante de tamanha disparidade. Eliminação nas quartas da Copa da Liga para o Guingamp, lanterna do Francês.

O Rennes é o 11º e conquistou a Copa da França no Stade de France. Nos pênaltis por 6 a 5, depois de correr atrás e empatar um jogo que parecia perdido. Com golaços de Daniel Alves e Neymar e boas atuações das estrelas brasileiras. Mas os velhos problemas coletivos, especialmente sem bola, que Thomas Tuchel não conseguiu corrigir.

Agora as especulações sobre o novo treinador apontam para Antonio Conte. Italiano de estilo bem diferente do atual comandante. Um dos sintomas do projeto com muito dinheiro, mas sem rumo do PSG. Assim como a entrada criminosa de Mbappé que rendeu um cartão vermelho e, principalmente, a agressão de Neymar a um torcedor quando se dirigia à tribuna receber a medalha de vice-campeão.

Uma explosão desmedida e desnecessária, de quem vive numa bolha com família, staff e “parças” e quando entra em contato com a realidade, com o povo, com o contraditório…se perde feio. Ainda criticou os companheiros mais jovens formados no clube. Para quem ele deveria servir como referência. Neymar disse que os meninos precisam ouvir os mais experientes, mas será que o camisa dez tem sido um exemplo para ser respeitado?

Nada justifica o destempero. Menos ainda depois de longa inatividade por conta de nova lesão no pé. Era para estar com a cabeça mais “limpa”, menos pressionado. Até porque curtiu bastante no período de recuperação, inclusive durante o Carnaval.

Mas o PSG carrega o planeta nas costas com a megalomania de quem vê os grandes títulos como consequência natural do muito que gasta. Nem na França funciona assim, menos ainda em competições de mata-mata. Que o clube e suas grandes estrelas coloquem os pés no mundo real e entendam que o futebol não existe para atender seus caprichos e devaneios.

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França evolui e pode repetir ciclo histórico da geração de Zidane http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/03/26/franca-evolui-e-pode-repetir-ciclo-historico-da-geracao-de-zidane/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/03/26/franca-evolui-e-pode-repetir-ciclo-historico-da-geracao-de-zidane/#respond Tue, 26 Mar 2019 03:46:52 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=6228

Foto: Michel Euler/AP

As goleadas por 4 a 1 sobre a Moldávia fora de casa e 4 a 0 contra a Islândia em Paris nas eliminatórias da Eurocopa são menos relevantes para a França campeã do mundo do que a nítida evolução no desempenho da equipe de Didier Deschamps.

Entrosamento por conta da manutenção da base vencedora na Copa do Mundo e confiança pela conquista que tirou o peso do fracasso da Euro 2016 disputada em casa. O time agora está nitidamente mais solto. Na Rússia, a variação do 4-2-3-1 para o 4-3-1-2, com Matuidi ora ponta, ora volante pela esquerda alinhado a Pogba e à frente de Kanté, era mais engessada, sem tanta mobilidade.

Mbappé ficava mais à direita e o corredor do lado oposto era aproveitado pelo lateral Lucas Hernández e eventualmente por Griezmann. Rigidez no posicionamento ao atacar para garantir a organização defensiva quando perdesse a bola. Agora há mais mobilidade. No primeiro gol sobre a Moldávia, Mbappé estava mais centralizado quando Griezmann tabelou com Pogba, infiltrou pela direita e marcou lindo gol.

Giroud é outro sem a pressão do Mundial. Mantém a importância no jogo aéreo ofensivo e defensivo, em alguns momentos recua para que Mbappé fique solto na frente para acelerar os contragolpes. Continua empurrando com sua presença física a última linha da defesa adversária para trás dando espaços para Mbappé, Griezmann, Pogba e Matuidi trabalharem. Mas voltou a fazer gols. Deixou dois nestas datas-FIFA. Agora tem 35 e só fica atrás de Thierry Henry (51) e Michel Platini (41) na artilharia dos Bleus.

A equipe de Deschamps continua forte no jogo aéreo que conta com participação decisiva da dupla Varane-Umtiti. Um gol de zagueiro em cada partida. Porém não dependem mais tanto da bola parada e dos cruzamentos para descomplicar as partidas. Também porque está menos tensa.

Situação parecida com a que viveu a geração de Zinedine Zidane. Pressão pelo título em casa na Copa de 1998, ainda mais por ter ficado de fora dos Mundiais de 1990 e 1994. Campanha um tanto sofrida até a epopéia dos 3 a 0 sobre o Brasil na final.

Mais solta e entrosada, venceu a Eurocopa 2000 e seguiu poderosa, ganhando inclusive a Copa das Confederações em 2001, até chegar ao Mundial na Ásia e decepcionar com a eliminação na primeira fase em grupo com Uruguai, Dinamarca e Senegal. Zidane chegou desgastado e lesionado, entrou em campo no sacrifício e pouco pôde fazer na despedida contra a Dinamarca. Virou o fio na hora errada.

Deschamps encerrou a carreira de jogador em 2001. Se despediu da seleção um ano antes, com a conquista da Euro. Não viveu a queda depois da ascensão. Agora no comando fora de campo espera fazer diferente e manter o domínio no futebol de seleções. A França hoje é a favorita para a conquista da Eurocopa 2020 e tem futebol para repetir o ciclo histórico da geração mais vencedora do país.

 

 

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