rennes – Blog do André Rocha http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br O blog se propõe a trazer análises e informações sobre futebol brasileiro e internacional, com enfoque na essência do jogo, mas também abrindo o leque para todas as abordagens possíveis sobre o esporte. Mon, 13 Jul 2020 13:46:43 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Agressão de Neymar é sintoma do projeto sem rumo do PSG http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/04/29/agressao-de-neymar-e-sintoma-do-projeto-sem-rumo-do-psg/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/04/29/agressao-de-neymar-e-sintoma-do-projeto-sem-rumo-do-psg/#respond Mon, 29 Apr 2019 09:15:36 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=6413

Imagem: Reprodução/Gazeta Esportiva

Desde que o Paris Saint-Germain subiu ainda mais o patamar dos gastos com contratações, ato simbolizado pela chegada da dupla Neymar/Mbappé em 2017, as duas temporadas terminaram simbolicamente nas oitavas de final da Liga dos Campeões, com eliminações para Real Madrid e Manchester United.

Porque justamente pelo altíssimo investimento as conquistas na França são tratadas como mera formalidade. Visão que acaba criando uma mistura de depressão com comodismo. De março a maio o elenco estelar cumpre uma mera função protocolar.

Pior ainda quando duas das três conquistas ficam pelo caminho. O PSG ficou sem a Copa da França e também da Liga Francesa. Nem o bicampeonato da Ligue 1 com cinco rodadas de antecedência diminuem o vexame diante de tamanha disparidade. Eliminação nas quartas da Copa da Liga para o Guingamp, lanterna do Francês.

O Rennes é o 11º e conquistou a Copa da França no Stade de France. Nos pênaltis por 6 a 5, depois de correr atrás e empatar um jogo que parecia perdido. Com golaços de Daniel Alves e Neymar e boas atuações das estrelas brasileiras. Mas os velhos problemas coletivos, especialmente sem bola, que Thomas Tuchel não conseguiu corrigir.

Agora as especulações sobre o novo treinador apontam para Antonio Conte. Italiano de estilo bem diferente do atual comandante. Um dos sintomas do projeto com muito dinheiro, mas sem rumo do PSG. Assim como a entrada criminosa de Mbappé que rendeu um cartão vermelho e, principalmente, a agressão de Neymar a um torcedor quando se dirigia à tribuna receber a medalha de vice-campeão.

Uma explosão desmedida e desnecessária, de quem vive numa bolha com família, staff e “parças” e quando entra em contato com a realidade, com o povo, com o contraditório…se perde feio. Ainda criticou os companheiros mais jovens formados no clube. Para quem ele deveria servir como referência. Neymar disse que os meninos precisam ouvir os mais experientes, mas será que o camisa dez tem sido um exemplo para ser respeitado?

Nada justifica o destempero. Menos ainda depois de longa inatividade por conta de nova lesão no pé. Era para estar com a cabeça mais “limpa”, menos pressionado. Até porque curtiu bastante no período de recuperação, inclusive durante o Carnaval.

Mas o PSG carrega o planeta nas costas com a megalomania de quem vê os grandes títulos como consequência natural do muito que gasta. Nem na França funciona assim, menos ainda em competições de mata-mata. Que o clube e suas grandes estrelas coloquem os pés no mundo real e entendam que o futebol não existe para atender seus caprichos e devaneios.

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Neymar, Ibrahimovic e “O Show de Truman” http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2018/01/31/neymar-ibrahimovic-e-o-show-de-truman/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2018/01/31/neymar-ibrahimovic-e-o-show-de-truman/#respond Wed, 31 Jan 2018 06:13:14 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=4080

Foto: Jean-Sebastien Evrard/AFP

E lá vamos nós de Neymar… Este blog evita o recurso fácil de caçar cliques com a maior “isca” da internet, mas em alguns momentos é inevitável abordar o tema.

O brasileiro novamente foi centro de uma polêmica ao provocar adversários na vitória por 3 a 2 do Paris Saint-Germain sobre o Rennes na semifinal da Copa da Liga Francesa. Primeiro o gesto de oferecer a mão para levantar um colega de trabalho e depois deixá-lo no “vácuo”.

Quanto ao domínio com as costas seguido de um chapéu em Bourigeaud, é o risco que Neymar adora assumir. Para quem leva será sempre um ato de desrespeito, ainda mais na Europa. O craque encara como espetáculo e uma forma de revidar com habilidade as pancadas e provocações. Mesmo sabendo que com isso se torna ainda mais o alvo.

É do jogo. Não precisava ser assim e talvez sejam exemplos ruins de um ídolo para a criança que está formando valores para a vida. Mas não definem o caráter de ninguém. Basta observar as declarações de quem convive ou já conviveu com o craque – inclusive no Barcelona, mesmo com uma saída traumática que poderia deixar ressentimentos – para desconstruir essa imagem de astro egocêntrico. Há coisas bem mais reprováveis por aí que passam batidas. Inclusive no futebol.

Ibrahimovic, por exemplo, já humilhou adversário procurando o nome na camisa, ironizou até o bigode de um oponente e agrediu com bolada o goleiro das Ilhas Faroe. Sem contar suas brincadeiras de mau gosto com colegas e as entrevistas em tom arrogante falando de si mesmo na terceira pessoa (“Zlatan”). Para muitos é visto apenas como “personalidade forte”. Outros tantos são indiferentes. Longe de causar tanta celeuma, no mesmo PSG.

Porque não é Neymar. Sempre o centro das atenções, com a vida escancarada nas redes sociais para milhões de seguidores. A ponto de monitorarem seu desempenho em campo de acordo com o namoro com a atriz global. Sem contar outras pautas que nada têm a ver com esporte.

Uma espécie de “O Show de Truman”, filme estrelado por Jim Carrey que completa 20 anos em 2018. Mas se na obra cinematográfica Truman Burbank não sabia que estava sendo filmado e sua vida transformada em um programa de TV, Neymar capitaliza com a exposição. Em todos os sentidos.

Só não pode reclamar do lado ruim, inclusive este texto que foge um pouco da bola jogada pelo brasileiro em Paris. Nem apelar para o clichê “o futebol está chato” ou se irritar com pancadas dos rivais, vaias das arquibancadas e críticas de quem pensa diferente. Ou mesmo a perseguição dos haters, muitas vezes por pura inveja.

São os prós e contras da vida. O verso da moeda vem sempre no pacote.

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