unaiemery – Blog do André Rocha http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br O blog se propõe a trazer análises e informações sobre futebol brasileiro e internacional, com enfoque na essência do jogo, mas também abrindo o leque para todas as abordagens possíveis sobre o esporte. Mon, 13 Jul 2020 13:46:43 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Com Arteta, Arsenal tenta sair do limbo que, no Brasil, ameaça o São Paulo http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/12/30/com-arteta-arsenal-tenta-sair-do-limbo-que-no-brasil-ameaca-o-sao-paulo/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/12/30/com-arteta-arsenal-tenta-sair-do-limbo-que-no-brasil-ameaca-o-sao-paulo/#respond Mon, 30 Dec 2019 11:47:58 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=7784

Foto: Getty Images

Mikel Arteta se aposentou como jogador em 2016 no Arsenal, aos 34 anos, e foi ser auxiliar de Pep Guardiola no Manchester City. Com visão privilegiada de meio-campista e sensibilidade para lidar com os atletas que enfrentava até pouco tempo atrás, era uma “ponte” importante entre treinador e elenco.

Conceitos atuais e liderança que seduziram o Arsenal a apostar no espanhol para suceder Unai Emery no comando técnico. Arteta que foi convidado por Arsène Wenger assim que parou de jogar para comandar a Academia. Desenvolvendo jovens atletas que hoje são a esperança do clube e do novo treinador em um projeto a médio/longo prazo, a julgar pelo contrato de três anos e meio.

O grande obstáculo em sua primeira experiência é justamente a urgência de uma torcida que está cansada de esperar. Porque o clube demorou a entender que era hora de agradecer a Wenger pelos serviços prestados e buscar outros caminhos. Por mais que se defenda trabalhos a longo prazo e se reverencie quem consiga executar um projeto durante décadas, a noção de “timing” é fundamental.

Faltou isso à diretoria dos Gunners. Ou o bilionário Stan Kroenke, “dono” do clube, deu mais importância aos lucros do que aos resultados esportivos. Na prática, a imagem de clube que contrata e trabalha na evolução de jovens atletas que vão vencer em outras agremiações foi consolidada e teve em Cesc Fàbregas seu maior símbolo. Chegou ao clube em 2003, com 16 anos foi o jogador mais jovem a entrar em campo pelo time principal. No entanto, não pôde ser considerado campeão invicto em 2003/04 porque não jogou nenhum minuto pela Premier League.

Saiu em 2011, com apenas uma Copa da Inglaterra (2004/05) e uma Supercopa (2004). Para ganhar quase tudo no Barcelona em três anos, exceto a Liga dos Campeões, e vencer sua primeira Premier League logo em sua volta à Inglaterra, mas pelo Chelsea, grande rival do Arsenal.

Foram anos se satisfazendo com a quarta vaga na Inglaterra para a Champions, campanhas que foram minguando depois do vice-campeonato em 2006 e da chegada às semifinais em 2008/09. Com incrível sequência de sete eliminações nas oitavas, a última de forma humilhante para o Bayern de Munique por 10 a 2 no placar agregado em 2016/17.

Com a ascensão do Tottenham de Mauricio Pochettino e a redenção do Liverpool de Jürgen Klopp se juntando a Manchester City e Chelsea, além das oscilações do Manchester United, não havia mais vaga no principal torneio de clubes do planeta para os Gunners. Precisou que o próprio Wenger, imaginando a possibilidade de demissão, encerrasse o ciclo de 22 anos como manager em abril de 2018. Período que ele mesmo considerou longo demais em entrevista posterior à saída: “Sou uma pessoa que gosta de se mover, mas também gosto de um desafio. Só que eu acabei sendo um prisioneiro dos meus próprios desafios”, declarou à rádio francesa “RTL”.

Depois do fenômeno “Invincibles” em 2003/04, os títulos vieram apenas na Copa da Inglaterra: 2004/05, 2013/14, 2014/15 e 2016/17. Tornando o clube recordista de conquistas do torneio, com 13. Mesmo número de títulos ingleses, só ficando atrás de Manchester United e Liverpool. Mas apenas três na Era Premier League, desde 1992.

Um clube vencedor, mas que parece ter se enfiado em uma espécie de “limbo”. A falta de maiores ambições durante anos, uma sensação de imobilidade conformada. O Arsenal ficou morno, sem enorme crise nem grande conquista. Wenger virou refém de sua própria imagem que ganhou um ar romântico e até quixotesco ao longo do tempo.

Fez mal, porém, à instituição que hoje luta para se reposicionar. Na derrota para o Chelsea no Emirates por 2 a 1, segunda partida de Arteta no comando depois do empate por 1 a 1 na estreia contra o Bournemouth, uma virada improvável dos Blues depois do domínio dos donos da casa, especialmente no primeiro tempo. Gol de Aubameyang, mas falha grotesca de Leno no gol de Jorginho aos 38 minutos e, quatro minutos depois, o golpe final com Abraham. Mais um revés para o algoz na final da última Liga Europa, com goleada por 4 a 1.

Para deixar o time na 12ª colocação no campeonato. A sete pontos da vaga na Liga Europa, a seis da zona de rebaixamento. Um elenco com potencial para ir além, mas que tem em Mesut Özil a imagem mais emblemática: 31 anos, no clube desde 2013. Acomodado, de brilhos esparsos e que desaparece em momentos decisivos. Como se reconstruir desta forma? Só Arteta no comando não basta.

Um buraco que, no Brasil, ameaça o São Paulo. Clube ainda mais vencedor que o Arsenal, pelas grandes conquistas internacionais, mas que segue errante, sem rumo desde o tricampeonato brasileiro em 2008. Depois da Sul-Americana em 2012, um duro período de seca, mesmo no Paulista que já perdeu relevância no cenário nacional.

Turbulência política, a perda da imagem de “Soberano” e também do Morumbi como palco dos grandes jogos dos rivais Corinthians e Palmeiras, o que gerava receitas e prestígio pela imagem de clube organizado. Hoje vive de olhar para o passado buscando algum sinal, uma luz.

Tentou a guinada com a contratação de Daniel Alves, o jogador mais vencedor da história do futebol, com 40 títulos oficiais na carreira. Mas nem o carisma mudou o marasmo, ao menos por enquanto. Os grandes “feitos” na temporada foram a vaga direta na fase de grupos da Libertadores – com a sexta colocação no Brasileiro, aproveitando as vagas deixadas por Flamengo e Athletico – e ter sido o único time a não ser derrotado pelo campeão com recorde de pontos. Muito pouco para um gigante.

Mas parece suficiente para Fernando Diniz, que detecta poucas carências para o elenco. De fato, há qualidade. Falta, porém, uma centelha de protagonista difícil de encontrar depois que se acostuma com papeis secundários. O risco é o hábito de ser coadjuvante empurrar ladeira abaixo, como parece o caminho do Arsenal na Inglaterra. Um triste ocaso para tanta história.

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Primeiro cansa, depois destrói! Liverpool atropela Arsenal em 15 minutos http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/08/24/primeiro-cansa-depois-destroi-liverpool-atropela-arsenal-em-15-minutos/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/08/24/primeiro-cansa-depois-destroi-liverpool-atropela-arsenal-em-15-minutos/#respond Sat, 24 Aug 2019 18:33:28 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=7104 O primeiro tempo em Anfield foi do Liverpool nitidamente com um plano para castigar o Arsenal: diante de um 4-3-1-2 que tinha como claro objetivo atrair o adversário e fazer Dani Ceballos acionar a velocidade de Pépé e Aubameyang na frente, muitas inversões de jogo para fazer as linhas compactas sem movimentarem.

Da esquerda para Alexander-Arnold pela direita, da direita procurando Robertson no lado oposto. O problema é que não gerava espaços para o trio de ataque se procurar, com Salah e Mané buscando as diagonais e Firmino trabalhando entre a defesa e o meio-campo do adversário. Restava insistir nos cruzamentos.

Mas o campeão europeu comandado por Jurgen Klopp é uma equipe versátil, completa. Pode machucar o adversário de várias formas. Mesmo levando alguns sustos, com o Arsenal saindo da pressão no próprio campo e acelerando com bolas longas as transições ofensivas com a dupla de ataque. Assim criaram as chances mais cristalinas nos primeiros 45 minutos.

Na jogada aérea com bola parada, o gol de Matip. Único do primeiro tempo de 63% de posse e 15 finalizações contra cinco. Muito volume de jogo que fez o rival correr atrás e se desgastar muito. Ainda tirando Ceballos do jogo. O meia espanhol contratado ao Real Madrid só apareceu em uma inversão errada que parou no pé de Mané e os Reds quase abriram o placar.

Na volta do intervalo, o correspondente futebolístico de Mike Tyson no auge colocando o oponente nas cordas. O Liverpool passou por cima alternando ataques em bloco com muita gente no campo adversário e rápidos contragolpes. O Arsenal não teve concentração, nem intensidade para reagir. Salah decidiu em bela cobrança de pênalti e na infiltração característica, da direita para o meio e batendo cruzado com o pé esquerdo. 3 a 0.

Depois foi administrar no “modo Klopp”: sem baixar a guarda, porém trocando mais passes. O Arsenal de Unai Emery falhou no primeiro grande teste, valendo a liderança com 100% de aproveitamento. Mas valeu conferir a coragem de Pépé no enfrentamento com o gigante Van Dijk. O atacante contratado ao Lille é mais que promissor, só precisa combinar rapidez e eficiência no acabamento da jogada para brilhar na Premier League.

Mérito também por nunca desistir, com direito a diminuir a vantagem com o gol de Torreira, que entrou na vaga de Ceballos. Não desmanchar depois daqueles quinze minutos arrasadores foi uma demonstração de força. É possível ser ainda mais competitivo.

Já os Reds ainda têm boa margem de evolução. O time pode ser mais regular e consistente. Também eficiente, já que foram nada menos que 25 finalizações contra oito. Apenas cinco no alvo. Mas não há como questionar a qualidade da execução do plano de jogo: primeiro cansa, depois destrói! Agora são vinte jogos de invencibilidade na liga e 42 atuando em casa. O Liverpool de Klopp segue forte e com fome.

(Estatísticas: BBC)

 

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Liga Europa é primeiro título de Sarri e o último no Chelsea de Hazard http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/05/29/liga-europa-e-primeiro-titulo-de-sarri-e-o-ultimo-no-chelsea-de-hazard/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/05/29/liga-europa-e-primeiro-titulo-de-sarri-e-o-ultimo-no-chelsea-de-hazard/#respond Wed, 29 May 2019 20:50:57 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=6605 A final da Liga Europa em Baku, no Azerbaijão, inusitada e só justificada por questões comerciais, esfriou o clima que seria épico em qualquer ponto da Europa para uma decisão continental entre rivais ingleses. Londrinos. Retirou o combustível que criaria a atmosfera para um jogo maluco, com intensidade máxima.

Melhor para o Chelsea de Maurizio Sarri. Com jogo mais cerebral, dentro de um 4-3-3 quase imutável. Modelo que, mesmo com oscilações na primeira temporada do treinador italiano, já está assimilado e mostrou maturidade na última partida de 2018/19.

Com dificuldades no início para se adaptar ao 3-4-1-2 do Arsenal de Unai Emery, que fazia Azpilicueta ajudar Christensen e David Luiz contra Lacazette e Aubameyang e abria o corredor para as descidas do ala Kolasinac. Também sofria do lado oposto, com Maitland-Niles para cima do brasileiro Emerson Palmieri. Para complicar, Ozil estava ligado e pressionava Jorginho, responsável pela construção dos Blues desde a defesa.

Durou 30 minutos. Emerson se aprumou e passou a apoiar. Na melhor descida, centro na cabeça de Giroud para abrir o placar no início da segunda etapa. Com a vantagem e os espaços cedidos pelo rival, começou o espetáculo de Eden Hazard. Assistência para Pedro, depois converteu pênalti sobre Giroud e resolveu a final com belo chute cruzado, pouco depois do golaço de Iwobi, que entrou na vaga do volante Torreira.

Os 4 a 1 são um golpe duríssimo para Petr Cech em sua despedida do futebol. Logo contra o seu ex-clube. O Chelsea bicampeão da Liga Europa. Conquista invicta que salva a temporada do clube e de Sarri. O primeiro título da carreira do treinador de 60 anos que pode sair para a Juventus suceder Allegri. Deve ser o último de Hazard pelos Blues. Vai para o Real Madrid ser a estrela da reformulação no time merengue. Só falta o anúncio oficial.

Se a despedida poderia ter sido mais apoteótica com um título da Premier League ou a final da Champions, a última exibição foi condizente com a trajetória do belga no time azul. Melhor jogador do Inglês em 2015 e seis conquistas no currículo. Mais um cracaço do futebol mundial que é eclipsado por Messi e Cristiano Ronaldo. Mas em Baku foi a estrela mais reluzente.

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Domínio inglês na Europa com futebol “rock’n’roll” tem as digitais de Klopp http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/05/10/dominio-ingles-na-europa-com-futebol-rocknroll-tem-as-digitais-de-klopp/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/05/10/dominio-ingles-na-europa-com-futebol-rocknroll-tem-as-digitais-de-klopp/#respond Fri, 10 May 2019 11:12:23 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=6487

Foto: Reuters

O Campeonato Inglês há algumas décadas tem como principal característica a intensidade dos jogos durante os noventa minutos. Um jogo “maluco” que protagoniza disputas com muitos gols e com surpresas nos minutos finais.

Como esquecer do 4×4 entre Liverpool e Arsenal há dez anos – o famoso “jogo do Arshavin”, com o meia russo marcando todos os gols dos Gunners? Ou as viradas nos acréscimos que ajudaram a construir o domínio do Manchester United de Alex Ferguson no país e criaram o mito do “Fergie Time”?

Mas a chegada de Jurgen Klopp em 2015, trazendo sua visão muito particular do futebol com o “Gegenpressing” e o ímpeto ofensivo insano que já havia transformado a Bundesliga, subiu o tom ainda mais na Inglaterra. De início sucedendo Brendan Rodgers e uma equipe mais afeita à posse de bola dentro do padrão Premier League.

Aos poucos reestruturando o elenco para ficar com a sua cara. Começando pelo ataque com as contratações de Mané e Salah e finalizando com o sistema defensivo, principalmente depois do revés para o Real Madrid na final da última edição da Liga dos Campeões, trazendo Alisson, Van Djik e Fabinho. Ritmo frenético, mas com qualidade técnica.

Diante do pesado calendário inglês, Klopp fez coro e engrossou as reclamações de José Mourinho, Arsene Wenger e depois Pep Guardiola que aos poucos vão conquistando pequenas vitórias que trazem algum alívio, como o fim do “replay” nas quartas de final da Copa da Inglaterra e, a partir da próxima temporada, desmembrando uma rodada no final do ano para que todos os clubes tenham uma semana de descanso na sequência maluca de jogos enquanto as demais competições nacionais param.

Ainda assim, o técnico do Liverpool define a liga e o torneio europeu no qual o Liverpool está envolvido como prioridades, relegando as copas nacionais a segundo plano. Assim chega à sua terceira final pelos Reds. Primeiro na Liga Europa contra o Sevilla, depois na Liga dos Campeões contra o Real Madrid e agora diante do Tottenham.

Outro a conquistar uma virada improvável. Porque se lançou à frente, correu riscos, atacou no volume máximo até o clímax no terceiro gol de Lucas Moura no chute final. Foi o time de Mauricio Pochettino, mas Klopp assinaria embaixo.

O alemão segue em busca do primeiro título no novo clube. Mas mesmo sem as conquistas que respaldaram seu trabalho no Borussia Dortmund, o treinador alemão de estilo personalíssimo dentro e fora de campo segue deixando sua marca por onde passa. Hoje é mais influente que Mourinho e sua solidez defensiva e Guardiola com o controle dos jogos pela posse de bola.

Aliás, o português e o catalão tiveram que condicionar suas propostas de jogo ao aumento de velocidade nas transições defensiva e ofensiva do futebol jogado na Inglaterra. No caso de Guardiola, Klopp interferiu duas vezes. No Bayern e agora no City. Em ambas como o grande rival.

Nesta temporada com a dupla dominando completamente a Premier League. E os citizens ainda mais verticais, mesmo liderando na posse e no acerto de passes. Depois de Guardiola passar a primeira temporada adequando suas ideias às exigências da liga mais competitiva do planeta. Mesma realidade que vivem Maurizio Sarri no Chelsea e Unai Emery no Arsenal.

Finalistas da Liga Europa que consolidam um domínio inédito no Velho Continente. Quatro times de um mesmo país nas decisões das principais competições. Imposição através da intensidade, da rapidez no jogo de área a área, da sanha pelo gol até o apito derradeiro. Os espanhois desta vez não resistiram e perderam a hegemonia dos últimos anos.

Triunfo inglês com as digitais de um alemão. Jurgen Klopp e seu futebol “rock’n’roll”. Vibrante, emotivo, pulsando com o coração no céu da boca. Pisando fundo no acelerador como se não houvesse o próximo minuto de jogo. De vida. Como um solo de Jimi Hendrix ou alguma experimentação psicodélica do Pink Floyd ou mesmo dos Beatles, maior patrimônio de Liverpool. Um “aditivo” no chá inglês. Um sorriso largo para iluminar o caminho, mesmo (ainda) sem as taças.

Um homem que na véspera de ver seu time enfiar 4 a 0 no Barcelona de Messi, mesmo sem Salah, Firmino, Keita e perdendo Robertson no intervalo, disse que buscaria a remontada, mas, se esta não viesse, seus comandados falhariam “da forma mais bonita possível”.  Ao final do “milagre”, transferiu todos os méritos para os jogadores soltando um palavrão.

A dose certa de loucura em uma mente que preza o coletivo, a solidariedade, o altruísmo. Eis o sujeito que merece apontar o norte e marcar o futebol para sempre.

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Copa e maturidade fazem PSG de Tuchel inverter status entre Neymar e Mbappé http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/01/22/copa-e-maturidade-fazem-psg-de-tuchel-inverter-status-entre-neymar-e-mbappe/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2019/01/22/copa-e-maturidade-fazem-psg-de-tuchel-inverter-status-entre-neymar-e-mbappe/#respond Tue, 22 Jan 2019 11:59:07 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=5793

Quando Mbappé foi anunciado no PSG, este blog projetou o time francês ainda jogando em função de Neymar, mais experiente e afirmado no cenário mundial. Ao jovem que explodiu no Monaco restaria um posicionamento de relevância no ataque da equipe, porém com maior sacrifício tático.

Sem comparações, mas a expectativa era que simbolicamente Neymar seria Messi. Ou seja, o ponta articulador partindo do flanco para criar e finalizar, com total liberdade. Já a joia francesa seria o Neymar do Barcelona: coadjuvante de luxo, o ponteiro do lado oposto que acelera e busca as infiltrações em diagonal. Mas também com a responsabilidade de voltar e formar com o tripé de meio-campo uma segunda linha de quatro para bloquear as ações ofensivas dos adversários.

Justamente a opção do treinador Unai Emery na maior parte da temporada. Neymar solto com Cavani à frente, Mbappé se juntando à dupla, mas com maior entrega no trabalho coletivo. A contratação mais cara da história como a estrela, o garoto prodígio servindo de fiel escudeiro.

O reflexo nos números é inegável: Neymar marcou 19 gols e serviu 13 assistências em 20 aparições na liga francesa. Na Liga dos Campeões foram sete jogos, seis gols e três assistências. Desempenho excepcional prejudicado pela lesão no pé que fez o brasileiro retornar praticamente na Copa do Mundo.

Mbappé disputou 27 partidas (três saindo do banco de reservas), marcou 13 e entregou oito passes para gols na Ligue 1 e nos oito jogos que o Paris Saint-Geirman disputou na Champions anotou quatro gols e três assistências. Estatísticas respeitáveis para um atacante de 19 anos, mas bem inferiores ao seu companheiro e “tutor” no vestiário de estrelas do campeão francês e também das Copas da França e da Liga Francesa.

Mas veio a Copa do Mundo…França campeã e Mbappé como destaque e tendo a melhor atuação justamente na vitória mais simbólica dos Bleus na Rússia – 4 a 3 na Argentina pelas oitavas de final, com dois gols e desempenho fantástico, “varrendo” a defesa albiceleste com velocidade e técnica. Anotou quatro gols, inclusive na final contra a Croácia, e, para este que escreve, foi o melhor do Mundial.

Já Neymar, em que pese o tempo de inatividade, não teve o mesmo brilho nem conseguiu evitar a eliminação da seleção brasileira para a Bélgica nas quartas. Dois gols e uma assistência em cinco partidas. Ainda desgastou terrivelmente sua imagem por simulações de faltas e contusões e rodou o mundo piadas com o hábito de rolar no gramado e fazer caras e bocas quando sofre as infrações (ou não).

Na volta ao clube, um novo comandante: Thomas Tuchel. Com 45 anos e fama de “inventivo”, chegou valorizando todas as estrelas do elenco, elogiando muito Neymar. Com paciência, mas firmeza, mobiliza o grupo de jogadores, diminui as rusgas do brasileiro com Cavani e muda a mentalidade da equipe para a disputa da Champions, prioridade máxima na temporada.

O espírito ficou claro na vitória sobre o Liverpool na penúltima rodada da fase de grupos que praticamente garantiu a vaga no mata-mata em um grupo complicado que acabou jogando o bom Napoli de Carlo Ancelotti para a Liga Europa. Muita fibra, vibração e entrega para conquistar o único resultado que não complicaria a classificação. Nem a surpreendente eliminação na Copa da Liga para o Guingamp com derrota de virada por 2 a 1 muda essa impressão, até porque a “vingança” veio na Ligue 1 com uma goleada implacável: 9 a 0 e o time jogando sério o tempo todo, como um rolo compressor.

Nos dois triunfos simbólicos e em outras partidas da temporada fica bem clara uma mudança de status que se reflete no campo: agora é Mbappé quem joga livre na frente com Cavani e Neymar se sacrifica um pouco mais pelo time. Sem a bola, o camisa dez retorna e compõe uma segunda linha de quatro com Di María do lado oposto e Marquinhos ou Daniel Alves e Verratti no centro. No início da jornada 2018/19 chegou a atuar por dentro, como um “enganche”. Mas sempre municiando Mbappé.

Os números novamente apresentam as consequências do posicionamento em campo. Neymar segue com ótimo desempenho: 13 gols e seis assistências na liga. Na Champions foi às redes cinco vezes e serviu dois passes decisivos em seis partidas. Mas a joia francesa deu um salto, especialmente no campeonato por pontos corridos. São 17 gols e cinco assistências. No torneio continental, curiosamente, serviu mais que foi às redes: quatro assistências, três bolas nas redes adversárias.

É claro que a confiança com o título mundial e a melhor ambientação com os companheiros contribuíram significativamente para o progresso de Mbappé. Mas o posicionamento mais adiantado, com liberdade para procurar os lados e infiltrar em diagonal ou muitas vezes até ser a referência do ataque, com Cavani recuando para colaborar defensivamente quando o time recua as linhas para jogar em rápidas transições ofensivas, também colaborou para a evolução.

Até por temperamento, Neymar segue dando as cartas no vestiário e ajuda o companheiro a se soltar ainda mais. Mas o status mudou claramente: Mbappé é a estrela ascendente, com segurança e, principalmente, maturidade para desequilibrar e decidir nos momentos-chave. O brasileiro segue fundamental, mas terá que recuperar terreno em jogos grandes para voltar a ser o protagonista. Justamente o que o motivou a trocar Barcelona por Paris.

Se o sonho é ganhar a Bola de Ouro, Neymar ganhou um “inimigo íntimo”. O desafio é fazer com que essa disputa seja leal, sem prejudicar o rendimento coletivo. Até aqui vem funcionando, com os dois trocando muitos passes e comemorando juntos os gols. E Cavani sem reclamar do papel menor.

Todos parecem saber o lugar em campo e o valor do que entregam. Entenderam a nova “hierarquia”. Méritos também de Tuchel.

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Lesões de Mbappé e Neymar podem abalar PSG, mas também futebol de seleções http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2018/11/20/lesoes-de-mbappe-e-neymar-podem-abalar-psg-mas-tambem-futebol-de-selecoes/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2018/11/20/lesoes-de-mbappe-e-neymar-podem-abalar-psg-mas-tambem-futebol-de-selecoes/#respond Tue, 20 Nov 2018 21:48:12 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=5538 Neymar Jr. e Kylian Mbappé. As duas contratações mais caras da história do futebol. 400 milhões de euros despejados no mercado pelo Paris Saint-Germain. Para dar o salto na Europa e buscar o título da Liga dos Campeões.

Primeira temporada com os dois, liderança do grupo com Bayern de Munique, mas duelo contra o Real Madrid logo nas oitavas de final. 3 a 1 em Madri, lesão grave de Neymar e eliminação na volta para o time de Zidane que ganharia o tricampeonato europeu. Títulos na França, mas demissão de Unai Emery.

Plano refeito, vem Thomas Tuchel. Mas de novo o sorteio não ajuda, desde a fase de grupos. Com Napoli, Liverpool e ainda o Estrela Vermelha no Grupo C. Disputa parelha, como esperado. Na penúltima rodada, confronto entre PSG e os Reds no Parc des Princes. Com a equipe francesa em terceiro lugar, um ponto atrás de Napoli e Liverpool, um à frente da Estrela Vermelha. Necessidade absoluta de vitória.

Oito dias antes, amistosos na data FIFA. França, eliminada da Liga das Nações, contra Uruguai. Brasil, com Tite fazendo seis mudanças em relação à partida anterior, diante de Camarões. Partidas com alguma relevância para as seleções dentro do ciclo até 2022. Já para os clubes…

Duas lesões, do brasileiro no adutor, do francês no ombro. De difícil recuperação em prazo tão curto, ao menos em tese. Prováveis ausências das estrelas milionárias. Simplesmente no jogo que pode ser chave em 2018/19. Em caso de eliminação prematura na Champions a temporada perde o sentido na metade. Um prejuízo incalculável, não só financeiro.

Se o pior acontecer, o PSG terá todos os motivos para questionar o futebol de seleções. E certamente ganhará eco de outros clubes bilionários, que há tempos reclamam de expor seus atletas, cada vez mais valiosos, em partidas que fazem pouca diferença no calendário.

Será difícil defender as seleções. Caberá à Conmebol seguir o caminho da UEFA e criar uma competição como a Liga das Nações para dar algum sentido às datas FIFA e usar como “álibi” para não contar com seus jogadores apenas na Copa do Mundo, Eurocopa e Copa América.

Ou torcer para o PSG, mesmo sem Mbappé e Neymar, surpreender o mundo e superar o atual vice-campeão europeu.

 

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PSG vive em março um fim de festa. Tem que rever projeto, com ou sem Neymar http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2018/03/10/psg-vive-em-marco-um-fim-de-festa-tem-que-rever-projeto-com-ou-sem-neymar/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2018/03/10/psg-vive-em-marco-um-fim-de-festa-tem-que-rever-projeto-com-ou-sem-neymar/#respond Sat, 10 Mar 2018 17:50:36 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=4251 O Paris Saint-Germain goleou o lanterna Metz por 5 a 0 no primeiro jogo de “luto” após a eliminação da Liga dos Campeões. Mantém os 14 pontos de vantagem sobre o Monaco na liderança da Ligue 1. É favorito também na Copa da França e na Copa da Liga.

Mas e daí? O foco era a Champions. A obsessão. Ainda que o título francês marque a recuperação da hegemonia nacional, o clima já é de decepção, fim de temporada. Muitas especulações de saídas. Sobre Neymar esfriaram um pouco por conta da lesão. Já Unai Emery está mesmo se despedindo do clube. A rigor, nem devia ter permanecido depois de sequer vencer a liga na temporada passada, sem contar a tragédia contra o Barcelona.

A tendência é que o clube defina o novo treinador e consulte o comandante sobre reformulação ou não do elenco. Mas tudo isso já em março?

PSG precisa refazer seu projeto. Palavra banalizada no Brasil pelo nosso amadorismo de todo dia, mas que deve ser levada muito a sério por quem despeja milhões de euros em um clube de futebol. A meta principal, inevitavelmente, será a conquista do principal torneio de clubes do planeta.

Mas os valores podem ser revistos. Não só os financeiros. Unir individualidades em torno do coletivo. Transformar a evolução da equipe com conteúdo tático como a alavanca para manter o foco. Sair um pouco dos resultados, concentrar mais no jogo.

Assim a construção das vitórias na liga seria mais tranquila e a campanha na Champions encarada de forma natural, parte do processo. Sem aumentar a pressão que já é enorme.

Olhando para o desempenho, além da fragilidade mental que é nítida, uma deficiência salta aos olhos: como o PSG defende mal pelos flancos! Até contra o fraquíssimo Metz no Parc des Princes levou alguns sustos nas costas de Berchiche pela esquerda. Muito pela indolência de quem joga na frente. Seja a estrela Neymar ou Nkunku, o garoto em busca de espaço que marcou dois gols.

Se priorizar o trabalho tático, a disparidade abissal entre as equipes francesas continuaria sendo relativizada, mas o acerto nos movimentos defensivos seria um parâmetro mais seguro que a fragilidade dos ataques adversários. Nesta temporada, o PSG venceu várias partidas marcando “com os olhos” e quando chegou na competição continental, especialmente contra o Bayern em Munique e nos confrontos com o Real Madrid, a verdade veio inexorável. Até cruel.

É hora do dinheiro formar um time na acepção da palavra. Começando pelo treinador. Se este que escreve assinasse o cheque iria atrás de Jurgen Klopp. Não só pela competência, mas pelo carisma para agregar e dar fogo e intensidade ao que parece tão morno.

Acima de tudo, fazendo o coletivo potencializar o talento. Com ou sem Neymar. Ou qualquer outra estrela. É urgente.

 

 

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A aula de 4-4-2 e de maturidade do Real Madrid em Paris http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2018/03/06/a-aula-de-4-4-2-e-de-maturidade-do-real-madrid-em-paris/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2018/03/06/a-aula-de-4-4-2-e-de-maturidade-do-real-madrid-em-paris/#respond Tue, 06 Mar 2018 21:51:18 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=4227 No Brasil é costume justificar a ineficiência de um time pela falta do “camisa dez”. Essa entidade capaz de resolver qualquer problema de criatividade em qualquer equipe.

Pois o Real construiu a virada sobre o PSG por 3 a 1 em Madri e consolidou sua classificação para as quartas de final da Liga dos Campeões com outra vitória no Parc des Princes atuando num típico 4-4-2.

Dois volantes: Casemiro e Kovacic. Mais Lucas Vázquez e Asensio pelos flancos, deixando Benzema e Cristiano Ronaldo na frente. Execução exemplar das linhas de quatro, com setores próximos, pressão no adversário com a bola, estreitando a marcação para fechar as opções de passe.

Com a bola. saída rápida e movimentação para não deixar o time engessado. No primeiro gol, Asensio interceptou passe de Daniel Alves, acionou Vázquez, que colocou na cabeça de Cristiano Ronaldo. O terceiro gol do português no confronto. Mais uma vez decisivo num mata-mata de Champions. O 12º do artilheiro do torneio. Desta edição e de todos os tempos.

Símbolo da maturidade de um time vencedor. Histórico. Simples, inteligente e decisivo na tomada de decisão. Como funcionou o coletivo do bicampeão europeu. Já favorito ao tri pelo que representa.

Tudo que o PSG não teve. Ainda não tem. Talvez não tivesse com Neymar em campo. A expulsão de Verratti é símbolo do desequilíbrio emocional, da desistência da luta. Do apequenamento. Nem precisou sofrer um gol para silenciar o estádio. A postura do adversário já murchou a torcida, que só ensaiou uma reação no gol de joelho do Cavani que empatou o jogo. Não foi suficiente. Coisas que o dinheiro não compra.

Mas contratar um treinador melhor que Unai Emery para manejar um elenco milionário será um bom início de planejamento para a próxima temporada. Escalações questionáveis, substituições indecifráveis. No episódio das cobranças de pênalti que criou o imbróglio Neymar x Cavani, a nítida falta de autoridade. O vestiário ficou maior que o homem  que devia liderá-lo.

O Real tem Zidane. Com as hesitações normais de um novato no ofício, mas com moral absurda pelo que jogou e representa para o clube. Sua serenidade reflete em campo nas partidas decisivas. Mas neste duelo a mão de estrategista ficou clara. Especialmente por fazer o time voar pela esquerda para construir a virada.

Mas o golpe final saiu pela direita. Passe de Cristiano Ronaldo, centro de Vázquez e, na sobra, o chute de Casemiro que desviou em Marquinho e saiu de Areola. O Real controlou o jogo e mereceu sair de Paris com uma vitória emblemática. Uma aula tática e de maturidade. Do gigante nesta disputa.

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Real Madrid 3×1 PSG – Tamanho é documento! A virada de Zidane em Madri http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2018/02/14/real-madrid-3-x-1-psg-tamanho-e-documento-a-virada-de-zidane-em-madri/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2018/02/14/real-madrid-3-x-1-psg-tamanho-e-documento-a-virada-de-zidane-em-madri/#respond Wed, 14 Feb 2018 21:59:39 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=4134 Zinedine Zidane começou acertando na escalação quando fez voltar Isco no lugar de Bale para buscar a supremacia no meio campo e tornar o Real Madrid mais móvel, menos engessado. Ainda que o meia espanhol tenha passado boa parte do jogo aberto pela direita.

Unai Emery mandou a campo Kimpembe na zaga e Thiago Silva ficou no banco. No meio, o trio Verratti, Lo Celso e Rabiot sem definir o jogador mais fixo à frente da defesa que tinha Berchiche na lateral esquerda.

Foi o pecado do PSG, deixando muitos espaços entre as linhas. Quase pagou caro na virada espetacular de Marcelo para Cristiano Ronaldo chutar no rosto do goleiro Areola. Sem contar que o duelo que atraiu os olhos do mundo ficou grande demais para alguns jogadores, especialmente Lo Celso. Verratti parecia inseguro também.

Rabiot compensava com onipresença, inclusive na área para aproveitar a sobra de um contragolpe puxado por Mbappé que Nacho evitou a finalização de Neymar, mas permitiu o rebote para o francês, que não foi acompanhado por ninguém do meio do Real.

Jogo igual, com o time merengue muito preocupado com Neymar cortando da esquerda para dentro, mas fechando espaços para a finalização, embora os passes também tenham criado perigo. A equipe de Unai Emery compensava os espaços no meio com boa atuação da última linha de defesa, inclusive Daniel Alves, concentradíssimo no posicionamento.

Mas Lo Celso fez pênalti tolo sobre Kroos e Cristiano Ronaldo empatou no fim do primeiro tempo. Fundamental mentalmente para um time buscando recuperação na temporada. Ainda mais pelo que viria na segunda etapa.

Emery deveria ter tirado Lo Celso no intervalo. Preferiu trocar Cavani por Meunier para liberar Daniel Alves como ponta e Mbappé no centro do ataque.  A troca fez Neymar sumir aos poucos do jogo. Outro equívoco do treinador foi manter sua equipe com linhas adiantadas e sem proteção, mesmo ganhando velocidade na frente, mas perdido Cavani como pivô.

Já Zidane foi certeiro: Bale na vaga de Benzema e o resgate da formação dos 5 a 2 sobre a Real Sociedad no fim de semana – Lucas Vázquez e Asensio pelos lados formando a linha de quatro no meio com Modric e Kroos. Marcelo ganhou com Asensio a companhia que faltava para voar pelo seu setor. Novamente o bicampeão europeu atropelou no segundo tempo de uma decisão.

Em duas ações pela esquerda, o gol de joelho de Cristiano Ronaldo, o 11º em sete jogos no torneio, e Marcelo para abrir uma vantagem bem mais complicada de ser revertida. Só com 2 a 1 contra, Unai tirou Lo Celso. Mas não colocou o veterano Lassana Diarra, mais habituado a jogos deste tamanho e a atuar mais fixo. Colocou Draxler e seguiu sem consistência.

Facilitou a virada com a marca de Zidane. No Bernabéu, mais uma vez o tamanho foi documento no jogo grande que sempre é mais mental que tático ou técnico. O PSG terá que ser gigante em Paris. Será que consegue?

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Por que Neymar pode ser a diferença a favor do PSG contra o Real Madrid http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2018/02/12/por-que-neymar-pode-ser-a-diferenca-a-favor-do-psg-contra-o-real-madrid/ http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2018/02/12/por-que-neymar-pode-ser-a-diferenca-a-favor-do-psg-contra-o-real-madrid/#respond Mon, 12 Feb 2018 10:46:03 +0000 http://andrerocha.blogosfera.uol.com.br/?p=4122

Enfim chegou a hora do mata-mata da Liga dos Campeões. De 11 de dezembro de 2017 para cá muita bola rolou, mas o confronto mais esperado continua sendo Real Madrid x PSG. A expectativa só aumentou ao longo do tempo com as oscilações do time merengue e as muitas polêmicas de bastidores em Paris. Felizmente o primeiro duelo, no Santiago Bernabéu, já acontece na primeira semana de disputa.

Ambos venceram no sábado por suas ligas contra Toulouse e Real Sociedad com o Real, por conta dos 5 a 2 em Madri, deixando uma impressão positiva. Mas a formação no 4-4-2 com Lucas Vázquez e Asensio pelos lados no meio-campo deve mudar com o retorno de Casemiro e Gareth Bale. Mais provável o retorno do 4-3-3 das últimas partidas e da conquista continental de 2015/2016.

Sem a bola, a dinâmica segue a mesma. Bale volta pela direita formando a segunda linha de quatro com Modric, Casemiro e Kroos. Por conta da qualidade e do volume de jogo do adversário, Zinedine Zidane vai precisar da concentração que vem faltando, especialmente na compactação dos setores para expor menos a retaguarda.

Sem Carvajal e, provavelmente, com Nacho improvisado pela direita, a tendência é o Real atacar ainda mais pela esquerda, com Marcelo, Kroos e Cristiano Ronaldo ou Benzema. Até para forçar o lado de Daniel Alves que não costuma ter um apoio no trabalho defensivo de Mbappé – é possível que muitas vezes seja Cavani o atacante que volta pela direita na recomposição.

Unai Emery deve montar o Paris Saint-Germain também no 4-3-3 que se desdobra em duas linhas de quatro sem a bola. No meio, além de Mbappé, Verratti e Thiago Motta pelo centro e Rabiot abrindo à esquerda para auxiliar Kurzawa e dar liberdade a Neymar.

O brasileiro pode ser a chave do PSG para se impor. No jogo de ida e no confronto. Não, não é patriotada, muito menos uma afirmação apenas para agradar os fãs e irritar os haters do brasileiro. Há uma razão que passa pelas características dos atacantes que estarão em campo.

Bale, Benzema, Cristiano Ronaldo, Cavani e Mbappé são atacantes típicos. Força, velocidade, explosão, capacidade de finalização, técnica. Cada um com uma característica mais preponderante. Neymar é o único que tem um pouco menos de força, mas compensa, e pode desequilibrar, pela capacidade de funcionar como um armador.

Porque a luta no meio-campo será árdua, com muita qualidade na organização para ser bloqueada e um duelo de imposição de ritmo. Com o trio “BBC”, o Real não tem um atacante para fazer a “liga”, como era Isco na execução do 4-3-1-2 antes de cair de rendimento e ser sacado.

O PSG tem Neymar. Para buscar a bola e distribuir passes e lançamentos, procurar os espaços às costas de Casemiro e Modric.. Ou partir para cima do improvisado Nacho. Fazer a bola chegar ainda mais fácil nos seus companheiros de ataque. Flexibilizar e tornar menos previsíveis as ações ofensivas. Ser o ponta articulador que desequilibra a marcação do oponente. Já tem 14 assistências na temporada, três na Liga dos Campeões.

Sem contar o faro de artilheiro: 28 gols em 27 partidas, seis na Champions. Com bola rolando ou nos pênaltis e faltas. Ainda que a liga francesa não tenha a competitividade da espanhola, são números significativos na temporada de quem chegou para ser o protagonista.

Neymar visitou o Bernabéu três vezes: venceu duas, perdeu uma e fez dois gols. Mas nunca sua equipe precisou tanto dele como agora. Para dar sequência ao projeto de vencer o principal torneio de clubes do planeta. Eliminando o bicampeão.

Não há favorito. O PSG tem “fome” e decide em casa. O Real tem a experiência e a confiança de três conquistas nas últimas quatro edições e o foco absoluto na chance de título que sobrou na temporada. Muito equilíbrio. A diferença pode ser Neymar.

As prováveis formações de Real Madrid e PSG para o primeiro duelo: equipes no 4-3-3 variando para as duas linhas de quatro sem a bola com Bale e Mbappé ou Cavani voltando pela direita. Duelo de força e qualidade no meio-campo e no ataque. Neymar pode ser a diferença como um ponta articulador partindo da esquerda para circular às costas do meio-campo adversário ou indo para cima do improvisado Nacho (Tactical Pad).

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