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O alento brasileiro nas ideias de Micale com a seleção sub-23

André Rocha

12/10/2015 21h30

É certo que República Dominicana e Haiti não são adversários capazes de criar um parâmetro para análises mais profundas. Por isso os onze gols marcados nas goleadas brasileiras nem devem ser levados em conta.

Mas ver a seleção sub-23 adiantando marcação, compactando setores, pressionando o homem com a bola, utilizando volantes passadores e apostando em mobilidade, toques rápidos e qualidade individual no um contra um nos últimos vinte metros de campo é um alento.

Flagrante da seleção de Micale adiantando a última linha de defesa para aproximar os setores e pressionando o oponente com a bola.

Ideias atuais do técnico Rogério Micale, com o aval de Dunga, que comandará a equipe, com três acima da idade limite, na busca do inédito ouro olímpico no Rio de Janeiro ano que vem. Geração de Felipe Anderson, Kenedy, Gabriel, Luan, Valdívia, Gabriel Jesus, Vitinho…Não falta talento.

Só que agora há um início de proposta para valorizar esse potencial dentro de um trabalho coletivo. Jogadores se aproximando, criando linhas de passe, descendo em bloco para furar a defesa do oponente. Como no belo toque de Walace para Maicon no primeiro gol dos 5 a 1 sobre o Haiti.

Obviamente ainda há erros de coordenação na retaguarda adiantada, em especial da cobertura por dentro dos laterais ofensivos, frutos de uma base que não trata estes como defensores. No ataque, até pela idade, notamos alguma afobação na definição da jogada e ansiedade na tomada de decisão.

A formação nos 6 a 0 sobre a República Dominicana: mobilidade na frente com Luan, Kenedy, Felipe Anderson e Gabriel Jesus, mais o apoio de laterais e de Fred.

Questões que precisam ser aprimoradas. Com tempo, "vendendo a ideia", como diz Micale. Não é fácil mudar a cultura de um país. Mas precisa de um início, o primeiro passo. Mesmo hesitante, é melhor do que ficar parado na crença no que não mais funciona.

No melhor dos mundos, Dunga pode encontrar na seleção olímpica um modelo para a principal. O mais moderno transformando o arcaio. Tomara.

Nos 5 a 1 sobre o Haiti, só o lateral Maicon mantido, mas preservando a proposta de jogo do técnico Rogério Micale.

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Sobre o Autor

André Rocha é jornalista, carioca e blogueiro do UOL. Trabalhou também para Globoesporte.com, Lance, ESPN Brasil, Esporte Interativo e Editora Grande Área. Coautor dos livros “1981” e “É Tetra”. Acredita que futebol é mais que um jogo, mas o que acontece no campo é o que pauta todo o resto. Entender de tática e estratégia é (ou deveria ser) premissa, e não a diferença, para qualquer um que trabalha com o esporte. Contato: anunesrocha@gmail.com

Sobre o Blog

O blog se propõe a trazer análises e informações sobre futebol brasileiro e internacional, com enfoque na essência do jogo, mas também abrindo o leque para todas as abordagens possíveis sobre o esporte.